O BARCO INVISÍVEL MISSÃO NUCLEAR Vol. II
Cine-Book é um projeto cultural que reúne a dramaturgia, a criação de trilhas e canções e que agrega ao livro um trailler, pequenos vídeos distribuídos pelos capítulos e um vídeo-clip da trilha sonora exclusiva. Este material transforma parte do livro em audiovisual, assemelhando-o a um filme e ainda ajuda a divulgar novos atores e cantores.
Este livro foi registrado na Biblioteca Nacional em nome do autor e está disponível gratuitamente para leitura apenas aqui neste site
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
VIVENDO NA CADEIA

CAPÍTULO XXIII
EM TERRITÓRIO INIMIGO

CAPÍTULO II
O CONCEITO DA GUERRA

CAPÍTULO XXIV
EU, ROBÔ

CAPÍTULO III
A INVASÃO DA BASE SECRETA

CAPÍTULO XXV
ARMADILHAS NO TAEDONG

CAPÍTULO IV
REUNIÃO PARA A GUERRA

CAPÍTULO XXVI
CAÇA E CAÇADOR

CAPÍTULO V
INFILTRANDO-SE NAS FARC

CAPÍTULO XXVII
O RETORNO DO FANTASMA

CAPÍTULO VI
VIAJANDO DE AVIÃO

CAPÍTULO XXVIII
NA TEIA DO INIMIGO

CAPÍTULO VII
A CAMINHO DO INFERNO

CAPÍTULO XXIX
CADEIA NACIONAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XXX
CONSPIRAÇÃO

CAPÍTULO IX
LEMBRANÇAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXI
PASSEANDO NO INFERNO

CAPÍTULO X
CONFRATERNIZANDO

CAPÍTULO XXXII
A INTELIGÊNCIA É ARTIFICIAL

CAPÍTULO VIII
DE VOLTA AO LAR NAVAL

CAPÍTULO XI
SEGREDOS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIII
O ATAQUE FANTASMA

CAPÍTULO XII
MANUTENÇÃO EM ALTO-MAR

Agora eu, Fernando, a embaixadora e os cabos Sabino e Everardo chegamos finalmente ao Aeroporto Internacional de Val-de-Cães, no Pará, que fica bem perto da foz do Rio Amazonas. Ao sair do avião pudemos notar o ar abafado e bem úmido da região. Começo a suar imediatamente. Sabino e Everardo caminham juntos na saída do avião militar e conversam discretamente sobre a nova missão e sobre o que farão nos próximos dias. Eu e a embaixadora, Chin-Mae, também saímos juntos do avião. Continuamos conversando sobre diversos assuntos até que chegamos à saída do aeroporto, onde um carro militar já nos aguarda. É uma van de grande porte. Ainda bem, por isso! As malas e mochilas de nós quatro juntos ocupam um considerável espaço! Mas incrivelmente a embaixadora leva apenas umas poucas roupas numa pequena mala e mais uma mochila, que até se parece um pouco com a minha! Dentro do veículo cumprimentamos o motorista que nos disse que estávamos muito próximos do píer onde nosso barco Stealth nos aguardava. Ele aproveitou e nos fez algumas recomendações:

- O almirante Figueiredo ordenou que vocês embarquem o mais rápido possível. O cronograma está atrasando! Nós isolamos toda a região onde se encontra a embarcação que os levarão em sua próxima missão. Alguns moradores, que utilizam diariamente os piers, reclamam de nossa permanência no local. Se precisarem de mais alguma coisa que não constava da lista original que nos enviaram antecipadamente, peçam agora, porque não haverá uma nova oportunidade.

Nenhum de nós se pronunciou a respeito! Estávamos todos prontos para aquela missão! Em pouco tempo chegamos ao tal píer! E lá estava, em todo o seu esplendor, o nosso barco invisível, agora totalmente visível, para que todos pudessem notar as linhas angulosas, a cor azul-marinho profundo, a porta aberta e as escadas disponíveis para acesso que pareciam ser um convite tentador. Minha adrenalina aumenta! Inesperadamente para mim sinto saudades dos dias anteriores em que estive participando da última missão! Apesar de todo o desconforto interno, e algumas surpresas não muito agradáveis, sinto que lá dentro é um lugar em que me sinto seguro. Agora porei novamente tal sentimento à prova!

