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da coleção

INTRODUÇÃO
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
CAPÍTULO XXIV
Capítulo IX
Capítulo X
12 de abril de 2036. 10:30 da manhã. Jones, já sem o traje branco protetor, está aproximando-se do local onde os outros soldados foram totalmente transformados em árvores. Mais uma vez fora tudo cercado com tapumes pelo exército, mas desta vez não há mais quarentena porque o perigo caminha livremente lá fora! A intenção agora é evitar que as pessoas vejam o que está acontecendo.

Jones foi convidada a entrar no espaço reservado que o exército isolou. Um frio lhe correu a espinha, diante da imagem dantesca de um filme de terror! Cinco militares transformados totalmente em árvores! Ela procura esquecer o fato que aquelas árvores eram humanas e se concentra em procurar entender o que está acontecendo e como! Ela tocou nas árvores! Agachou-se e verificou as fortes raízes que penetraram o solo! Percebeu que os galhos cresceram muito rapidamente e rasgaram as roupas militares do peito para cima! Notou que das cabeças saíram diversos galhos também, dando a impressão dos soldados parecerem medusas medonhas! O sargento no local questiona-a:

- O que acha, senhorita?
- O que acho? Ainda não sei! Isso tudo é muito inesperado!

- Mas a senhorita foi chamada pelo presidente para conduzir o contato com os extraterrestres! Deve poder dizer alguma coisa! Estes eram alguns de meus melhores homens! Nada os deteria diante de uma missão!

- Só posso lhe dizer o pouco que já sei neste momento. Existe um padrão aqui. Estes... seres... vegetais... têm uma base dupla (os pés dos soldados) que se unem formando um tronco único! Os alienígenas têm a capacidade de transformar homens em árvores alterando ossos, músculos e veias! Sua evolução acelerada é espantosa! Nunca existiu nada similar em nosso planeta até agora! As poderosas raízes penetram rapidamente em qualquer superfície, até mesmo em asfalto! O mesmo acontece com os galhos! A formação das folhas tem o mesmo crescimento impressionante. Precisamos analisar estas plantas para descobrir mais sobre sua genética e o que significará no futuro para o meio ambiente...

- Senhorita! Isto não são plantas! São meus homens! E o que chamou de base dupla são as pernas deles!

- Sinto muito lhe informar, senhor! Mas seus homens não existem mais! Estamos diante de uma nova forma de vida cujo potencial ainda é desconhecido! Veja isso! (aponta ela para a barriga do soldado que recebeu uma série de balas). O sangue humano escorreu por aqui, mas está se transformando em seiva esverdeada! Veja! (ela toca no produto com um galho seco que estava ali perto no chão e mostra o que descobriu ao sargento).

Ele faz careta e questiona a ela:

- Isso é tóxico? Tem um cheiro muito ruim!

Ela olha para o produto e percebe que o galho, que ela está segurando, está se consumindo e dissolvendo sob o estranho sangue vermelho esverdeado. Rapidamente ela o joga no chão, porque a degeneração do graveto já estava chegando perto de sua mão! Ela olha ao redor e percebe que a vegetação próxima está toda morta e seca.

- Acabo de descobrir mais um detalhe sobre estes alienígenas! Quando seus esporos se transformam... nisto... (apontando para o soldado transformado em árvore), eles têm em seu interior um tipo de ácido, que provavelmente contaminará tudo por aqui! O senhor queria uma quarentena, agora tem bons motivos para isso! Nenhum animal ou vegetal sobreviverá perto de algo assim! Eu acredito que com a taxa de crescimento acelerado destes indivíduos existe uma possibilidade de que sua forma de reprodução seja devastadora para toda a nossa região! Num prazo muito curto toda a vida nos Estados Unidos poderá ser totalmente destruída.

- Tem certeza disso? Me parece um exagero!
- Olhe para as árvores desta casa! Já estão secas! Veja a grama do chão! Não está mais verde! Ao contrário! O simples fato da presença desta... forma de vida alienígena... estar aqui, foi suficiente para devastar a grama ao lado. Imagine o que acontecerá se estes seres chegarem até uma floresta? Rapidamente toda a cadeia da vida será extinta e dependendo da forma de reprodução deste novo tipo de vegetal, todas as formas de vida conhecidas deste planeta poderão deixar de existir muito rapidamente!

- Então teremos que arrancá-los daqui (olhando para seus homens-árvores) e destruí-los, incinerando-os imediatamente!
- Precisamos estudá-los, senhor! E tentar... falar... com os seres vegetais que fizeram isso! Nem acredito que estou dizendo isso neste momento!!!!

