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CAPÍTULO VI
6°. de abril de 2020

INTRODUÇÃO
8:00 da manhã! Lá estou eu novamente na estrada, a um passo de saber o que realmente está acontecendo e o que, ou quem está por trás de tudo isso! Para mim o candidato "número um" a suspeito é o próprio androidis alienígena que vem me ajudando por telefone! Acredito que seja o responsável pelo que está me acontecendo! Somente alguém assim poderia ter as informações completas, pois ele sabe tudo o que aconteceu no início dos tempos e toda a história dos deuses!

Não sei como me passou tais detalhes sem que eu tivesse consciência de tudo! Talvez tenha desenvolvido algum equipamento de transferência mental! Ou ele poderia ter criado um dispositivo que informa diversas coisas mentalmente durante o sono e no dia seguinte me habilita a escrever sobre tal material! O intuito dele poderia ser evitar que a raça humana seja destruída no futuro! Sabe-se lá o que possa ser e o que mais me espera! Em breve eu também terei a verdade! A hora do almoço chega e paro em mais um restaurante de estrada. Rapidamente me alimento porque não desejo mais surpresas!

13:00. Na estrada, em poucos minutos, chego ao meu destino! Curitiba! A capital do Paraná! Estou a poucos minutos do endereço que poderá mudar a minha vida! Só não sei se para melhor ou para pior! O inesperado acontece mais uma vez agora: um carro vem atrás de mim e outro fecha a minha frente! Fico preso numa rua apertada e sem espaço para fugir! Os quatro homens descem de seus carros e apenas um deles se aproxima de frente ao para-brisa dianteiro de meu carro! Ele aponta uma arma em minha direção!

-
Saia do carro! Agora!

Vi um crucifixo pendurado em seu pescoço e percebi que poderiam ser assassinos contratados pela igreja católica! Aciono meu sistema de segurança especial contra assaltos. O veículo entra em segurança máxima. Todos os vidros externos escurecem automaticamente, tornando impossível que me vejam aqui dentro. O veículo rebaixa-se para proteger melhor os quatro pneus quanto a tiros! Qualquer um que se aproxime de meu carro agora pode sair muito ferido! O tal sujeito aproxima-se lentamente e mais nervoso!

-
Saia deste carro agora! Senão vamos explodi-lo junto com você!

Percebo via vídeo-retrovisor que um dos quatro homens entra novamente em seu carro e pega uma bazuca. Imediatamente aciono o sistema de dardos tranquilizantes e miro no peito do sujeito. Atiro! O dardo acerta a mão dele que estava segurando a enorme arma. Ele a abaixa e sem querer atira contra o próprio veículo. Uma enorme explosão acontece atrás de mim empurrando o meu carro para frente na direção do veículo que me abalroou! Os dois sujeitos que estavam atrás de mim morreram!

Os dois da frente tentam se abaixar, mas são jogados a três metros de distância com o deslocamento quente de ar da explosão! Infelizmente, para mim, não se machucaram o suficiente! Aproveito que meu veículo colidiu contra o outro à frente e acelero para empurrá-lo ainda mais até que ele sube na calçada, liberando a rua o suficiente para eu fugir dali. Os dois sujeitos entram em seus veículos amassados e vêm atrás de mim!

-
Droga! Ninguém quer me deixar em paz! Todos querem saber a verdade, mas não me deixam chegar até ela!

Achei que poderia fugir desta situação, mas a batida frontal danificou meu radiador e o veículo começa a ferver! Não posso continuar! Descer do carro me tornaria um alvo fácil! Ficar me tornaria um homem morto! Opto por sair a pé dali, enquanto é tempo!

- A gente nunca encontra um
androidis quando precisa! (declaro eu para meu público on line).

Corro pela rua e aciono o GPS de bolso para me indicar o caminho mais rápido para o endereço que está a menos de dois quilômetros dali. Minha rota é tortuosa e sempre que possível pela contramão! Isso atrapa meus perseguidores em seu carro.

Enquanto corro pelas ruas, o carro deles consegue se aproximar demais e um dos dois desce do veículo em movimento para me perseguir a pé! Sei que a intenção daquele que está a pé é me cercar!

Entro em uma rua à esquerda e depois à direita e para minha surpresa o veículo dele aparece de frente para mim. Entro correndo em outra rua para fazer um pequeno retorno em direção onde preciso chegar. Estou a menos de um quilômetro agora.