CAPÍTULO XXXIV
INVASÃO E EVASÃO

CAPÍTULO XIII
VOLTANDO AO INFERNO

CAPÍTULO XXXV
FOGO AMIGO

CAPÍTULO XIV
SOBREVOANDO O PANAMÁ

CAPÍTULO XXXVI
ASSUMINDO A ASSESSORIA

CAPÍTULO XV
AS FARC NO BRASIL

CAPÍTULO XXXVII
HOLOCAUSTO DIVINO

CAPÍTULO XVI
VIAGEM PELO PACÍFICO

CAPÍTULO XXXVIII
PULVERIZAÇÃO

CAPÍTULO XVII
O MENSAGEIRO DA MORTE

CAPÍTULO XXXIX
A ORDEM ESTABELECIDA

CAPÍTULO XVIII
O PACÍFICO VIOLENTO

CAPÍTULO XL
O RETORNO DO SOLDADO

CAPÍTULO XIX
O ATAQUE DO EXÉRCITO

CAPÍTULO XLI
NOTÍCIAS DO FRONT

CAPÍTULO XX
A INVASÃO DA COREIA

CAPÍTULO XLII
O ÚLTIMO CAMPO

CAPÍTULO XXI
BASE AMERICANA NO BRASIL

CAPÍTULO XLIII
FUNCIONÁRIO-FANTASMA

CAPÍTULO XXII
PERDIDOS NA FLORESTA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

Em meio a uma guerra, estar no interior de uma embarcação naval, mesmo sendo ela invisível, não deverá ser algo muito bom. Conjecturas à parte, pude notar diversos marinheiros trabalhando próximos à nossa embarcação. São soldadores, engenheiros, mecânicos e militares que empurram carrinhos com dispositivos e equipamentos em todas as direções.

- Puxa! Que barco incrível! (declara a embaixadora, Chin-Mae).
- Sim! O visual é incrível, não é mesmo? (declaro eu, Fernando).
- Ele lembra os barcos Stealth americanos! (relembra ela).
- Sim! Ele utiliza o mesmo princípio, o que o torna invisível aos radares inimigos.
- Estou ansiosa para conhecê-lo internamente! (declara sorridente a embaixadora).

Agora, quando nos aproximamos da escada de acesso, aparece lá em cima na porta de entrada um dos quatro soldados que também nos encontrou em Tabatinga na missão anterior.

- Olá, pessoal! Bem-vindo ao novo barco militar cinco estrelas para um cruzeiro no Oceano Pacífico!

Eu sorrio para ele e começo a subir as escadas, logo atrás de Chin-Mae. Sabino e Everardo vêm logo a seguir. O soldado, que estava no interior da embarcação, abre espaço, afastando-se da porta para que possamos enfim entrar no barco invisível em direção à área de convivência social. A embaixadora faz uma observação sobre o comentário do soldado:

- Soldado! Não considero nossa missão um cruzeiro! Se falharmos, o mundo inteiro pagará por nosso erro!
- Desculpe-me, embaixadora! Não quis ser indelicado! Estava apenas tentando deixar todos à vontade para a longa viagem.
- Não estou brava, apenas preocupada com o futuro!

O soldado, agora meio sem graça, apresenta as dependências às quais ficaremos restritos nos próximos dias:

- Fizemos algumas alterações que preciso apresentar a todos vocês (informa o soldado que os recepcionou na entrada). Vamos até a cozinha pessoal! Sabino e Everardo! Na base militar secreta de Manaus completamos o combustível da moto que foi utilizada na missão anterior e injetamos o combustível especial para uso dos foguetes de propulsão.

Nós quatro o seguimos até a cozinha onde ele nos apresenta agora a adaptação que fizeram ali para nós:

- Este é o novo freezer que instalamos aqui na cozinha. Tivemos que alterar um pouco as paredes internas do local, mas ao menos tem agora mais espaço para comidas congeladas, o que os sustentará por vários dias adicionais. Nos quartos estão todos os itens das listas que vocês nos requisitaram para esta missão. Os itens estão todos sobre as camas onde também constam os nomes de cada um dos quatro integrantes deste time. Mas estou curioso com um destes itens!

