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da coleção

INTRODUÇÃO
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
CAPÍTULO XXV
Capítulo IX
Capítulo X
12 de abril de 2036. 11:30 da manhã. Jones chega até a quarentena e requisita uma roupa de proteção para poder ver o negro meio-homem, meio-árvore.

- Não é mais preciso, senhorita! (responde o médico do local).
- Por quê! O que houve? (questiona ela de forma desesperada porque acredita que o exército o tenha matado também).
- Não detectamos nenhum tipo de transmissão virulenta no local. Parece que apenas os esporos é que são responsáveis pela destruição do organismo que afetam. Um alívio para todos nós!

Ela olha para o médico militar de forma indignada, porque parece que ninguém no exército se importa com as pessoas infectadas pelos esporos.

- Quem está com o rapaz contaminado?
- Um representante do governo pediu para ficar a sós com ele!
- E vocês deixaram?
- O que podemos fazer? Somos todos funcionários do mesmo patrão! Incluindo você!

Ela olha ainda mais indignada para ele e corre para lá! Quando a botânica entra no local da antiga quarentena, onde o negro meio-homem, meio-árvore se encontra fixado ao chão, Jones encontra o agente da CIA, que acabara de colocar um produto líquido dentro do frasco com aquele esporo capturado que não atingiu o tal negro!

- O que está acontecendo aqui? (questiona a botânica).
- Olá senhorita Jones! (responde o homem da CIA).
- Quem é você? O que faz aqui dentro?
- Sou um enviado da CIA e estou realizando um teste biológico extraterrestre!

- Sou uma enviada do presidente americano para negociar com os alienígenas e preciso saber antecipadamente todo tipo de teste que qualquer um pretenda fazer! (Jones observa que o recipiente do esporo aprisionado está fora do contêiner metálico e sobre a mesa próxima dali). Que líquido é esse que colocou no recipiente do esporo extraterrestre?

O produto líquido jogado sobre o esporo, que não parava de se mexer ali dentro desde quando fora capturado, agora começa a fazer efeito. O ser biológico está ficando lentamente inativo até parar totalmente de se mexer. O agente da CIA sorri para Jones, porque o produto funcionou e matou o esporo espacial!

- Eu sei bem quem você é, Jones! Sempre estudo todos aqueles que estão envolvidos em minhas missões e por isso consigo resolver meus casos mais rapidamente do que você, uma amadora aqui!

Ele abre a tampa do recipiente plástico para observar melhor o esporo morto. Chacoalha para confirmar a morte do esporo e o coloca de volta sobre a prateleira com a tampa por cima, apenas apoiada, mas não rosqueada. O agente não se preocupou em colocar o conjunto dentro do suporte de contenção metálico onde antes ficava, porque agora o esporo está morto e não necessita de segurança adicional.

- Que produto foi esse que matou o esporo? (questiona ela).
- Segredo militar, Jones! Mas agora preciso ter certeza de que o produto também mata a planta que ele cria.

Jones olha assustada para o agente e de volta para o negro meio-homem, meio-árvore, que também olha assustado para ela e depois de volta para o homem da CIA!

- Pretende aplicar esta coisa em mim, meu irmão? (questiona o negro).

O agente ergue as duas sobrancelhas, sorri, vira ligeiramente a cabeça de lado e a retorna rapidamente à posição normal!

- A ciência precisa evoluir antes que a humanidade seja destruída! (declara irônico e insensivelmente o agente da CIA). E você foi voluntário para esta missão suicida no momento em que foi infectado por aquela coisa ali!

Jones aproxima-se rapidamente e se coloca entre o negro e o agente:

- Pare com isso! Eu não permitirei que você injete esta coisa nele! Isso não é uma guerra! Estou aqui para conversar com os extraterrestres!

O agente saca sua arma e a coloca na direção do rosto dela, que por medo, afasta ligeiramente a cabeça para trás.

- Saia da minha frente, Jones! Não me importo em atirar em você para cumprir a minha missão! Tenho licença para matar!
Sem opções ela faz cara de piedade e olha para trás em direção ao negro! Logo depois afasta-se dali. O agente guarda novamente a arma e pega do bolso a segunda dose do produto líquido que pretende aplicar no corpo do negro.

- Sabe! Nem todas as pessoas estão à altura da missão que devem cumprir! (comenta o homem da CIA). E você, Jones, não terá nenhuma chance em negociar com um ser que faz... isto com alguém...! (declara ele apontando com o queixo para o negro). Se tem piedade destes alienígenas... jamais conseguirá negociar com um deles! Esta espécie está aqui para destruir! E você só quer conversar! Eles não são uma plantinha inocente para se bater-papo, enquanto você os está regando com água! Eles são o inimigo! E eu sou a salvação do planeta!

