O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

Brasil. Em uma das cadeias da polícia de fronteira brasileira. Um policial abre a porta de uma das celas e fala ao único homem que estava ali deitado num banco estreito de madeira, num dos cantos do interior do lugar.

- Ruarez! Visita para você! (fala grosso o policial).

Sem se levantar dali e com o rosto voltado para a parede o prisioneiro responde:

- Visita?!?! (indaga, estranhando, o meliante). Não quero receber ninguém! Vá embora! Só quero ficar aqui no meu canto.
- Você tem poucos direitos aqui neste lugar! (declara o policial). Um deles é ter a visita de um advogado! Então, vê se se levanta logo porque eu não vou pedir novamente!

- Advogado?!?! Eu não pedi um advogado! Não quero ser solto!
- O estado não vai te sustentar o resto da vida, vagabundo! Levanta logo daí!

O sujeito, todo cabeludo e barbudo, levanta-se lentamente e em poucos minutos ele entra pela porta da sala onde o tal advogado o espera. Ruarez olha tudo ao redor e vê que o ambiente é bem simples, assim como todo o local da delegacia dali. No meio da sala há uma mesa estreita e duas cadeiras onde numa delas está um sujeito de aparência não muito agradável e de expressão que gera pouca confiança. Mas também... não podemos esperar grande coisa mesmo! Afinal, é um advogado de porta de cadeia! O rosto de Ruarez está ligeiramente na penumbra porque a lâmpada do ambiente está pendurada por um fio de energia vindo do teto com um lustre bem simples que impede que da metade para cima da sala a luz ilumine.

- Quem te mandou até aqui? (questiona Ruarez ao tal advogado). Não quero advogado!
- Sente-se, Ruarez! Vamos conversar.
- Podemos conversar, mas eu não preciso de advogado! (declara o prisioneiro).

Ele se senta e agora seu rosto é finalmente iluminado. Podemos perceber que este é aquele único traficante que sobreviveu ao encontro com o barco invisível no meio do Rio Solimões, quando vários colegas dele foram mortos pelo ataque militar contra as lanchas que vinham do Peru para o Brasil. Ele fora salvo quando subiu dentro do barco da polícia de fronteira.

- Por que está agindo assim, Ruarez? O que aconteceu com você? (indaga o advogado).
- Quem te enviou aqui?

O advogado olhou ao redor, para os dois lados, confirmando que não havia ninguém ali perto. Ele aproxima seu rosto ao do prisioneiro e fala-lhe baixinho próximo ao ouvido de Ruarez:

- As FARC querem saber o que aconteceu com o cartel de drogas peruano! Querem saber por que apenas você sobreviveu?
- Apenas eu? Os outros morreram?
- Sim! Um ainda está desaparecido. Ninguém o encontrou! Por que só você sobreviveu?
- Quem está desaparecido?
- Pedro! Ninguém ainda o encontrou! Vou perguntar mais uma vez: por que só você sobreviveu?

Ruarez olha para o lado, virando o rosto para não encarar o advogado de frente. Ele titubeia porque não deseja falar sobre o assunto. Parece apavorado com algo, transtornado com o ocorrido.

- Não quero fal ar sobre este assunto! Não quero sair daqui! Sinto-me seguro em terra e longe daquele rio maldito!

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

- Do que está falando homem? Estava tudo normal até poucos dias atrás. O cartel iria invadir o Brasil e dominar várias cidades locais! O que aconteceu na tríplice fronteira?

Ruarez agora, ainda mais inseguro, balança-se um pouco na cadeira, continua olhando de lado, sem encarar de frente o advogado, e enfim..., nada responde.

- Se não me disser o que está acontecendo..., as FARC acharão que você matou todos os outros do bando!
-
EU? EU NÃO MATEI NINGUÉM! NÃO FUI EU, TÁ LEGAL? (grita, nervoso, o prisioneiro).
- Calma, Ruarez! Se não foi você, quem foi? Por que está protegendo esse cara?
- Você não estava lá! Não sabe o que aconteceu...! É um monstro...! Um fantasma...! Uma assombração...!
- Do que está falando agora, homem? Explique direito! (exige o advogado).

- Tudo começou com nosso informante que estava num barco superlotado que naufragou..., naquele... rio! Ele tentou ligar para nosso líder..., mas foi morto logo depois. Alguma coisa... invisível... o agarrou..., ergueu-o em pleno ar pelo pescoço e... atirou nele...!
Três vezes, cara! Três vezes! A coisa invisível atirou três vezes...! Acredita nisso...? Logo depois o arremessou em pleno ar em direção ao rio...! Nenhum homem tem tanta força assim...! Nosso informante foi devorado pelas piranhas em poucos minutos!

- Está me dizendo que alguma coisa invisível, ou do além, fez isso com ele?
- É...! Isso mesmo! (afirma Ruarez).
- E espera que eu acredite nisso?

- Você não precisa acreditar. Eu sei a verdade! Nosso contato estava acompanhado de um amigo, que nos contou tudo isso em detalhes por telefone. Ele se escondeu no mato e também viu a imagem do fantasma, de aparência terrível no momento em que... a coisa... o segurava em pleno ar!