- Você, Fernando, requisitou uma placa de espuma num tamanho e espessura específicos, além de um adesivo especial para
colá-la em algum lugar. Para que é isso?
- A espuma...? É para resolver um problema pessoal...! (declara Fernando).

Sabino e Everardo vão agora para a cabine para se atualizarem sobre os novos recursos do barco.

- Bem! Eu preciso ir embora! (informa o soldado que os recepcionou na entrada). Vocês partirão imediatamente.
Boa sorte a todos!

- Obrigado, soldado! (declara Chin-Mae, a embaixadora, enquanto o jovem rapaz sai apressado da embarcação).

Logo a seguir a porta externa se fecha e as escadas se articulam para manter a embarcação vedada. O motor traseiro, o de popa, começa a funcionar em marcha à ré, afastando o barco invisível do píer instalado junto à margem do rio! Os diversos militares que ficaram na praia observam agora a partida de nossa embarcação. Em Brasília, na base secreta, o comandante Severo se pronuncia através dos alto-falantes do barco invisível e se apresenta à tripulação:

- Bom dia a todos! Bem-vinda a bordo, embaixadora Chin-Mae. Bem-vindos, jornalista Fernando e os cabos Sabino e Everardo. Eu sou o comandante Severo. Nossa missão se inicia agora e é de alta importância e risco! Não vou mentir para vocês! Nossa segurança estará ameaçada, mesmo dentro de uma embarcação com tantos recursos! Quero lembrar que nos infiltraremos no coração de um país hostil, cercados pelo exército e marinha norte-coreanos! Isso significa que correremos um grande risco de sofrer algum tipo de ataque direto e potencialmente fatal. Até agora lidamos contra armamentos leves. Nesta missão teremos canhões, mísseis e torpedos como inimigos. Dois espiões norte-coreanos tentaram invadir nossa base secreta em Brasília para destruir o controle central desta embarcação! Um deles morreu, mas o outro nos disse que o governo de Kim Jong-un iniciaria uma ação de defesa militar em todas as suas fronteiras se a missão deles falhasse! A Coreia do Norte está em alerta militar máximo contra a invasão de seu território! E eles sabem que seremos nós que faremos isso, porque somos os únicos que podemos. Portanto, teremos que ser criativos para conseguir penetrar no território inimigo sem sermos vistos e assim cumprir a nossa missão. Eles nos esperam dentro de quinze dias, mas chegaremos antes disso no local. Temos um tempo curto para poder criar nossa nova estratégia! Qualquer um que tenha uma boa ideia, por favor, me avise. Boa viagem a todos nós! Everardo! Vá para o andar superior e faça um check-up completo em nosso sistema de propulsão a foguete.

- Sim, senhor! Imediatamente! (responde Everardo ao comandante Severo através do sistema de comunicação interno do barco).

Rapidamente o piloto do barco invisível acelera nas águas do rio e faz um itinerário que passa por trás de uma ilha fluvial, disponível ali perto. Isso garante que ninguém da cidade próxima à margem possa ver o momento em que ficamos novamente invisíveis. Sabino e Everardo estão juntos na sala de manutenção finalizando a avaliação dos novos recursos disponíveis para esta missão!

- Everardo! Este novo sistema de comunicação individual auricular é a prova d’água! (informa Sabino). Além disso, tem mais de um canal de comunicação e também é um sistema GPS, o que facilita que tenhamos apoio a distância, porque nosso barco invisível saberá onde nos localizar a todo o momento.

- É mesmo, Sabino! Eu estava vendo aqui que a equipe do barco poderá marcar um ponto de encontro, definindo uma posição GPS, e este equipamento de comunicação nos informará a direção correta para chegarmos até lá! (declara, feliz, Everardo). Isso será muito útil para o final de nossa missão na Coreia do Norte! Agora vou deixá-lo com estes novos “brinquedos”! Tenho que começar os procedimentos para iniciar o acionamento dos foguetes e checar como poderemos utilizá-lo e por quanto tempo!

- Certo, Everardo! Boa sorte com isso! Vamos aproveitar para já testar o novo sistema de comunicação. Use o seu! Farei o mesmo e levarei os outros dois para o Fernando e para a embaixadora.
- Ok! (declara Everardo já o colocando em sua cintura e encaixando o fio pelo interior de sua roupa para posicionar o pequeno fone de ouvido na orelha direita).

