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Introdução
XVI - O CONGRESSO DAS VASSOURAS
I - O CÉU
XVII - EXÉRCITO DE VIVENTES
II - O ANJO
XVIII - REENCONTRO
O Anjo-Vampiro
CAPÍTULO XXII - FACÇÕES DA GUERRA
III - O DOM
XIX - MAIS UMA NOITE
O dia mal amanhece e o exército já está levantando acampamento. Eles encontraram o veículo militar abandonado na mata. Não encontraram nenhum vestígio do que possa ter acontecido e nem onde foram parar os dois soldados que estavam dirigindo o jipe!

O quartel general chama toda a equipe de volta, porque em diversas cidades do país as pessoas estão tendo problemas com arruaceiros que participam das manifestações dos demônios, que de dia trabalham como pessoas normais, mas à noite criam asas e servem a Lúcifer. Em poucos minutos todas as tendas são rapidamente dobradas. Muitos militares estão pelos poucos bares do lugar tomando seu café da manhã. Na casa da bruxa, Tábata já está de pé e arrumada. Ela sai de seu quarto e se assusta, porque dá de cara com Eliseu, que lhe indaga:

- O que faz esta hora fora da cama?
- Que susto! Por um minuto pensei que fosse outra pessoa!
- Outra pessoa?! Quem?
- Isso não importa! O fato é que você e Elisabeth precisam ir embora daqui o mais rápido possível!
- Por que a pressa? Deixe-a dormir mais um pouco.
- Não é possível! Tenho muito que fazer e vocês precisam viajar para a cidade de Tranquilópolis!
- Bom..., se você e outros bruxos nos ajudarem, poderia nos levar a todos imediatamente para lá.
- De quem está falando? De você e Elisabeth?
- E o pequeno exército de vampiros também!
- De jeito nenhum! Bruxos não são meio de transporte coletivos para vampiros.

- Tudo bem! Eu já sabia que responderia desta forma! Ao menos informe aos outros bruxos que nos apoiarão para onde estamos indo. Quero estar na cidade antes do anoitecer. Vou pedir aos vampiros que voem durante a noite até lá. Depois informe os bruxos, que não pretendem nos apoiar, para onde iremos. Se eles se aliarem aos demônios, então Lúcifer ficará sabendo e enviará milhares de combatentes para nos encontrar.

- Por que acha que os bruxos serão aqueles que denunciarão a Lúcifer onde Elisabeth estará? (indaga Tábata ao Anjo). Não acha que é mais provável que os vampiros possam traí-lo?
- Tábata, estamos numa guerra. E existe uma grande chance de que qualquer um possa nos trair. Só estou dando-lhe esta sugestão, porque você me disse que os bruxos estão divididos nesta guerra.
- Ok! Sinto muito!
- Está tudo bem...! Sabe o que está acontecendo lá fora? (indaga Eliseu à bruxa, virando-se de costas para ela e indo em direção à janela da sala).
- Não! O quê?
- Militares...! Dezenas deles...! Acamparam esta noite na cidade...!
- O que fazem aqui?
- Provavelmente as pessoas perceberam que aconteceu alguma coisa estranha no ataque dos demônios à cidade onde estávamos escondidos. Devem estar atrás dos culpados pela bagunça e mortes.
- Essa não! Vai começar uma nova caça às bruxas!
- É! Mas desta vez espero que seja aos demônios!
- Sabe muito bem que os humanos não irão atacar apenas os demônios. Encontrarão também os vampiros e chegarão novamente até nós, os bruxos.
- É...! Eu sei...!
- Então...! Convoque os outros anjos...! Não deixe que isso continue...!
- Não podemos fazer isso!
- Se o exército me atacar, terei que revidar! (informa Tábata). E os anjos? O que farão depois disso? Vão punir os bruxos novamente?
- Temos que nos concentrar na batalha, Tábata! Depois veremos o que faremos, para evitar que isso aconteça!

