Voltar à pág.
da coleção

Introdução
Capítulo I
Pecado Espiritual

Este livro foi registrado
na Biblioteca Nacional

Capítulo II
Paraíso dos Espíritos

CAPÍTULO X - LOUCURA
Capítulo III
Floresta Espiritual

A limusine chega agora até a ONG e os três descem do interior do veículo em direção ao interior do lugar. Carlos começa a sentir algo estranho! Uma presença adicional! Mais um espírito superior em agonia no interior do local! Gabriel, ainda com a faixa na cabeça, olha para a placa da entrada com o nome: "ONG Paraíso"! Imediatamente vem à sua mente aquela mesma imagem! Ele comenta o fato:

- Sim! Eu me lembro desta placa!!!! Foi muito marcante esta imagem para mim.

Os três adentram ao local e Carlos está cada vez mais ansioso para encontrar a pessoa a qual o pedido de socorro angustiado veio à sua mente! Gabriel vê agora os enfermeiros, os outros andarilhos malvestidos e ao fundo alguém familiar. Ele se aproxima do sujeito, que estava sentado no refeitório, mas de costas! Gabriel toca no ombro do tal sujeito que se vira para ver do que se trata!

- É você, alienígena? (comenta o tal sujeito, o Wladimir, o bêbado que ele conhecera antes).
- Eu me lembro de seu rosto!!!! Mas acho que não nos conhecemos aqui, neste lugar!!!
- Claro que não! Você apareceu pelado do nada no beco em que eu morava!
- Sim! Estou me lembrando de algo parecido com isso!

Carlos começa a se aproximar lentamente da mulher descabelada e louca sentada ali e comendo um pão com mortadela e manteiga. O olhar dela está perdido no horizonte, como se não enxergasse nada nem ninguém no local. Carlos faz uma pergunta a ela:

- A senhora está bem?
- Satanás domina o Inferno! Ele irá consumir a todos muito em breve! O fogo! O ódio! A raiva! Tudo dominará todos os espíritos inferiores!

Carlos se impressiona com o comentário da perturbada mulher e olha de volta para Rafael, que estava distraído e sorrindo, observando as atitudes de Gabriel ao se lembrar lentamente de cada pessoa que já conhecia! Como o milionário está concentrado no jovem com amnésia, não percebeu a atitude estranha do médium, que se levanta para ir até ele. A louca agarra-lhe o braço, impedindo-o de sair dali!

- Satanás domina a mim, a você e a todos neste Inferno! Não me deixe sozinha! Preciso de alguém por perto antes da extinção da humanidade!

Carlos, ainda de pé, se abaixa junto dela novamente e tenta reconfortá-la!

- Eu a encontrei! Sei quem é você! Não a deixarei até que eu consiga enviá-la de volta ao seu lar! Ficará bem novamente quando chegar lá!
- A morte está à espreita! Nenhum de nós poderá escapar dela! O fim está próximo para todos! (comenta ela).
- Eu sei! Eu sei! Entendo o problema, mas não sei a solução! Preciso que me ajude a encontrá-la!
- A morte é a solução para todos os problemas! Morra e salve-se!
- Não! A morte não lhe salvará! Apenas a condenará para sempre aqui no Inferno! Você precisa voltar para casa!

A louca olha para ele e lágrimas escorrem de seus olhos vermelhos que há muito tentavam chorar e não conseguiam! Agora encontrou um bom motivo para isso. A mulher abaixa a cabeça e encosta seu rosto sobre o braço de Carlos, que acaricia seus cabelos revoltos, com dó do triste carma que ela carrega em sua vida! Rafael agora se aproxima dos dois e questiona ao médium:

- O que está acontecendo? O que disse a ela para que chorasse?

