O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

- Soldado Ricardo! Já estamos perto da ilha de prisioneiros norte-coreanos. Como é a segurança no local? (indaga o comandante Severo ao militar responsável pelas câmeras térmicas e as normais do satélite).

- Estou avaliando isso agora, senhor! (responde Ricardo). Aparentemente não há muitos soldados norte-coreanos no local! Poderei dizer em breve quantos serão.

- Tenente Júlio! Por que chegou atrasado para o turno de hoje? Estamos em meio a uma guerra do outro lado do planeta! Nossa equipe é reduzida e não podemos nos dar ao luxo de depender de atrasos do nosso pessoal! Se estivesse fisicamente dentro de nossa embarcação no Rio Taedong não poderia se comprometer com problemas pessoais. O senhor conhece as regras quando estamos em guerra!


- Desculpe-me, senhor! Isso não voltará a acontecer. Ontem à noite a minha esposa passou muito mal e fomos ao hospital! Ela ainda não está muito bem!
(declara Júlio). Os médicos descobriram que existe um câncer de crescimento acelerado no pulmão esquerdo. A doença já havia tomado mais da metade dele. Felizmente o estágio do problema estava dentro da capacidade de regressão e os médicos puderam iniciar uma terapia genética para curá-la, senhor. Vão eliminar o problema do órgão afetado usando células-tronco. Ela ainda respira por aparelhos, mas em alguns dias me garantiram que estará melhor e deve sair do hospital em duas semanas. Espero que fique bem novamente!

- Ela ficará boa, tenente! Tenho certeza disso! Quem não ficará bem de saúde aqui será o senhor se se atrasar novamente por causa de um probleminha simples como este!
- Sim, senhor! Não acontecerá novamente. Eu fiquei muito preocupado porque ela passou muito mal e não tínhamos ninguém para acompanhá-la no hospital. Quando descobrimos o real problema, que era apenas um câncer, fiquei mais aliviado!
- A genética há muito tempo resolveu este problema. Agora vamos nos concentrar na missão! Tenente Júlio! Permaneça alerta! Estamos em meio a uma guerra! Precisaremos muito em breve de sua excelente pontaria.
- Sim, senhor! Estou pronto para isso!

