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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO XXVI - A FROTA DO MAL
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
Bruxos e bruxas, além de Elisabeth, Sanguinário e Barrattiel resolveram dormir nas casas vazias dos moradores de Tranquilópolis, já que todos eles se encaminharam para a cidade espiritual, acima das montanhas, deixando todo o lugar abandonado. Eliseu ficou de plantão e invisível dentro da casa onde dormiram Elisabeth, Sanguinário e Barrattiel para tomar conta deles.

A noite foi longa! Estamos na véspera da maior batalha que a humanidade verá. É quase impossível relaxar na cama, enquanto todos os planos são repassados mentalmente. Golpes, feitiços, armadilhas, planos B, tudo, tudo é revisto nas divagações meditativas noturnas de cada combatente, seja humano, anjo ou bruxo. Mas depois de algumas horas tensas de elucubrações, o corpo pede refresco e descanso! Cada um conseguiu dormir a seu tempo.

Os bruxos nem precisam de remédios para dormir. Eles simplesmente fazem um feitiço e apagam imediatamente. Mas para todos os outros, a noite foi curta e o dia seguinte chega rápido. Os envolvidos nesta história precisam estar prontos, queiram ou não. Lá fora o dia começa a raiar. Eliseu abre a porta da casa onde está, vai para o meio da rua e dá uma olhada ao redor. Tábata também sai de sua "casa emprestada" e vê o anjo lá fora.

- Eliseu! (ela o chama sem gritar, para não acordar os outros).
- Tábata?! Achei que já tivesse voltado para a sua casa. Não tem que avisar Lúcifer de que estamos todos aqui?
- Não quero enfrentar sozinha aquela criatura novamente!
- E como ele saberá onde estamos? (indaga, preocupado, Eliseu).
- Fique tranquilo! Existem algumas vantagens em ser uma bruxa! (declara ela, sorrindo para o anjo protetor).

Na casa ao lado, deitado na cama e dormindo profundamente, Sanguinário finalmente consegue descansar, mas algo estranho acontece com ele, que começa a tremer ainda dormindo. Ele está sonhando com o "coisa ruim". A presença do anjo caído, em qualquer lugar do mundo, o faz acordar repentinamente, quando então grita alto:

- Ele está na casa de Tábata.

Lá de fora Eliseu e a bruxa citada ouvem o grito, se entreolham preocupados e olham na direção da porta de onde Tábata acabara de sair. Mas não é desta casa que Sanguinário está falando. Na casa verdadeira e vazia de Tábata, a duzentos quilômetros de Tranquilópolis, Lúcifer se materializa. Ele observa tudo ao redor e não vê a dona do lugar.

Sua aparência demonstra insatisfação com isso! Inesperadamente, diversos papiros holográficos aparecem em pleno ar e vão todos se desenrolando de cima para baixo, ao mesmo tempo e em todos os cômodos da casa. O anjo caído observa a maioria deles com pequenos movimentos de cabeça e de olhos. No final, escolhe um para ler, já que são todos exatamente iguais. O texto, meio gótico, típico dos humanos de alguns séculos atrás, diz:

-
Se entrou em minha casa, só pode ser aquele quem acho que é! Então esta informação é para você.

Os papiros se desenrolam mais um pouco e aparece o final da mensagem:

-
Os vampiros irão se reunir num enorme bando na cidade de Tranquilópolis, a duzentos quilômetros de onde você está agora. Basta seguir para o norte pela rodovia principal, que corta a nossa cidade. Resolvi sair mais cedo. Todos os bruxos também vieram para cá! Vamos acabar com todos os sanguessugas de uma só vez, enquanto dormem de dia.

Os papiros se enrolam novamente, agora de cima para baixo e depois desaparecem em pleno ar, antes de caírem no chão. Lúcifer demonstra não estar muito feliz, e fala em voz alta:

- Tranquilópolis...! Nunca estive neste lugar...! Mas hoje... a cidade irá
mudar de nome e será Infernópolis!

O anjo caído dá a risada típica dos seres maus e perversos e logo depois
desaparece dali. Em Tranquilópolis Eliseu e Tábata já estão ao lado da
cama de Sanguinário, que começa novamente a vibrar. Seus olhos se
arregalam enquanto Eliseu o agarra pelo pescoço exigindo respostas:

-
Onde ele está agora? Diga-me!
-
Calma, Eliseu! (pede Tábata). Não vê que ele está fazendo o
possível para nos ajudar?


Eliseu olha de volta para a bruxa. Seus olhos também estão arregalados
pelo excesso de adrenalina celestial. O anjo sente que o momento está
chegando. Seus hormônios divinos estão alterados. O sangue angelical é
pulsado com força pelo coração valente e transtornado. Ele já está
tempo demais em terra, vivendo junto com outros humanos.