Agora sai do quarto Elisabeth e faz uma declaração:

- Não deixarei que nenhum de vocês morram! Trarei todos de volta, se isso acontecer.
- Eu agradeço a intenção, mas no momento em que nos atacarem, e virem você ressuscitando os mortos..., eles acabarão com a sua vida, por ser uma simpatizante daqueles que os humanos odeiam! (relembra a bruxa).
- Eliseu irá me proteger, não é?
- Elisabeth! Nossa luta é contra Lúcifer e seus demônios! Depois que os derrotarmos, veremos o que acontecerá dali para frente!
- Vamos tomar um café, Elisabeth? (indaga Tábata à moça). Vocês precisam partir logo!
- Ok! Vamos lá. Já deixei a minha mala pronta para viagem! (declara a Curandeira).

As duas caminham em direção à cozinha e Eliseu fica de olho nos acontecimentos lá fora. Do outro lado da cidade, Sanguinário está dormindo em sua cama, roncando alto, exausto por ter que usar por tanto tempo seguido seu dom. Perto dele está Barrattiel deitado num sofá, dormindo também, já que agora ele se tornou um ser vivo, depois de sua queda como anjo. O vampiro-líder aproxima-se dos dois com um balde cheio de água numa das mãos. Ele chega bem perto do anjo e tenta encontrar apenas com o desvio de seu olhar, onde se encontra a espada celestial. Mas nada vê. Ela está invisível junto ao corpo dele.

Agora o vampiro aproxima-se de Sanguinário, olha aquele pescoço grosso, pronto para ser mordido com gosto, cheio do suculento líquido vermelho, que um sugador de sangue sedento tanto deseja. Mas ele precisa engolir em seco hoje, já que não conseguiu ainda a informação sobre Lúcifer! Então decide jogar o balde de água bem na cabeça do pobre-coitado, que se levanta desesperado da cama! A boca aberta e os olhos arregalados demonstram claramente o tamanho do susto e do banho que Sanguinário acaba de tomar!

-
Ficou maluco, cara?! Sonhei que estava me afogando!
- Já dormiu demais! Vamos voltar ao trabalho! Você ainda não encontrou quem eu procuro!
-
Você molhou as minhas roupas, a minha cama e ainda quer a minha ajuda?! (declara Sanguinário).
- É assim que trata aqueles que te ajudam, vampiro? (indaga o anjo Barrattiel, sem se levantar do sofá e ainda com os olhos meio fechados).
- Olha quem está falando! Você ontem queria matar este cara se não lhe desse a informação!!
- Tenho que confessar que não estou vivendo meus melhores dias! (declara o anjo). Ao menos pude meditar um pouco de ontem para cá e percebi que uma noite de sono ajuda a diminuir meu estresse.
- Um anjo com estresse?! (comenta o vampiro). Esta história está ficando cada vez mais esquisita.

Sanguinário troca de roupa e vai tomar seu café da manhã! O anjo prontamente se levanta do sofá e vai também para cozinha. O dono da casa reclama:

- Ohhh, celestial! Vai tomar café da manhã no bar da cidade!
- Acho que o café de lá deve ser melhor que o seu (responde ele). Mas infelizmente acabo de cair como anjo e não tenho dinheiro para pagar por estas coisas.
- E acha que eu devo sustentá-lo?

O anjo ergue as sobrancelhas e fala de forma irônica:

- Bom... agora que não sou mais um anjo posso usar a minha espada quando quiser. Posso usá-la para cortar o pão ou a sua cabeça!
- Senta aí e corte seu pão! Preciso de minha cabeça para comer e encontrar Lúcifer!

Agora aparecem na sala a bruxa Tábata, Eliseu e Elisabeth. Sanguinário olha para os três e reclama:

- Só faltava eu ter mais três para o café da manhã.

Eliseu olha em direção à cozinha e vê o outro anjo ali, sentado, comendo um pão. Rapidamente ele entende que seu amigo não é mais um anjo, do contrário não estaria se alimentando!

- Barrattiel?! O que houve?!

O ex-anjo vira-se na direção do amigo celestial e responde à pergunta:

- Olá, Eliseu! Sinto muito! Tive que lutar diretamente contra Lúcifer para proteger o casal.
-
Oh, meu Deus!! (grita espantada Elisabeth). O que aconteceu com meus tios?