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

- Soldado Carlos! O senhor está muito tranquilo nesta guerra! (comenta Severo). Quase não está trabalhando! Mas agora chegou a sua vez, cineasta! Vamos invadir um campo de concentração. Sem trocadilhos, precisaremos tirar a atenção dos militares norte-coreanos sobre os prisioneiros. Enviaremos nossos soldados-aranhas pelo flanco da ilha até o interior do local onde todos estão confinados. Nossos robôs protegerão todos aqueles que queremos salvar. O senhor deverá entreter nossos inimigos até que possamos isolar os prisioneiros.
- Sim, senhor! Como deseja que eu os faça perder a concentração no campo de concentração? (comenta o cineasta militar).
- Eu disse sem trocadilhos, soldado! (comenta Severo). Respondendo à sua pergunta..., tanto faz! Use sexo, droga ou rock'n roll! Mas faça-os olhar para o lado contrário ao local onde estão os prisioneiros. Precisamos primeiro saber as condições dos que serão resgatados, para traçarmos a melhor estratégia de salvamento!
- Está bem, senhor! (responde Carlos). Vou verificar as possibilidades disponíveis em nosso banco de imagens!
- Soldado João! Assim que possível lance alguns insetos artificiais em direção àquela ilha. Avalie tudo para traçarmos a nossa estratégia de ataque.
- Sim, senhor! Lançando quatro insetos... agora! (obedece João). Computador! Vou dar apenas a direção de voo e quero que você controle cada inseto ativado. Vou acompanhar as imagens e determinar planos de ação depois disso!
- Já estou controlando as ações individualmente de cada inseto. Aguardo novas sugestões! (responde o computador).
- Senhor! Temos vinte e três militares norte-coreanos armados com fuzis próximos a uma instalação militar que lembra uma grande prisão (declara o soldado João). Detectei doze..., não... quatorze homens fortemente armados nos limites norte da ilha fluvial... Aparentemente todo o local foi cercado junto ao rio com estacas de aço e cerca elétrica ao redor, além de uma cerca viva de arame farpado!
- E quanto aos prisioneiros?
(indaga o comandante).
As imagens da câmera de outro inseto aparecerem no monitor, mostrando o interior da prisão!
- Minha nossa! (declara João). São centenas de pessoas, senhor, vivendo em jaulas em condições degradantes. Parece até que foram deixados ali para morrerem.
- Muito bem, pessoal! Aparentemente muitas destas pessoas não terão condições de fugirem dali (comenta o comandante Severo). Nós também não teremos como trazê-los todos a bordo. Precisaremos de um plano alternativo aqui! Temos que trazer meios de transporte para levar estas pessoas ou montar um hospital de campanha aqui! Porém, estamos no meio do território inimigo e sem condições de apoio dos aliados. Não podemos avisar a eles que existimos e onde nos localizamos neste momento. Se alguém tiver alguma ideia eu agradecerei.
- Senhor! Podemos ir até um hospital local e trazer alguns médicos para cá (sugere Sabino)! Se eliminarmos os inimigos armados e montarmos uma área de segurança, poderemos proteger tudo aqui até que os aliados possam chegar.
- Cabo! Não sabemos se os hospitais locais podem atender a tamanha demanda extra neste momento (imagina o comandante). Não se esqueça de que este país está em guerra e sendo atacado. A população local deve estar precisando muito de atendimento neste momento. Mas eu concordo mesmo assim com você! Não temos muitas opções neste momento!
- Senhor! Montar aqui uma estrutura de defesa destes prisioneiros pode ser uma solução temporária adequada, mas precisamos de uma solução mais definitiva do que esta (sugere Everardo). Podemos entrar em contato com a Coreia do Sul ou os Estados Unidos para nos auxiliar nesta operação.
- Como eu disse antes, não acredito que nenhum deles possam nos ajudar neste momento! A menos que... ofereçamos a eles algo que queiram muito neste momento...! (declara feliz o comandante Severo).
- Boa ideia, comandante! (digo eu, Fernando). Se dissermos a qualquer um dos aliados que Kim Jong-un está escondido entre os prisioneiros desta ilha... e que não há nenhum militar norte-coreano aqui tomando conta da situação... qualquer um deles viria correndo para cá...!
- Isso mesmo, Fernando! (concorda Severo). Muito bem pessoal...! Temos um novo plano! Embaixadora! Acha que pode avistar os militares da Coreia do Sul sobre a presença do ditador escondido aqui nesta ilha?
- Claro que sim, comandante! Basta o senhor completar a ligação e eu farei com que venham para cá em poucas horas.
- Muito bem! Cineasta! Precisamos de seu show dentro de alguns minutos! A plateia está lá fora aguardando por uma apresentação de gala.
- Sim, senhor! Já estou pronto! Basta posicionar a embarcação de lado para a ilha e eu liberarei as imagens externas.
- Major Margarida! (piloto do barco invisível). Posicione a embarcação lateralmente para a face norte da ilha! Sabino e Everardo! Quero que lancem os soldados-aranhas pelo lado oposto para que não vejam a porta aberta quando os robôs saírem da embarcação! Nadem discretamente, cada um por um lado da ilha! Assim que conseguirem se posicionar diante das instalações, preparem-se para exterminar todos os militares que possam atirar contra os prisioneiros.


Cinco minutos depois os soldados-aranhas estão prontos junto às margens da ilha para invadir de forma invisível o local. O show do cineasta, o soldado Carlos, começa! Simultaneamente o soldado Ricardo faz a ligação via satélite com o governo da Coreia do Sul para que Chin-Mae os avise sobre o paradeiro do ditador desaparecido.

- Por favor! Preciso falar com o presidente da Coreia do Sul! Sou a embaixadora Chin-Mae em missão especial no interior da Coreia do Norte. Tenho notícias de onde se encontra o ditador Kim Jong-un!
- Ele está em reunião com os chefes militares neste momento! (responde a telefonista do exército sul-coreano).
- Avise-o sobre o que eu lhe disse! É muito importante para que determinemos o final da guerra. Podemos levá-lo preso e acabar com a guerra neste país.
- Ele não poderá atendê-la, madame! Pediu-me que não fosse interrompido!
-
Você não ouviu o que eu disse? (comenta, já nervosa, Chin-Mae, com a secretária). Se ele puder enviar uma equipe médica e helicópteros de apoio, eu posso entregar a ele o ditador deste país. Quando o exército inimigo souber que ele foi preso, todos largarão as armas e se renderão! Diga isso a ele! Agora!

