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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO XXIX - A PAZ ETERNA
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
De olhos fechados, Eliseu agora os abre lentamente. Sua mente está confusa. Ele está deitado e não entende o que está acontecendo, mas percebe que não está mais na Terra! O protetor vira a cabeça de lado e começa a observar tudo ao redor, quando percebe que está de volta à casa dos anjos.

- Como vim parar aqui?

Eliseu levanta-se de onde está, olha ao redor e vê figuras conhecidas: o vampiro-líder, Mickael, os outros anjos além de diversos demônios. Mas nenhum deles é mais o que era! Não têm asas, músculos poderosos, olhares arrogantes, dentes longos ou olhos vermelhos. Todas são apenas almas..., tão perdidas e confusas quanto ele neste local.

- O que está acontecendo, afinal? (inda a si mesmo, o ex-protetor). Eu morri?!

Uma voz forte, tranquila, masculina e grave ecoa no interior de sua cabeça:

-
Olá, Eliseu!
- Deus?! O Senhor está aqui, novamente? (indaga, confuso, o ex-anjo).
-
Sim, Eliseu!
- E por que eu estou aqui? Por que todos também estão aqui?
-
Tudo mudou desde que você cumpriu a sua missão!
- Ahhh! Estou me lembrando, agora! Eu era um anjo protetor! Salvei Elisabeth...!

Eliseu olha de lado e vê Lúcifer também por ali, ao menos o que restou dele: a alma perdida.

- Deus! Por que aquele contra quem lutei e fora responsável por tantas desgraças e tragédias na Terra também está aqui neste lugar?
-
O anjo de luz voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído! (Lucem Ferre vem do latim, cuja tradução é Lúcifer que significa: portador de luz, claridade).
- Eu não entendo!?
-
Não posso explicar meus motivos sobre as coisas serem como são! Você não os entenderia!
- Mas nada disso é justo!

-
Justiça não tem nada a ver com a vida! Justiça é um conceito humano e contrário ao que criei! A vida é a vida, do jeito que fiz e que funciona desde o início dos tempos. A vida é uma troca de energia. O doador sem ela morre e o outro precisa dela para continuar. Não há outra opção e não é pessoal! É apenas necessário, para que tudo continue como está.

- E o que irá acontecer daqui para frente?
-
Quero primeiro lhe agradecer por ter cumprido o papel de anjo protetor que lhe dei! Você foi corajoso, preciso e devotado à função! Parabéns!

- Obrigado, Senhor...! Fiz uma promessa aos pais de Elisabeth. Quando terminasse meu trabalho, iria ao Limbo no lugar deles.

-
Eu sei disso...! Eles estão bem...! Eu os poupei do caminho e do destino,
porque também demonstraram grande coragem e devoção à filha, mesmo
depois da morte... Não há maior prova do que esta, de amor e compromisso
com o futuro da família! Mas agora tenho outros planos para você...! Seu
ciclo de vida chegou ao fim...! Está na hora de começar outro.


- Eu sei...! Eu sei...! Estou disposto a aceitar o que me ordenar..., mas preciso
antes saber como está Elisabeth? Como ela viverá daqui pra frente sem um
anjo protetor?

-
Bem...! Neste caso... por que não pergunta diretamente a ela...?
- O quê...?! Então... ela também está aqui...? Elisabeth... Elisabeth...

Eliseu repete o nome da protegida e amada diversas vezes, olhando ao
redor à procura dela. Mas agora o ex-anjo fecha os olhos, enquanto
chama por seu nome. Por algum motivo ele não consegue
se manter acordado. Sem enxergar, Eliseu tenta
encontrá-la pelo som, mas quando abre novamente os
olhos, vê turvamente o rosto da Curandeira. Algo mudou
novamente. O ambiente não é mais aquele em que estava
conversando com Deus.

O jovem começa a enxergar melhor o novo lugar e
percebe que retornara à Terra. Ele vira a cabeça
para a direita e vê Tábata e os outros bruxos felizes,
observando-o. Eliseu olha agora para a esquerda e
vê Sanguinário, suado e ofegante dentro de um buraco
raso cavando-o com uma pá. O ex-anjo retorna então
a sua atenção para Elisabeth, bem de frente para ele,
que está deitado no chão.

- O que aconteceu?! Não estou entendendo! (declara
Eliseu, para espanto de Sanguinário que para de cavar).