- Não se preocupe! (responde o anjo caído). Lúcifer só queria saber onde vocês estavam escondidos. Eu tentei afastá-lo e não consegui. Ele me venceu na luta, mas me poupou a vida e a de seus tios! Depois desapareceu. Pedi ao casal para ir embora daquela casa até tudo terminar.

- Fez bem, meu amigo! (elogia Eliseu). Mas por que você perdeu seu lugar no Firmamento?
- Eu e Lúcifer lutamos no meio da rua! Diversas pessoas viram nosso embate! Quebrei a nossa regra de não nos mostrarmos como anjo em público. As pessoas viram as minhas asas, não tive escolha.
- Sinto muito, Barrattiel! O que pretende fazer agora?
- Estou à procura de Lúcifer! Vou lutar novamente contra ele até a morte desta vez.
- Se não pôde vencê-lo como anjo, por que acha que conseguirá agora que não é mais imortal?
- Tenho que tentar impedi-lo. Além do mais, não tenho mais futuro, você sabe! Em breve enlouquecerei e morrerei vivendo entre humanos.
- Gostaria de poder fazer algo por você, Barrattiel, mas agora preciso terminar o que comecei! (declara Eliseu). Acho melhor se afastar desta luta e deixar isso comigo!
- Não posso! Não tenho mais nada a perder. Vou com você até o inferno se precisar!
- Tenho que ir embora, agora! (declara Tábata já desaparecendo).
- Ela tá meio apressada, né? (declara o vampiro). Deve ser por causa da minha presença.

Agora Sanguinário, que está tomando seu café da manhã, sentado à mesa, começa a sentir alguma coisa estranha. Seu corpo todo treme e ele revira os olhos! Mal consegue ficar sentado à mesa.

- O que está acontecendo com ele? (indaga Elisabeth, que percebeu o problema do rapaz com seu sistema tecnológico de visualização para cegos).

Todos agora também percebem o que está acontecendo e o dono da casa responde:

- Ele está perto...! Muito perto daqui...!
-
Quem?! Lúcifer?! (indaga Barrattiel).
- Sim...! Sim...! Ele está chegando...! Nunca senti algo tão forte...! O poder dele é enorme!
-
Onde ele está? Onde ele está? (grita Barrattiel, pegando Sanguinário pela gola de sua camisa).
- Calma, meu amigo! Não precisa fazer isso! (declara Eliseu, segurando num dos braços do colega).

Na casa de Tábata, surge Lúcifer! A bruxa que acabara de chegar se assusta novamente com a presença do "coisa ruim":

- Nossa! Que susto! Não é todo dia que o diabo em pessoa vem nos visitar! Não combinou que viria mais tarde?
- Tenho outras coisas para fazer! Mais tarde estarei ocupado! Quantos vampiros os bruxos eliminaram hoje?
- A coisa não é assim que funciona! Mas eu tenho uma boa notícia para você.
- Se não matou nenhum, como pode ter uma boa notícia para mim?
- Descobrimos que os vampiros irão se reunir em grande quantidade entre hoje e amanhã. Então combinamos pegá-los todos juntos, ao invés de assustá-los, matando uns poucos de cada vez.
- E onde eles estarão hoje? (indaga Lúcifer).

Tábata pensa um pouco antes de responder isso a ele:

- Ainda não sabemos! Mas logo terei esta informação!
- Humm!! Não sei não! Estou achando que está tentando me enganar! Como pode saber que eles irão se reunir, mas não sabe onde.
- Calma! Estamos trabalhando! A vantagem de ser bruxa é que podemos nos disfarçar em meio às outras pessoas e logo, logo, teremos esta informação.

Lúcifer se aproxima dela, saca a sua espada, mas ela rapidamente lança um feitiço sobre si mesma para se proteger. Assim mesmo, a espada chega próximo de seu pescoço, limitada apenas por um fino campo de força mágico ao redor de seu corpo.

- Sabe que posso atravessar esta barreira e acabar com a sua vida?
- Sim eu sei! Foi apenas um reflexo de proteção!

