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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO III - O DOM
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
A longa noite chega ao fim ainda de madrugada. São cinco horas da manhã e Elisabeth, meio-sentada, meio-deitada numa poltrona, abre seus olhos e continua enxergando todo o ambiente. Ela fita o anjo que está junto à janela, buscando sinais dos inimigos lá fora. Eliseu ainda empunha numa das mãos a espada. O belo rapaz olha de volta para a sua protegida.

- Devia dormir mais um pouco. O dia de hoje será muito cansativo e perigoso.
- Quem consegue dormir com a casa cercada por demônios?
- Eles estão indo embora! Não agem como demônios durante o dia (declara Eliseu, ameaçando guardar a espada).
- Não! Espere! Não guarde ainda a espada! Se vamos fugir preciso enxergar o caminho.
- Isso não será possível! Minha espada não pode ser usada desta forma! Só a saquei para iluminar a noite e para protegê-la de um potencial ataque... Sinto muito!

Ao dizer isso ele a coloca de volta sob seu longo casaco negro. A lâmina desaparece em pleno ar logo depois. Elisabeth perde a visão novamente. Seu rosto passa de ligeiramente alegre para triste. A sua condição anterior retorna. A bela moça não mais enxerga novamente! Os donos da casa agora também acordam. A tia estava no sofá e o marido em outra poltrona.

- Temos que partir dentro de uma hora! Os demônios não voltarão aqui depois que eu e Elisabeth formos embora!
- Como pode ter certeza de que eles não voltarão aqui? (indaga a tia Joana).
- De dia sempre fica algum deles espionando o local. Quando nos virem partindo nos seguirão onde quer que formos! De qualquer modo eu já pedi a outro anjo para cuidar de vocês. Ele não se mostrará a ninguém, mas os demônios saberão que não devem atacar as pessoas desta casa.
- Que bom! Fico mais tranquila! (responde Elisabeth).
- Mas antes de partirmos eu preciso antes saber qual é o seu segredo! (pede Eliseu).

A moça pensa um pouco sobre o assunto e coloca novamente a mão em seu colar alisando-o. O fato não passa despercebido por Eliseu que a indaga por isso:

- É seu colar, não é?
- Sim... e não! O colar me ajuda a aumentar a minha concentração em algo que estou fazendo. Com isso eu posso realizar a cura das pessoas doentes.

Eliseu abaixa as sobrancelhas e fica sério! Ele pensa um pouco sobre o assunto e declara:

- A Curandeira!
- O quê? (indaga a moça, sem entender o que isso quer dizer).
- A Curandeira! É uma longa história. Agora entendo o porquê, e do que, tenho que protegê-la! Isso não será nada fácil.
- O que quer dizer? Falou que só você pode me proteger. O que mudou depois que eu lhe disse meu segredo?
- Existe uma lenda entre os anjos que diz que um dia uma mulher humana terá, em forma de dom, o poder da espada de um anjo e poderá curar os males dos enfermos de forma definitiva.
Para dominar a terra, o próprio Lúcifer precisará de tal poder. Só assim
ele não poderá ser mais ferido se tentar retornar ao céu.
- Não entendo! Lúcifer não é responsável pelo inferno? Por que deseja
voltar ao céu?
- Lúcifer não é dono de nada! O inferno nem sequer existe. Ele só pode
corromper a alma daqueles que já não são de boa índole. Com este seu
poder nenhum demônio será ferido novamente pelas espadas dos anjos.
Estarão todos livres para dominar o mundo dos homens e depois
lutarem pelo controle do Firmamento.
- Minha nossa...! E agora? O que faremos?

Eliseu olha preocupado para ela e não responde diretamente à questão.

- Se o próprio Lúcifer deseja obter o seu poder e seu colar, Elisabeth...
protegê-la será muito mais difícil! Precisaremos de ajuda!
- Vai chamar mais anjos para ajudar?
- Não! Não somos muitos! Temos diversas outras atividades
importantes para realizar.
- O que é mais importante do que evitar a destruição da
humanidade e do Firmamento?
- Acredite! Sem as nossas outras tarefas... tudo já teria
acabado a muito tempo!
- E onde procurará ajuda, então?

Eliseu olha novamente para ela e sua preocupação aumenta.
Ele já não parece estar tão seguro de que poderá proteger
Elisabeth.

- Precisamos ir embora daqui o mais rápido possível. Os
demônios andam em bandos pequenos. Mas agora
entendo porque tinham tantos lá fora desta vez. Esta
missão deles é a mais importante atualmente. A próxima
noite será ainda mais perigosa! Eles virão num grupo
enorme e não se esconderão desta vez.
- Para onde vamos, Eliseu?
- Conheço um lugar! Não pretendia ir até lá, mas... não
terá jeito!
- Onde é?
- Num lugar muito próximo ao Inferno!
- O quê?
- Confie em mim! Sozinho eu não posso contra ele, mas
existe uma chance... se fizermos as parcerias certas.
- E de quem você está falando?
- Dos vampiros! Eles são mortos-vivos e não fazem parte do
exército de demônios de Lúcifer.
- O quê? Eles também existem?