Do lado de fora da embarcação invisível brasileira uma imagem de dançarinas indianas vão saindo de dentro d'água lentamente, enquanto uma música típica da Índia é tocada para que todos os militares possam ouvi-la. A cabeça das dez dançarinas vão emergindo e aquelas mulheres, todas molhadas, lentamente vão revelando seus corpos seminus enquanto rebolam e mexem suas mãos, braços e corpos enfeitiçando os homens armados do local. Alguns apontam com as mãos, outros com as armas, mas aos poucos todos eles estão olhando na mesma direção. Um show inesperado que brota das águas do Rio Taedong. Diversos soldados se aproximam da lateral de nosso barco invisível para tentar entender de onde estão saindo aquelas lindas mulheres.

-
Soldado! O que é isso? (indaga o comandante ao Carlos - o cineasta).
- Bem...! O senhor falou para eu chamar a atenção deles...! Estão todos olhando agora...! Veja! (responde Carlos apontando para o monitor com a imagem frontal dos rostos dos militares norte-coreanos que estão de boca aberta com o que veem).
- Mas... por que uma dança do ventre? Não tinha nada mais coreano em seu banco de imagens? (indaga Severo).
- Tinha sim! Mas elas não sabiam fazer a dança do ventre! E o senhor queria a atenção total deles. Bom... aí está! (comenta Carlos).

No lado leste e oeste da ilha os dois soldados-aranhas estão subindo pelas laterais. As estacas são arrancadas para a passagem dos robôs. Os arames farpados são pisoteados pelas poderosas patas invisíveis e são também transpostos! Agora resta a cerca elétrica. Os grandes robôs abrem bem as pernas mecânicas para passarem abaixados, mas Sabino não percebeu que, durante o movimento de uma das patas, ele encostou na cerca elétrica transformando o soldado-aranha num fio terra! Isso gerou um curto nas instalações elétricas do local produzindo uma pequena explosão.
BUMMM!

Todos os militares inimigos, que olhavam o show de garotas aquáticas indianas, agora olham para trás, com as armas prontas para atirar, na direção do ocorrido!

- Oh! Não! (declara Sabino). Meu robô não está se mexendo! O curto o deixou fora de combate! Nada funciona mais ali!

O soldado-aranha eletrocutado ficou agora totalmente visível! Os leds externos apagaram, expondo o robô e toda a missão de resgate. O soldado-aranha de Everardo tem que acelerar o passo para entrar logo em ação. Sem energia elétrica na ilha ele pode se encostar à vontade na cerca elétrica e se posiciona de frente à entrada do presídio norte-coreano. O cineasta finaliza o vídeo, cujo material visual já não tem mais nenhum sentido naquele momento. A imagem das dançarinas do ventre agora muda de figura. Elas se transformam em monstros horrendos e pelos alto-falantes externos da embarcação um grito extremamente agudo é gerado para incapacitar os militares inimigos. Todos que começavam a atirar no aranha visível, agora largam suas armas e cobrem os ouvidos com as duas mãos.

Muitos olham para trás e veem aqueles monstros perigosos com dentes de um palmo, chifres pontiagudos e enormes caudas! Começam a correr, com as mãos nos ouvidos para longe dali e em direção ao outro soldado-aranha que está invisível. Sabino ainda luta para acionar o sistema secundário de energia e trazer seu robô para a luta novamente. Do interior da prisão, dezenas de outros soldados aparecerem por ali no muro alto externo e começam a atirar no robô de Sabino, ainda parado no local. Everardo percebe o problema e precisa agora enfrentar diversas frentes sozinho com seu soldado-aranha. O barco invisível atira de longe nos militares que estão no muro e alvejando o equipamento danificado e visível de Sabino.

Os tiros certeiros de nossa embarcação inibem a ação dos militares do interior da prisão, que saem dali e se entocam para se proteger. O Cabo Everardo atira nos soldados inimigos que vêm de frente com as mãos nos ouvidos. Rapidamente o problema é controlado do lado de fora da prisão! Agora terão que entrar por ali à força. O soldado-aranha de Everardo se afasta da entrada e se prepara para atirar uma granada no portão de entrada do local. Ela explode e derruba a porta e parte das paredes laterais. Everardo avança com seu robô, mas entala entre as paredes. Agora nem para frente e nem para trás!