Do outro lado da pequena cidade, Sanguinário já sabe o que todos querem saber:

- Ele está na casa da bruxa!
- O quê?! Tem certeza?! (indaga Eliseu).
- Tenho!
- Então... ela está nos traindo! (declara o vampiro). Eu sabia que não poderíamos confiar nas bruxas!
-
Onde fica esta casa? Eu vou enfrentá-lo! (declara, alucinado, Barrattiel, ainda segurando na gola da camisa de Sanguinário).
-
Largue-o...! Agora...! (grita Eliseu para o amigo, que não o escuta e está com o olhar vidrado no humano).

Sem opções, Eliseu resolve agarrar o amigo pelo pescoço, travando-o entre seu braço e antebraço. O anjo protetor vira-se e posiciona suas costas contra as de Barrattiel. Ele se abaixa rapidamente para frente e puxa com força o amigo, fazendo-o girar em pleno ar, arrancando-o do chão e arremessando-o contra uma das paredes da casa.

O anjo caído abre as suas asas e as agita com veemência para reduzir a velocidade de seu corpo em pleno ar e não bater contra a parede. Barrattiel gira novamente em pleno ar e cai de pé, já sacando a sua espada brilhante. Seu olhar de louco e raiva agora se vira contra Eliseu enquanto brada a sua revolta:

-
O que está fazendo? Por que protege o inimigo?
- Não estou protegendo Lúcifer! Estou protegendo você!
-
Que conversa é essa agora? Está tentando me enganar?
- Não, meu amigo! Claro que não!
-
Saque a sua espada e lute como um anjo!

- Preste atenção no que está fazendo. Estamos em meio a uma cidade, o exército está lá fora, Elisabeth está aqui exposta ao perigo, temos apenas um vampiro conosco e sabe-se lá quantos bruxos podem estar nos esperando naquela casa. Aquilo pode ser uma armadilha! Não estamos prontos agora para este combate!

-
Vamos atacá-lo agora! É a nossa chance de pegá-lo desprevenido!
- Não, Barrattiel...! Eu tenho um plano melhor e preciso que confie em mim...! Vamos vencer Lúcifer..., mas não agora..., não aqui..., não sem o apoio das fadas...!
- Ficou maluco! As fadas nem querem mais falar conosco!
- Eu falei com a rainha Verônica! Ela irá nos apoiar!
- Estamos perdendo tempo! Lúcifer vai fugir!
- Não! Ele irá morrer em nosso próximo encontro! Eu juro por Deus!
- Deus não quer nos ouvir e nem nos ajudar! Talvez isso mude depois que matarmos Lúcifer!

- Precisa se acalmar, Barrattiel. A sua queda como anjo está alterando o seu raciocínio! Precisa deixar que eu te ajude e lhe guie, enquanto estivermos por aqui! Você sempre foi da equipe de apoio e sempre confiou em outro anjo. Peço que confie em mim agora..., mais do que antes. Focalize isso que estou lhe dizendo...! Não importa o que aconteça... confie... em... mim..., por favor!

Enquanto isso na casa de Tábata, Lúcifer, ainda com a espada, pressionando o campo de força mágico ao redor da bruxa, ameaça-a novamente:

- Vou lhe dar uma última chance de fazer o que está me dizendo! Quero acompanhar de perto a morte destes vampiros. Enviarei meus demônios para o lugar secreto de reunião deles e matarei todos os bruxos se tentarem me trair. Amanhã cedo voltarei aqui para saber o local do massacre. Não terá outra chance e nem feitiço que a proteja de mim!

Ao dizer isso ele desaparece, para alívio temporário de Tábata. De volta ao outro endereço, Sanguinário conseguiu ouvir toda a conversa de Lúcifer com a bruxa e viu também que ele já se foi.

- Lúcifer foi embora, mas garantiu que voltará amanhã de manhã. A bruxa está traindo vocês! (declara o monocelho, dono da casa). Disse ao diabo que os vampiros se reunirão num endereço que ela irá descobrir qual é!
- Então Tábata não está nos traindo totalmente. Porque ela sabe qual é o endereço da reunião! (declara Eliseu).
- Agente duplo entre Deus e o diabo? (comenta o vampiro).
- Não sei! Mas vou perguntar a ela agora! Proteja Elisabeth, vampiro. Eu já volto.

