O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
VOLTAR À PÁG. DA COLEÇÃO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

Eu, Fernando, e a embaixadora estamos viajando de moto pelas estradas mal conservadas da Coreia do Norte. O soldado-aranha vem agarrado na garupa e os dois insetos artificiais invisíveis estão sobre o enorme robô do tamanho de um automóvel. Com dois metros de altura ele pode acionar suas câmeras de vídeo com zoom e perceber eventos que poderão ocorrer bem à frente. Eu aproveito o "passeio" para conversar mais alguns detalhes com a embaixadora:

- Chin-Mae! Por que resolveu aceitar esta missão no interior de um dos países mais autoritários do mundo? Estamos sob o perigo constante de uma guerra nuclear! Isto é! Por que você e não algum agente secreto?
- E por que acha que não estou habilitada para esta missão?
- Não digo que não esteja! Mas por que vir neste que deve ser hoje um dos piores lugares do mundo para se estar neste momento?
- Há muitas coisas que você não sabe sobre mim, Fernando! Não sou exatamente a pessoa frágil que você pensa que sou!
- Seu governo exigiu que você viesse para esta missão?
- Não foi exatamente desta forma! Mas foi quase isso! Eu tenho um passado diferenciado em meu país! Um passado que me tornou a pessoa mais adequada para realizar esta missão! Eu conheço muito bem este país, mas não posso falar sobre isso com você.
- Por que não? Você já sabe sobre o nosso barco invisível! Diga-me algo sobre seu passado! Afinal, se vamos começar a namorar... quero te conhecer mais!
- Eu adoraria te contar, mas agora não dá! É um assunto muito delicado e que pode atrapalhar o andamento desta missão! Acho melhor nos concentrarmos no que devemos fazer e depois que tudo terminar poderemos voltar a falar sobre este assunto.

-
Fernando! Acho melhor você estacionar a moto no acostamento! (declara a voz feminina da inteligência artificial através do sistema auricular de comunicação). Vem uma patrulha norte-coreana em nossa direção! Desligue a moto e não se mexam até que eu avise que podem.
- Como nos tornará invisíveis? (indago eu, Fernando, ao computador enquanto estaciono a moto no acostamento).
- Estou fotografando toda a paisagem ao redor (informa a voz feminina do supercomputador). Ao invés de usar as câmeras de vídeo em tempo real, usarei as fotos projetadas sobre meu corpo. Ficarei sempre mantendo o posicionamento do soldado-aranha entre vocês e a patrulha que em breve estará aqui por perto.
- Isso vai dar certo? (indaga, preocupada, Chin-Mae).
- Espero que sim, embaixadora! Eu nunca fiz isso antes! (informa o supercomputador).
- E por que acha que funcionará? (indago eu, Fernando, muito incomodado com tudo isso).

A patrulha se aproxima e posso ver as luzes dos faróis de três carros vindo em nossa direção e uma moto oficial que vem logo atrás. Estou estático e não acreditando muito que o plano da inteligência artificial dará certo. Mas agora não podemos fazer mais nada. Na estrada não há onde se esconder, somente a noite, a invisibilidade e a sorte poderá nos proteger. Espero que dê certo! Os veículos se aproximam e estamos escondidos atrás do soldado-aranha. Fechei meus olhos, torcendo para não sermos vistos. Fiquei imóvel. Senti os braços de Chin-Mae me apertando mais e seu rosto sendo apertado contra as minhas costas. O corpo dela estava trêmulo e o meu também começou a sentir o mesmo medo daquele momento perigoso. O som dos veículos e os faróis cada vez mais próximos me preocuparam. Enfim, passaram por nós. Eu viro a cabeça para trás e olho para o chão. Neste momento vi algo que me apavorou! Os faróis dos veículos criaram uma enorme sombra do soldado-aranha no chão atrás de nós e também nas árvores próximas. Mordi meus lábios e fechei novamente os olhos, torcendo para que nenhum daqueles soldados norte-coreanos olhasse na mesma direção em que eu estava olhando. Tentei mudar meus pensamentos sobre aquele fato, temendo até que os inimigos pudessem lê-los.