Novamente o carro vem de frente para mim e o outro sujeito vem atrás. Estou ofegante quando vejo um shopping ao meu lado. Entro ali porque meu GPS informa que meu endereço está na rua atrás deste estabelecimento. Não havia muita gente no local, o que tornará difícil me esconder! Corro bastante ali dentro para entrar num dos corredores do estabelecimento e assim desaparecer da vista de meu perseguidor. Assim que viro a esquina, retiro meu casaco preto e o jogo dentro de uma lixeira grande. Começo a andar calmamente para me misturar entre as pessoas do local. Mudo um pouco minha forma de andar para despistá-los. Chacoalho um pouco mais os braços e me balanço lateralmente, simulando um andar diferenciado! Talvez isso me desse algum tempo para fugir. Ao virar na rua seguinte do interior do shopping, olho discretamente para trás e vejo o tal sujeito olhando para todos os lados à minha procura. Percebo que ele não está com a arma na mão para não chamar a atenção da segurança local. Aproveito e entro em uma loja de roupas.

Peciso manter as aparências e tento ficar o mais tranquilo que posso! Para baixar a adrenalina da perseguição, respiro fundo e começo a olhar as vitrines. No balcão da loja há uma tv, ligada ao site da editora que publica meus livros! As imagens mostravam ao vivo a câmera de meus óculos. Portanto, todos ali sabiam que eu estava neste momento dentro daquela loja. Um dos atendentes percebe isso e alerta um de seus colegas.

- Olha só! O tal Criador está aqui! Dentro de nossa loja! (comentou o rapaz).
- Tem razão! É a Carla que está olhando de frente para ele agora. Ela o está atendendo! Ele está comprando um boné!
- Boa tarde, senhor! (diz a atendente com um enorme sorriso no rosto para mim).
- Me vê aquele boné, por favor!
- Aquele ali? Amarelo?
- Sim! Este mesmo.

Ela o retira da vitrine e comenta:

- Nós temos centenas de modelos! O senhor gostaria de conhecer aqueles que mais são vendidos?
- Não! Não! Estou satisfeito com este aqui!
- Temos outras cores que eu gostaria de lhe mostrar...
- Não, minha jovem! Estou satisfeito com este aqui! Vou até usá-lo, veja!

Ela sorri e comenta:

- Está bem! Queremos que nossos clientes fiquem sempre felizes com nossos produtos.

Ao lado os dois jovens, que descobriram que eu estava na loja deles, estão à procura da vendedora Carla na enorme loja de roupas esportivas! Eles me veem e vêm em minha direção bem sorridentes.

Num corredor próximo o sujeito, que está querendo me matar, vê outra televisão e percebe que são as imagens vindas de meus óculos. Abaixo uma legenda informa meu pseudônimo como escritor: "Criador. Coleção: A Cultura". O perigoso sujeito observa com atenção as imagens em busca de pistas para descobrir qual é a loja em que me encontro! Então ele percebe que o nome da tal loja aparece, quando olho para um dos lados. Dentro da loja, quero sair o mais rápido possível dali.

- Obrigado, minha jovem! Pode ficar com o troco: (dei a ela cinquenta reais por um boné de dez! Fazer o quê! Não tinha troco!).

Meu perseguidor, com o crucifixo pendurado no pescoço, vem atrás de mim correndo, porque está próximo. Mas eu já havia saído da loja e estava em outro corredor. Um rapaz da loja o reconhece e grita para ele:

-
Segurança! Segurança! Ladrão! Ladrão!

O sujeito olha preocupado para o rapaz e sai da loja. Rapidamente dois seguranças sem armas se aproximam dele, que sem pestanejar desfere um forte soco no rosto de um com o punho direito e uma cotovelada com o mesmo braço no rosto do outro.

Os dois caem praticamente juntos no chão. As pessoas ao redor começam a gritar e o tal cara retorna para a loja de roupas para olhar a televisão ali dentro e observar onde estou indo. O sujeito agarra um dos atendentes pelos braços e o interroga.

-
O que ele comprou aqui? O que ele está usando?

A jovem que me vendeu o boné amarelo e estava atrás do balcão responde:

- Um boné...!
-
De que cor?
- Verde! (por sorte a garota mentiu para ele).

O sujeito continua olhando para a televisão para descobrir para onde estou indo. Ele percebe na imagem que estou olhando para trás à procura dele! Infelizmente encontro um espelho de frente que mostra na televisão a minha imagem de corpo inteiro.

- Droga! (comento eu). Me ferrei!

O perigoso homem então descobre que estou perto da saída de trás do shopping e informa seu comparsa ainda no carro, aguardando informações.

- Pegue-o na rua de trás do shopping ele está saindo agora. Está usando um boné amarelo e camisa bege. Ele deve ter jogado fora o casaco preto.