Eliseu fica invisível e a porta de saída da casa se abre. Barrattiel também fica invisível e segue o amigo. Os dois voam por cima dos telhados sem que ninguém lá embaixo desconfie da presença deles. O exército parece estar de saída da pequena cidade.

- Barrattiel volte para aquela casa. Deixe-me falar sozinho com ela.
- Não! Eu ficarei invisível para te proteger, se for uma armadilha.
- Tudo bem! Mas não se precipite em atacar. Só se eu lhe der um sinal.
- E qual seria esse sinal?
- Saberá! A minha espada fará um grande estrago naquela casa! Este será meu sinal.
- Farei o possível para me controlar, mas não posso garantir nada! (afirma Barrattiel).

Rapidamente os dois chegam ao endereço. Eliseu se aproxima da porta de entrada e ao tocar na maçaneta, seu corpo é atirado com violência e de costas contra o de Barrattiel. Os dois, invisíveis, caem ao solo.

- O que foi isso? (indaga o anjo caído, literalmente).
- Feitiço de proteção da casa! (informa Eliseu). Não sabia que era tão forte!

Agora a porta da casa se abre e Tábata aparece ali, à procura do ousado invasor. Eliseu se levanta e caminha na direção da casa novamente. Ele volta a ficar visível, para espanto da bruxa.

- Pensei que fosse outra pessoa. O que está fazendo aqui?
- Achou que Lúcifer tinha retornado para continuar conversando com você?

A bruxa arregala os olhos, pega de surpresa com informação tão confidencial!

- Acho melhor você entrar para conversarmos! (convida a bruxa, ao ver um veículo militar passando na rua próxima).
- Entrar em sua casa?! Ou cair numa armadilha?! (indaga Eliseu).
- Não existe armadilha contra você! Seu plano de atacar Lúcifer e a existência da Curandeira nos colocou numa enrascada. Entre, vamos conversar sobre isso!

Eliseu olha firme nos olhos de Tábata, porque acaba de chegar bem perto dela e resolve entrar no imóvel. Antes olha para trás, na direção de Barrattiel que está invisível e faz um discreto gesto de cabeça, para que ele permaneça do lado de fora. A bruxa estranha aquilo, já que não vê ninguém por perto. Eliseu entra na casa e a porta se fecha atrás dele. Barrattiel olha tudo ao redor, em busca de algum sinal de perigo, mas nada vê!

- E então? Por que está nos traindo? Eu te avisei sobre isso! (relembra Eliseu).

- A coisa não é assim tão simples! (informa Tábata). A maioria dos outros bruxos não queria colaborar com anjos e vampiros. Lúcifer veio me procurar logo depois que você saiu daqui de minha casa ontem. Ele exige que eliminemos todos os vampiros do planeta em sete dias. Assim você não teria o apoio dos sanguessugas.

- Por que Lúcifer veio até você e não atrás de outro bruxo?
- Pelo mesmo motivo que você veio atrás de mim. Eu sou referência em feitiços e poções. Mas convencer os outros bruxos a lutar junto com anjos e vampiros, contra Lúcifer... nem eu consigo esta mágica! Então tive que bolar um plano paralelo.
- Plano paralelo?!
- Sim! Prometi aos outros bruxos que ficaríamos neutros nesta guerra, fingindo que ajudaríamos ambos os lados!
- Isso para mim é traição-dupla! Nem eu, nem Lúcifer aceitaremos isso!

- Isso é necessidade de sobrevivência! Quando todos os vampiros estiverem em Tranquilópolis, os bruxos aparecerão e ficaremos isolados e invisíveis. Os vampiros lutarão contra os demônios que se aproximarem pelo vale até a cidade. Mesmo em menor número, os sanguessugas conseguirão impedir a vinda dos demônios. Lúcifer prometeu estar presente e verá tudo de camarote. Quando ele perceber que os bruxos não estão fazendo nada, nem a favor e nem contra, terá duas opções. Ou atacará você ou ficará muito injuriado e tentará atacar os bruxos. Se aquele anjo caído fizer isso, nós nos protegeremos com um feitiço coletivo, que não poderá ser vencido nem pelo diabo. Você terá então a chance de pegá-lo distraído.