Everardo sobe pela escada de alumínio, disponível na própria sala de manutenção, em direção ao andar de cima onde os soldados-aranhas, as quatro motos, o sistema de armas e de propulsão a foguete estão disponíveis. Na base secreta de controle do barco invisível, instalada remotamente em Brasília, o comandante Severo ordena o início de diversos procedimentos junto ao seu pessoal:

- Major Margarida (ela é o piloto do barco invisível)! Mantenha curso o mais curto possível em direção ao Panamá! Temos que ganhar tempo! Quero velocidade máxima. Vamos chacoalhar um pouco, mas não temos escolha. Soldado Carlos! Projete nas paredes externas de nosso barco a imagem da lancha em alta velocidade com as duas garotas a bordo! Soldado João (responsável pelas câmeras externas de vigilância e imagens de satélite)! Fique de olho em qualquer coisa que possa parecer suspeita! Tenente Júlio! Mantenha as armas em stand by! Se alguém quiser nos alvejar teremos que abatê-lo antes de nos localizarem! Estamos marchando para a guerra, senhores, e o inimigo sabe que estamos indo para lá. Mais do que nunca teremos que usar todos os nossos recursos disponíveis para garantir que seremos sempre uma surpresa! Quando eles descobrirem onde estamos..., se descobrirem..., nossa missão já deverá ter sido realizada! Preciso do melhor de cada um de vocês nos próximos dias! Vamos lá pessoal!

No quarto, eu, Fernando, e a embaixadora estamos conversando e guardando os itens de nossa lista de necessidades. Abro o tubo de cola e espalho o adesivo numa das superfícies de minha espuma. A embaixadora, que prestava a atenção aos seus próprios itens pessoais, nota agora o que estou fazendo. Eu me deito em minha cama e colo a espuma na parte debaixo do estrado da cama de cima. Chin-Mae não resiste e me questiona:

- O que está fazendo?
- Hã...! Eu...? Estou... colando a espuma aqui no teto... para evitar mais dores de cabeça no futuro! (declaro eu, que simulo me sentar na cama rapidamente, quando bato a cabeça de propósito no novo local macio que colei).

A embaixadora sorri para mim, porque percebeu que eu já andei tendo alguns problemas na missão anterior. O barco agora começa a chacoalhar mais fortemente devido à alta velocidade imposta à embarcação. Eu e ela nos seguramos mais firmemente nos beliches, firmemente fixados ao piso da embarcação para não cairmos. É pior do que um ônibus andando rapidamente por uma avenida cheia de buracos!

- Puxa! Como está balançando o barco! (exclama a embaixadora).
- É! Estamos atrasados! (respondo eu). O comandante fará o possível para reduzir este atraso.
- Será que viajaremos assim o caminho todo? (indaga ela).
- Ficará pior em breve, embaixadora! (responde Sabino que acaba de entrar no quarto coletivo da embarcação). Em breve acionaremos nossos foguetes e com isso tudo balançará ainda mais! Espero que vocês não fiquem enjoados com todo este balanço. Eu trouxe para vocês o novo sistema de comunicação. Ele é GPS também. Antes de irmos dormir, eu os ensinarei a utilizar este comunicador. Precisaremos muito dele na fase final desta missão. Agora preciso continuar meu trabalho! Tenho muitos check-ups para fazer na embarcação, instalação de novas armas e depois continuar estudando os novos dispositivos que nos enviaram para esta missão! Até breve!

- Até, Sabino! (declaro eu, Fernando).