O mal encarado olha de volta, intimidando a garota que mentira para ele, quanto à cor do boné que comprei!

-
O cara me deu cinquenta reais pelo boné! (exclama ela). Você queria que eu o entregasse?

O perigoso homem corre em direção à mesma saída por onde fugi do centro de compras! Estou já na calçada, do lado de fora do local. Retiro o boné e o jogo fora numa lata de lixo para que ninguém mais me reconheça. Estou a duzentos metros de distância do endereço do cartão do
androidis. Começo a correr novamente.Talvez lá possa me esconder, enquanto descubro toda a verdade! Mas o carro de meu perseguidor vira a esquina de frente para mim. Tô ferrado! Olho para trás e vejo o outro cara correndo em minha direção.

Não tenho outra saída, corro de frente para o veículo que ainda não me reconheceu e entro rápido na rua do endereço de meu destino. O sujeito atrás de mim saca a arma e atira. A bala passa perto. Bate na parede perto de minha cabeça! Entro na rua certa para escapar dos tiros! Ao virar a esquina percebo que é uma rua sem saída! Não há nenhuma porta com o número do endereço do cartão de visitas do
androidis. Agora, além da rua, minha vida também estava sem saída!

Não tenho mais para onde correr! Falta-me o fôlego para continuar tentando! Falhei em me salvar e em descobrir o que estava acontecendo comigo! Agora, que a morte é inevitável, como o é para todos, percebi que nada mais faz sentido! O mundo tinha ficado louco! As pessoas não estão interessadas em novas possibilidades! A humanidade chegou ao seu limite! Todos falam que desejam mudanças! Mas ninguém espera que elas aconteçam! Meus livros puseram dúvidas na crença a Deus! E os homens, que se dizem Seus representantes aqui na Terra, resolveram me crucificar!

Agora eles viram a esquina, que há pouco eu mesmo contornei! Aquele que me perseguira no shopping para, porque também está ofegante. O outro se aproxima de mim sem correr! Ambos andam lentamente em minha direção! Apontam suas armas para mim! Estou pronto pra morrer! Sorrio para eles e digo:

- Sabe o que é mais engraçado...? Estou gravando tudo o que está acontecendo nos últimos dias! A imagem de vocês está neste momento disponível na internet. Todos sabem que são da igreja católica. Ao me matarem..., vocês simplesmente confirmarão tudo o que eu disse em meus livros...! Minha morte destruirá a crença de milhares de devotos católicos... e criará uma revolta popular entre os outros...! A imprensa e os governos não poderão ficar alheios a tudo isso! O clamor popular poderá destruir tudo o que vocês levaram centenas de anos para construir! Mas afinal... tudo chega ao fim! Inclusive a hipocrisia, a mentira e a vida!

Não importa o que se diga, porque contra radicais não há argumentos que os façam mudar! A razão e o bom senso não são coisas úteis contra aqueles cérebros danificados quanto ao comportamento social, à emoção e o respeito ao próximo. Nada disso serve como motivo para mudarem seus caminhos homicidas e sem sentido! Eles estão prontos para atirar em mim, quando... por milagre... Deus, o Pai de Jesus, aparece diante deles, se colocando entre as balas e eu! O ser de olhos vermelhos apenas olha feio para os dois! Ambos atiram em seu peito e nada acontece!

-
Eu sou Deus! Não posso ser atingido por seres insignificantes como vocês!

Pela primeira vez, tive que concordar com Deus! A insignificância de ambos se mostra naquele momento! As ações destrutivasdaqueles dois relés humanos, confirmam ser ineficientes diante de uma força mais poderosa. Os dois recuam lentamente! Atrás deles aparece agora o homem calvo de turbante, o
androidis! Ele acabara de virar a esquina onde todos nos encontramos neste momento! O tal extraterrestre passa entre os dois homens armados e apenas ergue suavemente as mãos, sem desgrudar muito seus braços do próprio corpo! O poder de levitação empurra os dois terroristas em pleno ar até caírem um para cada lado no chão, contra as paredes laterais do tal beco! Calmamente o homem de turbante aproxima-se, passa pelo Deus de olhos vermelhos, que o encara!

-
Quem é você, afinal? (pergunta Deus a ele).

O calvo homem sorri para o ser divino e aproxima-se de mim, posicionando-se ao meu lado.

- Tudo será enfim respondido! (comenta o dono do turbante, sorrindo e olhando para o fundo da rua sem saída).

Estranho a afirmação dele e olho na mesma direção para onde até mesmo Deus já estava encarando e agora também os dois terroristas caídos ao chão! O homem de turbante aciona um pequeno dispositivo, um tipo de controle remoto, que tirara do bolso. Diante da parede do fundo do beco começa a se materializar à nossa frente uma luz muito branca que dificulta manter meus olhos abertos!