- Acha que isso é me ajudar?!
- É o máximo que poderemos fazer neste momento. Se não fosse esse meu plano, nenhum bruxo participaria disso. As menos estaremos todos por lá durante a batalha, observando e monitorando o resultado.
- Monitorando?! Isso não é um reality show! É uma guerra! A maior que a humanidade já viu! E que poderá levar à extinção completa da vida neste planeta!
- Eu te garanto que se percebermos que existe uma chance de Lúcifer ser derrotado... ficaremos de seu lado nesta luta.

- Isso ainda me cheira a traição! Preciso da força de sua magia para enfraquecer Lúcifer durante o combate contra ele. Numa luta direta e simples, não posso vencê-lo! Se não me ajudar seriamente, tudo estará perdido, e vocês, bruxos e bruxas, também perderão a vida no final!

- Estamos cientes das consequências. Mas muitos bruxos não estão dispostos a lutar junto com anjos e vampiros, mesmo odiando Lúcifer e as consequências dele vencer a guerra. Os bruxos preferem tentar um acordo apenas com o lado que vencer a guerra.

Eliseu pensa um pouco sobre o problema e indaga a bruxa:

- Se eu provar a você que tenho alguma chance de ganhar esta luta, você me garante o apoio irrestrito dos bruxos e bruxas?
- Se você garante que vencerá, não precisará de nós! (responde Tábata).

- Posso conseguir uma vantagem estratégica tênue, porque teremos poucos vampiros disponíveis para combater os milhares de demônios, por isso preciso de você! Se eu trouxer outros anjos para o combate, você nos ajuda, ou não?

- Os outros anjos não o ajudarão. Como pode prometer isso?
- Responda apenas a minha pergunta...! Sim ou não?

Tábata pensa um pouco sobre o assunto e dá a sua resposta:

- Se outros anjos estiverem lá e ajudarem na luta contra Lúcifer e seu exército... eu garanto que faço os outros bruxos e bruxas colaborarem com você e seu grupo!

- Muito bem! Estou acreditando em sua palavra de bruxa! Mas se titubear diante do combate... ou fugir novamente ao que aqui acabamos de combinar..., irá se arrepender de ter escolhido o lado errado! Não se pode combinar coisa alguma com Lúcifer...! Ele não liga para nada e nem para ninguém... Só quer provar que é melhor do que a humanidade, mesmo que tenha que matar anjos, bruxos, vampiros e ser humano por ser humano. Pense bem no que irá fazer...!

Eliseu fica novamente invisível, diante de Tábata e logo depois a porta de saída da casa da bruxa se abre e se fecha a seguir. Lá fora o anjo se aproxima do amigo celestial caído e fala com ele:

- Barrattiel, tenho uma missão muito importante para você! Vamos voltar para casa onde estávamos a pouco. Te conto enquanto voamos.

Os dois abrem as asas e invisíveis retornam para a residência de Sanguinário.

IV - A VIAGEM
XX - A FILA DA PROCURA
V - MAL ASSOMBRADA
XXI - BOA NOITE, CINDERELA
VI - BATALHA NOTURNA
XXII - FACÇÕES DA GUERRA
XXIII - NOVOS COMBATENTES
VII - PRIMEIRO ACORDO
VIII - A FUGA
XXIV - TRANQUILÓPOLIS
IX - VISITA INDESEJADA
XXV - A VIRADA
X - LANCHONETE
XXVI - A FROTA DO MAL
XXVII - SERES DA GUERRA
XI - A NOVA VIAGEM
XII - TÁBATA
XXVIII - A BATALHA FINAL
XXIX - A PAZ ETERNA
XIII - IMPASSE
PERSONAGENS
XIV - VERÔNICA
ANJOS, FADAS E BRUXAS
XV - SANGUINÁRIO
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