O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

Lá estou eu entrando novamente num avião militar. Agora vou em direção ao Aeroporto Internacional de Val-de-Cães em Belém do Pará e já na foz do Oceano Atlântico. Ainda no corredor do avião caminho à procura de meu assento. Há muitos militares em meu caminho. Este voo está excepcionalmente cheio de militares. O número do assento é 53. Vou observando os números indicativos nas poltronas enquanto caminho: 41..., 45..., 49..., 53... Cheguei...! Ops...! Essa não...! Ficarei ao lado da embaixadora da Coreia do Sul no Brasil! Ela sorri docemente para mim. Seus olhos lindos fitam diretamente os meus. Sinto que já estou flutuando nas nuvens, mas na verdade o avião nem decolou! Ela me cumprimenta:

- Olá, Fernando! Bom dia!
- Ahhh...! Bom dia, senhora! Como passou a noite anterior no hotel?
- Tudo bem, Fernando! Não o vi circulando pelo hotel ontem à noite. Onde esteve?

Enquanto ajeito minha mochila no compartimento superior às nossas cabeças, respondo à pergunta de Chin-Mae:

- Eu? Estava em meu quarto! As acomodações da embarcação militar não são exatamente cinco estrelas. Estava com meu sono atrasado e também com um trabalho para finalizar! Tive que dividir o tempo disponível entre uma coisa e outra. De qualquer modo consegui colocar ambos em dia. Agora tenho que me preparar para os detalhes desta missão.
- Não se preocupe comigo, Fernando! Não quero atrapalhar seu trabalho!
- Ohhh...! Não, madame...! Não quis dizer que tenho que fazer isso exatamente agora...! Na verdade eu farei tal coisa durante a viagem de barco. Agora eu gostaria de conversar com a senhora para conhecer mais sobre seu país.

Eu me sento na poltrona, ao lado da embaixadora. Ela aproxima seu rosto de meu ouvido direito para me falar baixinho e em segredo:

- Espero que não queira falar sobre nosso destino! Não acho aconselhável falarmos em público sobre a missão!
- Ahhh! Claro! Claro! Eu quero que me conte mais sobre a Coreia do Sul! Costumes...! Hábitos populares...! Hobbies do povo...!
- Percebeu que você não está mais espirrando perto de mim? (relembra a embaixadora).
- É...! Parece que melhorei...! A senhora não está usando hoje...
- Não estou usando perfume hoje! Passei apenas um creme de pele sem odor. Percebi ontem que tem alergia a perfume! E como será meu cicerone pelos próximos dias, achei melhor tornar a sua viagem mais agradável.
- Puxa! Obrigado, madame! É muita gentileza sua se preocupar com meu bem-estar!
- Espero que possa me retribuir este favor um dia!
- Hã...! Claro que sim...! Quando precisar...! Estou aqui para ajudá-la, madame.
- Fernando! Você pode me fazer um favor?
- Claro, madame! O que deseja?
- Que não me chame mais de madame! Isso me incomoda! Sinto-me mais velha e distante das pessoas que me tratam desta forma. Afinal, sou apenas um pouco mais velha do que você! E como ficaremos juntos por vários dias, prefiro que não me trate mais desta forma.
- E como devo chamá-la então, senhora?
- Eu lhe trato pelo nome! Gostaria que fizesse o mesmo por mim!
- Ahhh! Ok...! Chin-Mae! É um belo nome!
- A sonoridade dos nomes orientais não são muito agradáveis aos ouvidos latinos! Nossa língua é muito diferente da de vocês e, portanto, a comunicação é a principal dificuldade entre nossos povos. Quando comecei a compreendê-los melhor, percebi que existem muitas coisas interessantes no povo brasileiro.