A luz cresce em tamanho para espanto de todos! Coloco uma das mãos diante de meu rosto para diminuir um pouco a intensidade luminosa em meus olhos. Surge a imagem de alguém enorme, aparentemente muito idoso, de barbas brancas e um ar bonachão! Neste momento vira a esquina do beco, também ofegante, o segurança Mário! Bem a tempo de participar o maior evento deste volume. A tal entidade se pronuncia para todos nós!

-
Olá, crianças! Que bom que estão todos aqui, neste momento! Obrigado, Charles! (comenta a entidade, dirigindo-se ao calvo homem).
-
Charles? Você tem nome? (comento eu diante do sorriso tranquilo do calvo androidis). Por que nunca soube disso? Teria colocado em meus livros! E você? Quem é você? (pergunto eu à entidade).
-
Olá, Criador! Que bom que ainda está vivo! Desculpe-me os transtornos que lhe causei, mas foram necessários!
-
Transtornos? Eu quase perdi a minha vida várias vezes! Chama isso de transtorno? Quem é você, afinal?
-
Sou aquele que criou os deuses do Firmamento! (informa a entidade luminosa).
-
Você nos criou? (questiona o Deus de olhos vermelhos).
-
Sim! Precisei construí-los para que realizassem a minha mais ousada criação: a vida e o universo que a acolheu! (declara a entidade).
-
Você disse que nos construiu? Somos uma espécie de máquina? (comenta o Pai de Jesus, de olhos vermelhos).
-
Mais ou menos isso! Não no sentido exato da palavra! (informa a entidade).
- Por que alguém capaz de construir deuses artificiais precisa deles para criar o universo e a vida? (indago eu). Por que você mesmo não o fez?

-
Existem coisas que estão além de sua compreensão, minha criança! (comenta a entidade luminosa comigo). Seria muito difícil explicar o que sou e o porquê das coisas! Basta que entenda que, de onde venho, não seria possível manipular diretamente toda a criação! Precisei de ferramentas que pudessem realizar toda a tarefa!

- Então você é o próprio Deus! Aquele para quem a humanidade ora, reza e pede por milagres? (comento eu).
-
Sim! Coloquei Meu nome em meus representantes para que ficasse claro a quem eles representam!
- Então foi você quem escreveu a minha coleção de livros: A Cultura?
-
Sim! Sinto muito! Mas precisava declarar a verdadeira história para todas as espécies inteligentes do universo! Escolhi você para informar à humanidade!
- Como fez isso sem que eu soubesse de sua presença?
-
Bem! Eu sou Deus! Não posso fazer tudo..., mas posso manipular o movimento de seus dedos para que escrevesse exatamente o que Eu desejava!

Olho para trás, na direção dos dois assassinos católicos, e falo bravo com eles:

-
Estão vendo? Estão ouvindo o que Deus está dizendo? Foi Ele... e não eu quem escreveu a coleção de livros!

Quando termino de falar com os dois humanos atônitos, sentados no chão, percebo que, além do Mário, outra figura está presente na esquina! Parado! Apenas observando o desenrolar dos acontecimentos! É Iblis! O irmão perverso de Jesus!

-
Como pode nos criar e nunca nos dizer nada ou nos visitar? (indaga o Pai de Jesus, amargurado com os acontecimentos).

-
Vocês são ferramentas de Meus desejos! Sem vocês nada do que Eu pretendia teria sido realizado! (comenta a entidade supradivina ao ser de olhos vermelhos). Precisei que acreditassem que dependiam apenas de si mesmos para fazer tudo o que fizeram! Queria que se sentissem os verdadeiros donos do universo...! E o fizeram muito bem...! Parabéns!

- Mas por que fui o escolhido para escrever a minha coleção de livros? (questiono eu). Quero dizer... a Sua coleção de livros? Eu nem era um escritor antes disso! Nunca tinha pensado em ser um criador de livros! Não teria sido melhor alguém como um dos filhos dele? (aponto eu para o Pai de Jesus).

-
Minha criança! Cada um aqui teve o seu papel! Pude me sintonizar bem com você por causa de sua extrema criatividade. Sua mente evoluída e liberada de tradições, religiões e dogmas estava pronta para acreditar em tudo que lhe fiz escrever! Somente pessoas com alto nível de capacidade mental, para solucionar problemas que a maioria desistiria, é que são possíveis de serem contatadas diretamente por Mim!