-
Não percebe que de agora em diante precisamos saber o que
está acontecendo lá fora antes do início desta guerra?
(indaga o
anjo).
Ele tem que falar conosco o tempo todo para nos
prepararmos
(referindo-se a Sanguinário que continua tremendo).
Vá até os outros bruxos, vamos nos preparar para a guerra!


-
Tá legal! Só não mate o informante...! Vai com calma! (declara
Tábata).

Eliseu olha para ela e de volta para Sanguinário, que ainda está
tremendo e de olhos arregalados. O anjo o solta e aguarda o momento
da informação de onde se encontra o inimigo.

Lúcifer ressurge no centro de uma grande cidade, bem em meio a uma
manifestação! Ele caminha junto com centenas de demônios, disfarçados
de trabalhadores humanos, que exibem bandeiras por melhores salários,
menos corrupção no poder e palavras de ordem contra o governo do país.
A imprensa está atônita com tantas hordas de pessoas que reclamam
de uma série de coisas. Parece ser uma população insatisfeita, mas
desarticulada, sem comando e sem chances de que alguém possa
requisitar um líder para negociar.

Mas agora... Lúcifer apenas ergue uma das mãos e aponta em direção
à distante cidade de Tranquilópolis. Todos os demônios disfarçados
param de andar, param de gritar, jogam faixas e bandeiras no chão,
olham na nova direção apontada por seu líder e começam a correr
para lá, como uma manada enfurecida de acéfalos desordeiros,
quebrando tudo pelo caminho qual vândalos seguidores do mal. As
pessoas comuns que acompanham a marcha, como cordeiros pastorados
por grupos mal-intencionados, ficam agora confusas com o que está
acontecendo. O que deu nesse pessoal? Por que estão correndo para lá?
São as perguntas que todos se fazem.

Mais à frente um ônibus é parado pelos demônios, que o cercam e batem
com a força de suas mãos por toda a lateral principalmente na porta de entrada e saída do coletivo. Eles a forçam e conseguem abri-la. Invadem o veículo e colocam para fora todas as pessoas, motorista e cobrador que lá estavam. Os demônios entram furiosos e em bando no coletivo. Um deles assume o volante e dirige na direção apontada por Lúcifer.

Todos os seguidores do "coisa ruim" fazem o mesmo e em pouco tempo uma grande frota de ônibus está partindo em direção à guerra, fretados pelo mal e pela ganância de poder de seu líder. A manifestação das ruas se esvazia. Restaram apenas os humanos que tinham se juntado inocentemente aos eventos. A polícia, vendo o ataque de uns ao patrimônio público e privado, agora decide ataca diretamente os humanos confusos com toda a situação, baixando os cassetetes, afinal, é mais fácil pegar os que acompanham dos que aqueles que destroem e fogem.

A coisa está saindo fora de controle por todo o país! Lúcifer desaparece dali e reaparece em outras cidades. Assim, todos os demônios, por todos os lugares e cantos do mundo, fazem a mesma coisa: roubam ônibus e se dirigem para Tranquilópolis.
Dois "humanos-machos" entram junto num dos ônibus. Cada um senta ao lado de um demônio, na mesma fila de assentos do coletivo.

- Legal, pessoal! E agora? Aonde vamos? (indaga um dos rapazes humanos ao demônio que está sentado ao seu lado).

O seguidor de Lúcifer olha na direção dele e lhe responde:

- Vamos iniciar uma guerra!
-
Humm! Legal! Agora é anarquia! Vamos lá! Destruir tudo! (grita contente o humano sem-noção).
- Aonde vamos quebrar tudo? (indaga o colega do rapaz a outro demônio).
- Não vamos quebrar tudo, vamos matar todos! (responde o demônio).

O rapaz espreme os olhos, olha na direção do amigo que está sentado ao lado e que também ficou preocupado com a afirmação da criatura. Ele então comenta:

- Hã...! Matar...? Quero dizer..., não seria mais legal... só quebrar tudo e fugirmos... para não sermos pegos pela polícia?
- Não! Vamos acabar com a humanidade hoje! (responde o demônio ao seu lado).
- Ui...! Acabar com todo mundo...? Tipo assim... homens..., mulheres..., crianças..., idosos..., gays..., negros... e religiosos?
- Não deixaremos ninguém vivo! Ordens de Lúcifer!
- Quem...?! Como é que é...? Quem é esse tal de Lúcifer...? Algum terrorista radical islâmico? (indaga assustado o rapaz humano).

O demônio olha para ele e o mede de cima abaixo!

- Lúcifer é o diabo..., Satanás..., o anjo caído que irá dominar a terra e a casa de Deus.
- Credo!! Quem...?! Não... pera aí...! Que papo maluco é esse...? (indaga o humano).
- O bagulho é doido, cara...! (comenta o outro jovem). Acho que este pessoal aqui não tá batendo bem da bola!

Um dos demônios que estava sentado mais à frente, levanta-se de seu assento, aproxima-se dos dois jovens e, com olhar intimidante, lhes diz:

- Calem a boca e não atrapalhem mais!

