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CAPÍTULO II
2°. de abril de 2020

INTRODUÇÃO
7:00. Levantei cedo neste dia, coloquei de volta meus óculos e olhei pela janela! Sim meu carro ainda estava lá fora e meus leitores puderam confirmar isso também pelo sistema on line! Saí do meu quarto e chamei pelo meu segurança, batendo na porta do quarto ao lado!

- Mário...? Mário...?

Ninguém respondera nada! Isso me preocupou! Poderia ter acontecido algo que eu não estava sabendo! Desci as escadas até o saguão para tomar café da manhã e encontrei o guarda-costas por ali checando os funcionários e todo o ambiente ao redor onde comeríamos!

- Bom dia! Aconteceu alguma coisa?
- Não, senhor! Estou apenas fazendo meu trabalho! Checando tudo! Nada demais!
- Certo! Vamos tomar café da manhã?
- Já tomei rapidamente, senhor! Quando estamos em equipe podemos nos revezar! Mas hoje estou sozinho e não posso vacilar! Sua vida está em minhas mãos!
- Calma, meu amigo! Eu vou ligar agora cedo para a editora e informar que não irei mais para a turnê de autógrafos! Acho que terei que mudar de residência também!
- Seus colegas seguranças já ligaram?
- Sim! Os dois que foram hospitalizados estão fora de perigo! Parece que tomaram um choque e tanto!
- Confirmaram isso? Foi choque elétrico mesmo?
- Sim! Foi o que me disseram!
- Bem! Eu sinto muito por tudo isso!
- Não sinta, senhor! Esse é o nosso trabalho! Somos treinados para sobreviver e também para morrer se for preciso!
- Entendo! Mas mesmo assim! Acho tudo isso meio cruel!
- Pode tomar seu café tranquilamente, senhor! Estou aqui para protegê-lo! Evite sentar próximo às janelas e portas. Quanto mais afastado e discreto se posicionar, melhor!
- Certo! Obrigado!

Eu me sentei bem no fundo do refeitório, perto e quase escondido, atrás de uma coluna de concreto. Lá comi tranquilamente. De meu bolso retiro um comprimido de controle da pressão arterial! Sem isso, toda esta agitação já teria me matado! Rssss! Agora recebo outra ligação:

- Alô!
-
Senhor Criador?
- Sim! Quem fala?
-
Sou da Editora que publicou seus livros!
- Pois não!
-
Me ligaram de nossa livraria dizendo o que aconteceu! Assisti às imagens on line gravadas em nosso site depois disso! Não estou entendendo nada!
- O que não está entendendo?
-
Sua história é baseada em fatos reais?

Eu baixo minhas sobrancelhas e faço uma careta ao ouvir tamanho absurdo!

- Está de brincadeira, não está? (questiono eu).
-
Não! Estou lhe fazendo uma pergunta direta!
- Como pode achar que o que eu escrevi pode ser baseado em fatos reais? Nunca na história da humanidade ninguém encontrou nenhum vestígio do que eu disse em meus livros!
-
Mas por que um dos personagens está te procurando?
- Olha! Aquele cara deve ser louco e se apaixonou pelo sujeito que inventei! Como pode achar que o que eu escrevi possa ser real? É uma coleção de ficção!?!?
-
Mas você é muito convincente quando escreve! E agora a sua realidade alcançou as nossas livrarias! Não sei se seu livro venderá mais por isso ou se as pessoas terão medo de chegar perto de você! Quero saber o que acontecerá daqui para frente?
- Boa pergunta, porque eu ainda não sei o que aconteceu até agora! Mas desconfio que se eu sobreviver a tudo isso, saberei em breve!
-
O senhor não está inventando todo este teatro para vender mais livros, está?

- Bem! Se eu morrer... então o senhor saberá! Mas eu pretendo descobrir tal verdade antes disso! Cancele todas as noites de autógrafos! Não irei a mais nenhuma! Não desejo que ninguém se machuque por minha causa! E quanto a novas entrevistas..., só atenderei com hora marcada, em local secreto e jamais ao vivo!

-
Também acho melhor assim...! Se o que está acontecendo com você, for uma jogada de marketing, saiba que está funcionando! Nunca tivemos tantos acessos on line como agora! São milhares de pessoas conectadas nacional e internacionalmente! Todos querem saber como tudo isso irá acabar!

- Eu também quero! Mas porque acha que estou fazendo isso afinal? Vocês já me conhecem o suficiente para saber de minha idoneidade! Já ganhei muito dinheiro e vocês também! Por que eu faria algo tão idiota?

-
Bem...! Você já foi dono de uma agência de publicidade no passado, então... achei que estivesse usando esse conhecimento para ganhar alguns pontos a mais!

- Está muito enganado, meu amigo! Muitas pessoas têm seu preço para se corromper, mas eu sou idealista e nunca me venderia por algo tão fútil! Aliás, eu nem queria tal fama! Lembre-se que pedi para isso não acontecer quando da publicação do primeiro volume?