- Senhorita! Acho melhor incinerá-los agora e aqui mesmo! Retire uma amostra para análise e os queimaremos imediatamente.
Sem opções ela aproxima-se de um dos soldados-árvores e observa a ponta de um dos galhos que tem folhas verdes. Ela quebra-o delicadamente para estudar o conjunto em um laboratório. Mas ouve um gemido do interior da tal árvore quando faz isso! Assustada com o fato derruba no chão o tal galho que quebrara! Isso foi assustador! Os pelos de todo o corpo dela se eriçaram! Uma dor percorreu todo seu organismo como se um de seus dedos fosse quebrado naquele momento! Arrependeu-se imediatamente de ter arrancado aquela pequena amostra biológica! Da árvore uma gota de seiva verde e ligeiramente avermelhada escorre e cai no solo, fazendo o local borbulhar rapidamente! Como um ácido faria! O sargento abaixa-se para pegar a amostra do galhinho que Jones derrubou e o segura, analisando-o mais de perto!

- Sargento! Ouviu isso? (comenta ela com os olhos arregalados em direção ao líder militar, referindo-se ao gemido que ouvira).
- Sim, senhorita! (respondeu ele sem demonstrar compaixão ao fato).
- Eles estão vivos aqui dentro! Seus órgãos ainda não se transformaram totalmente! Se é que o farão!
- Infelizmente, não temos opções, moça! Temos que eliminar esta contaminação agora! Antes que seja tarde demais!
- Senhor! Isso seria assassinato! Matar alguém doente e que não pode se defender é uma covardia!

- Senhorita! Quando alguém entra para a vida militar sabe que terá que lidar com vida e morte todos os dias. Não é porque vivemos em tempos de paz que isso deixa de ser verdade! Mas agora estamos em guerra com uma raça alienígena que quer destruir nosso planeta! Já tivemos nossas primeiras baixas! (o sargento diz isso, olhando para os soldados-árvores). Não começamos esta guerra, mas iremos terminá-la!
Soldado! (grita ele para um dos seus que estava fora do biombo protetor instalado pelos militares).

- Sim, senhor!
- Traga mais alguns soldados e retirem as armas e suprimentos destas... árvores (declara o líder militar). Queimem tudo aqui e tenham certeza de que todas elas virarão carvão! Depois recolham os restos e os queimem novamente na siderúrgica mais próxima!

- Sargento! Peço que reconsidere, senhor! (requisita a botânica). Talvez possamos ajudá-los de alguma forma! Talvez eles também possam nos auxiliar a combater esta invasão se conseguirmos nos comunicar com um deles depois... dessa... transformação!

- Sinto muito! A senhorita está aqui para entender o problema e negociar com os homenzinhos verdes, que invadiram a Terra! As decisões estratégicas e militares ainda pertencem ao exército! (comenta o sargento com ela).

O galho do dedo indicador de um dos soldados-árvores começa a crescer e a engrossar um pouco mais e sua metralhadora dispara todo o pente de balas! O sargento quase é atingido, mas corajoso não sai do lugar! As balas acertam um dos veículos militares parados ali ao lado! Lá fora os soldados deitam-se no chão para escaparem da contínua rajada de tiros.

- Talvez seus homens-árvores não concordem com a sentença que proclamou! (comenta Jones, ofegante e assustada com tudo o que está acontecendo! Ela está ainda com as mãos cobrindo os ouvidos devido ao enorme barulho da arma).

O sargento olha sério para ela quando diversos soldados armados aproximam-se dali. Eles apontam suas armas para Jones e o sargento no interior do biombo, mas baixam lentamente as metralhadoras porque aparentemente o perigo acabou! Uma fumaça contínua escapa do cano da arma do soldado-árvore que atirou!

- Está tudo bem, senhor?
- Sim, soldado! Alguém foi ferido na rua?
- Não, senhor! Como isso aconteceu? (questiona o soldado).
- Está tudo sob controle, soldado!

Outro soldado aproxima-se e começa a cortar com um facão os galhos que atrapalham a retirada do material militar firmemente preso ali. Ouvem-se então gemidos mais fortes o que faz o soldado com o facão parar de cortar! Assustado com a situação olha para o sargento e não resiste a um questionamento:

-
Senhor!?!?! O que está acontecendo aqui?

Frio e seguro de si o sargento ordena novamente ao jovem militar:

-
Apenas execute a ordem, soldado! Não vou mandar novamente!

Sem opções o soldado continua a cortar os galhos sem dó, nem piedade! Mas seu rosto é de terror por ouvir uma árvore gemer de dor, algo que não estamos acostumados em nosso dia-a-dia! Jones, assustada com toda a situação e incomodada com a brutalidade militar, sai do interior do biombo instalado no meio da rua! Um terceiro soldado aproxima-se dela! Jones pega um pequeno saco plástico de suas mãos! Ela coloca o galhinho com as duas folhas em seu interior e o lacra. O piso próximo aos soldados-árvores, no interior do biombo militar, está quase todo borbulhando, devido ao sangue-esverdeado que se espalhou por todo o local.

- Preciso de etiqueta branca adesiva para identificar esta amostra! (requisita ela ao soldado, que concorda com a cabeça e afasta-se dali). Algum morador presenciou o que aconteceu aqui? (retorna a botânica a pergunta agora ao sargento).

- Sim! A dona desta casa e sua filhinha tiveram contato imediato com o alienígena!