Os rapazes acabam de perceber que entraram numa tremenda fria hoje. Sob as ordens do presidente do país, o exército assume, já que a polícia não vem conseguindo reprimir as confusões que se alastram por todos os lados.

Barricadas militares são posicionadas por todas as estradas para impedir que os ônibus roubados sejam levados embora. Em Tranquilópolis, Elisabeth já está ao lado de Eliseu, enquanto Sanguinário, suando frio, conta o que está vendo e ouvindo:

- Estão vindo para cá! São milhares de ônibus de todo o país! Seremos massacrados! O anjo do mal está conduzindo todos os seus demônios em nossa direção. Nunca vi algo parecido com isso! Será o nosso fim!

- Está tudo bem! (declara Elisabeth que, com a mão no ombro dele, compartilha "visualmente" o que o sujeito observa). Ninguém conseguirá entrar aqui! Estamos protegidos!

- Se estamos protegidos... por que os outros anjos fugiram? (indaga Barrattiel, que acaba de entrar na casa onde está Sanguinário). Acho melhor todos irmos para os nossos postos.

Elisabeth olha para Barrattiel, quando chega Tábata com dois pequenos frascos nas mãos.

- Eliseu e Barrattiel! Devem tomar esta poção. Ela os protegerá contra os primeiros ataques de Lúcifer e dos demônios.

- Vou esperar o momento certo para tomar isso, Tábata! (diz o anjo protetor, pegando o frasco e colocando-o dentro de seu casaco negro). Preciso levar Sanguinário e Elisabeth agora até a floresta, para que as fadas possam protegê-los. Já ficou claro que Lúcifer não irá se apresentar aqui sozinho! Ele chegará junto com todo o seu exército. Teremos algum tempo até o final do dia, quando seus seguidores se transformarão em demônios.

- Acha mesmo isso? (indaga Tábata).

- Tenho certeza, agora! Achei que na loucura por poder, ele tentasse nos confrontar sozinho. Mas agora percebo que aquele ex-anjo é mais ardiloso do que pensávamos! Acredito que o ataque a Tranquilópolis será apenas hoje à noite.

Nas cidades a fuga dos coletivos continua. Com o trânsito parado à frente, os ônibus aceleram e atingem os veículos menores, jogando-os para fora das pistas. Quando não mais conseguem prosseguir, os outros coletivos que vêm atrás, ajudam a empurrar aqueles que pararam mais à frente, como grandes tratores eliminando os montes de lixo de um terreno. Isso aumenta a cena de destruição e caos pelas grandes avenidas. A polícia atira nos motoristas alucinados dos ônibus, mas as balas não matam aqueles que já estão mortos.

As feridas se fecham e eles continuam em direção ao objetivo final. Do alto, helicópteros policiais e drones fazem o cerco aos anarquistas do inferno. Mas Lúcifer entra em cena. O anjo do mal aparece voando diante das aeronaves. Suas enormes asas negras assustam os policiais. A espada brilhante numa das mãos é posicionada para um ataque mortal.

O ódio estampado naqueles olhos vermelhos não deixam dúvidas. O anjo caído se reergueu das trevas para levar o mal para todos os cantos do planeta. Quando a aeronave se aproxima o suficiente, o golpe diabólico é desferido, cortando ao meio o veículo aéreo, que cai ao solo, aumentando o desespero das pessoas lá embaixo que percebem que o juízo final começa hoje!

Em Tranquilópolis, Sanguinário relata o que vê, enquanto Elisabeth "assiste" ao mesmo "filme" que se passa na cabeça de ambos! Estarrecidos, Tábata e Eliseu estão mudos, diante da inevitável destruição que se alastra!

O exército cerca as cidades, posicionando seus tanques de guerra e os poderosos helicópteros militares, armados com os mais recentes e destrutivos equipamentos que a tecnologia pode criar! Eles já sabiam que alguma criatura estava por aí destruindo tudo, mas agora têm certeza do que é: o líder das trevas escapou do inferno e, à revelia de Deus, está entre humanos para agora dominar o mundo!

Diversos ônibus, amassados pelos sucessivos impactos nas ruas, muitos com vidros quebrados, chegam até a saída de uma das cidades grandes. Os tanques militares estão a postos, prontos para disparar contra os ladrões de coletivos. Três helicópteros militares levantam voo e se posicionam lateralmente à pista, no intuito de atirar contra os ônibus de anarquistas. Mas Lúcifer aparece novamente. Em gestos rápidos e violentos, ele corta ao meio um dos tanques, expondo seus jovens ocupantes que saem dali correndo e apavorados.

