Guerreiros Oníricos

Paulinho chega em casa e encontra o pai na sala, descansando no sofá.

- Oi, filhão! Dá um abraço aqui! (requisita o pai).

Paulinho caminha até ele e lhe dá um abraço apertado!

- Como foi o seu dia, filho? Aconteceu algo de novo?

Paulinho ergue os ombros, espreme os lábios, demonstra que não houve nada de mais, mas aparenta alguma preocupação!
O que foi, Paulinho? Eu te conheço e percebo quando algo está errado!

- Pai! Uma garota me pediu ajuda em história e matemática!
- Ela é bonita?
- Não é este o caso...!
- Então ela é bonita?
- É..., mas não é este o caso!
- Você quer a minha permissão para estudar na casa dela?
- Combinei que estudaríamos dia sim, dia não. Um dia na casa dela, outro aqui!
- Boa ideia! Assim nós poderemos conhecer melhor a sua futura esposa!
- Paaai! É só para estudaaaaar!
- Na minha época inventávamos esta desculpa para namorar!
- Mas tem mais uma coisa...!
- O que é? Ela está grávida de você?
- Nããão, paaaai...! Não é isso!
- Quem está grávida de você, Paulinho? (indaga a mãe, preocupada, chegando na sala).
- Nããão, mãããe! Eu acabei de conhecê-la! Como poderia estar grávida de mim...? Tenho uma coisa importante para contar a vocês...!
- Diga logo, meu filho! O que está acontecendo? (indaga, já nervosa, a mãe).
- Eu recebi a visita de um mental-androide!
- Visita de quê?!?! (indaga o pai de Paulinho).
- Ele é um mental-androide! Foi produzido por alienígenas da Galáxia de Andrômeda. O mesmo que a abduziu no passado! (declara Paulinho, olhando para a mãe).
- Ai meu Deus!!!! Você está bem? Não foi levado por ele? (indaga a mãe, abraçando, desesperada, o filho).

- Nããão mãããe! A coisa é um pouco diferente do que está pensando...! Os mental-androides não querem me levar daqui. De fato, e pelo que sei, eles nem podem mais deixar este planeta. Uma facção dissidente da espécie alienígena criou a mim e a outros dois adolescentes para que nós três juntos possamos lutar mentalmente contra a invasão e o controle mental do povo extraterrestre sobre a humanidade!

- O quê?!?! Que loucura é esta? (indaga o Pai, preocupado com o assunto).

- É exatamente isso que está acontecendo! Estes androides alienígenas vieram de Andrômeda há muito tempo atrás! Estão na Terra há mais de cem anos! Tinham a função de nos estudar, avaliar a nossa espécie, e descobrir se seríamos um problema para eles depois da colisão das galáxias.

- Isso parece uma história de ficção, Paulinho! (declara a mãe).
- Eu também achei! E ainda não estou totalmente convencido de que tudo isso seja verdade. O fato é que este mental-androide e alguns outros estão contra a destruição de nosso planeta e decidiram ir contra o povo deles, ajudando a nossa espécie humana a continuar evoluindo, para que possamos sobreviver no futuro à colisão intergaláctica.

- Você disse que terá que lutar contra um planeta inteiro de alienígenas? (indaga a mãe).

- É, mas parece que eles apenas entram nas mentes daqueles que mandam na política interna de um país. Eles forçam os abduzidos mentais a continuarem mantendo a poluição ambiental e a devastação do meio ambiente. Neste ritmo em pouco tempo não teremos futuro!

- Isso é terrível, Paulinho! São uns animais! (declara sua mãe).

- Não, mãe! Eles são visionários e muito bons de cálculos. Sabem exatamente o que acontecerá com cada estrela, planeta e lua das duas galáxias após a colisão. Disseram-nos que a Terra será lançada no espaço vazio para longe do Sol no futuro. Nosso planeta inteiro se transformará num local sem vida e congelado.

- Quer horror! (espanta-se a mãe). Mas independentemente disso não quero você lutando mentalmente contra eles! Isso pode ser muito perigoso!

- Nenhum de nós tem outras escolhas, mãe! Hoje de manhã um dos mental-androides, que estão ajudando a contaminar nosso planeta, sentiu o meu poder mental e veio atrás de mim! Ele pretendia me matar. Mas eu escapei e agora tem outro androide me protegendo. Não posso viver escondido para sempre. Só hoje já lutei mentalmente contra dois alienígenas e os venci com facilidade.

- Eles podem se juntar e acabar com você! (declara a mãe). Controlam seu corpo. Você não consegue se mexer! Fazem o querem de nós. Não sabe contra quem está lutando, Paulinho!
- Na verdade eu até sei, mãe! Meu sangue tem parte do DNA do inimigo e tenho também o dom de usar a mente para atacar e me defender. Tenho as mesmas armas deles!
- Esta garota com quem irá estudar... tem também seus poderes? (indaga o pai).
- Sim, pai! Ela é a ponte que me liga às mentes inimigas. Ela pode me levar para o interior dos pensamentos dos alienígenas e juntos podemos vencê-los.
- E o outro adolescente? Quem é? (indaga a mãe).
- Nós o conheceremos amanhã! O mental-androide irá nos apresentar a ele.

A mãe de Paulinho abaixa a cabeça, põe as duas mãos no rosto e começa a chorar copiosamente.

- Por que está chorando, mãe? Está tudo bem! Não serei levado daqui como imaginávamos! Continuarei indo para a escola e dormindo em casa normalmente como sempre.
- As outras mães se preocupam porque seus filhos vão à escola e não sabem o que realmente estão fazendo. Mas eu terei que vê-lo ir estudar todos os dias, enquanto luta em sonho e durante o intervalo das aulas contra inimigos alienígenas que querem acabar com a humanidade! E ainda têm estes meta-androides...
- Mental-androides, mãe!
- Que seja..., meu filho! Eles podem machucá-lo... ou pior! Podem estar inventando tudo isso só para fazerem novas experiências genéticas com você. Se cientistas humanos souberem de sua origem, Paulinho, irão querer fazer o mesmo! Contar-lhe-ão uma história fantasiosa só para que concorde com novos testes!
- Acho que não é este o caso dos alienígenas, mãe! De qualquer modo, você sabe que sou muito alerta! Poucas coisas ocorrem ao meu redor sem que eu saiba o que está acontecendo!
- Mas será que neste novo mundo mental em que você irá viver, terá esta mesma habilidade? (indaga o pai). Será que estes alienígenas não farão uma emboscada para lhe dominar?
- Não tenho escolha, pai! Mesmo desconfiando de tudo isso e com medo de continuar, algo dentro de mim me diz para tentar este caminho! Fico muito à vontade usando meu poder mental!
- O que podemos fazer para ajudá-lo com isso, filho? (indaga o pai).
- Não sei...! Acho que nada poderão fazer para me ajudar...! Vou tomar um banho agora!
- Vai lá, meu filho! (declara a mãe, abraçando-o e liberando-o logo depois).
- Fique tranquila, mãe! Estou bem!