Está preso ali, mas ainda invisível. Os militares norte-coreanos começam a atirar na entrada, cheia de fumaça, imaginando que estivessem soldados inimigos no local tentando a invasão. O soldado-aranha de Everardo está sendo fuzilado por dezenas de tiros. Ele não quer atirar porque poderá ferir algum prisioneiro lá dentro. Sabino consegue finalmente acionar o sistema reserva do seu robô e ele começa novamente a andar por ali. Sem poder entrar porque seu robô gêmeo está interrompendo a passagem, o cabo empurra o robô do colega por trás e assim os dois conseguem penetrar no ambiente macabro do local. Chin-Mae finalmente tem acesso ao presidente sul-coreano por telefone:

- Oh! Ainda bem que o senhor pode me atender.
- Embaixadora Chin-Mae! O que está acontecendo? Era para você e o barco brasileiro terem passado por aqui antes de entrarem na Coreia do Norte!
- Sim, eu sei, senhor! Mas... enfim... é uma longa história! O fato é que destruímos a torre de transmissão inimiga e conseguimos capturar Kim Jong-un!

- É mesmo?
- Sim, senhor! Ele está preso aqui em nossa embarcação. Vamos deixá-lo preso na maior ilha fluvial do Rio Taedong, próximo à cidade de Süngho. Nosso exército deve vir até aqui para levá-lo a julgamento.
- Não faça isso! Traga-o até nós, Chin-Mae. Nosso exército está muito ocupado combatendo o inimigo junto às nossas fronteiras!
- O barco brasileiro irá aguardar aportado aqui nesta ilha, protegendo o local contra o acesso dos inimigos. Preciso que envie helicópteros, médicos, paramédicos e um pequeno exército para substituir o barco brasileiro. Esta ilha é um campo de concentração, como imaginávamos, senhor! Temos centenas de feridos e prisioneiros do regime de meu pai...!
- Não temos recursos disponíveis no momento para atender seu pedido. Sei que tem ódio de seu pai, por tudo que ele fez você e sua família passarem, mas estamos sob ataque aqui na fronteira, Chin-Mae!
- Senhor...! Depois de apresentarmos oficialmente a prisão de Kim Jong-un ao mundo... a guerra irá acabar imediatamente...! A Coreia do Sul terá todos os louros pela captura do ditador...! Disponibilize algum recurso agora para nós e salve toda esta gente! Minha mãe e irmã estão lá dentro e vamos agora salvá-los dos militares que se entrincheiram junto com eles.
- Sua família está viva?!?!
- Sim, senhor! Envie alguém para nos ajudar..., por favor! É urgente e fundamental para o por fim a esta guerra!
- Farei o possível, Chin-Mae!
- Obrigada..., senhor!

Com lágrimas nos olhos a embaixadora desliga o telefone da embarcação e fala à equipe brasileira:

- O presidente me garantiu que fará o possível para enviar alguém para cá. Vamos salvar aquela gente agora!
- Já entramos no presídio com os soldados-aranhas. Estamos avaliando a situação antes de atacarmos
(comenta Severo).

Chin-Mae olha para os monitores observando as imagens dos soldados-aranhas e dos insetos artificiais que penetram sorrateiramente no interior da prisão. Os dez militares norte-coreanos entraram em algumas celas e se esconderam atrás de diversos grupos de prisioneiros tornando-os escudos humanos. Um dos insetos usa seu sistema laser que identifica a distância a posição da cabeça de um dos soldados norte-coreanos. Diretamente do barco invisível brasileiro o computador faz a mira e atira com um único projétil à grande velocidade. Este atravessa as paredes da prisão, passa pelas grades da jaula e entre as cabeças de diversos prisioneiros até atingir o militar que morre instantaneamente. As pessoas que estavam sob a mira deste homem, agora morto, levantam-se dali e saem correndo, indo lá para fora da prisão. Os outros militares ficam assustados com isso! Como alguém consegue acertá-los através das paredes e em meio a um enorme grupo de escudos humanos? Todos os outros nove soldados norte-coreanos se abaixam ainda mais para não serem atingidos.


- Senhor! Nossos insetos artificiais estão fazendo medições a laser, mas infelizmente não tenho mais um bom ângulo de tiro. Estamos em um impasse e sem nada para barganhar!
(informa a voz feminina do supercomputador a bordo).
- Não! Temos algo para barganhar, sim! (declara Severo). Vamos mostrar nosso prisioneiro a eles. Embaixadora! Pode falar com eles, por favor?
- Sim, comandante! (responde Chin-Mae).

