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na Biblioteca Nacional
CAPÍTULO VII - A BEBIDA
Os dois estão agora entrando num bar em outra esquina ali perto e o bêbado tenta ganhar um copo de pinga gratuitamente! Ele se aproxima do barman e os dois se sentam nas banquetas redondas disponíveis ali. Agora Wladimir requisita:
- Tô precisando de um copinho! Só dois dedos! (faz o bêbado com a mão fechada e apenas os dedos indicador e médio juntos, esticados horizontalmente diante de seu rosto).
- É só pagar ali no caixa que eu libero! (comenta o barman).
- Mas todo mundo aqui paga depois! Por que só eu tenho que pagar antes? (reclama o bêbado).
- Porque você nunca tem dinheiro, oh bebum! Então você paga primeiro e eu libero a quantidade correta pra você!
- Droga! Inferno! (declara o bêbado indo em direção ao caixa).
O jovem, ainda sentado na banqueta observa tudo sem falar nada! Wladimir retira do bolso sujo e meio rasgado as moedas que ganhara de alguns carros no semáforo. Agora o maltrapilho retorna à banqueta onde antes se sentara e pede novamente ao barman:
- Pronto! Já paguei ali! Posso beber agora?
O barman olha "meio atravessado" para o bêbado! Retorna agora o olhar para o colega do caixa que faz um gesto de cabeça aprovando a venda do líquido e mostra um "V" com os dedos indicador e médio, indicando que pode servir duas doses. O barman então pega a garrafa de pinga e dois pequenos copos, colocando-os na mesa diante do bêbado e do amigo! Os dois minúsculos copos são cheios até a boca para a alegria dos dois maltrapilhos!
- Alienígena, meu amigo! (declara o bêbado). Hoje você irá flutuar e verá o Paraíso! E se tudo der certo verá até mesmo o próprio Deus...! Saúde...! (levanta o copinho o bêbado em direção ao colega que pega o seu também e repete o gesto, levantando-o na mesma altura do amigo, sem entender muito bem o que isso significa).
O bêbado coloca o líquido incolor na boca e o engole de uma só vez, entornando tudo goela abaixo! Ele faz uma careta horrível e espreme os olhos fortemente, demonstrando que o gosto é péssimo, enquanto o jovem olha assustado para a cena, sem entender o porquê daquilo tudo!
- Ohhh! Coisa boa!!! (declara o bêbado ainda fazendo careta e estrebuchando a cabeça). Vai! Bebe de uma só vez!
Meio sem acreditar que aquilo possa ser bom o jovem entorna também o terrível líquido que ele acredita, possa levá-lo de volta ao Paraíso e de lá nunca mais retornar para a Terra! Logo após beber tudo de uma vez o inocente rapaz arregala os olhos, começa a tossir, fazer careta, espreme agora os olhos em repúdio ao terrível gosto de coisa tão ruim!
- Que coisa terrível! Agora já sei por que é proibido! É muito ruim!
O barman coloca a segunda e última dose nos dois copinhos, enquanto o jovem declara:
- Não estou sentindo que estou flutuando! Acho que não funcionou comigo! Talvez não seja este o caminho que me levará de volta!
- Tome a segunda dose! Se não está acostumado a beber, esta aqui vai te levar lá!
O bêbado dizendo isso entorna novamente a segunda dose, bebendo-a de uma só vez! Os gestos se repetem: a careta, os olhos espremidos e a expressão:
- Ohhh! Coisa boa!!! Vai...! Bebe de uma só vez novamente! Acredite em mim!
Sem ter uma segunda opinião para contestar o momento único que ele está vivendo, o jovem resolve tomar tudo. E novamente todos os seus gestos se repetem: a careta, os olhos espremidos e logo depois arregalados ao mesmo tempo em que sua boca se abre, demonstrando que aquilo não está lhe fazendo muito bem! Seu rosto começa a ficar vermelho.
- Acho que está funcionando! (declara o jovem). Estou sentindo algo aqui dentro que quer sair! (coloca ele a mão no estômago). Acho que é meu espírito desejando partir!
O bêbado começa a rir e bate feliz com uma das mãos nas costas do amigo, que começa, na verdade, a passar mal!
- É! Agora você perdeu a virgindade alcoólica, meu amigo alienígena! Parabéns!
O jovem começa a ver tudo balançando ao seu redor e precisa se segurar firme no balcão para não cair da banqueta. Ele abre e fecha fortemente seus olhos porque a visão parece meio estranha neste momento! Agora não resiste mais e vomita tudo ao lado do bêbado, enquanto todos no local reclamam de tal coisa:
- Ohh! Nojento! Se não sabe beber por que está aqui?
- Ele é novo neste planeta! Chegou ontem! (declara o bêbado para os outros do bar). Ainda está aprendendo nossos hábitos!
- Tem alguma coisa errada! (declara o jovem). Acho que não está funcionando! Meu espírito ainda continua aqui dentro! Estou ficando meio... tonto..., eu acho!
- Pois é agora vamos embora para conseguir mais dinheiro e tomarmos mais algumas doses! Aí você entenderá o que significa flutuar!
Os dois se levantam dali e o jovem sai cambaleando para a calçada, diante do sorriso alegre do bêbado.
- Você é fraco mesmo, alienígena! Eu só fico do jeito que está depois de vários copos de pinga!
- O que está acontecendo? Por que não está funcionando?
- Mas está funcionando! Você está balançando para todo lado! Está flutuando!
- Isso não é flutuar! Estou passando mal! Estou enjoado! Estou tonto! Acho que preciso de um remédio!
Logo depois disso ele desmaia e cai no chão, batendo fortemente sua cabeça na calçada! O sangue começa a correr da lateral de sua testa e sob os cabelos curtos.
VOLUME
1
Capítulo VII
A Bebida