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

Eu estava apavorado com tudo aquilo. Felizmente os três veículos passaram rapidamente por nós e logo depois a moto que vinha atrás também se foi. O nosso robô se reposicionou rapidamente atrás da nossa moto e de nós, para garantir que nenhum deles, olhando pelo retrovisor, pudesse nos ver. Mas aconteceu o que eu temia! O militar da moto reduziu a velocidade e retornou lentamente em nossa direção. Acho que ele também vira a sombra de uma aranha gigante!

-
Estamos com problemas! (informa a voz feminina do supercomputador falando bem baixinho apenas em nossos ouvidos pelo sistema de comunicação auricular). Não sei o que aquele militar pode ter visto que nos tenha denunciado!?!?
- Ele viu a sombra do soldado-aranha! (disse eu, falando baixinho e ainda de olhos fechados).
-
Será? Eu não tinha imaginado isso! (declara a inteligência artificial).

O militar parou longe a motocicleta e foi girando lentamente o guidão da moto para posicionar os faróis por toda a extensão da estrada. Ele conseguiu ver novamente a enorme sombra do soldado-aranha projetada no solo da estrada e também nas árvores ao fundo. Percebeu de longe até mesmo o leve movimento de uma das patas do grande robô se erguendo lentamente e baixando novamente para se reposicionar de frente para ele. Muito parecido como faria uma aranha real quando percebe a sua vítima muito próxima dela! O militar saca a sua arma e aproxima-se lentamente a pé agora em direção ao objeto invisível que projeta uma sombra assombrosa. Inesperadamente o forte farol da moto inimiga se apaga. O militar norte-coreano arregala os olhos e vira-se para trás. Ele está muito preocupado agora porque a tal aranha gigante poderia atacá-lo e ele nem veria o que aconteceu. Apavorado volta-se correndo em direção à motocicleta, desesperado para religar seu veículo!

-
Não digam nada! (declara a inteligência artificial). Vou mudá-los de lugar agora!

O norte-coreano ouve diversos sons, de onde ele vira a estranha sombra. São passos rápidos andando pela estrada. Depois de diversas tentativas trêmulas e nervosas o pobre homem consegue finalmente ligar o farol da moto. O militar, ainda arregalado de medo, gira rapidamente o volante em todas as direções na tentativa de nos localizar com a forte luz do farol, mas felizmente para nós e para ele, nada estava visível ali por perto. O soldado-aranha não queria matá-lo para não chamar a atenção de outros inimigos na região. O militar sobe apressado na moto e volta a pilotar na estrada na mesma direção para onde ele ia, antes de parar quando nos viu! Sem entender muito bem o que aconteceu, Chin-Mae indaga sobre todo o evento:

- O que aconteceu aqui, Fernando? Como o farol da moto dele se desligou sozinho? Como nossa moto flutuou no ar e viemos parar aqui fora da estrada e dentro deste enorme buraco?
-
Eu enviei um dos insetos artificiais invisíveis para desligar o farol da moto! (declara a voz feminina do supercomputador).
- Calma, embaixadora! Tudo aconteceu porque temos um enorme robô invisível que está nos dando cobertura! (declaro eu a ela).
-
Está na hora de Chin-Mae me conhecer como sou realmente, Fernando! (informa a voz feminina da inteligência artificial).

