CAPÍTULO XXVI
12 de abril de 2036. Meio-dia. O caminhão de recolhimento de lixo não está conseguindo fazer seu trabalho e a sujeira se espalha pela cidade! Os cães já estão fuçando em todos os locais para obter mais alimentos. Tanques de guerra e veículos do exército estão espalhados pela cidade de Nova York! Isso atrapalha ainda mais o trânsito da cidade o que prejudica e impede o serviço público de cumprir seu papel!
Também o acesso dos veículos particulares aos seus afazeres ficou prejudicado! Agora os aliens quase não encontram mais ninguém andando por seu caminho, porque o exército avança à frente deles, ordenando que todos os imóveis fiquem fechados até a passagem de tal criatura! Portanto os três caminham tranquilamente por Nova York!
O exército vem se esforçando para retirar todas as pessoas do caminho dos visitantes aliens. Pessoas são forçadas a ficarem ali até que o ser passe pela rua! Os moradores das casas são informados para não saírem, enquanto o exército não avisar que está tudo bem!
Um dos alienígenas caminhou pela Willian Street, chegou até a Hanover Square e anda neste momento pela Water Street. Numa das calçadas da larga rua o visitante espacial encontra um monte de sacos de lixo na calçada!
Duas equipes militares estão em ação junto a cada alienígena. Uma que vem à frente do caminho do alien e outra que vem atrás seguindo-o de perto. Mas como os visitantes às vezes mudam de rota, outras duas equipes andam pelas ruas laterais para evacuá-las também durante o "desfile alienígena solitário"!
A entidade verde percebe que o planeta está completamente entupido de veículos, prédios, asfalto, postes de energia, túneis e sacos de lixo por todo lado!
Um dos seres esverdeados, porém, tem um encontro imediato com um cachorro vira-lata! Algo não muito agradável para um vegetal. O cão ladra! Anda de ré! Rosna diante dos "passos" calmos, mas firmes das sementes alienígenas! O visitante extraterrestre não gosta muito da presença incômoda do animal e suas sobrancelhas se abaixam em sinal de descontentamento ao encontro. Depois de um tempo o animal percebe que o tal ser não demonstra nenhuma reação perigosa e passa a acompanhá-lo!
Na calçada, do outro lado da via, um bêbado levanta-se do chão. Ele dormia por ali e sentiu a falta do seu cachorro. O embriagado homem olha ao redor e nota a rua deserta, sem ninguém, sem barulho de carros ou pessoas andando. Não ouve nenhuma conversa próxima! Ele coça a cabeça, em meio ao enorme cabelo despenteado e pixaim acinzentado devido à sua idade. Olha para um lado e para o outro da rua. Nota que os militares estão ao longe, bem armados dos dois lados da via. Estranha mais uma vez o acontecimento e se pergunta:
- O que foi que eu aprontei por aí, enquanto estava bêbado? Que diferença faz! Estou sempre bêbado!
Ele olha agora à frente e vê seu animal atrás do alien esverdeado e ligeiramente transparente. Não entende direito o que está enxergando, mas vê nitidamente seu pequeno cãozinho macho, tentando marcar território, na mais nova planta móvel do pedaço! O pequenino aproxima-se de lado e levanta a patinha traseira, mas as sementes continuam em movimento. O pequeno animal abaixa novamente a patinha e acelera o passo para alcançar a tal árvore que anda. Tenta mais uma vez urinar no ser vegetal, que continua em movimento.
O cão late rapidamente porque não está conseguindo seu intento! O alien olha na direção dele e fica mais nervoso com aquilo. Ele desconfia ser um tipo de agressão do animal! O ser decide então parar de andar! Sua imagem começa a vibrar. É a oportunidade que o animal esperava. Ele ergue sua patinha e rapidamente urina numa das pernas do visitante de outro planeta, que ergue agora suas sobrancelhas, espantado com o que está acontecendo. Como suas sementes também são holográficas elas não se molham com o "presente líquido" de boas-vindas do animal que acabara de receber! Mas os esporos estão vindo à tona neste momento, um sobre cada semente!
Do outro lado da rua o bêbado, muito mal vestido e com uma garrafa nas mãos, chama de volta seu animal:
- Jorge! Volta aqui, agora!
O nome do cão é Jorge! Por incrível que pareça! Mais do que depressa o animal corre acelerado até ele. Os esporos são enviados com força na direção do cãozinho. Passam raspando e não o acertam! Caem ambos no chão já perto do bêbado, enquanto o cãozinho pula feliz diante dele. De longe os militares perceberam que se esqueceram de recolher das ruas o tal homem embriagado que dormia escondido atrás da lixeira enorme!
- Precisamos retirá-lo dali! (comenta o soldado com o sargento).
- Não, soldado! Agora é tarde demais! O alien já lançou seus esporos contra o cão! (comenta o sargento). Vamos esperar para ver o que acontece.
O bêbado abaixa-se para ver mais de perto os dois esporos caídos junto ao meio fio! Ele estranha os dois objetos inertes! Põe a garrafa de pinga no chão e pega-os, um em cada mão! De repente eles começam novamente a se movimentar e penetram em sua pele de forma violenta. Instantaneamente o tal homem olha assustado para suas mãos e volta sua atenção ao alienígena que continua seu caminho tranquilamente pela rua.
O bêbado não desmaia como acontecera com os cinco soldados antes atingidos! Ele fica imóvel, observando tudo ao redor sem entender o que está havendo. Talvez o álcool em seu sangue tenha evitado o desmaio ou talvez os esporos, que foram enviados contra o pequeno cãozinho, tivessem uma dosagem mais fraca por ele ser menor, e deste modo a reação no bêbado funcionou de forma inesperada!
De longe o sargento, usando binóculos, percebe que o tal homem fora atingido e está agindo diferente das demais vítimas anteriores!
- Chame Jones até aqui! Ela precisa ver isso! (requisita o tal sargento ao soldado próximo).
Imediatamente o soldado avisa via rádio ao comando central da operação:
- O sargento está requisitando a presença imediata da senhorita Jones aqui. Mais uma pessoa foi atingida, mas ele está agindo diferente dos demais!
Capítulo XXVI