-
Sim, me lembro! Mas tudo isso é tão inusitado e sem propósito que só consegui imaginar que pudesse ser uma armação! Desculpe-me! Eu acredito em suas palavras! O que a editora pode fazer mais por você?

- Nada! Esta batalha é minha! Estou mantendo o sistema on line o máximo possível ligado. Se quiser saber sobre o final desta ficção-real continue me acompanhando! Tenha um bom dia!
-
Boa sorte, meu amigo! Estamos todos aqui torcendo por você!
- Obrigado!

Desliguei o celular e terminei meu café da manhã! Depois eu me levantei e fui até o guarda-costas!

- Qual é o seu nome, meu amigo!
- Mário, senhor! (responde o segurança negro).
- Tá falando sério?
- Por quê? Tem alguma coisa errada com este nome?
- Não! É que em minha coleção de livros tem um sujeito, de nome Mário, que é o protetor... de outro... personagem! As coincidências estão se avolumando nesta história!
- Vamos embora, senhor! Já ficamos tempo demais por aqui!

Entramos em meu carro e fomos até o hospital onde os outros guarda-costas estavam hospitalizados!

- Senhor! É melhor eu ir até lá sozinho! Não sei se será bom aparecer em público!
- Não se preocupe! Acho que ninguém imaginaria que eu estivesse aqui agora! (disse eu).

Caminhamos pelos corredores do hospital e encontramos os outros dois seguranças por ali num dos corredores!

- Olá! Como estão nossos colegas? (questionou o segurança Mário).
- Estão se recuperando! Em breve voltarão à ativa!
- Que bom!

Eu estava ali ao lado dos três seguranças que conversavam quando notei um sujeito enorme vestindo preto e de óculos escuros que acabara de fazer a curva no corredor ao fundo! Ele vinha em nossa direção! Caminhava lentamente! Sem pressa! Não me contive! Balbuciei minha preocupação!

- Oh! Meu Deus!

Rapidamente os três seguranças olharam na mesma direção e dois deles foram interceptar o estranho cidadão, que gelou minha espinha! Mário ficou comigo e me empurrou para o lado oposto do corredor, para que saíssemos dali!

-
Não! Esperem! Não o abordem! Venham para cá! (gritei eu em vão).

Só vi quando os dois bloquearam a frente do estranho sujeito e depois fui forçadamente arrastado para longe dali! O enorme homem mediu dos pés à cabeça os dois seguranças e os questionou com sua voz grave e assustadora:

- Vocês acham que podem me segurar?

Não vi mais nada e reclamei com o segurança Mário:

-
Temos que voltar lá! Seus amigos estão correndo grave risco de morte!
- Eu já disse, senhor! É para isso que somos pagos! Vamos sair daqui agora!


Ele me arrastou pelo corredor afora e chegamos até o elevador. Mas enquanto esperávamos a porta se abrir o enorme homem de preto reapareceu bem atrás de mim! Senti aquela presença novamente e até meu cabelo curto se arrepiou! Voltei-me para trás e olhei para cima, quando Ele tirou os óculos escuros. O meu segurança Mário olhou para trás e também o viu. Ele sacou a arma e tentou entrar em minha frente, mas eu o impedi, porque o enorme homem de negro tinha os olhos vermelhos cor de sangue.

-
Saia da frente, senhor! Sou eu quem tem que protegê-lo e não o contrário.
- Espere, Mário! Esta não é uma situação comum! Este não é alguém de quem você possa me proteger! Não teria nenhuma chance contra Ele!

- Muito bem! Parece que você tem algum bom senso! (declara aquele homem enorme de preto, falando comigo).
- O que fez com os outros seguranças? (pergunto eu, enquanto Mário, atrás de mim, aponta uma arma para Ele).
- Por quê? Eram seus filhos? (declara o estranho homem de olhos vermelhos de forma jocosa).

De repente, por rádio, os dois seguranças informam:

-
Mário! O sujeito evaporou bem diante de nós!

O homem de negro sorri para mim e ergue uma sobrancelha, demonstrando que não fizera nada a eles!

- Como assim... evaporou? (questiona Mário, via rádio, com seus colegas).
-
Desapareceu, Mário! Sumiu diante de nós como se pudesse ficar invisível! Cuidado com Ele! Parece que não é desse mundo!

Mário, ainda apontando a arma na direção do sujeito, começa a suar frio!

- O que quer de mim, afinal? (questiono eu ao poderoso homem de olhos vermelhos).

Ele sorri e responde:

-
Quero saber quem é você? Como sabe de toda a minha história e a dos outros deuses? Quero saber se o que escreveu para 2059..., acontecerá de verdade? Também desejo encontrar Meu Filho, Iblis, porque não consego encontrá-lo!