- Esse foi um elogio e tanto! Obrigado! (declaro eu à entidade supradivina).
-
Não me agradeça! Não fui Eu quem o fez assim! (declara a tal entidade a mim). O acaso, a evolução, seu DNA, as condições da forma como vem levando sua vida e os testes genéticos de meus deuses é que propiciaram a sua alta performance mental para solucionar alguns dos maiores mistérios deste universo!

-
E agora? Como ficarão as coisas daqui para frente? (questiona o Pai de Jesus).
-
Diante do atual conhecimento de todos sobre a verdade e depois da publicação de nossa coleção (comenta a entidade, olhando para mim), a sequência real do futuro não acontecerá da mesma forma!
-
Como assim? (indaga o Pai de Jesus de olhos vermelhos). A história não acontecerá da mesma forma?

-
Não! (declara a entidade). Quando se tem o conhecimento da sequência real dos fatos, não se deve interagir com eles em benefício próprio! Charles sabe bem disso! Por isso ele garante que apenas o que deve acontecer realmente acontecerá! Nada mais, nada menos!

-
Então, nós os deuses, não seremos banidos do universo no futuro? Eu não retornarei no tempo depois?
-
Nada do que lhes contei, através do Criador (a entidade olha para mim novamente, porque me chamou pelo meu pseudônimo) acontecerá da mesma forma novamente! O futuro tem que ser obscuro para todos, não é, Charles?

O calvo homem concorda com a cabeça, sorrindo e olhando para a entidade supradivina!

- Então, o pseudônimo que criei..., O Criador..., não foi para mim? Foi para você!
-
Sim! Tem razão! Fui Eu quem lhe sugeriu o pseudônimo!
- Tem alguma coisa na obra que eu criei? Ou foi tudo você?

A entidade supradivina sorri e me confidencia:

-
Em algumas sequências deixei que a sua imaginação fluísse! Você entrou bem no espírito da história e deu seu toque pessoal para que a linguagem fosse a mais adequada para todo o público que a lesse! Parabéns!

-
E agora? (questiona o Pai de Jesus à entidade). O que espera que os deuses façam depois de saberem de toda a verdade?

A entidade supradivina sorri e declara:

-
Vocês estão indo bem há alguns bilhões de anos! Não precisam mais de mim para lhes dizer o que fazer. Daqui para frente é somente com vocês! Tenho outro projeto! Ainda mais ousado do que o universo e a vida! Mas sobre isso contarei para minhas próximas culturas! Boa sorte para todos vocês!

-
E quanto às pessoas que rezam por você? O que diremos a elas? (questiona um dos assassinos religiosos).

A entidade sorri e faz sua última declaração:

-
Não se preocupem com isso! Conto com a criatividade do Criador para mostrar diversos outros caminhos opcionais para a humanidade! Continue o bom trabalho, minha criança! Você é realmente um criador de histórias!

Logo depois Ele desaparece dali! Eu olho para trás e percebo que o tal Iblis acabara de desaparecer também! O Pai de Jesus de olhos vermelhos também se fora! Ambos os assassinos levantam-se do chão com o segurança Mário, apontando a arma para eles! Eu os questiono:

- E então? Posso voltar para meu computador e continuar escrevendo minhas histórias? Ou vocês pretendem me matar depois disso tudo?

Os dois se entreolham e um deles responde:

- Vamos falar com nossos superiores! Diante de tudo isso..., teremos que rever o que faremos!

O telefone do assassino que estava falando toca!

-
Sì, Santità...! Sì...! Dillo a lui...! Grazie, Santità! (fala ele em intaliano. Traduzindo: Sim, sua Santidade...! Digo a ele...! Obrigado, sua Santidade).

- É o Papa! (comenta o assassino). Ele estava acompanhando o desenrolar dos fatos via internet e garantiu que ninguém mais da igreja católica o perseguirá novamente! A perseguição a você e suas ideias foi cancelada! Já que não escreveu nada do que foi publicado!

- Como assim? Deus disse que algumas sequências fui eu quem as escreveu!
- Mas o conteúdo não é seu! (responde o assassino). Portanto, não podemos mais culpá-lo por tal coisa! Desculpe-nos!
-
Desculpe nada! Mário! Mata eles! (comento eu para espanto de todos, inclusive do próprio Mário).
- Brincadeirinha! Vão embora vocês dois!

Logo depois ambos caminham para fora do beco, onde todos estamos! Sobrou ali, eu, Mário e o homem calvo de nome Charles, que aciona novamente o botão do dispositivo em suas mãos e desliga algum tipo de projetor divino disponível no local!

- Então você tem um botão que liga e desliga para falar com Deus? (questiono eu).