Rapidamente deixamos as águas doces do Rio Amazonas e penetramos no Oceano Atlântico. Agora seguimos pelo litoral norte do continente em direção à América Central até o Panamá! É uma pena que não podemos acompanhar a beleza de toda esta região, porque não temos janelas para fora. Felizmente os diversos monitores de TV, disponíveis por todos os lados da embarcação, nos dão uma visão de tudo o que acontece ao nosso redor. Um destes monitores também apresenta a imagem via satélite de onde estamos e de tudo o que nos cerca, incluindo pessoas vivendo nas margens, barcos, aviões e até submarinos, quando estão mais próximos à superfície. Nos Estados Unidos a CIA também está nos acompanhando via satélite. Eles nos localizaram no porto de Val-de-Cães, em Belém do Pará, porque estávamos visíveis ali no ponto de encontro, onde embarcamos com a embaixadora e a equipe de bordo para esta missão. A Coreia do Sul fora avisada deste local de embarque pelo general Figueiredo, exigência do governo da embaixadora. Com isso os americanos também ficaram sabendo do local e apontaram para lá o satélite que nos acompanha neste momento da viagem. Eles estão vendo a esteira branca deixada no mar pela alta velocidade de nosso barco invisível. Enquanto estivermos em alta velocidade, média de trezentos quilômetros por hora, eles continuarão nos acompanhando via satélite. Em menos de uma hora, Everardo já havia checado todo o sistema de propulsão a foguete do barco invisível. Agora era o momento de sabermos se tudo iria realmente funcionar ou morreríamos como já acontecera com o ônibus espacial Challenger que explodira durante a decolagem em Cabo Canaveral no passado!

- Comandante! Está tudo certo aqui para o primeiro teste em mar aberto do sistema de propulsão a foguete! Estou retornando para a sala de controle e de lá irei avaliar a evolução de todos os sistemas.
- Muito bem, cabo! Estamos aguardando seu retorno. Piloto! (ordena o comandante Severo a Major Margarida). Mantenha a velocidade máxima até acionarmos o sistema de propulsão a foguete. Quando fizermos isso desligue o motor de popa (motor traseiro do barco).

De volta à sua sala de controle, Everardo informa novamente ao comandante através do sistema de comunicação interno da embarcação:

- Senhor! Já estou em meu posto! Iniciando sequência de ativação dos dois foguetes.
- Certo! Major! (ordena Severo a major Margarida). Acionar o sistema automático de desligamento dos motores de popa, assim que os foguetes entrarem em ação. Acionar a abertura das asas para melhorar a estabilização da embarcação. Acionar o sistema hovercraft para manter o barco flutuando sobre o mar!
- Sim, senhor! (declara a major Margarida). Sistema automático de desligamento dos motores de popa acionado! Abertura das asas aerodinâmicas acionado! Sistema hovercraft em funcionamento, comandante!
- Senhor! (informa Everardo). Eu ativei o sistema de segurança automático, controlado pelo supercomputador da embarcação. Se algo der errado ele desligará a propulsão imediatamente antes que uma potencial explosão aconteça!
- Muito bem, senhoras e senhores! Apertem seus cintos! (declara o comandante). Vamos fazer algo que nunca fizemos antes em mar aberto. Pode ser que chacoalhemos muito!

Rapidamente eu e a embaixadora deitamos em nossas camas e nos amarramos a elas, graças aos cintos de segurança ali disponíveis, para ocasiões como esta. Sabino e Everardo usam os cintos de segurança disponíveis em suas cadeiras giratórias, que estão bem fixadas ao piso da embarcação. Na cabine de comando os avatares acionam um dispositivo que fixam suas pernas e tronco às cadeiras onde eles estão sentados. Estamos todos prontos, quando a voz feminina da inteligência artificial começa a contagem regressiva:

- Acionamento dos dois foguetes traseiros em: 5..., 4..., 3..., 2..., 1..., ignição!

Os foguetes traseiros são acionados e ouço a forte explosão da queima do combustível sólido, na parte traseira da embarcação. Meu corpo é forçado para trás devido ao grande empuxo que tal sistema de propulsão gera. É o mesmo que acelerar uma Ferrari a toda a velocidade! O corpo é jogado contra o assento e parece que o sangue para de fluir por alguns segundos! É uma sensação de impotência, de medo, de perigo extremo. Mal dá para erguer os braços neste momento! Ficamos paralisados pela brutal força da propulsão. O medo consome meus músculos que estão todos retesados, esperando que o pior aconteça! Sinto-me um marinheiro-astronauta. Mesmo de dentro da embarcação posso ouvir o enorme barulho que os foguetes geram lá fora! Não aconselho este “passeio” para ninguém! Aos poucos aquela sensação inicial de ser jogado na direção contrária ao movimento vai diminuindo. Estou lentamente voltando a ter controle sobre o meu corpo inerte e deitado na cama. Sinto que estamos voando! Percebo que a trepidação acabou e que continuamos voando cada vez mais alto. Isso está me deixando nervoso! Afinal de contas estou em um barco! E não em um avião! O tempo vai passando e se prolonga por uma eternidade aquele momento difícil! De repente, pelo sistema de alto-falantes, ouço um grito de alegria vindo da sala de manutenção. É Everardo, vibrando com os resultados alcançados pelo nosso teste náutico-aéreo.