- Droga! (exclamo eu). Esta história está ficando cada vez mais louca! Ou apenas eu que tenha ficado louco!
-
Responda às minhas perguntas! (comenta o enorme homem de olhos vermelhos).
- Bom! Começando do início... tive um insight e fui escrevendo tudo o que imaginei. A história se seguia à revelia de minha consciência, porque tudo o que eu planejava não se confirmava ao escrever...
-
Está querendo me dizer que não sabe de onde vieram tais informações?
- É! Mais ou menos isso! Sempre achei que a história viesse diretamente de minha mente!
-
Acha que acredito em você?
- Eu espero que sim! Porque é tudo o que tenho a lhe dizer!
-
Quem lhe contou tudo isso e com essa riqueza de detalhes?

- Ninguém me contou nada! Eu simplesmente sentava-me diante do computador e escrevia! Nem mesmo as interrupções, como ligações telefônicas, e-mails e minha esposa fazendo perguntas ou me chamando, atrapalhavam o desenrolar da história! Nunca tive falta de inspiração! Foi incrível!

O enorme homem me olhou, tentando acreditar no que eu estava dizendo!

-
Só há uma maneira de Eu saber a verdade! (comenta o homem encapuzado).

Ele estica seu braço lentamente na direção de meu pescoço. O negro Mário ameaça atirar.

- Não! Tudo bem! Está tudo bem, Mário! Não se preocupe! Eu sei o que Ele quer!

Aquele cara de negro agarra em meu pescoço e em seus olhos vermelhos pude rever a minha vida e os momentos em que escrevia a coleção A Cultura! É surreal! O estranho homem me solta e demonstra frustração com o que viu!

-
Estranho! Você não teve contato direto com ninguém especial! E também não é uma criatura de outro planeta! Notei apenas que sua criatividade está bem acima da maioria das pessoas deste planeta! Talvez isso o tenha deixado aberto a receber informações telepáticas de alguém!

- E... isso é bom... ou ruim? (perguntei eu).
-
É decepcionante! (falou o homem de negro). Ficarei de olho em você daqui para frente! Vou descobrir como pode saber tanto, quando nenhum humano conseguiu antes tal proeza!
- Talvez tenha havido uma mudança temporal devido ao retorno no tempo de seu Eu do futuro! Quem sabe a humanidade possa ser salva, afinal?
-
Isso é improvável! (declara o homem de preto). Já desenvolvi o conceito dos stellaris! Eles em breve serão uma realidade neste planeta! Estarei em sua mente daqui para frente! Saberei tudo que você sabe a todo o momento!
- Não escrevi sobre este Seu poder em minha coleção!
-
Você sabe muito! Mas não sabe de tudo!

Ao dizer isso aquele sujeito, que é Deus em meus livros, desaparece diante de meus olhos, para espanto do Mário também e de todos que estão acompanhando os fatos via Web!

- O que foi tudo isso, senhor? (perguntou Mário a mim).
- Isto, Mário, é o Deus de minhas histórias!
-
O quê? (indaga ele, fazendo careta para mim, enquanto abaixa a arma).

Logo depois chegaram os outros dois seguranças correndo pelo corredor!

-
Vocês estão bem? (questiona um dos dois seguranças que se aproxima de nós). Viram o tal sujeito?
- Claro que vimos! Mas Ele desapareceu logo depois! (informei eu).
- Senhor Criador! Precisamos saber o que está acontecendo aqui! E precisamos saber agora! Senão será impossível proteger a sua vida! (declara um dos dois seguranças que acabara de chegar).
- Meu amigo! Vocês querem saber o que está acontecendo? Então terão que ler minha coleção de livros de ficção!

- Isso não é hora para brincadeiras, senhor! Quem é esta gente que o está perseguindo? Como alguém emite choque pelas mãos, suficiente para derrubar dois enormes homens e depois desaparece em pleno ar? E este outro ser de olhos vermelhos que também consegue aparecer e desaparecer?

- Bem...! Não tenho a menor ideia do que está acontecendo! E como ficou claro que isto está além de suas habilidades eu os estou dispensando da função de guarda-costas!
- O quê? Não pode fazer isso! Quem nos contratou foi a editora! Não o senhor!
- É, mas duvido que em seus contratos fosse informado que criaturas estranhas de outro mundo estariam atrás de mim! Estou certo?
- Sim, mas...
- Então isso se configura como uma quebra de contrato! E neste caso suas funções aqui não têm mais sentido! Portanto, estão dispensados!
- Senhor! Sem nossa proteção não terá a menor chance contra estas criaturas! (afirma Mário).
- Eles não querem me matar! Querem saber de onde tirei as ideias para escrever meus livros! (declaro eu).
- E os grupos religiosos radicais? Eles querem lhe matar? (questiona Mário).
- Não se preocupe com isso! Estou bem protegido agora! (informo eu).
- Do que está falando, senhor? (questiona Mário).

- Você ouviu o que este último disse! Ele irá me acompanhar a todo instante! Ninguém poderá me matar! Porque tenho Deus ao meu lado! (incrível, eu, um ateu, acreditando que Deus está me protegendo de todo mal!). Estarei seguro até que Ele consiga a tal informação!