Agora um dos soldados-aranhas abaixa a frente e ergue a traseira de seu longo corpo, para poder projetar um vídeo aos militares norte-coreanos. Agora a imagem do ditador aprisionado é mostrada com um par de algemas amarradas ao teto com os braços esticados para cima. Chin-Mae fala em coreano aos militares norte-coreanos:

- Eu sou Chin-Mae, filha de Kim Jong-un! Nós prendemos meu pai e lhes digo que com isso a guerra acabou! Peço que entreguem as armas e não pagarão com a morte. Eu prometo!
- É mentira! Ninguém pode prender nosso líder supremo! Deus o protege de todo mal! (grita um dos soldados inimigos).
- Ele não é todo-poderoso! Temos a imagem dele aqui para provar. Vejam!

Os prisioneiros apontam para a imagem projetada sobre o corpo do soldado-aranha no local. Eles vibram com a cena e erguem as mãos no ar de alegria. Os militares, impressionados com tal fato, ainda permanecem escondidos sem acreditar no que estão vendo.

- Calem a boca todos vocês!
(grita um dos militares escondido com a arma apontada para um dos prisioneiros). Não percebem que isso que mostram é impossível! Nosso líder é invencível! Nada pode feri-lo!

Chin-Mae pensa um pouco sobre o assunto e indaga Severo:


- Comandante! Posso ir até meu pai e de lá falar com estes soldados norte-coreanos?
- Sim, madame! Temos microfones sensíveis dentro e fora da nossa embarcação. E o segundo andar não é uma exceção!
- Então, estou subindo!

Chin-Mae corre para a sala de manutenção e sobe rapidamente pela escada de alumínio até onde se encontra seu pai.

- Veio fazer uma visita, minha filha! (comenta Kim Jong-un).

Marcelo Henrique
como jornalista Fernando Dias

Andréia Mayumi
como Embaixadora Chin-Mae

Ela se aproxima do pai e dá um forte soco no rosto dele! Sua cabeça gira para o lado com a força do impacto. Lentamente ele ergue a cabeça e se volta para olhar cruelmente na direção dela. O anel que a bela moça usa rasgou a pele próxima a boca do ditador. O sangue está correndo e o pai diz à filha:

- Vai pagar muito caro por isso!
- Viram? Ele tem sangue vermelho... como qualquer um de nós...! Ele..., meu avô e meu bisavô enganaram todos vocês. É um homem comum, perverso, cruel e mentiroso! Mas agora está preso e será levado a julgamento. Portanto..., quero pedir novamente que soltem as suas armas. Vamos transformar todo este país num lugar belo, onde todos possam ter acesso aos bens da sociedade ocidental, além de comida, água potável, empregos bem remunerados e saúde para todas as famílias. O momento é agora! Larguem as suas armas, por favor! Chega de provações..., sacrifícios..., racionamentos...!
- Não! Matem todos os prisioneiros agora, por mim...! (grita o ditador quando é interrompido por uma cotovelada no estômago, dado pela própria filha).
- Este é o homem que querem seguir? (aponta ela para o pai curvado de dor e ainda pendurado pelos braços). Ele é fraco..., pequeno..., gordo... ridículo... e sem noção de ética ou respeito à vida! Um homem... comum e insignificante!

Os militares norte-coreanos, agora, consumidos pela dúvida e por imagens tão fortes que elevam seu líder supremo ao degrau mais baixo da escala humana, percebem que realmente foram enganados por todos estes anos! Aos poucos um a um jogam suas armas para longe e os prisioneiros se erguem dali rapidamente saindo da prisão em direção ao lado de fora do local fétido, sujo e triste. Em poucos minutos o perigo acaba e todos já estão livres. Os militares erguem suas mãos para cima, como que se rendendo e são informados por Chin-Mae:

- Não precisam erguer as mãos! Ninguém está preso! Somos todos do mesmo povo agora! O mesmo que fora enganado por este homem... que não é ninguém! Ele será julgado como qualquer criminoso comum.

Chin-Mae agora desce para o primeiro andar e corre lá para fora para procurar sua família entre os prisioneiros. Ela grita o nome da mãe e da irmã que não vê há mais de quinze anos. Depois de muito procurar uma velhinha atende aos gritos e ergue os braços. Chin-Mae para de correr e visualiza a tal senhora que aparenta cansaço e dificuldades para andar.