Eliseu sorri de forma irônica sem mostrar os dentes e responde a Elisabeth:

- Existem mais coisas entre o céu e a terra do que poderiam os humanos
imaginar. E é por isso que os anjos estão sempre muito ocupados. Fazemos
o possível para manter tudo em equilíbrio, mas às vezes parece quase
impossível.

Agora a tia Joana se aproxima do jovem casal com uma enorme e pesada
mala de viagem.

- Peguei alguns agasalhos, roupas para dormir, jeans, roupas íntimas, a sua pasta de dentes, escova de...
- Dona Joana...! Não temos como carregar isso tudo! (relembra Eliseu). Estamos numa cruzada de sobrevivência, não numa viagem.
- Mas como a minha Beth poderá passar por tudo isso sem as suas coisas?
- Não temos um veículo para guardar tudo isso! Não iremos para um hotel...!
- Levem o meu carro! Só tem um problema... ele é quase totalmente manual (comenta o senhor Jones já entregando as chaves ao anjo).

Um silêncio de alguns segundos leva o tio de Elisabeth a desconfiar de algo e então ele questiona Eliseu:

- Você sabe dirigir manualmente, não sabe?
- Bom... Já vi muitas pessoas dirigindo no passado e...
- Você nunca dirigiu um carro antes?
- Pessoalmente... não..., mas acompanhei diversos protegidos meus que faziam isso... então...
- Ver e fazer são coisas diferentes...! Como pretende levar Elisabeth em segurança para algum lugar...? Voando...?
- Não posso fazer isso. Alguém poderia nos ver e eu não tenho permissão para...
- Então o que vai fazer?
- Dirigir, é claro! Eu consigo...! (declara Eliseu, mas sem convencer muito a família que o encara desconfiando).

Já na garagem Eliseu entra no veículo pelo lado do motorista, toca no volante e acaricia o couro que o recobre. Faz tudo isso sem demonstrar muita confiança no que tem que fazer. Depois ele coloca a chave na ignição sem acionar o veículo. Elisabeth já está sentada no banco ao lado e acaba de fixar o seu cinto de segurança. A senhora Joana, do lado de fora do veículo, fecha a porta traseira e aproxima-se da sobrinha no banco da frente:

- Querida, coloquei a mala com todas as suas coisas no porta-malas e no chão, junto ao banco traseiro, deixei uma cesta com diversas comidas para vocês na viagem.
- Obrigada, tia! Mas acho que anjos não comem nada!
- Ahhh...! Bem... Então vai ter muita comida só para você nos próximos dias.
- Obrigada, tia!
- Mais uma coisa...! Tome...! Pegue isso...! (entrega Joana um cartão de crédito a Elisabeth). Vai precisar de dinheiro.
- Ahhh! Obrigada mais uma vez, tia!

As duas se abraçam pela janela do veículo enquanto começam a chorar juntas. Do outro lado o senhor Jones abaixa-se para falar com o "motorista":

- Acho melhor irmos juntos todos nós e assim eu poderei dirigir o veículo com mais segurança.
- Não! Esta jornada é perigosa demais. Não me leve a mal, mas... tenho que me concentrar em proteger Elisabeth. Em dois poderemos nos esconder melhor e fugir mais rápido... Vocês ficarão protegidos aqui sem a nossa presença.
- Eu guardo o veículo sempre com o tanque cheio, então poderão rodar por muitas e muitas horas até precisarem reabastecer novamente. O veículo é híbrido e também solar. Então, quanto mais andar, menos combustível irá precisar. Se evitar andar à noite com este carro terá combustível por muito tempo. E se tiver alguma dúvida sobre os recursos disponíveis neste modelo, basta ligar para mim, pressionando o botão telefone ali no painel. Ele sempre liga primeiro aqui para casa.

A porta da garagem se abre quando Jones aciona um botão do controle remoto em sua mão. Eliseu respira fundo e vira a chave na ignição. O veículo salta para frente assustando todo mundo!

- Tudo bem! Tudo bem! Eu sei o que fiz de errado! (declara Eliseu que coloca a alavanca em ponto morto).

Agora ele liga novamente o veículo que não salta mais para frente. O anjo sorri aliviado. Então ele pisa na embreagem e acelera um pouco mais do que deveria. O carro salta novamente em direção à calçada e ele faz uma curva forte ao chegar à rua. O anjo tira um pouco o pé do acelerador e com pequenos saltos o casal vai balançando a cabeça e o corpo para frente e para trás. De qualquer forma eles conseguem rodar pela rua mesmo "aos trancos e barrancos". O senhor Jones é abraçado pela esposa. O idoso casal observa a partida do jovem casal. Preocupado com o que possa acontecer o tio comenta com a esposa:

- Não sei o que é pior: demônios ou anjos barbeiros! (declara o tio olhando a sobrinha ir embora para o desconhecido).

Joana chora copiosamente abraçada ao marido temendo pelo pior para sua sobrinha.

- Deus irá protegê-los, meu amor! Tenha fé!

Neste momento um veículo sai de uma rua próxima e começa a seguir o jovem casal. O senhor Jones, com as esposa chorando em seus braços, percebe a passagem daquele carro e baixa as sobrancelhas, demonstrando preocupação com este novo fato.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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