- Mas isso é insano! Nada disso parece real para mim! (declara Mário).
- Pois é! Imagine para mim, que sou o ator principal desta loucura fictícia?!?!
- Tem certeza, senhor? Não me parece a coisa certa a fazer num momento desses! (informa Mário).
- Fique tranquilo, meu amigo! Eu me meti nesta enrascada! Agora terei que resolver isso! E depois... tenho meu carro para me ajudar!
- Acho que está cometendo um erro grave, que poderá lhe custar à vida! (declara Mário).
- Eu também acho! Mas eu quero descobrir como isso tudo irá acabar! Mas se eu sobreviver escreverei sobre isso também!
- Estou impressionado com seu otimismo, senhor Criador! (comenta outro segurança).
- Já escrevi sobre o medo! Sei como lidar com isso!
- Eu estou apavorado e fui preparado para lidar com tudo! (informa Mário). Como pode um escritor estar pronto para tal coisa?

- O medo é fruto da ignorância sobre um determinado assunto! Para combater o medo é preciso ter informação! E isso eu tenho de sobra... afinal... fui eu quem escreveu toda a história! Conheço o ponto fraco e forte de cada um dos que me perseguem! Saberei como sobreviver a tudo isso! Eu apenas preciso descobrir o que todos querem saber: como uma informação desconhecida da humanidade foi parar dentro de minha mente? E com tanta riqueza de detalhes? Vão em paz, meus amigos! Procurem alguém menos problemático para proteger!

Mário aproxima-se mais de mim e arruma a gola de meu paletó que estava virada de forma errada devido à correria que tivemos para fugir dali. Ele estava apenas sendo gentil! Mas mesmo assim estranhei um pouco aquele gesto! Diante de um monte de situações inesperadas... isso nem me incomodou! Mas naquele momento ele tinha colocado um minúsculo localizador em minha gola! E eu, que sempre me achei tão esperto, nem me toquei disso!

- Boa sorte, senhor! Espero que esteja certo sobre tudo isso! Eu não saberia como agir em seu lugar! (declara o terceiro segurança).
- Acredite! Eu também não sei! Mas sei improvisar muito bem, quando é preciso! Sou especialista em resolver problemas muito complicados! A criatividade aplicada à vida real é ideal para estas coisas!

Nós nos despedimos ali mesmo e eu acelero meu passo até o carro exclusivo que tenho! Preocupado, passo a ficar ainda mais alerta sobre tudo o que me rodeia! Agora minha adrenalina é total! Sinto-me vivendo um filme de ação e aventura! Acredite! É muito melhor assistir a tudo isso em um filme do que viver tal coisa! Ao chegar ao veículo percebo que está tudo normal! Ao menos parece normal!

Entro e fecho a porta gaivota! Aperto um botão vermelho num local discreto do próprio volante. Agora o carro irá agir com mais rapidez e em modo defensivo, porque instalei um módulo de inteligência artificial programado para me defender em situações de perigo! Acelero e saí dali. O veículo anda de forma mais esportiva com todos os trezentos cavalos de potência disponíveis. No caminho ligo para um amigo médico que mora na Bahia! Em minha infância e adolescência ele fora meu vizinho por muitos anos em São Paulo. Casou-se e continuou morando ali na mesma rua! Depois se separou e foi morar e trabalhar na Bahia. Preciso de mais informações sobre o que está acontecendo em minha mente!

- Olá Doutor Oswaldo! Tudo bem...? Sim, estou...! Obrigado! Já leu algum volume...? Rssss! É eu também fico chocado quando releio...! Rssss...! É verdade...! Deixe-me te perguntar uma coisa! Você me falou de um amigo que faz pesquisas diferenciadas com o cérebro humano... É... esse mesmo...! Preciso falar com ele...! Tá... me liga de volta...? Ele mora onde...? Tô colocando o endereço no GPS e indo agora para lá! Avise-o que chegarei em seis horas...! Estou em São Paulo...! Consigo sim...! Eu vou voando, meu amigo...! Rsss! Me liga de volta assim que possível... Tchau, amigo e obrigado!

Desligo o celular e procuro a autoestrada mais próxima em meu GPS... Achei...! Rodovia Airton Sena! É pra lá que vou agora! Mas antes preciso comprar um lanche para a longa viagem. Paro em uma grande padaria e lanchonete e abro a porta gaivota para sair. Por uma das câmeras retrovisoras de meu veículo percebo que aquele mesmo carro preto e de vidros bem escuros estava me seguindo novamente e acaba de parar, aguardando meu próximo passo!

Não vou me arriscar! Fecho a porta e acelero para sair dali! Ele faz o mesmo e vem atrás de mim! Com o motor potente de meu veículo posso andar mais rápido do que meu perseguidor! Em poucos minutos já estou Na Rodovia. Esperei o momento propício, quando não havia nenhum outro carro próximo de mim e assim pude abrir as asas escamoteáveis! Aciono o sistema hovercraft, a borracha ao redor do veículo desce acelero mais para começar a voar! O veículo levanta voo e depois de uns três metros de altura eu me desvio para ficar sobre o canteiro central. Aumento a altura para ficar longe de meu perseguidor e acelerar até os duzentos quilômetros por hora!