- E você acreditou nisso?
-
Tem mais...! Muito mais...!
- Então me conte...! O que mais aconteceu?

- Horas depois..., estávamos todos em nossas lanchas...! Íamos invadir este país...! Foi quando aconteceu... Todos os barcos foram virados dentro d’água com violência. Ouvimos o forte impacto das lanchas contra algo que parecia uma muralha metálica invisível! Eu até bati minha cabeça com força contra a lateral da lancha em que eu estava, mas não desmaiei ao cair na água! Depois um por um de nossos homens foram assassinados por tiros que vinham do céu! Era um tiro..., um morto...! Tudo sequencial, sem dó, nem piedade...! Eu e mais quatro colegas nos agarramos ao redor do barco da polícia de fronteira que acabara de chegar ao local. Eles apontavam suas armas para nós, nos ameaçavam! Mas eu estava com mais medo da coisa na água! Nem ouvia os milicos brasileiros! Todos os meus sentidos voltaram-se para a água. De repente... meus quatro colegas foram violentamente puxados para baixo...! Afogaram-se ali mesmo..., na minha frente! Não esperei que os policiais pedissem! Rapidamente entrei no barco e me encolhi no fundo para não ser pego pelo fantasma. Foi assim que vim parar aqui!

- Esta história é muito louca! Mas tenho que dizer que outros informantes disseram a mesma coisa sobre a morte de seus colegas.
- Foi o fantasma, não foi?

O advogado olha para ele e conta a história dos outros traficantes.

- Em Tabatinga foram todos mortos. A tal... criatura... foi assim descrita por diversos moradores que acompanharam tudo pela janela. Um estranho sujeito de motocicleta estava sendo protegido por algum tipo de fantasma, que atirava apenas nos traficantes da cidade. Um por um foi morto. Um deles inclusive estava escondido no andar de cima de uma residência e a... criatura... nem o viu, mas deu um tiro contra muros e paredes e acertou o pobre coitado que estava bem escondido. Até o líder do cartel também foi morto. Os traficantes o cercaram e atiram com bazucas, todos juntos contra a... criatura... Ela não morreu... e ainda matou todos eles logo depois. Depois o tal estranho sujeito da motocicleta também desapareceu.

- Morreu mais alguém na cidade? Ou foram apenas nossos homens? (indagou Ruarez).
- Dois policiais que faziam parte do esquema, quase morreram. A criatura... atirou uma granada contra eles.
- E quanto aos outros que ficaram no acampamento no Peru?
- A mesma coisa! Todos mortos com tiros de forma muito suspeita. Foi lá que o Pedro sumiu! Ninguém mais soube nada dele. Agora só restou você!

- Este fantasma mata apenas traficantes de drogas. As balas vêm do céu! Deus está nos punindo!
- Deixe de dizer bobagens, Ruarez. Deus nunca se preocupou com isso por toda a história humana! Por que acha que agora Ele resolveria acionar um fantasma para isso?

- Eu não sei! Eu não sei de nada. Só sei o que vi e ouvi! Diga ao pessoal das FARC para ficarem longe do rio!
- Os rios são nosso meio de transporte no meio desta floresta, Ruarez. Deixar de usar os rios impediria que a droga chegasse até os povoados da região. Estamos com problemas para substituir o cartel aniquilado. As pessoas estão com medo de trabalhar para nós na tríplice fronteira.

- Faça-me um favor: não me defenda! Dê um jeito da promotoria me condenar à prisão perpétua!

- Não diga besteiras, Ruarez! Você não foi pego em flagrante! Não foi acusado diretamente por nada. Seu único crime foi o de estar na lancha do cartel. Podemos alegar que você foi obrigado a participar. Pegará no máximo poucos anos de cadeia! Com bom comportamento ficará apenas meses preso. Mas se eu acionar as pessoas certas... você ficará apenas mais alguns dias presos e depois irá trabalhar conosco nas FARC.

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- NÃO! NÃO VOU VOLTAR PARA A BEIRA DAQUELE RIO NUNCA MAIS! (grita Ruarez, já se levantando novamente da cadeira). GUARDAS...? GUARDAS...? QUERO VOLTAR PARA A MINHA CELA...! GUARDAS...?

O guarda entra na sala e dá uma bronca no prisioneiro:

-
Ehhh...! Vamos parar com esta gritaria...? Tá querendo levar uma surra, prisioneiro?

O advogado observa a cena patética daquele traficante apavorado sendo conduzido de volta à cela. Ele morde os lábios, pensando no que irá dizer agora aos guerrilheiros que o contrataram. O policial segura num dos braços de Ruarez, torcendo-o para trás, para imobilizá-lo e agora fita diretamente o advogado, que lhe faz um sinal de cabeça, balançando-a de forma afirmativa que é prontamente repetido pelo policial. Aparentemente advogado e policial se conhecem, e aquele sinal poderia gerar consequências desagradáveis para a vida de Ruarez na prisão.

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