O anjo caído divide ao meio o enorme canhão, pega uma das metades, arremessa-a e atinge um dos helicópteros militares. Este perde o controle, se desloca de lado, atinge a outra aeronave e ambos caem ao solo. O anjo caído pega o outro pedaço do cano e o arremessa com força contra a última aeronave próxima dali, que já se prepara para atirar no dono do inferno. Mas não há mais tempo, o último veículo aéreo também é atingido e, desgovernado, também cai e explode. Os militares em terra atiram contra o ser de asas negras.

As balas o atravessam, mas não o machucam. Nervoso, Lúcifer ergue a espada que reflete o brilho do sol na direção dos militares que atiram. Impedidos de enxergar o alvo, eles continuam atirando às cegas. O brilho aumenta, o que faz a todos virarem seus rostos de lado. O anjo mal desaparece de onde está e reaparece próximo ao grupo de atirados humanos. Ele desfere um golpe horizontal contra todos, cortando as suas armas ao meio. Outros atiram, mas o alvo desaparece e reaparece atrás deles, atravessando-os com a sua espada demoníaca.

As tropas que restam se afastam correndo, diante da impossibilidade de lutar contra um ser tão poderoso. Vão se reagrupar à distância para rever seu plano de ataque. Agora o enorme grupo de ônibus chega por ali e, em fila, passam em velocidade pelo chefe dos demônios em direção à estrada que levará a Tranquilópolis. Dentro de um dos coletivos, os dois humanos observam lá fora, aquele ser de asas negras enormes, com uma espada reluzente nas mãos e olhos vermelhos. Um frio corre a espinha de ambos que reconheceram ali o dono do submundo. Um dos jovens pega seu celular e faz uma ligação:

- Mãe!
-
Onde você está, meu filho. Falou que iria participar das manifestações, mas eu tô vendo aqui na televisão que tudo virou um inferno!
- Pois é! E eu acabo de ver o diabo em pessoa!
-
Volta para casa, meu filho! Esquece essa história de mudar o mundo!
- O mundo irá mudar, queiramos ou não, mãe! Tranque as portas e tenha a arma do papai ao seu alcance. Acho que tudo irá piorar muito daqui pra frente.
-
Estou ficando com medo desta conversa, filho! Onde você está?
- A caminho do purgatório, mãe!

Em Tranquilópolis, Eliseu está preocupado com os relatos de Sanguinário e Elisabeth sobre tudo o que está acontecendo.

- Acha que estaremos protegidos aqui? (indaga Elisabeth ao seu anjo protetor).
- Acho que nada deterá Lúcifer (responde ele). Vamos até as fadas, Elisabeth! Você também, Sanguinário. Temos que protegê-los do perigo que se aproxima.

Na entrada da tranquila e abandonada cidade, bruxos e bruxas estão confabulando sobre os próximos passos:

- A coisa está feia lá fora (declara Tábata). Parece que todos os demônios resolveram vir para cá ao mesmo tempo. Como não é de noite, nenhum deles ainda têm as asas disponíveis. Estão vindo de ônibus!

Todos os bruxos se entreolham, céticos sobre o que estão ouvindo! Parece piada, mas não é.

- Está falando sério?! (indaga a bruxa Vilma).

- Sim! O tal do Sanguinário, junto com Elisabeth, estavam descrevendo tudo para nós. A polícia e o exército não estão conseguindo detê-los. Lúcifer está atacando aqueles que tentam impedir o avanço da frota do mal.

- Que loucura! (declara Silvestre).
- Está tudo pronto por aqui? (indaga Tábata).
- Sim! (confirma Suelen). Lúcifer e seu exército terão uma bela surpresa!

Perto da mata, ao lado da cidade, Eliseu, Elisabeth e Sanguinário caminham sob as árvores para chegar até a clareira ali perto.

- Olha! Eu não acredito nesta história de fadas! (declara Sanguinário).
- Eu já vi a rainha delas. É linda! E inacreditavelmente real! (informa Elisabeth).

- Silêncio vocês dois! (ordena Eliseu). O barulho excessivo pode impedir que a fada Verônica apareça. Não temos tempo para esperar muito por aqui. Precisamos voltar para as nossas posições na entrada da cidade e nos preparar para a guerra!

Rapidamente os três chegam até o local do último encontro com a fada-rainha. O anjo-protetor segue seu ritual: ele saca a sua espada, quando então a sua protegida volta a enxergar novamente através de seus próprios olhos. Ela observa seu amado ajoelhando-se apenas com a perna direita, enquanto crava a espada luminescente na terra úmida e coberta de folhas. Eliseu abaixa ligeiramente a cabeça sobre o dorso da mão que segura a empunhadura da afiada lâmina e aguarda calmamente.

- O que ele está fazendo? (indaga Sanguinário, falando baixinho próximo ao ouvido da Curandeira).
- Esta é a forma como os anjos mostram respeito para que uma fada possa nos visitar (declara Elisabeth, respondendo também baixinho).

Sanguinário olha para cima e vê uma nuvem de asas se aproximando.

- Você disse... atrair
UMA fada? Olhe para cima!