Enquanto fala o homem da CIA pega uma seringa e suga o produto do interior do recipiente que lhe fora entregue pela Mondivina. Agora aproxima-se do negro para injetar o produto em seu ombro, que reage rapidamente e agarra com as duas mãos a do agente que segura o veneno mortal! Com a mão liberada o homem da CIA aplica um forte soco no estômago do negro. Pode-se ouvir um estalo dos ossos da mão dele se quebrando, porque o estômago do rapaz está duro como um tronco de árvore, literalmente! O agente sente uma forte dor em sua mão!

-
Barriga de tronquinho, idiota! (diz ele ao agente que se contorce de dores na mão). Este foi o único momento em que tive prazer em ser meio-árvore! (comenta o negro olhando para Jones).

O negro se aproveita da situação e arranca a seringa da mão do homem da CIA, enquanto Jones corre e empurra o tal agente para derrubá-lo ao chão antes que pegasse a arma! Ele cai sobre a prateleira onde repousava o esporo morto dentro do recipiente de vidro! Tudo vai ao chão! Rapidamente o líquido escorre de seu interior evaporando-se a seguir! O esporo retorna rapidamente à vida! Começa a saltar para sair dali e o negro percebe o que está acontecendo. Fica apavorado! Afinal ele nem sequer pode andar! Seus pés estão fixados ao solo com raízes profundas!

- Jones! O esporo está vivo! Vem em minha direção! Me ajude! (pede o negro em desespero).

Ela está chutando o tal agente da CIA caído ao chão. A dor na mão dele domina todo seu corpo! O esporo vem rápido na direção dos pés-raízes do negro que fica cada vez com mais medo do que acontecerá, porque não poderá escapar de seu destino cruel! Jones aproxima-se no jovem meio árvore e abaixa-se para pegar o recipiente de vidro, que não se quebrou, do chão onde antes o esporo estava. Ela corre e aprisiona novamente o ser vegetal que está agora bem perto do pé-raiz do negro! Jones consegue imobilizar o esporo dentro do recipiente. Ela suspira aliviada, assim como o homem-árvore, que logo depois percebe que o agente se levantou para pegar a botânica por trás! O negro grita:

-
Cuidado, Jones!

Mas o homem da CIA agarra-a pelos cabelos, puxa-a e joga-a no solo junto com o recipiente de vidro nas mãos! O esporo agora está novamente livre e penetra forte o pé-raiz do negro rapaz que grita novamente apavorado.

-
NÃO!

Tarde demais! O esporo já está lá dentro! Ele não sentiu nenhuma dor desta vez, apenas pânico e uma respiração ofegante e desesperada com o ocorrido! Alterações biológicas, genéticas e químicas começam a acontecer num ritmo muito acelerado dentro de seu corpo! Ele pode sentir isso! O restante de seu tronco humano vai se endurecendo, assim como seus órgãos internos. O agente da CIA olha assustado para o que está acontecendo ao pobre rapaz!

- Dê-me a injeção! (grita o agente da CIA). Deixe-me completar minha missão antes que esta coisa o domine por completo!
Num último ato de desespero, pânico e terror o negro olha para a seringa mortal a qual segura e decide aplicá-la em si mesmo.

-
MORRAM DESGRAÇADOS! NOS VEREMOS NO INFERNO DAS PLANTAS! (ainda grita o rapaz, com coragem, contra os esporos que penetraram em seu corpo).

Ele ergue o máximo possível sua mão e desfere um forte golpe contra seu próprio pescoço que já está se transformando em árvore. Mas a agulha da seringa entra de lado na robusta casca de árvore que se tornou seu pescoço, quebrando-se antes de injetar o produto genético! O líquido assassino escorre pelo seu peito cascudo, enquanto seus braços e rosto se transformam também em árvore, finalizando o processo de transformação externo!

Um de seus braços ficou erguido e endurecido nesta posição, segurando a tal seringa! Os olhos ainda permanecem humanos e aterrorizados! Jones senta-se lentamente no chão porque machucou a cabeça e observa o agente da CIA, olhando impressionado para a cena arrepiante! Ele segura a mão quebrada e acompanha os olhos desesperados do pobre rapaz, enquanto declara angustiado:

- Nunca vi coisa tão terrível em toda a minha vida! E já vi muitas coisas abomináveis pelo mundo!

Jones levanta-se finalmente do chão com uma das mãos ainda acariciando a própria cabeça, na tentativa de amenizar a dor que está sentindo pela pancada no local.

- Parabéns, agente! (declara a botânica). Conseguiu matar mais um inocente! Espero que lhe deem uma medalha para nunca se esquecer do que fez, covarde!

O homem da CIA olha para trás na direção dela e comenta:

- Viu por que precisamos testar armas de guerra contra estes seres? Quer que isso aconteça a todos nós? Acha que eles a ouvirão? Vieram para nos destruir e dominar este planeta! Tente conversar com estas... coisas... e se transformará nisto aqui!