Carlos olha diretamente para os olhos de Rafael e com a aparência preocupada declara:

- Ela é um espírito superior! Assim como o senhor e Gabriel!!!! (declara o médium).
- Impossível! Ela tem claramente problemas mentais! (responde Rafael).
- Sim! Mas o espírito está intacto! O corpo não responde completamente aos desejos dela!
- Como isso pode ser possível?
- Aparentemente seu cérebro teve algum dano durante a encarnação! O que sai da boca deste corpo não é exatamente o que ela quer dizer! Seus gestos e atitudes não são sempre o que ela deseja informar a nós. A comunicação verbal e corporal foi danificada! Mas eu consigo entender tudo o que ela pensa!
- Inacreditável!!!! Se não fosse por você, jamais saberíamos que ela é um de nós!
- Esta mulher está em desespero e agora só tem a mim para falar por ela! Suas mãos agarraram forte meu braço e não querem mais soltar!
- Está doendo? (questiona Rafael preocupado).
- Ainda não! Mas se ela pretende me segurar para sempre, receio que teremos que enviá-la de volta ao Paraíso o mais rápido possível! (declara Carlos preocupado).
- Temos que convencê-la de que ela não está mais só! (afirma Rafael). Pergunte-lhe qual foi o pecado que cometeu no Paraíso?

A mulher, ainda de cabeça baixa, chora copiosamente sobre o braço de Carlos, firmemente agarrado pelas duas mãos! Mas diante da pergunta de Rafael a louca mulher ergue a cabeça e mostra os olhos mareados com diversas lágrimas escorridas pelo seu rosto.

- A terra é má! (declara ela). Merecia a dor! Bati na terra! A terra afundou sob mim! O demônio me agarrou pelos pés e não me deixa mais sair do Inferno! Satanás irá me matar muito em breve!
- Ela não quer falar sobre seus motivos! (declara Carlos, olhando diretamente para Rafael). No Paraíso esta mulher teve algum problema e por raiva ajoelhou-se no chão da floresta e o socou com as duas mãos!
- Então ela conseguiu cometer dois pecados de uma só vez! (comenta assustado, Rafael). Tocar no solo da floresta e agredi-lo! Isso talvez explique a loucura em que vive neste momento!
- Como assim? (questiona, o intrigado Carlos).
- Poucos falam sobre isso no Paraíso, mas 'o espírito de olhos azuis' me disse que quando alguém comete dois pecados simultaneamente tal espírito encarna no Inferno num corpo com problemas físicos! (declara preocupado Rafael). Eu não tinha certeza disso até agora!
- Mas como alguém com o problema dela pode conseguir retornar ao Paraíso? (indaga Carlos).
- Não pode! Sem sua ajuda ela estaria condenada aqui... para sempre!
- E o que poderei eu fazer para ajudá-la?
- Vamos descobrir como fazer para ela pagar sua pena aqui e assim voltar ao Paraíso! Vamos treiná-la para fazer o que for preciso!
- Treiná-la?
- Sim! Como se faz com uma criança! Nenhum de nós poderá pagar por ela o pecado que cometera! Somente o pecador pode realizar o que deve ser feito!
- Não será nada fácil fazer isso! (afirma Carlos).
- Viver no Inferno também não é... e estamos todos aqui! (declara Carlos).

Gabriel agora encontra Vanessa que acaba de chegar a ONG. Ele espreme os olhos, porque reconheceu o rosto da amiga!

- Olá! Você está bem? (pergunta ela, surpresa). Por que sua cabeça está enfaixada?
- Eu me lembro de você! Seu rosto é inesquecível! Van... Vanessa!?!? Não é?
- Sim! Claro! Mas você já sabia disso! O que está havendo?
- Dizem que eu bati a cabeça e tive amnésia!
- Ohhh! Meu Deus!!
- Mas estou me lembrando lentamente de tudo! Lembrei até de seu nome!
- Está sentindo alguma dor?
- Só quando chacoalho a cabeça!

Rafael aproxima-se dos dois e cumprimenta-a:

- Olá, Vanessa! Tudo bem?
- Sim, senhor Rafael! Parece que não posso deixar nosso amigo sozinho que ele rapidamente arruma encrenca!
- É o que parece! Mas ele agora tem nome! (declara Rafael).
- Ahhh! Você se lembrou de seu nome?
- Não! Foi a doutora que me deu um nome! (comenta o jovem). É Gabriel! Ela disse que é nome de Arcanjo! Ganhei até um cartão dela, olha só! (põe a mão no bolso e mostra-o para Vanessa).
- Cartão?!?! Deixe-me ver!

Ela pega o cartão e estranha o fato!