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

- É mesmo? Como o quê, por exemplo?
- Bem! Vocês são muito alegres, festeiros, profissionais e criativos! A comida brasileira é muito variada e saborosa! Jogam muito bem o futebol, o voleibol, o judô e são excepcionais no desenvolvimento agrícola, genético e tecnológico. A música nacional é incrível! Adoro samba! Gosto muito também dos sons antigos de vocês como Dorival Caymmi, Bezerra da Silva, Roberto Carlos e outros. Os brasileiros são um povo inesperado!
- Ohhh! É muito bom saber que o Brasil tem tal reconhecimento internacional (comento eu, Fernando). Temos realmente nos destacado em diversas áreas!
- É verdade! E vejo que na área tecnológica vocês estão lentamente superando os norte-americanos! Afinal, não é todo dia que missões tão importantes quanto esta se tornam tão dependentes de um país estrangeiro como o Brasil. Seu governo nem sequer faz parte do grupo de aliados-padrões dos Estados Unidos durante conflitos. Vocês nos impressionaram muito com a exigência americana pelo seu barco brasileiro na linha de frente e como o pivô que deflagrará o início do conflito final coreano.
- Sim! Eu também não sabia que nossos cientistas e pesquisadores estavam indo tão longe! Fiquei surpreso com tudo isso!
- O Meu governo, o da Coreia do Sul, está muito interessado em conhecer mais detalhes desta embarcação.
- Bem, senho..., quero dizer, Chin-Mae, infelizmente este projeto não poderá ser divulgado pelos próximos quinze anos. É algo secreto e meu país tem diversas missões programadas para ele, antes que possa estar disponível como uma informação mais detalhada sobre seu funcionamento, tanto para o público como para outros governos.
- Entendo! Fernando! E quanto ao seu trabalho? Já trabalhou em outros empregos antes desse?
- Sim, mada.... Chin-Mae...! Desculpe-me...! Vou levar um tempo para me acostumar com isso...! Trabalhei em outros empregos menores antes de ser contratado pela marinha. Em meu último emprego, o dono tinha contatos navais e ficou sabendo que precisavam de um bom profissional em minha área. Como meu contrato era temporário e não seria renovado, porque eu apenas cobria uma licença maternidade de outra colega, fui indicado para este cargo que hoje ocupo.
- Quem bom que estava no lugar certo e na hora certa!
- É parece que esta é a história de minha vida! As coisas boas sempre acontecem comigo! Estou satisfeito neste novo emprego! São muitos benefícios, mas o principal é poder fazer algo útil para a sociedade, mesmo que meu trabalho não possa ser reconhecido nos próximos anos!
- Que bom que não está chateado com isso! É preciso ser muito profissional para dedicar-se tanto assim ao trabalho!
- É! Sou extremamente profissional e procuro não deixar que meus sentimentos pessoais interfiram no resultado final de meu trabalho. É por isso que cheguei até aqui e é por isso que meus superiores estão sempre elogiando as conclusões finais a que chego.
- Isso é bom! Mas os sentimentos são uma parte importante em nosso trabalho também! Sem eles corremos o risco de sermos tão imparciais que podemos ser confundidos com alguém que não se importa com o que acontece ao nosso redor. Muitas vezes um trabalho precisa não só da paixão pessoal, mas também de uma dose de atuação pessoal! O quanto devemos interferir..., fica a critério de cada um.
- Em meu trabalho, Chin-Mae, é preciso imparcialidade para olhar para a história com intuito exclusivamente profissional. Se bem que em minha última missão acabei sendo um tipo de protagonista inesperado que acelerou o final das coisas.
- O almirante falou muito bem de você. Ele disse que leu os relatórios diários dos membros da missão anterior e achou sua atuação inesperada e exemplar. E pelo que entendi você estava tentando apenas fazer seu trabalho quando acabou participando diretamente dos resultados finais.
- É...! Foi involuntário...! Fui envolvido por estar no local que se transformou na frente de batalha da missão. Eu esperava apenas colher alguns depoimentos para a minha pesquisa e quando percebi, já tinha me tornado o centro do combate entre nossos militares e o inimigo.
- O almirante disse que você salvou a missão no final! Sem isso o resultado teria sido desastroso!
- É...! Na verdade eu tive a ideia certa para solucionar o problema naquele momento, mas foi tudo muito inesperado!
- Pelo que vejo, Fernando! Você está sempre na linha de frente! (declara a embaixadora).
- Por que diz isso?
- Quando soube que você seria meu cicerone, queria saber tudo sobre você! Para mim é importante conhecer a pessoa com quem trabalharei, justamente porque se eu precisar de sua ajuda, numa determinada situação, saberei que posso contar com você! Aceitei a sua presença junto a mim porque percebi que naturalmente se sobressai onde quer que esteja e que também se envolve quando isso é necessário.
- Obrigado pelas observações e elogios, Chin-Mae. Mas acho que está enganada! Não me vejo como alguém que se envolve propositalmente. Estou procurando exatamente o oposto nestes momentos.
- Na vã procura pelo oposto do que realmente somos, encontramos aquilo que não esperamos, e que provavelmente é disso que precisaremos para viver.
- Não sei se é verdade o que diz, mas parece que este pensamento sintetiza o que acontece comigo no dia-a-dia. E parece que ao tentar saber mais sobre seu país, acabei falando de mim e das coisas de meu próprio país. Acho que atravessei novamente a linha de frente de minha pesquisa!
- Não! Não atravessou...! Mas quando..., e se atravessar..., eu lhe direi, e quem sabe até lhe agradecerei por isso um dia.

A embaixadora sorri para mim ao dizer tal coisa! Fiquei com dúvidas sobre o que ela quis dizer com isso?!?! Estaria a embaixadora referindo-se a algo pessoal, profissional ou especificamente sobre a nossa missão? Será que esta linda mulher esconde algo em seu passado ou presente que me envolverá de algum modo? Será que isso me prejudicará ou à nossa missão? Lembrei-me da última conversa dela com o almirante Figueiredo quando saíamos ontem da sala. Ela pedira para que evitássemos mortes durante a invasão à Coreia do Norte! Mas a verdade é que nossa função é apenas destruir a torre de transmissão. Caberá aos países aliados atacarem maciçamente com bombas, depois que tivermos atingido nosso objetivo no centro do país. Não sei como evitaremos mortes se estamos indo a uma guerra! Mas se isso for possível, deveriam dar a ela o Prêmio Nobel da Paz, por modificar o conceito de guerra! De qualquer modo há muitos pontos de interrogações flutuando em minha mente neste momento. Caberá à marinha brasileira, que está montando a estratégia de nossa invasão, e aos países aliados, que destruirão os alvos militares inimigos, para tornar possível a pacificação da região. A mim resta documentar tudo o que acontecerá, acompanhando os eventos subsequentes à nossa missão pelo lado interno da Coreia do Norte.

Marcelo Henrique
como jornalista Fernando Dias

Andréia Mayumi
como Embaixadora Chin-Mae

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