Elisabeth ergue a cabeça e também compartilha a imagem de dezenas de fadas flutuando lentamente e se aproximando do anjo protetor, cercando-o carinhosamente com a agradável presença daqueles corpos minúsculos de pequenas mulheres espirituais. Suas asas brilham com o reflexo da luz da espada do anjo, espalhando uma suave iluminação por toda a clareira.

- Isso é incrível! (declara Sanguinário). Parece que estou sonhando!

-
Mas não está! (declara a fada rainha Verônica ao se aproximar dele). E a vitória da batalha que se aproxima, dependerá muito de sua capacidade de ver além do horizonte. Assim como você, Elisabeth, que tem a capacidade de enxergar com seu equipamento, tudo o que acontece em trezentos e sessenta graus ao seu redor.

- Rainha! (interrompe Elisabeth). Quando Eliseu estiver lutando, meu equipamento parará automaticamente de funcionar e eu só conseguirei enxergar com meus próprios olhos. Não poderei ajudar muito durante o combate!

-
Feche seus olhos, Elisabeth! O que vê agora? (indaga Verônica).
- Nada! Nem meus olhos e nem meu equipamento está funcionando (declara a moça já de olhos fechados).

A fada movimenta uma de suas mãos da direita para a esquerda sobre a cabeça da Curandeira e um manto de invisibilidade recobre Elisabeth, fazendo-a desaparecer da visão de todos ali. Agora o equipamento tecnológico, a cinta na cintura e a tiara da cabeça, começam a funcionar novamente.

- Nossa! O que houve? Por que agora estou vendo tudo?
-
Porque a nossa magia impede que a espada de seu protetor cure a sua visão.
- E como faço para voltar a ficar visível? (indaga Elisabeth).
-
Abra seus olhos! (pede Verônica).

O manto de invisibilidade se desfaz e a visão normal da Curandeira passa a funcionar outra vez.

-
Mas tem um problema que nós, fadas, não conseguimos resolver.
- E qual é o problema? (indaga Eliseu ainda de olhos fechados e a cabeça ligeiramente abaixada sobre a mão que segura a espada).

-
A magia só funcionará enquanto você, Eliseu, mantiver a espada firme em suas mãos! Se a perder, ou largá-la durante a batalha..., Elisabeth se tornará visível para todos, incluindo demônios e o chefe deles.

- Rainha Verônica! Não disse que usaria dois mantos de invisibilidade? (relembra o anjo-protetor).

-
Sim! Ambos estão atuando juntos, mas nesta cidade houve esta inesperada reação.

Agora a fada Verônica aproxima-se de Sanguinário e lhe faz um pedido:

-
Feche seus olhos!

Ele atende ao pedido e Verônica executa o mesmo gesto sobre a cabeça dele. Sanguinário desaparece da visão de todos, mas algo está errado:

- Espere um pouco! (reclama o homem invisível). Mas de olhos fechados não conseguirei ver nada! O que houve de errado?

-
Não há nada de errado! (informa a fada-rainha). Sua visão será apenas o seu dom natural, quando ele se manifestar! É com ele que terá que contar para sobreviver e informar seus colegas sobre o perigo que os cercam.

Sanguinário abre seus olhos e volta a ficar visível diante de todos.

-
Lembrem-se! Se Eliseu soltar a sua espada... ambos estarão visíveis e em apuros durante a luta.
- Então devo eliminar Lúcifer rapidamente! (declara Eliseu à fada).
-
Seria ótimo, mas pouco provável. Ele é muito poderoso e perigoso! (relembra Verônica).
- Apesar de não termos mais os vampiros conosco... acredito que estamos preparados para este combate (declara Eliseu).

-
Ninguém nunca está preparado para uma guerra! (relembra Verônica). Espero que o inimigo esteja menos preparado do que vocês. O fato de Lúcifer não vir sozinho para cá, assim que descobriu este endereço, é porque ele teme que possa perder a guerra se não estiver junto com seu exército.

- Talvez tenha razão, rainha! (declara Eliseu). Se pudéssemos deter a vinda dos demônios, deixaríamos seu chefe em desvantagem!
- Não tem como deter milhares de seres alados! (relembra Elisabeth).
- Mas eles ainda não estão voando! (comenta Eliseu).
-
Nós, fadas, não podemos fazer mais do que estamos fazendo! Daqui pra frente é com vocês! Boa sorte!
- Obrigado, rainha! (agradece o anjo, enquanto as fadas voam para o topo das árvores e desaparecem dali). Vamos conversar com Tábata! (declara Eliseu). Acho que podemos melhorar um pouco a nossa vantagem contra os demônios.
- O que pretende fazer, Eliseu? (questiona Elisabeth).
- Vamos conversar com a bruxa, primeiro! Talvez ela possa nos ajudar!

Rapidamente os três saem da mata e cruzam a cidade até a entrada, onde o anjo caído, Barrattiel, e os bruxos estão aguardando o início do conflito.