O soldado-aranha se ilumina suavemente com um tom escuro para que ninguém consiga ver de longe aquele corpo robótico. Chin-Mae olha para cima e para todo o recurso tecnológico e impressionante da alta tecnologia brasileira à nossa disposição! Aquela mulher desce da garupa da moto e fica deslumbrada com o que vê! Ela sorri levemente e declara:

- Você nos carregou até aqui, enquanto aquele militar corria desesperado com medo de sua sombra?
-
Exatamente, embaixadora! (responde o supercomputador brasileiro).
- Fernando! Se tivesse me falado sobre todos estes recursos antes, eu não teria ficado tão preocupada com esta missão desde o início! Com este enorme robô, não temos como fracassar!
-
Não esteja tão certa disso, embaixadora! (alerta o supercomputador). Os perigos são enormes, ainda não finalizamos a missão e depois disso teremos muitas dificuldades em sair deste país quando os bombardeios aliados começarem. Se estivermos por azar próximos a algum alvo militar norte-coreano, poderemos rapidamente fazer parte das baixas de guerra e atingidos pelo chamado "fogo amigo"!

Enquanto ela continua apreciando a vista maravilhosa e ameaçadora do soldado-aranha, o inseto artificial que estava sobre o enorme robô também fica visível para ela e logo depois o outro inseto alado também o faz, enquanto retorna da missão de apagar o farol da moto inimiga. Ele pousa visível sobre o corpo do monstro de seis pernas junto do outro inseto. Chin-Mae alarga seu sorriso ao ver a equipe completa. Uma imagem que mais parece de conto de fadas ou de um filme de ficção!

- Vamos sair deste buraco e derrubar aquela torre, pessoal! (declara Chin-Mae confiante do sucesso na missão, enquanto sobe de volta na garupa da moto).

O soldado-aranha e os insetos voltam a ficar invisíveis enquanto a moto começa a flutuar novamente em pleno ar, carregada de volta para a estrada pelas poderosas garras do robô gigante! Voltamos a viajar pela noite escura e praticamente deserta à frente. Do interior de meu capacete especial posso ver a estrada, a paisagem e até pequenos insetos que voam por todos os lados, graças ao incrível visor infravermelho disponível. Em menos de trinta minutos, sem sermos novamente incomodados por qualquer outro grupo militar norte-coreano, passamos por cima da ponte que cruza o rio Taedong e finalmente chegamos até os limites da estrada. Daqui para frente precisaremos ir a pé até bem perto da torre de transmissão. Descemos da moto e, ainda usando nossos capacetes, observamos ao longe a estrutura metálica, o nosso objetivo, que está a uns oitocentos metros de distância, morro acima. A subida não é tão íngreme, mas as patas do soldado-aranha não foram feitas para este tipo de terreno. Elas são robustas para absorver o peso do enorme corpo em locais planos, subidas leves e zonas lamacentas, quando afunda.

- É! Vamos subir! (convida-me Chin-Mae).
-
Pessoal! Apressem-se! O barco invisível norte-coreano já deve estar bem próximo da foz do Rio Taedong! (comenta o comandante brasileiro do turno da noite via sistema auricular).

Eu e a embaixadora escondemos a moto atrás de uma rocha ali perto e começamos a subir. O soldado-aranha está nos seguindo, mas suas patas continuamente escorregam fazendo barulho e arrancando pequenos pedriscos que se precipitam morro abaixo. Nas laterais das patas do enorme robô existem lâminas que ajudam um pouco a não escorregar, mas elas não são suficientes para dar-lhe a mobilidade que eu e Chin-Mae temos. Os insetos artificiais voaram cada um numa direção e estão observando a região ao redor para nos proteger. Lentamente chegamos bem perto da torre de transmissão quando o supercomputador nos informa sobre um novo perigo:

-
Estou detectando a presença de um único militar tomando conta do nosso alvo. Ele está armado, mas relaxado. Ninguém ainda sabe que estamos por aqui. Podemos pegá-lo de surpresa, mas o soldado-aranha não conseguirá acertá-lo a distância! Não consigo estabilizá-lo o suficiente neste terreno para um bom tiro. O tempo está passando e não podemos mais esperar!

- O que faremos então? (indago eu ao supercomputador).