Não há mais como me seguirem desta forma! Estou livre. A vinte metros de altura mudo minha direção e agora a Bahia, especificamente Salvador, é meu destino final!

18:30. Chego finalmente a Salvador! Pouso na maior estrada da região e o GPS vai me levar até o endereço correto. Recebo neste momento uma nova ligação telefônica:

-
Estou começando a achar que está me evitando!

Como sou bom em reconhecer a voz das pessoas ao telefone, percebo que se tratava da mesma pessoa que me ligara ontem e que não fora tão cortês comigo! Era aquele falso fã!

- Olá! Boa noite para você também!
-
Por que não vai vir desta vez para a próxima noite de autógrafos?
- Porque, meu amigo, tem alguns malucos querendo me pegar! E para evitar maiores transtornos para meus fiéis leitores, cancelei todas as noites de autógrafos, por tempo indeterminado!
-
Mas e aqueles que realmente gostariam de te ver? Que apreciaram a boa leitura de seus livros? Vai deixar todos na mão?
- Infelizmente terá que ficar para o sexto livro! Mas não se preocupe! Não faltarão oportunidades! Eu ainda escreverei muitas outras coisas na vida!
-
Será mesmo? Algum leitor poderá ficar muito revoltado com a sua falta de sensibilidade em comparecer aos compromissos firmados!
- Se conhecer algum leitor assim, avise-o para entrar na fila, porque já tem muita gente atrás de mim, tentando a mesma coisa! E..., olha... até Deus veio me pedir um autógrafo hoje!

Desligo o telefone e resolvo identificar e bloquear tal número para eu não receber mais chamadas dele! Ao invés de digitar tais informações, os novos modelos de telefone dão a opção de apenas falar em viva-voz e os procedimentos são automaticamente implantados:

-
Identificar chamada anterior! Beep! Bloquear número! Beep! Identificar voz do usuário! Beep! Fim! Beep!

- Pronto! Quero ver você tentar falar comigo novamente! (falo eu sozinho comigo mesmo).

Meu telefone toca novamente e eu atendo:

- Alô?
-
Senhor Criador?
- Sim, sou eu, quem fala?
-
Sou o doutor Jesus, você queria falar comigo?
-
Quem...? Jesus...?
-
Sim! O amigo do doutor Oswaldo! Doutor Jesus Martinez! Sou especialista em bioquímica cerebral!

Eu retiro o telefone do ouvido e falo baixinho, sozinho e comigo mesmo:

- Só pode ser brincadeira...!

Retorno o celular ao ouvido e continuo minha conversa!

- Ahh...! Sim, doutor...! Podemos nos encontrar dentro de trinta minutos? Já estou em Salvador com seu endereço e quero saber se pode me ajudar com um problema?
-
Claro, senhor Criador! Venha até aqui! Já estou lhe aguardando! Será um prazer atender o maior escritor de ficção científica brasileiro!
- Ah! Obrigado pela atenção doutor! Até já!
-
Até logo!

Desligo o telefone e penso comigo mesmo:

-
Não acredito em tudo isso!!! Um Mário como guarda-costas! Um Jesus que é médico! Um Iblis querendo minha cabeça e Deus que não sai de minha mente! Quem será que ainda falta me visitar nesta história?

Agora paro em uma lanchonete e peço um lanche para viagem! O rapaz me entrega o material num saco! Pago e quando estou saindo aparece alguém que me reconhece.

- Com licença! O senhor é o escritor Criador da coleção de livros A Cultura?
- Eu? Não, meu amigo! O senhor está enganado! (respondo eu para sair logo dali).
- Não! Eu tenho certeza! É você mesmo o escritor!
- Está enganado, meu amigo! Eu sou analfabeto e não sei escrever! (viro-me de costas e vou em direção ao meu carro).

Ele corre e entra em minha frente para impedir que eu entre em meu carro!

- Sei que é você e tenho algumas coisas para lhe dizer!

Não gostei do tom da voz dele! Senti que isso seria mais um problema para mim! Estou muito próximo de entrar em meu carro, mas o sujeito praticamente se encostou na porta-gaivota.

-
O senhor deveria tomar cuidado quando falar da religião dos outros! (ameaça-me ele).
- Não quis ofendê-lo de forma alguma! Apresentei apenas um ponto de vista diferente do seu!

Ele põe a mão sobre meu peito de forma mais agressiva num leve empurrão e meu coração se acelera, porque quando alguém força um contato físico desta forma é porque uma briga irá começar em breve!

-
Você não pode fazer o que está fazendo e sair impune assim! Nossa igreja já o excomungou e disse que deveríamos virar as costas para você!
- Olha! Acho melhor o senhor parar de ler meus livros, porque esta leitura não está lhe fazendo muito bem!
-
Não me diga o que devo fazer! Seus textos são ofensivos e terá que pagar por isso!

Neste momento, a inteligência artificial de meu veículo, em modo defensivo, percebe que estou correndo perigo e aciona um dos sistemas de segurança. Ele abriu rapidamente e com força uma das asas guardada no teto que acerta as costas do tal sujeito, o que o fez cair ao chão, sentindo muitas dores!