Jones olha desolada para ele enquanto o líquido continua correndo sobre o tronco da árvore. Um gemido é ouvido internamente! Galhos começam agora a crescer, saindo da cabeça e dos braços do negro-árvore. Folhas verdes nascem nas pontas das novas estruturas que se desenvolvem, mas algo estranho está acontecendo desta vez! As folhas estão apodrecendo rapidamente enquanto crescem. A nova árvore está morrendo antes mesmo de finalizar seu crescimento. Os gemidos internos da árvore aumentam, para desespero do casal que observa a cena horripilante acontecendo diante de seus olhos! A moça põe as mãos em seus ouvidos para não escutar tais gritos desesperados! Ela chora diante de sua própria impotência! Dois médicos entram na sala agora e observam o desenrolar final da vida do rapaz que morreu de forma terrível! Os gemidos diminuem e cessam!

-
O que está acontecendo aqui? (questiona um dos médicos).

Jones olha para ele e responde desolada e chorosa:

- Perdemos mais uma vida... numa guerra que nem deveria estar acontecendo..., porque eu vim para mediar e evitar o tal conflito!
- Por que o esporo não morreu e a árvore sim? (questiona o homem da CIA à botânica).

Jones olha para ele, ainda com lágrimas nos olhos, e responde à questão puramente técnica:

- Esporos são extremamente resistentes a quaisquer condições críticas de pressão e temperatura! São seres biológicos praticamente imortais! Por isso o produto genético não funcionou nele. Depois que a missão deste pequeno ser foi cumprida, tornando o organismo vivo numa... árvore..., esta se tornou mais sensível ao produto líquido! Como vê estou aqui para negociar com os extraterrestres-vegetais porque estou gabaritada para isso! Já você...

- Eu cumpri a minha missão! O exército tem agora uma arma funcional para combater estas aberrações que eles criam.
- Então basta que esperemos que os alienígenas transformem todas as pessoas em vegetais e então o último sobrevivente humano destrói todas as árvores alienígenas com seu líquido fabuloso! É um bom plano este seu, agente da CIA! Mas tenho outra ideia muito boa para você. Use todo o arsenal de armas nucleares e mate todas as pessoas deste país! Assim ninguém será transformado em árvore! (responde ela ironicamente virando-se de costas para ele).

- Acha que o líquido funcionará contra as sementes que andam- (questiona o agente a ela).
- Afaste-se desta missão! Não está fazendo um bom trabalho aqui! (declara ela).

Jones sai dali da tenda onde todos se encontram e vai atrás do general que comanda as tropas locais.

- General! Precisamos conversar agora!

O general está em pé, avaliando informações que acaba de receber em seu pequeno tablet. Tal militar nem sequer olha para ela, mas responde com nova pergunta.

- O que foi, Jones? Estou um pouco ocupado neste momento!
- Sim! Eu sei! Está enviando agentes da CIA com injeções letais para matar pessoas inocentes ou queimando vivo seus próprios soldados ao invés de me auxiliar a evitar que tudo isso aconteça!

O general não gosta do tom da moça e agora olha diretamente para ela.

- Mocinha! Eu estou aqui com a missão de impedir que estes alienígenas sejam bem sucedidos. Perdas são aceitáveis numa situação como esta!
- General! O presidente me pediu para negociar com eles antes do exército tomar a dianteira! Vocês estão atrapalhando um representante direto deste governo civil de cumprir sua missão! Portanto, sob o poder que tenho neste momento, estou ordenando que pare imediatamente com estas ações ofensivas. Vocês terão que me ajudar a chegar até um destes seres espaciais! Ou mandarei destituí-lo de suas funções.

Ele agora para por completo o que está fazendo, olha para ela de forma debochada e comenta jocosamente:

- Você é apenas uma civil, uma botânica, uma professora! Não pode fazer isso!
- Posso e vou! Tenho o número do celular do presidente que aguarda novas informações a qualquer momento. Quer estar presente à minha próxima ligação, enquanto eu o destituo de seu cargo?

O general fica vermelho de raiva e de seus olhos quase podemos ver faíscas saltando de ódio!

- Muito bem, professorinha! Você tem uma hora para conversar com o alienígena quando chegarmos perto do próximo. Se não conseguir convencê-lo a se comportar adequadamente o exército assumirá! Fui claro?

- O senhor só assumirá quando eu disser para assumir! Fui clara ou a professora aqui terá que colocá-lo de castigo?
Fulminando ao extremo o general nem olha mais para ela! Vira-se de costas e pega o telefone para falar com o presidente americano.

- Pode ligar para ele! Mas ouvirá o que eu já lhe disse! Tenho carta branca, general! (grita ela para o idoso homem fardado que se afasta dali).

Jones vira-se também de costas para ele, aguardando o desenrolar da situação.

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Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
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Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
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Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
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Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
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Capítulo XLVIII
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