Quando retorno o olhar para Chin-Mae percebo que ela continua subindo rápido morro acima. Através do sistema de comunicação auricular eu a chamo de volta.

- Volte aqui, Chin-Mae! Não podemos ir até lá sozinhos e desarmados! É muito perigoso!

Ela simplesmente ignora meu comentário e segue morro acima, decidida a finalizar a missão a qualquer preço. Eu saco a minha arma e também acelero meu passo para alcançá-la e ajudá-la como for possível. Lentamente e abaixados, caminhamos quase como um predador com muito cuidado até chegarmos bem perto do soldado norte-coreano, que está armado com um rifle. Ainda estou um pouco mais atrás da embaixadora, que mostrou uma grande desenvoltura para subir morros!

- Vá mais devagar Chin-Mae! Não consigo acompanhá-la de perto!

Ela olha para trás, ainda usando o capacete com infravermelho. E então o retira, abandonando-o no chão para a minha mais completa surpresa.

-
O que está fazendo? Coloque de volta este capacete! (ordeno em vão).

Chin-Mae se levanta do esconderijo e começa a andar calmamente na direção do soldado.

- Computador...! Ela ficou louca...! Só pode ser...! (digo eu à inteligência artificial).
-
Vou enviar os insetos artificiais para tentar protegê-la, mas pode não ser suficiente! Daqui onde estou não poderei acertar com precisão o soldado norte-coreano.
- Será que ela está se sacrificando para eu terminar a missão? (indago eu ao supercomputador). Chin-Mae! Não faça isso! Nós conseguiremos resolver tudo com mais calma! (digo eu a ela, em vão, novamente).

A embaixadora está decidida a resolver esta situação sozinha! De longe percebo que o soldado já a avistou e aponta-lhe a arma ameaçadoramente. Chin-Mae ergue uma das mãos e grita algo em coreano a distância para o militar inimigo. Felizmente o computador vai traduzindo tudo para mim através de ponto:

- Pare onde está! Esta é uma zona proibida para civis! (declara o soldado à embaixadora que, assim como eu, usa roupas do povo local).
-
Olá, soldado! Eu perdi meu cachorro! (informa Chin-Mae, gritando para ele). Eu ia matá-lo para comer, pois não resta mais nenhuma comida disponível em minha casa. O senhor viu meu cão passando por aqui?
- Saia daqui! Não tem nenhum cachorro por perto! (grita novamente o soldado, que engatilha seu rifle, ameaçando atirar na embaixadora).
- Não posso voltar para casa se não encontrar meu cão! Estou morrendo de fome! Pode me ajudar a encontrá-lo?
- Não posso te ajudar! Tenho a missão de não me distrair com nada, senão serei morto pelo meu superior! E você está atrapalhando!

Ela chega cada vez mais perto do soldado sem demonstrar medo.

- Se me ajudar a encontrar o cachorro posso dividi-lo com você! Aposto que também está com fome aqui sozinho por tanto tempo?

O soldado nada comenta sobre o assunto e lentamente vai abaixando a sua arma, porque aparentemente se solidarizou com a mulher. Chin-Mae chega bem perto e dá um doce sorriso ao soldado. Isso o comove de vez e ele responde então a questão:

- Sim! Também estou com fome! Não como nada desde ontem! Sabe para onde o cachorro foi?
- Sei sim! Ele correu aqui para cima e chama-se Kim Jong-un! Você o viu?

Espantado com a informação da mulher o soldado arregala os olhos e a indaga sobre o assunto:

- Seu cão tem o mesmo nome de nosso líder supremo?
- É! Eu achei que era adequado, porque os dois merecem morrer! (responde Chin-Mae).

Escondido ali perto eu, Fernando, estou ouvindo a conversa e agora tenho certeza de que ela será morta. Mas para meu espanto o soldado dá uma enorme gargalhada, fechando os olhos já espremidos. Chin-Mae aproveita a ocasião descontraída, chega bem perto dele e comenta o fato:

- Você é legal, soldado! Por isso não vou matá-lo!