-
Urra! Deu certo! Estamos voando! (grita Everardo, extasiado com o sucesso daquele momento).

Mas rapidamente começamos a perder altitude e em poucos segundos retornamos à superfície marinha! O impacto suave lembra o pouso bem feito de um avião. Agora deslizamos a alta velocidade pelo mar. Eu olho de lado e vejo a imagem passando muito rapidamente pelo monitor do corredor ali ao lado. Achei que algo tinha saído errado! Pensei que iríamos bater em alguma coisa ou que uma onda pudesse nos fazer capotar, como acontece com os barcos de corrida! Mas lentamente vamos perdendo velocidade. As imagens no monitor vão passando cada vez mais lentamente e sinto que talvez ainda possamos sobreviver ao perigo que eu tinha certeza que nos mataria naquele momento. A voz feminina do supercomputador da embarcação comunica o final do teste:

- Fim do teste de propulsão a foguete! A embarcação atingiu, em menos de dez segundos, a altitude de setenta metros! Conseguimos chegar à velocidade de quinhentos quilômetros por hora em trinta segundos. O aquecimento do sistema ficou na condição laranja e, portanto, aceitável para o teste realizado. Conclusão final desta avaliação: o sistema de propulsão a foguete é seguro para um teste mais longo. Porém detectei um aquecimento anormal nas placas de leds traseiros. Todos os sistemas ainda funcionam bem, mas será preciso aumentar a proteção térmica que envolve a saída dos gases superaquecidos dos foguetes! Também detectei que as entradas de ar foram forçadas ao extremo! A estrutura suportou o forte empuxo dos foguetes, mas neste momento não é possível saber se suportarão por um tempo longo de acionamento.

- Puxa! Achei que as maiores emoções aconteceriam dentro do território norte-coreano..., mas parece que isso se prolongará por toda a nossa viagem! (declara a embaixadora, excitada com tanta adrenalina em seu sangue).
- É! Concordo! (declaro eu, Fernando). Em minha última missão a bordo deste barco, tive longos momentos de tranquilidade, mas devido à urgência desta missão, parece que teremos muitas e fortes emoções por todo o caminho.

Eu e a embaixadora começamos a liberar nossos cintos de segurança e sentamos novamente em nossas camas, na parte debaixo do beliche. Como o espaço é reduzido ficamos inclinados para fora da cama, para nossas cabeças não baterem nas camas de cima do beliche. Nos Estados Unidos a CIA, que nos monitora via satélite, não esperava por tamanha velocidade da embarcação invisível brasileira. Um dos técnicos comenta com seu superior:

- Senhor! Aconteceu algo estranho com a embarcação brasileira!
- É mesmo? O que houve?
- Eu estava seguindo a esteira branca que deixavam no mar quando a velocidade aumentou e eles sumiram! De repente eu os encontrei novamente a muitos quilômetros de onde estavam antes!
- Mas o que aconteceu, afinal?
- Estou deduzindo que o barco invisível brasileiro teve um pico gigantesco de velocidade! Eles atingiram mais de quinhentos quilômetros por hora e também se ergueram acima do nível do mar durante este processo! Isso está me parecendo impossível!!!!
- Tem certeza disso?!?!
- Sim, senhor! Como pode ser?
- Não sei! Mas se eles conseguem fazer tal coisa..., chegarão à Coreia do Norte bem antes do prazo... e quem sabe poderão até surpreendê-los e tornar ainda possível que a missão seja realizada a tempo! Continue acompanhando-os da melhor maneira possível e me informe se mais alguma coisa surpreendente voltar a acontecer. Quando eles pararem e alterarem a configuração da embarcação não conseguiremos mais acompanhá-los via satélite.
- Sim, senhor! Enquanto eles mantiverem a alta velocidade não conseguirão ficar invisíveis para nosso satélite.

Andréia Mayumi
como Embaixadora Chin-Mae

Marcelo Henrique
como jornalista Fernando Dias

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