-
Tábata! (grita Eliseu). Eu tive uma ideia!
-
Outra?!
- Sim! Preciso de um favor seu!
-
Mais um?!

Eliseu se aproxima dela e comenta sobre o que pensou:

- Podemos estragar um pouco os planos de Lúcifer antes que os demônios cheguem até aqui.
- O que pretende fazer? (indaga Tábata).
- Preciso que me leve até as estradas por onde os ônibus sequestrados estão vindo para cá. Temos que levar Sanguinário e Elisabeth junto conosco. Eles não podem ficar longe de minha proteção.
- Então precisa de mim como meio de transporte?
- Se quiser jogar alguns feitiços também, eu agradeço!

A bruxa pensa um pouco e comenta:

- Vamos deixar esta cidade sozinha? E se Lúcifer aparecer enquanto estamos fora? Os outros bruxos estarão em perigo!
- Por isso levaremos Sanguinário. Ele estará sempre monitorando onde os nossos inimigos se encontram. Se algo errado acontecer podemos retornar para cá imediatamente.
- Está bem! Mas Lúcifer não pode saber que os bruxos estão ajudando você. Temos que preservar a nossa segurança.
- Então, deixe comigo as ações de combate lá fora. Apenas nos leve até onde estão os ônibus com os demônios.
- Então... o que estamos esperando? Vamos lá!

Tábata estica as suas mãos na direção de Eliseu e Elisabeth, quando Barrattiel os interrompe.

- Vou com vocês!
- Não, meu amigo! Fique e ajude a proteger a cidade, no caso de Lúcifer aparecer por aqui.
- Está bem! Mas tomem cuidado lá fora. Nenhum anjo conseguiria enfrentar milhares de demônios sozinho.
- Não se preocupe, Barrattiel! Eles ainda não estão com suas asas e nem a força da noite a favor. Além do mais, estão todos presos dentro de ônibus.

Ao finalizar a sua frase ele estica o braço na direção de Elisabeth e outro na direção de Saguinário. Um ciclo de apertos de mão se consolida e Tábata indaga aquele que pode localizar o inimigo:

- E então, senhor Sanguinário? Para onde vamos primeiro?

O dom do humano se manifesta e ele responde:

- Estrada estadual norte e sul, quilômetro cinquenta. Dez coletivos estão vindo para cá por aquela via.

Todos desaparecem de Tranquilópolis e reaparecem no acostamento do endereço citado. Eliseu olha de um lado e de outro e nada vê.

- Tem certeza de que é este o lugar? (indaga o anjo, cético sobre a informação anterior).

- Sim! Eles farão aquela curva à frente... agora! (declara Sanguinário, apontando para um dos lados da estrada).

Eliseu olha naquela direção e um ônibus aparece, seguido de outro e mais outro e mais outro.

- Afastem-se da beira da estrada e fechem seus olhos! (ordena o protetor a Elisabeth e Sanguinário enquanto saca a sua espada brilhante).

O casal desaparece e Tábata também, usando seu feitiço particular de proteção. Eliseu faz o mesmo graças ao seu poder de anjo. Ele se prepara para o ataque para lutar contra uma frota de demônios. O primeiro coletivo aproxima-se e passa pelo grupo invisível. Eliseu desfere um golpe horizontal com sua espada, cortando o pneu dianteiro, toda a lateral e depois também o pneu traseiro do ônibus, que se desgoverna virando de lado na pista, impedindo a passagem dos que vem atrás.

Devido à grande velocidade do comboio, o segundo ônibus não consegue brecar a tempo, atingido em cheio o veículo que está logo à frente. Eliseu aproveita para também cortar os pneus deste segundo coletivo, fazendo-o também perder o controle e sair da estrada em direção ao mato existente no acostamento à diante. Os veículos seguintes brecam forte e param antes de abalroarem os dois primeiros. Eliseu, invisível, levanta voo e plana baixo, usando a espada para cortar os pneus da lateral direita de todos os ônibus do comboio. São dez veículos e quatrocentos combatentes a menos, que agora não poderão mais se deslocar para Tranquilópolis.

- Ele é habilidoso e inteligente! (declara Tábata, falando aos colegas invisíveis sobre o protetor celestial).
- E lindo, também! (declara Elisabeth).
- Para onde vamos agora, Sanguinário? (indaga a bruxa).

Enquanto o humano se concentra para localizar o próximo endereço, Eliseu retorna, voando rápido até onde estão Elisabeth, Sanguinário e Tábata.

- Vamos embora! Estes aqui não chegarão lá tão cedo (declara o anjo).

Todos invisíveis, desaparecem dali e vão ao encontro de outra estrada. Chegando lá o grupo se prepara para mais um ataque terrorista contra seus inimigos. Enquanto isso, Lúcifer surge no local do ataque e percebe que chegou atrasado. Os demônios que sobreviveram ao acidente já estão fora de seus coletivos, sem saber como farão para continuar na estrada. Lúcifer observa os estragos devastadores produzido nos ônibus, espreme seus olhos e lábios.