Depois de eu dizer isso o equipamento explode no fundo do beco e o calvo homem olha sorrindo para mim:

CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
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- Já não o tenho mais! (ele pressiona o dispositivo em suas mãos com bastante força e este se espatifa todo).
- Quer dizer que você tem nome? Por que Deus não me disse isso? (comento eu).
- Você não sabe nem a metade de toda a verdade! O que Deus permitiu que todos soubessem foi uma pequena parte do que realmente está acontecendo!
- Que quer dizer com isso? Existem ainda mais mistérios a serem desvendados neste universo?
- Muitos mais!
- Quer me contar para que eu possa escrever sobre isso?
- Você ouviu o que o chefe falou! Agora é por sua conta! Ele confia em sua capacidade de descobri-los ou inventá-los sozinho.

Nós três sorrimos um para o outro e começamos a andar para sair daquele beco.

- Deus está mentindo! (digo eu ao homem calvo).
- Como é?
- Percebeu o jeito que ele titubeou antes de dizer que fui eu quem escreveu algumas sequências? Sei que Ele está mentindo!
- Acha que Deus segue as mesmas atitudes de comportamento dos humanos?
- Somos a imagem e semelhança dele, não somos? Devemos ter atitudes similares!
- Duvido muito!

Agora eu e o calvo homem nos aproximamos de meu segurança particular.

- Mário! Quero te apresentar Charles! (comento eu). É estranho dizer isso, mas ele é um dos personagens de meus livros!
- É você o sujeito que o estava ajudando pelo celular? (questiona Mário).
- Exatamente! E você é o sujeito que o estava ajudando para chegar até aqui?
- Sim! Como sabe disso? (questiona Mário).
- Eu também acompanho a internet! (declara Charles).

Nós três sorrimos para a brincadeira do
androidis.

- Por que demorou tanto para me mostrar tudo isso? (questiono eu). Bastava me trazer diretamente até aqui! Para que toda esta minha peregrinação!

- O mundo precisava saber a verdade, tanto quanto você! Se eu o tivesse simplesmente trazido até aqui, somente você saberia sobre a existência do que presenciou! Sua vida continuaria correndo perigo da mesma forma! E, depois, Deus tinha hora marcada para aparecer! Não adiantaria nada eu ter te trazido aqui antes.

-Entendi! Mário você pode me acompanhar até meu carro blindado? (comento eu). É que eu tenho certo receio de andar sozinho aqui nestas ruas.
- Você enfrenta Deus, terroristas, o irmão cruel de Jesus, chama de mentirosa a maior entidade do Firmamento, aquele que criou os deuses, e tem medo de andar sozinho por aí?

Todos demos gargalhadas sobre isso.

- Não sabia que você também sorria assim! (comento eu com o Charles).
- Como eu disse, Criador, você está apenas começando a descobrir tudo o que este universo tem de surpresas ainda.
- E você não vai me contar nadinha? (questiono eu).

Ele balança a cabeça negativamente

- Nem uma pequena dica?

Ele repete a negatividade!

- É parece que terei que continuar sozinho mesmo!

O homem calvo, o Charles, toca em nossos ombros e aparecemos diante de meu carro cujo radiador está fumegando. Faço outra pergunta ao cara de turbante:

- Quer uma carona para algum lugar?

Ele sorri e diz:

- Talvez! Depois que eu consertar seu veículo!
- Você consegue fazer isso? Entende de carros?

Charles olha para meu veículo e coloca uma das mãos sobre a frente dele! Como por milagre todos os consertos e problemas foram resolvidos!

- Pronto! Seu veículo está sendo arrumado! Enviei nanorrobôs, que farão parte de sua equipe de manutenção on board daqui para frente! Este carro nunca mais quebrará e fará uma série de coisas novas daqui em diante! Coisas que o surpreenderão!

- Não sabia que podia fazer isso também! (indago eu). Agora que tudo terminou estou descobrindo mais e mais coisas!

Ele sorri novamente e faz outro convite:

- Talvez eu possa lhes dar uma carona e levá-los até onde quiserem!
- É uma boa ideia, mas prefiro ver por onde ando! Talvez durante o caminho eu tenha mais alguma ideia para o próximo volume de "A Cultura"!
- Que tal escrever sobre tudo isso que viveu? (comenta Charles).
- Não faça perguntas cujas respostas você já as tem! (respondo eu a ele).

Sorrimos novamente para a situação e nos despedimos definitivamente.

- Obrigado pelas dicas que me salvaram a vida em diversas ocasiões!
- Não agradeça para coisas cujos motivos reais você já conhece! Você precisava estar aqui e eu só lhe mostrei o caminho mais longo!