- Já estou pagando por isso! Saber que radicais como você existem já é uma penitência bem grande para mim e para toda a história da humanidade!

Desvio-me do rapaz caído ao chão, que ainda se contorce de dores nas costas! Agora a porta-gaivota se abre e o banco gira em minha direção! Sento-me, olho para ele, que ainda no solo volta-se para mim e lhe digo:

- Mas mesmo assim eu o perdôo! Reze três ave-marias e dois pais-nossos! Mas se insistir em continuar radical... (meu banco gira noventa graus, deixando-me pronto para dirigir o veículo), Deus vai lhe castigar um dia! (agora o volante se aproxima de mim e a porta fecha-se).

Acelero e saio logo dali, enquanto vejo o tal cidadão se levanta do chão meio torto de dor! Aproveito para comer meu lanche no caminho. Parece que farei muito isso daqui por diante!

19:05. Chego ao endereço do tal médico Jesus Martinez! Paro meu carro na porta de seu consultório e pego a minha mochila,que estava disponível atrás de meu assento! Toco a campainha! Tim Tom! O portão automático se abre e eu entro! A secretária na recepção olha para mim e sorri espantada! Falou toda animada comigo e com aquele típico sotaque baiano, que é meio cantado e com acentos em locais diferentes nas palavras!

- Senhô Criadôôôr? Que prazê récebêêê-lo aqui cónooosco!

Ela levanta-se de sua cadeira e sai rapidamente de trás do balcão para me dar um abraço.

- Puuuxa! O dótor me disse que virííía, mas eu num acreditei neeele! Achei que tááva brincaaaando! Sou fã di tudinho o que escrééévi! Minha vida mudô mutcho depois que eu conhéciiii sua óbra! Seus livros são prófuuuundos e me faz pensar muuutcho na vida!

- Obrigado, senhorita...
- Suzan! Mas os íntimos me chamam de Suuu!
- Certo, Suzan! Quando o doutor poderá me atender? Meu tempo é meio curto e não posso ficar muito tempo em lugar algum!
- O senhor é o próóóximo! Chegou na hora cértinha! Ah! Eu queria tanto que autografaaasse os livros que eu compréiii!
- Isso não é um problema, Suzan! Eu tenho umas amostras aqui comigo em minha mochila e posso autografar uma especialmente para você!
- O senhor fáriiiia isso por miiiim?
- Claro! Pelos meus leitores faço tudo o que posso! Afinal de contas... é por causa de vocês que eu continuo escrevendo!
- Qué liiiindjo! Óbrigaaada!

Eu retiro o mais recente lançamento, o quinto volume, abro a primeira página e escrevo umas palavras para ela:

- Éscreeeeva Su, por favor! Afinaaaal..., depois de hoje..., já estamos íííntimos, num é mesmo?

Eu sorrio meio sem graça para ela e escrevo:

"
Para minha querida amiga, Su! Com carinho, O Criador".

- AAAiii! Minhas amiiigas vão mórreeeer de injéééva! Mutcho óbrigaaada!
- Não há de que, Suzan!
- Pode me chamaar de Suuu! Mas me diiiga, menino! Se ocê não para mutcho tempo em lugar nenhum..., como faz para arrumar namórada?
- Eu não arrumo! Já sou casado há mais de 30 anos com a mesma mulher!
- Que despérdício! Um home tão bem apéssoaaado e tão rico!
- Obrigado Suzan!
- Póóde me chamar de Suuu!

Da mesa da recepcionista ouve-se a voz:

-
Próóóximo!

É o médico me "convocando"! A moça nem se mexe com o chamado porque continua sorrindo longamente para mim! Já meio sem graça me levanto, pego minha mochila e vou em direção ao corredor à frente! Olho para ela e aponto na direção do local, onde imagino que deveria ir! Meio letárgica com a situação, ela confirma com a cabeça a direção que eu mesmo indiquei! Bato na porta do médico e entro! Dou um sorriso final para a moça que me acompanha com os olhos até não poder mais me ver!

- Boa noite, doutor! (digo eu ao médico Jesus).
- Bóa noiti, meu caro! O que traz cidadão tão emérito à presença deste humildi servo da ciência?
- Imagine só, doutor! Pelo que meu amigo, o doutor Oswaldo, comentou o senhor é uma referência em pesquisas cerebrais avançadas!

- Sim! Mas dianti do senhor sou apénas mais um na sociedadi! O senhor mudou todo o conceito de religião. Mudou a forma de olhar para Deus e conséguiu transmitir com própriedadi o conceito de viver a vida da mesma forma como fária Jesus se estivesse aqui conosco! O senhor é uma sumidadi!