- Isso só pode ter sido feito por uma espada celestial! Eliseu está atacando. Mas isso não irá me deter. Ele é apenas um e não pode estar em diversos lugares.

Na outra estrada, Sanguinário começa a sentir tremores e visualiza o chefe dos demônios.

- Ele já sabe o que fizemos! (declara Sanguinário). Está observando os ônibus destruídos neste momento. Lúcifer sabe que foi você o responsável.

- Descobriu muito rápido o que estamos fazendo (informa Eliseu). Ele está atento ao deslocamento de sua frota. Temos que ser cautelosos para não sermos surpreendidos.

Ao longe outra frota de vinte e cinco coletivos se aproxima do lugar onde está o grupo de combatentes. Eliseu se prepara novamente e repete o que fizera a pouco na outra estrada. Desta vez, os cinco primeiros ônibus, devido à alta velocidade em que vinham, se chocam uns contra os outros, depois de terem seus pneus rasgados e explodidos pela afiada lâmina celestial. Mais uma estrada está agora fechada, impedindo que o restante da frota possa passar por ali. Eliseu levanta voo e corta os pneus dos outros coletivos que estão parando. Mas desta vez, Lúcifer aparece rapidamente ao local. Eliseu percebe a presença de seu inimigo e voa invisível e silenciosamente de volta até onde estão seus colegas.

- Vamos embora daqui, Eliseu! (declara Tábata, falando bem baixinho para o protetor de Elisabeth).

Lúcifer, com sua apurada audição, ouve ao longe a voz da bruxa. O grupo desaparece.

- Então a bruxa está ajudando Eliseu! (deduz o diabo). Só assim ele poderia ter vindo até aqui tão rapidamente. Todos irão pagar muito caro por esta afronta a mim!

O dono do inferno desaparece e agora a guerra foi declarada. As máscaras caíram! Os inimigos se reconhecem. Não há mais surpresas. Eliseu e seu pequeno grupo reaparecem em outra estrada da região. Mas aqui a coisa está mais complicada.

Aviões da aeronáutica, armados até os dentes, cortam os céus atrás da criatura terrível que corta ao meio aeronaves. Drones patrulham em grupo também. Mais um comboio de ônibus surge no horizonte de um dos lados da estrada. Os aviões se posicionam e fazem mira. Sanguinário começa a tremer e declara a sua aflição:

- Ele está aqui! Lúcifer está aqui!
- Aonde? (indaga Eliseu, invisível e pronto para o combate, olhando para todos os lados).
- Lá! (responde o humano apontando para o céu).

Antes dos aviões atirarem, surge o diabo vindo do céu, caindo como um raio num voo vertical, com a espada em punho, que corta ao meio a aeronave-líder como uma manteiga. Seus pedaços se espalham pelo ar e alguns deles são sugados pelas turbinas dos outros que vêm logo atrás.

Uma destruição em cadeia sincronizada acontece em pleno ar, e como num castelo de cartas, as aeronaves vão se desgovernando enquanto as turbinas explodem. Os pilotos ativam os assentos ejetáveis para se salvarem. Mas os estilhaços acertam alguns dos paraquedas que se rasgam. O modelo secundário disponível é acionado e alguns dos militares do ar conseguem se salvar em meio a um inferno de peças metálicas e plásticas em chamas que caem do céu. Esta é uma pequena amostra do que a humanidade enfrentará daqui para frente.

Em terra, Eliseu apressa-se para rasgar os pneus do comboio, enquanto Lúcifer destrói os veículos militares em solo. Soldados correm para uma posição mais defensiva e distante do perigo alado. Drones atiram todos juntos com mísseis contra os coletivos roubados! Satanás reaparece próximo aos ônibus onde está parte de seu exército.

Com um gesto de palma de mão aberta, Lúcifer força os mísseis a fazerem uma longa curva e retornarem contra aqueles que os enviaram. A explosão das pequenas aeronaves é imediata. Não há mais combatentes militares ou tecnologia no local que possam se impor ao anjo caído. De longe, Tábata vê o que está acontecendo e comenta o fato com Elisabeth:

- Então este é o poder mágico que ele roubou do bruxo que assassinou!
- E como isso pode nos ser útil nesta guerra? (indaga a moça cega).

- Até hoje ninguém sabia qual era a magia que o "coisa ruim" aprendera. Mas agora ele teve que usá-lo e expôs o seu segredo. Este é o chamado "feitiço contra o feiticeiro". Ele pode devolver tudo aquilo que recebe! Muito útil para alguém que será atacado numa guerra, e terrível contra os oponentes que o enfrentarem. Faz muito tempo que Lúcifer está planejando os desdobramentos do dia de hoje. Ele não será vencido facilmente! Não poderemos atacá-lo diretamente, ou seremos nós quem morreremos!