O militar para imediatamente de rir! Olha assustado para ela e tenta apontar novamente seu rifle para a embaixadora, que com uma mão afasta o movimento da arma para longe de seu corpo e com a outra mão desfere um forte soco no nariz do pobre rapaz que cai ao solo e desmaia imediatamente. Chin-Mae olha para baixo em minha direção e acena para eu subir até ali.

- Venha para cá, Fernando! (requisita ela).

Impressionado com o que presenciei, subo correndo até ela e pego o capacete que ela abandonara no caminho:

- Você sempre me pareceu tão doce e pacifista, como fez isso com o pobre rapaz?
- Para ser pacifista é preciso aprender a lutar bem, para que nossos inimigos não nos confundam com alguém fraco e fácil de ser exterminado. Quem deseja a paz precisa mostrar primeiro que pode vencer seu oponente. Depois falamos de paz!

Nós olhamos para baixo e lá estava o soldado-aranha, chegando com muita dificuldade cada vez mais perto de nós. Entre cada escorregão de suas patas, poeira e pedrinhas são arrancadas do solo rochoso local.

-
Daqui, onde meu soldado-aranha se encontra, já posso destruir os circuitos de transmissão dos dispositivos nucleares (informa a voz feminina do supercomputador). Afastem-se! Vou usar a arma eletromagnética. Fiquem atrás de mim para que os dispositivos eletrônicos que vocês utilizam não se estraguem após o meu disparo!

Eu e Chin-Mae nos desviamos do corpo do militar inimigo caído no chão e nos dirigimos para trás do soldado-aranha que fica ligeiramente visível para nos guiar. De cima daquele corpo enorme do nosso robô, ergue-se uma placa em forma de disco, onde abaixo dela estão disponíveis diversos tipos de armamentos. Tais armas se rotacionam rapidamente e quando param, o chamado "canhão eletromagnético" fica apontado para a torre de transmissão. Um silencioso pulso é disparado. Nada ouvimos a não ser um forte arrepio de todos os pelos de meu corpo!

- É só isso? (indaga a embaixadora).
-
Sim! Vamos embora daqui! (informa o supercomputador brasileiro). Já terminamos a nossa missão! Mas antes vou derrubar esta torre para evitar que seja novamente utilizada.

Enquanto todos nos afastamos do lugar Chin-Mae retorna para arrastar para longe o corpo do soldado norte-coreano desmaiado. Eu olho novamente para trás e indago a ela:

- O que está fazendo agora?
- Ele está muito perto da torre de transmissão. Se não o tirarmos daqui ele poderá se ferir!

------------------------------------------
- Mas ele já se feriu! Você o pôs a nocaute!
- Não precisamos matá-lo, Fernando! Ele gargalhou quando disse que meu cachorro chama-se Kim Jong-un. Este é um bom homem!

Eu retorno para ajudá-la a afastar o soldado inimigo dali. O nariz dele sangra muito. Em poucos minutos estamos numa distância segura da torre e o soldado-aranha faz a sua mira para derrubar com projéteis a metálica estrutura! Uma grande rajada de balas é disparada na base da torre de transmissão inimiga. Lentamente ela vai se dobrando e finalmente cai. Via radiocomunicação, nosso comandante de controle do barco invisível lá em Brasília dá o aviso do sucesso da missão nuclear ao almirante Figueiredo.

- Senhor! Conseguimos! A torre inimiga foi destruída. Podemos avisar nossos aliados para iniciar a invasão.

- Dê os meus parabéns a todos os membros de sua equipe, comandante. Vou informar imediatamente a situação aos aliados. Saiam daí o mais rápido possível. A coisa ficará complicada quando os bombardeios iniciarem.

-------------------------------------
Capítulo
Anterior

Próximo
Capítulo

----------------------------------
COMENTE SOBRE
ESTE LIVRO
CLICANDO AQUI