- Mãe...?!?! (grita ela de alegria). É você, mãe...? Mãe...?!?!

A embaixadora corre acelerado na direção de pessoas que nem conhece mais. Ela abraça a idosa e outra mulher coreana aproxima-se também das duas. Aquela era sua irmã mais velha, que todos pensaram estar morta, um abraço triplo apertado e cheio de lágrimas acontece e não tem hora para acabar! Não precisavam falar nada, porque tudo o que queriam naquele momento era isso: um abraço, o calor do corpo familiar, o soluço, as lágrimas e uma saudade que levará muito tempo para ser colocada em dia! Naquele momento, eu, Fernando, percebi que Chin-Mae dificilmente voltará ao Brasil depois disso. Sua família será prioridade para ela daqui para frente. Nosso amor imenso, intenso e apaixonado, ficará em segundo plano! Eu não posso culpá-lo por isso! Eu faria o mesmo no lugar dela! Hoje é um dia alegre para ela e para a família coreana! Mas para mim... Bem...! Não posso mais dizer o mesmo! Claro! Estou feliz por ela! Mas estou triste com a nossa separação iminente.

- Comandante! O nosso satélite mostra que um grupo de helicópteros militares vindos do sul se aproximam deste local rapidamente...! (informa o soldado Ricardo).

- Muito bem, pessoal! Preparar para defender esta ilha!
(ordena Severo). Vamos abater aqueles helicópteros. Precisamos pedir aos prisioneiros que retornem para o interior da prisão! Lá ficarão mais seguros contra os ataques! Soldados-aranhas venham para fora e se posicionem distantes um do outro e longe da prisão. Tenente Júlio, preparar para atirar ao meu comando...
- Espere, comandante! (requisita o soldado João). Dê uma olhada em meu monitor, senhor! Os helicópteros militares são da Coreia do Sul! Vieram rapidamente para cá nos ajudar.

Todos em Brasília se alegram porque as coisas estão começando a dar certo afinal!

- Cabos Sabino e Everardo! Recolham nossos robôs! Soldado João! Traga de volta os insetos artificiais! Vamos começar a traçar nosso curso para casa, pessoal! Parabéns! Bom trabalho turma!

Pelo sistema auricular o comandante fala com Chin-Mae:

- Embaixadora! Sei que seu momento é muito especial! Mas nós temos que ir embora para casa agora.

Ainda chorando muito Chin-Mae responde ao comandante:

- Obrigada por tudo..., comandante...! Sem a sua ajuda... jamais esta guerra poderia acabar bem...! Obrigada por salvar toda esta gente e também a minha família! Muito obrigada mesmo.

Sabino, Everardo e eu, Fernando, agora levamos o ditador para o interior da ilha. As pessoas, que acreditavam tanto que aquele homem era divino, agora se afastam dele, ainda com medo de sua ira. Muitos apenas viram-se de costas para não terem que olhar para ele. Dois militares sul-coreanos aproximam-se de nós e pegam nos braços do ditador para levá-lo de volta à Coreia do Sul. Eu, Fernando, me aproximo da embaixadora para me despedir. Os paramédicos estão avaliando a mãe e a irmã de Chin-Mae que aproveita para vir até mim:

- Olá! (digo eu).
- Olá, meu amor! (responde Chin-Mae aflita, porque sabe que a nossa situação mudou drasticamente agora). Preciso lhe falar...
- Não...! Não precisa me dizer nada...! Eu entendo, Chin-Mae...! Sei que você precisa de um tempo para compartilhar este momento de reencontro com a sua família...! E a guerra ainda não acabou...! Você e seu povo..., todo seu povo reunido..., têm muito que recuperar do atraso de tantas décadas de isolamento. Imagino quantas famílias foram separadas...! Se eu fosse um repórter coreano teria material jornalístico para uma vida inteira!
- É verdade, Fernando! (diz ela sorrindo lindamente para mim). Mas isso não quer dizer que desistimos um do outro...
- Eu jamais desistiria de você...! Vamos nos ver em breve... assim que eu tiver uma folga neste meu trabalho louco...
- Rsrsrs! O mundo é que é louco! Você apenas escreve sobre as loucuras dos outros...!
- Rsrsrs! Não, Chin-Mae...! Você tinha razão...! Eu não consigo ser apenas um observador...! Preciso participar ativamente da loucura humana... para poder relatá-la com maior veracidade e sentimento... O comandante me disse que temos que ir imediatamente para o Brasil. Nossas fronteiras esperam nos ver...
invisíveis por ali!
- Rsrsrs! Vá, meu amor! O mundo precisa de um barco invisível brasileiro para viver mais feliz e para continuar tendo esperanças.
- Não sei do que o mundo precisa...! Só sei do que eu preciso... E é de você...! Vou voltar em breve...! Me informe onde você estará vivendo de agora em diante...! Assim que eu puder venho te ver...!
- Farei isso...! Obrigada...! Por tudo...! Inclusive por me fazer feliz...!