- Obrigado por tamanha honraria, doutor! Mas muitos discordariam do senhor! De fato, diversos desses, que discordam de mim, estão atualmente atrás de minha cabeça, literalmente!
- Num me diga!
- Sim! E é por causa de minha cabeça que estou aqui!
- Em que posso ajudá-lo? É algum novo livro, é?
- Não...! Quer dizer...! Será...! Se eu sobreviver...! Não sei como poderei explicar minha situação ao senhor...!
- Tente! O cérebro é um órgão dááánado de complicado! Ele nos prega muitas peças e às vezes a realidade fica totalmente alteráda quando ele não funciona bém!
- Pois é! No meu caso parece que aconteceu ao contrário! Acho que ele está funcionando além do que deveria funcionar!
- Viiiichi! Ô bichinho arrétado de bom! Também! Um home que escreve tudinho o que escreveu, só pode ter um supercérebro, num é não?
- Rsss! Então! Doutor! Quando escrevi a coleção "A Cultura" eu achei que estava tendo uma ideia diferente de tudo o que as pessoas já tiveram! Mas... na verdade... o que venho escrevendo... parece ser tudo verdade!
- Como é? Acha que seus livros rétratam a realidáde? Tudo bem que eles foram escritos de uma forma que nos põe em dúvida se é real ou ficção, mas se o senhor acha que tudinho aquilo está realmente acontecendu...
- Não é que eu ache isso, doutor! Desde ontem vêm acontecendo coisas estranhas comigo! O senhor viu a reportagem do homem que me abordou na livraria em São Paulo?
- Si vi? Home..., mas aquilo foi truque de cinema, mágica ou jógada de marketing, num é mesmo?

- Não, doutor! Aquilo aconteceu bem na minha frente e as coisas estão ficando cada vez mais complicadas! Preciso que o senhor tente descobrir algo que possa estar errado em meu cérebro! Quero saber por que sou diferente da maioria das pessoas! Recebi uma opinião, a ser levada em consideração, de que tenho um nível de criatividade acima do normal! Quero saber se isso abre alguma porta para o desconhecido...! Telepatia...! Transmissão de pensamento...! Vozes de fantasmas...!

- Mas, o que especificamente está tentando descobrir?
- Quero saber se eu posso ter escrito todos os meus livros por influência externa de alguém ou de alguma coisa! Quero saber se alguém poderia fazer isso comigo e eu nem saber disso!

- Télépatia...? Neste nível...? Sinto muito...! Mas é pouco provável que alguém tenha támanho póder e pór um tempo tão prólongado...! O senhor já está no quinto livro...! Adémais..., por que alguém transmitiria tudo isso a vócê...? Tal pessoa mesma póderia tê-lo escrito!

- É! Pode ser! Mas talvez tal pessoa não tenha como fazê-lo, por estar muito distante daqui ou por nem ser daqui!
- Senhor Criador! Não há nenhum tipo de pésquisa que possa ajudá-lo quanto ao que déseja sáber! Talvez o único que possa estar sóprando em seus ouvidos algo desta forma seria Deus!
- Infelizmente este também está querendo saber como sei de tudo!
- Como é?!
- Nada, doutor...! Deixe pra lá...! Tenho que buscar outro caminho para chegar à verdade...!
- Posso lhe dar uma sugéstão que tálvez sólucione seu próblema!
- É mesmo? E qual seria essa sugestão?
- Tenho um ámigo párapsicólogo que cónsegue déscobrir coisas incríveis. Ele sabe tudo sobre todos e nunca erra! É um guru extremamente compéténte!
- Guru...?! Não sei não...! Nunca acreditei nessas coisas...
- Eu também num acrédito em nenhum deles! Mas este sujeito nem parece ser deste pláneta! É divino!

Olho para ele, estranhando tal observação! Já estou cansado de encontros divinos! Nenhum deles foi muito agradável até agora! O doutor me entrega um cartão de visitas do tal sujeito onde vejo uma foto de um homem calvo com um turbante. Os olhos desse tal sujeito e a aparência dele me intrigam! Ele se parece com alguém que eu deveria conhecer, mas não me lembro!

- Está bem, doutor! Deixe-me anotar o endereço e telefone dele.
- Deixe disso, hómi! Póde ficar com o cartão! Tenho muitos cómigo!

O doutor abre a gaveta e ali vejo duas pilhas enormes de cartões do tal estranho sujeito. Isso me preocupou, porque me deu a nítida impressão de que talvez este doutor não seja tão bom assim e esteja sempre enviando seus pacientes para este tal... guru! Por outro lado, se a gaveta dele está cheia pode ser porque ele não envie muita gente para lá! Ou entrega tantos cartões que a todo momento chegam mais lotes deles! Enfim...! Para tudo na vida, podemos fazer diversas avaliações! Mas, como estou ferrado mesmo..., não custa tentar mais uma coisa improvável! Veremos!

- Obrigado então, doutor! Quanto é a consulta?

Ele sorri e me entrega o quinto volume da Cultura que ele recentemente havia comprado!

- Basta autografar aqui e estará pago!

Sorrio de volta e acolho com carinho em minhas mãos o livro do médico! Abro a primeira página! Pego a caneta de meu bolso e autografo mais um de meus zilhões de livros vendidos!