- Rsrs! Eu sei! Agradeço mesmo o seu apoio...! Duvido muito que tenha feito isso apenas para garantir que eu escrevesse mais um livro...! Acho que fez isso porque simpatizou com o trabalho que pensei ter feito! Mas que foi na verdade a tal entidade!

- Você não irá chamá-lo de Deus em seu sexto livro, não é mesmo?

- Não! Afinal, a humanidade já tem o seu próprio vivendo aqui na Terra! Ele não é perfeito..., de fato... comete alguns erros..., mas no fundo..., bem lá no fundo..., Ele só deseja mesmo salvar a cultura humana da extinção! E depois..., quem iria acreditar num ateu... que diz ter visto Deus em pessoa... e que foi Ele quem determinou tudo o que eu escrevi...? Vão achar que sou o novo Pedro da Bíblia...! Não...! Deixe como está...!

- Muito bem então, Criador! Boa sorte com seu último livro da Cultura! Sei que será mais um sucesso!
- Infelizmente, a humanidade nunca saberá ao certo que tudo isso é uma realidade! Se era isso que a entidade desejava, acho que não estarei à altura para falar novamente em nome dela.
- Mas esteve à altura ao escrever em nome dela...!

Sorrio, porque o tal Charles me pegou mais uma vez num jogo de palavras!

- Obrigado, Charles! Por tudo! Diga-me uma última coisa!
- Eu sei o que quer saber agora! A única coisa que posso lhe dizer é que meu povo foi criado com conceitos diferenciados. Enquanto o Pai de Jesus se preocupou com a aparência ao criar a humanidade..., o nosso Deus se preocupou em nos criar com uma mente similar à Dele. Foi um erro maior do que o que aconteceu aqui na Terra! Nós rapidamente nos tornamos praticamente deuses, vivendo em um planeta! Nosso povo foi destruído, mas nossos espíritos foram levados para o outro lado do universo e não para o mundo dos mortos humanos!

- O que há afinal no mundo dos mortos humanos?

Ele olha para mim e sorri com cara de quem nada falará sobre este assunto.

- Já entendi! Daqui para frente terei que desvendar sozinho os segredos do universo!
- Sim! E você, Criador, tem muito potencial para isso! Continue deixando sua mente fluir! Faça como fez, ao escrever a série da Cultura! Sei que conseguirá ir muito além do óbvio! Boa sorte!

Logo depois ele desaparece dali! Olho para o céu e sorrio sozinho!

- Vamos, Mário! Onde deixou seu carro?
- Atrás do senhor!

Olho para trás e vejo o carro dele.

- Certo...! Antes de você desmaiar..., quando eu o acertei..., desculpe-me por aquilo..., você chegou a ouvir o que eu disse sobre... o ressarcir dos prejuízos, não é?
- Sim, senhor Criador! Ganho bem para fazer o meu serviço e tenho peças reservas em meu porta-malas! Só cheguei agora porque demorei um pouco para trocar os dois pneus que me furou! Também ando com dois no carro!
- É...! Meu contato com Iblis precisava parecer real! Se você estivesse lá, ele poderia desconfiar que se tratava de um embuste a minha atuação!
- Eu entendo, senhor! Foi um prazer protegê-lo de vez em quando!
- Rsrs! Você é um bom profissional! Conte-me como sabia sempre onde eu me encontrava?
- Ahhh! Ainda bem que me lembrou! (comenta ele).

Mário sai andando ao redor de meu veículo e retira um minúsculo dispositivo do interior do para-lama traseiro! Depois dirige-se até a traseira de meu carro e retira outro localizador atrás da chapa de indentificação! Ele continua andando e retira mais um do outro para-lama traseiro no lado direito do veículo. Fico impressionado com isso, enquanto Mário descola um quarto da porta-gaivota do lado direito!

- Quando você conseguiu fazer tudo isso?
- Em sua última noite de autógrafo, fiquei lá fora perto de seu veículo! Pude escolher bem cada um dos pontos onde eu plantei cada localizador.
- Puxa! Por essa eu não esperava!
- É meu trabalho, senhor!
- Obrigado mais uma vez por não ter desistido de mim! Se o tivesse feito eu talvez não estivesse aqui agora!
- Engano seu, senhor! O tal do Charles o teria salvo!
- Eu sei! Mas estava querendo dar o crédito a você, por sua atuação!
- Rsrs! Obrigado, senhor! Boa sorte e procure evitar escrever coisas tão polêmicas daqui para frente!
- Eu sei! Estou evitando estudar sobre os muçulmanos!
- Rsrs! Até logo, senhor!