- Nunca vi nenhum médico de hospital público dar cartão com o número celular para um paciente!
- Acho que ela gosta de mim! (declara Gabriel).

Com ciúmes, Vanessa desdenha do nome adotado!

- Eu não gostei de Gabriel! Apesar de que tem cara de Anjo, mesmo!
- Eu gostei! (afirma o jovem). Vou usá-lo daqui pra frente até retornar ao Paraíso!
- Tá! Tudo bem! (comenta ela).
- Vanessa! Hoje vou levar Gabriel e aquela nossa amiga para minha casa! (comenta Rafael, apontando para a mulher louca).
- Mesmo? Vai investir na recuperação dos dois? (questiona Vanessa toda sorridente).
- Sim! E você é bem-vinda para nos visitar e manter contato com Gabriel! (declara Rafael).
- Ahhh! Obrigada senhor! Fico feliz que leve também a Quinha!
- Quem?!?! (indaga Rafael).
- Ahhh! Me desculpe! Os enfermeiros não sabiam o nome dela e a chamaram de Quinha! Que é abreviatura de Lou
quinha! Por incrível que pareça ela só faz o que queremos quando a chamamos deste jeito ou quando falamos a palavra Paraíso!
- Entendo! (comenta Rafael).
- Quando o senhor os levará?
- Hoje ainda! Estou aguardando para ver se Gabriel lembra-se de tudo, para que possamos começar o investimento em seu futuro! Mas ele precisará de mais estímulos! Quero que passeie um pouco com ele aqui na ONG para conversarem mais e assim ajudá-lo a se lembrar de tudo o que for possível!
- Certo, senhor! Farei o melhor que eu puder! (declara Vanessa, oferecendo seu braço ao Gabriel para passearem juntos).

O rapaz olha para o braço dela ligeiramente curvado a noventa graus para baixo e em sua direção. Agora Gabriel volta seu olhar para ela e a questiona:

- O que isso significa? Por que está nesta posição?
- Toda vez que alguém fizer um gesto, e não souber o que fazer, faça exatamente a mesma coisa. Em geral dá certo!
- Como agora?
- Sim! Como agora, bobinho...! Vamos passear um pouco, a não ser que esteja com fome! Quer comer alguma coisa antes?

Gabriel repete o gesto e os dois ficam parecendo duas "xícaras" de "asas" abertas! Vanessa aproveita o gesto similar do rapaz e passa seu braço pelo interior do dele, ficando ambos de braços dados agora!

- Estou doido para comer uma vaca agora mesmo!!! (declara Gabriel todo feliz).

Vanessa olha assustada para ele sem entender muito bem o que isso significa! Como o bêbado estava perto, resolve explicar o caso para ela antes que fique um mal-entendido no ar!

- Vanessa, me desculpe! (comenta o bêbado). Ontem ele comeu carne de vaca na janta e adorou! Agora não para de falar sobre isso, mesmo sem memória!

Ela sorri para o caso e declara:

- Bom! Neste caso terá que esperar até o horário da janta, para comer a sua... vaca! Rsrsrsrs!
- Tudo bem! (declara Gabriel). Não estou com fome ainda! É só o desejo de comer!

Os dois começam a andar para fora do recinto e dirigem-se ao enorme jardim nos fundos da propriedade! A casa tem uma pequena floresta particular que pertence à ONG. É uma área para as pessoas poderem respeitar a natureza e cuidar dela.

Capítulo IV
Encarnado no Inferno

VOLUME
1

Capítulo V
Gula

Capítulo VI
Inocência

Capítulo VII
A Bebida

Capítulo VIII
Amnésia

Capítulo XII
Mentira

Capítulo IX
A Missão

Capítulo XIII
Nova Casa

Capítulo X
Loucura

Capítulo XIV
O Dono do Inferno

Capítulo XI
Luxúria

Capítulo XV
Ira

Capítulo XVI
Egoísmo

CLIQUE AQUI
PARA COMENTAR
SOBRE ESTE LIVRO

Capítulo XVII
Arrogância

Capítulo XVIII
Preguiça

Capítulo XIX
Avareza

Capítulo XX
Inveja

Capítulo XXI
Ascensão

HOME