Eu a beijo na boca rapidamente e me afasto. Percebo que os dois cabos já foram embora para o interior de nosso barco e apresso meu passo. De longe Chin-Mae grita para mim.

- Fernando! A resposta é sim!

Eu paro de correr, volto-me para ela e faço uma careta, enquanto abro os braços, indicando que não entendi sobre o que ela está falando!

- Eu aceito me casar com você! (completa ela a frase que eu queria ouvir quando lhe fiz a pergunta durante a viagem).

- Eu te amo! (grito eu para ela e mando um beijo, depois corro de volta ao barco invisível).

Já no interior de nossa embarcação o comandante nos informa de uma mudança de planos:

- Fernando, cabos Sabino e Everardo! O almirante Figueiredo negociou com o Japão o combustível de foguete para este barco. Assim poderemos voltar mais rapidamente ao Brasil. Vocês três ficarão naquele país e pegarão um voo fretado para retornarem mais rapidamente. Nós continuaremos aqui, via satélite, coordenando o retorno da embarcação pelo mar. Quando chegarem em Brasília o almirante quer vê-los o mais rápido possível. As coisas mudaram nas fronteiras brasileiras e teremos que combater um número enorme agora de células guerrilheiras. O trabalho será longo, cansativo e sem prazo para acabar. Sei que isso atrapalha seus planos de rever a embaixadora aqui na Coreia, Fernando! Mas não temos outra opção neste momento. Se deseja aquela mulher, terá que aprender a viver como um marinheiro: um dia em cada porto! Obrigado a vocês pela colaboração e profissionalismo! Literalmente salvamos o mundo hoje!

O barco invisível avança lentamente pelo Rio Taedong para não ser detectado por aliados ou inimigos. No caminho percebemos que diversos navios de guerra norte-americanos e chineses invadiram o enorme rio. Passamos entre eles. Nas margens a invasão dos aliados já se consolidou! Diversos militares inimigos marcham às dezenas com os pulsos amarrados nas costas. O povo comemora a derrota do ditador, batendo palmas e sorrindo para a presença militar estrangeira. Helicópteros de diversas nações sobrevoam baixo continuamente toda a região. Eles trazem alimentos, remédios e cobertores para ajudar a melhorar um pouco as condições ruins de vida da população. Caças de todos os tipos rasgam os céus a procura ainda de alguma resistência que simplesmente não existe mais. Chegamos finalmente até a foz do rio norte-coreano e entramos em mar aberto, que está forrado de navios aliados. Por todo o caminho, margeando a costa do país dominado, vimos centenas de navios militares destruídos. Dinheiro roubado do povo por décadas que se transformou apenas em destroços marítimos!

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As duas Coreias em breve serão uma só, como acontecera na Alemanha. Com a ajuda internacional este povo oriental estará novamente unido e feliz num futuro não muito distante! Muitos reencontros acontecerão, muitos abraços, choro e demonstração de felicidade na união dos povos separados pela intolerância e pela guerra. Mas o caminho não será nada fácil! A integração levará tempo. A prioridade é o estado de calamidade pública em que grande parte do país se encontra.

Eles precisam de tudo: água encanada, esgoto, remédios, médicos, leitos hospitalares, educação, alimentos, casas, asfalto, empregos, enfim, tudo! Pela TV é possível presenciar militares do sul abraçando os recentes prisioneiros militares do norte, numa demonstração de que não querem tratar o caso como dominador contra dominado.

Eles não querem fazer prisões e sim reunir os dois povos numa única e grande família. Vários militares dos dois países choram abraçados neste momento. Muitos até mesmo descobrem serem parentes distantes, quando antes eram apenas inimigos. Diversos momentos comoventes acontecem o tempo todo por aqui. O tempo poderá curar muito das feridas antigas, mas o momento para todos eles é simplesmente eterno para as suas lembranças!

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