Mário entra no veículo dele e sai dali! Agora eu entro no meu para ir embora do Paraná! Preciso voltar para minha casa, que há muito já não vejo! Preciso continuar escrevendo, espero que de forma mais tranquila agora! Meu carro desaparece na estrada porque acelero muito forte! Estou com pressa para voltar à minha vida pacata!

Aperto o microbotão disponível em meus óculos! Agora eu desliguei o sistema on line, já que quase tudo parece estar voltando ao normal! Mas ainda tenho algo para fazer! Pego um cartão de visitas em meu bolso e falo o número de telefone em voz alta para meu computador de bordo anotar. Agora peço para ligar diretamente para meu celular! Ele o faz!

- Alô! Aqui é o Criador... Ahhh! Lembrou de mim...? Tudo bem, e vocês....? Que bom...! O que você fará amanhã de manhã...? Posso te visitar então...? Legal...! Neste mesmo endereço...? (indago eu olhando para o cartão de visitas) Ótimo...! Pode me esperar que estarei aí...! Um abraço! Tchau!

Desligo o telefone e me dirijo até um hotel ali próximo! No saguão falo com a recepcionista:

- Olá! Boa tarde! Quero um quarto! Preciso tomar um banho e comer alguma coisa para poder seguir viagem!
- Pois não! Seu nome?
- Criador
- Ahhhh! Então tem uma pessoa que o está esperando ali!

Ela aponta para o outro lado onde existem sofás de espera e um sujeito está ali lendo jornal. Não pude ver seu rosto porque as notícias do dia o encobria. Percebi apenas seus sapatos pretos e roupa social! Quem será o tal sujeito? Aproximo-me cauteloso. Olho para fora e meu carro está ali, pronto para me proteger se preciso fosse!

- Boa tarde, senhor! Deseja falar comigo?

O tal homem fecha lentamente seu jornal e sua aparência não me lembrou ninguém que eu conhecesse! Sou bom fisionomista e me lembro de diversos rostos que conheci em algum momento de minha vida. Por vezes, lembro-me até mesmo do nome e do lugar onde vi tal pessoa! Mas este... não sei quem é!

- Criador! Criador! Finalmente nos encontramos! Por que me bloqueou?

Aquela voz...! Aquela forma de falar meu nome...! Também sou bom em me lembrar de vozes das pessoas que falam comigo ao telefone! Percebo que aquele é o sujeito que queria muito me encontrar! Conversamos duas vezes no início deste volume! Eu o bloqueei em meu celular!

- Sei quem é você! O que deseja agora?
- Um autógrafo? O que mais seria?

Ele me entrega a coleção de cinco livros da Cultura, que escrevi, para o tal autógrafo!

- Puxa! Acho melhor eu me sentar para escrever nos cinco livros.

Sento-me na poltrona atrás de mim e o tal sujeito permanece em pé à minha frente!

- Depois do que passei nos últimos dias..., eu acreditaria se você dissesse que estava tentando me matar!

Ao dizer isso meu carro entra em alerta vermelho sem que eu tivesse acionado tal sistema. Lá fora a tampa traseira se abre e um pé metálico sai dali de trás, pisando no chão! No saguão do hotel, o sujeito, para o qual estou dando um autógrafo por livro, olha para mim sorrindo e retira uma faca de seu bolso!

- Quero que autografe meu livro com seu sangue!

Olho para ele apavorado com o que ouvi e percebo que ele já havia erguido a faca para me matar! Rapidamente posiciono três, dos cinco livros na direção das mãos dele para me proteger do impacto. A faca crava-se nos dois primeiros livros me protegendo do perigo mortal. Giro os livros para a direita o que arranca das mãos dele a tal arma. A Cultura me salvou de ser morto hoje! O sujeito olha apavorado em direção à portaria do hotel e eu faço o mesmo, imaginando o que pudesse ser que o faria ter medo. Para minha surpresa um robô metálico aparece ali vindo rápido em nossa direção. Era uma máquina humanoide que pulou sobre o meu agressor e o imobilizou rapidamente.

- O senhor está bem? (questiona o robô).
- Não sei! Vai me matar agora? (pergunto eu ao estranho ser metálico).
- Matar? Não! Eu sou seu protetor!
- Protetor? De qual livro? Não me lembro de ter escrito antes sobre você!?!?
- Faço parte de seu carro agora! Estou aqui para protegê-lo dos perigos!
- Não acredito! Como você entrou dentro de meu carro?
- Não entrei! Fui criado pelo Charles, quando tocou no veículo.
- Essa não! Tá parecendo ficção a minha vida!

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