- Já leu este volume?
- Estou quáse acabando! Achei fantástica a nova versão que criou para os deuses do Ólimpo na Grécia antiga! Fascinante a forma como imaginou todas as coisas acóntecendo e suas interações com o enredo principal da história! E a passagem de Jesus como funcionário do Império Rómano? Viiiichi! Incrível! Dépois desses livros as pessoas passarão a enxergar Jesus Cristo como um herói da humanidade! Talvez as palavras dele possam enfim ser ouvidas ainda mais longe e quém sabe... você seja então mais um profeta divino!

- Rsss! É doutor! Agradeço seu apoio que me servirá de consolo para os próximos dias! Muito obrigado! Vou visitar também seu amigo!
- Fáça isso! Aquele bichinho arretado resolverá seu problema! Espero que continue escrévendo! Acho que a humanidade tem muito a ganhar com sua ousada maneira de ver o mundo! Parabéns e boa sórte!
- Obrigado, doutor!

Levanto-me e o cumprimento! Saio da sala e no corredor quase "bato" de frente com a recepcionista, que parecia estar lá ouvindo tudo o que conversamos!

- Oh! Me desculpe! Eu sou um pouco desastrado! (comento eu com ela).
- Não! Por favor! Foi um prazer! Onde o senhor ficará hóspeeedado hoje aqui em Salvádooor?

Enquanto ela me questiona, aproveito e pego um copo d´água no bebedouro ali ao lado, no próprio corredor! Estou morrendo de sede!

- Eu? Não tenho a menor ideia! Darei uma olhada nas disponibilidades de acomodações locais em meu GPS!

Agora levo o copo à minha boca quando ela me faz uma proposta surpreendente:

- Se quiser póde ficar lá em casa! Eu móro sozinha e o senhor terá tratamento vip!

Engasgo com a água, porque não esperava tamanha cantada daquela jovem e bela mulher, que nitidamente está a fim de mim! Ou talvez do dinheiro que venho ganhando nos últimos três anos!

- Obrigado Suzan pelo convite, mas...
- Póde me chamar de Suuu!
- Certo, Suuu! Eu preciso continuar escrevendo meu próximo livro e para isso preciso de silêncio, tranquilidade e nenhuma distração!
- Ahh! Mas póde ter tuuudo isso lá em cása! Prómeto ficar quietiiinha ao seu lado, enquanto éscreve! Ali! Sentadiiinha de babydol transparente! Tópa?
- Rsss! É! A sua presença já seria uma enorme distração para mim e mesmo quietinha, tenho certeza de que não conseguiria escrever! Prefiro ficar num quarto de hotel sozinho, obrigado!
- Posso ajudá-lo a se inspirar! Tenho vários dons! Ói! Sei até fazer massagem!
- Eu acredito...! Fica para outra encarnação... quero dizer... ocasião...! Obrigado mais uma vez, Suzan! Boa leitura!
- Póde me chamar de Suuu, hómi!
- Até, então, Suuu!
- Tchau!

Ela olha meio decepcionada para a minha partida apressada para fora do local. Depois fiquei sabendo pelo doutor Jesus, que ela vive tentando encontrar um milionário para casar!

Antes de chegar ao meu veículo, olho tudo em volta, para ter certeza de que não há ninguém estranho por perto, mas para minha surpresa, tem uma pequena multidão ao redor de meu veículo! Eles ficaram impressionados com o modelo tão diferenciado! Faço careta para me aproximar e vou lentamente abrindo espaço.

- Com licença...! Com licença...! Licença, senhora...! Com licença, senhor...! Obrigado...! Obrigado...!

Pronto! Consegui chegar até a porta e peço que todos se afastem dali, porque no modo de proteção ela se abre muito rápido!

- Afastem-se um pouco, vocês! Esta porta é perigosa e poderá machucar alguém! Mais pra trás, por favor...! Isso...! Mais um pouco...! Aí está bom! Obrigado!

Aciono a abertura da porta em meu celular e sento-me no banco virado a noventa graus para mim. Todos ficam impressionados e se aproximam novamente, impedindo que eu feche a tal porta! Meu banco gira para a posição de dirigir e o povo todo deseja conhecer o painel que se abre para mim, enquanto o volante se aproxima de minhas mãos! Só ouço as típicas expressões locais: "Viiichi!", "Ói!", "Nossa!". Não tive escolha fui obrigado a sair andando com todos ali ao meu lado, que lentamente vão se afastando o suficiente para eu partir! Agora que me afastei de todos, pude fechar a porta-gaivota! Por viva-voz comunico ao GPS que eu desejo ir até um bom hotel na cidade de Salvador! Ele encontra três boas opções. Escolho uma delas. Pronto! Lá estou eu a dois quilômetros de um bom banho, boa comida e uma cama para relaxar um pouco! A viagem foi longa e preciso me preparar para ir amanhã a Curitiba no Paraná, encontrar o tal guru divino...! Sim...! Paraná...! Esperava conhecer o Brasil dando autógrafos não sendo perseguido pelos personagens de meu livro! Espero que não seja outra "roubada" esse tal guru de turbante!

CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
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