- Tábata jogou um feitiço que destruiu toda a magia
(informa Elisabeth). E assim você pode matar Lúcifer.
Mas ele te feriu profundamente e você também morreu.
Eu não pude fazer com que voltasse a vida. Você ainda
era um anjo. Mas quando estávamos prestes a
enterrá-lo, dei-lhe um último beijo de despedida e, como
um belo anjo adormecido, você acordou.

- Mas se antes não podia me salvar, o que mudou então?!
- Tentei te salvar antes que todos os anjos desaparecessem
daqui. Você ainda era celestial quando morreu! Mas depois que
eles se foram, seu corpo voltou a ser apenas humano e eu
estava livre para lhe curar.

- Você poderia ter lhe dado este beijo antes de eu cavar este
túmulo, não é? (declara Sanguinário, revoltado por ter trabalha
do tanto..., por nada). De qualquer forma estou feliz que tenha
conseguido salvá-lo da morte. Mas você me deve uma! (ameaça Sanguinário a Eliseu).

- Obrigado! Fique tranquilo que cavarei o seu túmulo em troca do que fez hoje por mim (agradece, Eliseu levantando-se do chão).

Sanguinário sorri para ele, sai do buraco e deixa a pá ali dentro.

- Vou tomar um banho e descansar! (informa ele indo em direção à uma das casas vazias da cidade).

Eliseu olha para todo seu corpo em busca de ferimentos e percebe que está totalmente curado das feridas da batalha e nota também que não tem mais asas e nem a espada brilhante. Todas elas desapareceram, pouco tempo depois da partida dos anjos.

- Então, sou humano novamente?
- Sim, meu amor! E sabe o que isso significa? (indaga Elisabeth).
- Sim...! Claro que sei...! Eu e você podemos começar tudo novamente! Mas desta vez, quando eu me machucar, você irá me curar! Então, eu serei sei protegido desta vez.
- Rsrsrs! Verdade! Um novo ciclo de nossas vidas começa agora! (declara Elisabeth).
- Deus me disse a mesma coisa, quando eu estava... morto! (relembra Eliseu).
- Deus?! Falou com ele?!
- Sim! Tudo voltou ao normal no Firmamento, Beth! Tudo está bem, incluindo seus pais. Ele me disse!
- Fico feliz, Eliseu...! Fico muito feliz...! Mas agora não poderei ver mais seu rosto em detalhes, já que a sua espada desapareceu!
- Preferiria que eu ainda fosse um anjo?
- Não! Claro que não! No final das contas sou uma abençoada! Afinal, quantas mulheres podem se casar com seu próprio anjo da guarda?

Agora os dois se beijam, quando Barrattiel também se aproxima e dá um forte abraço no casal:

- Que bom que você está vivo, meu amigo! (declara, feliz, Barrattiel).
- Calma aí! Ainda estou me recuperando da morte! (declara Eliseu).

- Nada disso! Precisa me ajudar! (informa Barrattiel). Não tenho mais a força, a velocidade e as minhas asas para voar. O final da era dos anjos me tornou apenas um mortal. Mesmo assim estou ajudando a limpar o interior do túnel e usando troncos para sustentar o teto. Vamos sair logo daqui, eu espero. Venha me ajudar!

- Daqui a pouco, meu amigo! Agora tenho um assunto mais importante para tratar. Algo que eu quis fazer a muito tempo e não podia!
- O quê?! Escalar esta montanha? (brinca Barrattiel, que sorri logo depois).
- Não, meu amigo! Conversar sobre o meu futuro como homem... com esta mulher! (declara Eliseu). Todo o resto pode esperar!

Os dois caminham abraçados em direção à pracinha próxima dali, para ter um pouco de privacidade. Barrattiel sorri, balança a cabeça e retorna em direção ao desabamento, para continuar trabalhando. Tábata observa o jovem casal, quando um mosquitinho voa em direção ao seu rosto. Ela faz o típico gesto de abanar a mão para espantar o inseto.

Mas quando isso acontece, o pobre e pequenino voador se incendeia em pleno ar e cai ao chão carbonizado. A ex-bruxa arregala os olhos. Olha diretamente para a sua mão e inicia um lento e leve sorriso, imaginando que talvez a magia ainda esteja presente neste mundo e com ela, o retorno da vida antiga que bruxos e bruxas tinham. Ao fundo, Eliseu e Elisabeth se beijam longamente mais uma vez.

- Espere um pouco, Barrattiel! Talvez eu possa ajudar a abrir caminho mais rapidamente neste túnel (declara Tábata correndo na direção do túnel).

FIM
IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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