- Você não pode criar o mesmo feitiço para nos proteger? (indaga a Curandeira).
- Este feitiço é de mão única! (alerta Tábata). Dois oponentes não podem usar a mesma magia.
- Senão...? (indaga Elisabeth).
- O confronto gerará uma explosão que destruirá muitos quilômetros ao redor (afirma a bruxa). Será o fim deles e de Tranquilópolis.
- Essa não! (declara Sanguinário).

Lúcifer não pode ouvir a conversa da equipe de Eliseu, devido ao som das explosões e tiros no local. Enquanto isso o protetor de Elisabeth voa invisível na contramão do comboio que se aproxima, cortando os pneus de cada um dos ônibus. Cada um deles também explode chamando a atenção de Lúcifer, muito próximo de todos os acontecimentos. Ele percebe a ação de seu oponente celestial. O anjo caído surge então com a espada em punho voando atrás do último coletivo.

Eliseu percebe que corre o risco de ser fatiado pelo diabo e desvia seu voo, deixando o último ônibus intacto. Lúcifer percebe que a manobra de seu oponente e atira a sua espada com força na direção de onde acredita que o anjo protetor estará no próximo segundo. Em grande velocidade, Eliseu gira a sua espada em pleno ar para desviar a outra que vem em sua direção. A manobra dá certo, mas a lâmina inimiga toca suavemente o braço do protetor, cortando-o levemente.

Ele sente a dor forte que lhe fora impetrada. Seu rosto demonstra o quanto isso está ardendo. Elisabeth percebe de longe o fato e preocupa-se com seu amado! A jogada de Lúcifer funcionara. O som das lâminas se encontrando em pleno ar ecoou por todos os cantos.

O anjo caído não pode ver o anjo protetor, mas sentiu que ele fora ferido. Assim mesmo, Eliseu acha que tem uma chance de lutar contra Lúcifer, já que seu inimigo está sem a espada. Ele leva a mão esquerda para dentro de seu casaco negro. Pega a poção que recebera de Tábata. Arranca com seu polegar a tampa plástica que veda o recipiente.

Bebe num só gole todo o conteúdo! Sentindo-se poderoso, protegido por magia e confiante, posiciona a frente do rosto a sua espada. Olha fixamente seu inimigo parado logo ali, inerte, exposto, indefeso e desarmado. Eliseu avança em velocidade para atacá-lo. Lúcifer sente o que irá acontecer e abre os braços, como se desejasse ser morto por seu oponente celestial.

Mas em pleno ar o protetor desaparece sem vestígios de onde poderia agora estar. Desapontado, o senhor das trevas olha ao redor e nada vê, além de seus demônios, que saíram dos ônibus e aguardam as novas ordens do líder. O anjo caído abre as asas, voa até pegar de volta a sua espada brilhante, que caíra próximo dali na mata marginal à estrada. Ele aponta na direção da estrada à frente e os demônios começam a correr naquela direção.

A seguir o ser de olhos vermelhos desaparece do local! Em Tranquilópolis Tábata, Sanguinário, Elisabeth e Eliseu reaparecem. O anjo protetor em plena posição de ataque ainda voa com a espada em punho em direção ao nada! Ele para em pleno ar, ligeiramente confuso sobre o que poderia estar acontecendo. Olha para trás e vê a sua equipe parada ali bem na entrada da cidade abandonada entre as montanhas. Em menos de um segundo Eliseu se dá conta de que Tábata havia retirado toda a equipe da batalha, incluindo ele mesmo.

- Por que fez isso, Tábata? Eu estava prestes a vencê-lo e isso poria um fim a esta guerra? Por quê?
- Eu descobri qual o feitiço que Lúcifer está usando.
- E daí! Poderia me contar depois que eu acabasse com ele!
- Não! Ele está protegido pelo "feitiço contra o feiticeiro".

Eliseu abaixa as sobrancelhas e espreme ligeiramente seus olhos, procurando algum sentido naquilo que ela acaba de lhe dizer. Tábata então completa a informação:

- Se você o atacasse diretamente, é possível que a sua espada se voltasse contra você, tornando Lúcifer o vencedor desta guerra!
- Como assim?! Então não poderei lutar contra ele? É isso que está me dizendo?
- Preciso encontrar um contrafeitiço que possa anular a proteção que ele tem!
- Do que está falando, bruxa? Eu tomei a poção que me deu para lutar contra ele. Isso não é suficiente?
- Só até a sua terceira tentativa de acertá-lo. Depois disso estará totalmente exposto e tudo o oferecer a ele, receberá de volta com o mesmo impacto e força.
- Como lutar contra alguém que não pode ser vencido? (indaga Eliseu).

Um silêncio tenebroso se espalha por toda a pequena cidade incrustrada nas montanhas.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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Henri Versiani
como Eliseu

Majorie Gerardi
como Elisabeth

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