Jones caminha em direção à casa para falar com elas! Os equipamentos e armas já foram retirados dos soldados-árvores! Outro militar aproxima-se com um lança-chamas de plasma (o plasma é um fogo de altíssima temperatura), queimando os colegas em estado vegetativo... literalmente! Em poucos segundos todos ao redor podem ouvir o gemido desesperado dos cinco homens que foram vítimas do ataque verde e da ignorância humana! Uma eutanásia cruel contra homens e natureza, personificados num único e novo ser vivo!

Jones para de andar e retorta o olhar em direção aos jovens queimados como Joanas Darc que lutavam pela liberdade de seu país e agora morreram numa fogueira de intolerância! Mais uma lágrima cai de seus olhos ao ouvir o gemido terrível daqueles jovens homens condenados a uma pena incomum e a uma morte dolorosa! Os gemidos param depois de alguns segundos de fogo intenso! A bela botânica, ainda olhando na direção do fogo, enxuga suas lágrimas e entra na casa, onde mãe e filha conversam com uma assistente social militar! Jones senta-se junto das três mulheres e uma inusitada reunião feminina se inicia, já que nenhum dos assuntos corriqueiros das típicas reuniões de mulheres acontece neste momento!

- Olá, senhora! Sou a senhorita Jones, o presidente americano pediu que eu investigasse este caso e me disseram lá fora que a senhora e sua filha presenciaram a chegada e a partida do alienígena!
- Sim! Foi horrível! Assustador!
- Ele fez algum mal a vocês?

- Não diretamente! Mas quando eu vi aquela... coisa... com a mesma forma física de minha filha... entrei em pânico! Ele estava muito próximo dela..., sorrindo... e tentando bater palmas junto com minha menininha! Mas suas mãos passavam uma por dentro da outra, como se ele fosse um fantasma ou uma imagem holográfica! Foi assustador!

- Como disse que era a aparência do alienígena, senhora?

- Quando o vi... ele estava com a forma e aparência de minha filha! Mesma altura e gestos! Mas era meio transparente..., esverdeado..., tinha sempre nas atitudes um suave ar de ingenuidade, como se fosse uma criança mesmo! Seu corpo todo era como se... fosse coberto por... uma malha muito colante... o que escondia os detalhes e nuances da pele. Como um gorro de bandido cobrindo o rosto, sabe?! Logo que vi o estranho ser eu corri até meu quintal! Agarrei minha filha e corri de volta para dentro da casa! Depois..., quando os soldados se aproximaram o... ser... assumiu a forma de um enorme homem negro! Então os soldados começaram a atirar e eu me escondi para que não fôssemos atingidas pelas balas. Quando os tiros pararam... tomei coragem novamente! Lentamente me ergui do chão e fui espiar pela janela da frente! Vi apenas os soldados parados, estáticos enquanto o ser... andava para lá... (a mãe aponta na direção para onde o alienígena caminhara). Ele sorria para mim e tentava novamente bater palmas! Parecia alguém demente e ingênuo! Alheio ao nosso mundo real! Depois... quando olhei de volta para os soldados, seus pés começaram a criar raízes! Suas peles foram se transformando em árvores! Eles gritavam de dor e pediam socorro! De seus corpos galhos e folhas cresceram rapidamente! Foi terrível a cena! Logo depois, acho que involuntariamente, uma das metralhadoras disparou e perfurou o corpo do outro colega. Uma quantidade enorme de sangue se espalhou pelo local! Eu gritei desesperada com tudo aquilo! Nunca senti tanto medo em minha vida! Estava totalmente em pânico! O que está realmente acontecendo aqui, senhorita Jones? O que é tudo isso?

- Ainda não sabemos! (responde Jones). Estamos tentando descobrir quem são eles, de onde vêm e o que desejam aqui! O que mais pode me falar sobre o alinígena, senhora?
- A única coisa que posso dizer é que enquanto aquele ser esverdeado não foi ameaçado, nada aconteceu (comenta a mãe). Ele reagiu depois que os soldados atiraram.
- Então há espaço para negociação! Talvez não sejam violentos em sua essência!

- Ele não fez mal à minha filha quando esteve perto dela! Me pareceu que estava querendo brincar com ela! Agora, depois que tudo passou, eu sinto que talvez ele não esteja aqui para destruir, mas talvez para entender o que somos! Sinto que ele tentara se comunicar com minha filhinha! Tenho certeza que está nos estudando!

- Muito obrigada por suas informações, senhora! Elas foram muito úteis! Espero que esses dados possam me ajudar a me comunicar com estes seres!
- Senhorita! O que farão com os pobres soldados que foram transformados em árvores aqui em frente à minha casa?
- Eles já resolveram o caso, senhora! Quanto à sua grama enviarei alguém para avaliar o motivo dela estar destruída! Temos que conhecer tudo o que está acontecendo relativo a esta situação!
- Não deixe o exército atacar estes seres! Senão desconfio que iremos todos morrer numa guerra declarada contra eles!
- Se depender de mim farei o que for possível para que tudo termine bem! Mais uma vez, muito obrigada pela sua colaboração, senhora! E você é muito linda! (brinca Jones com a filhinha da mulher).

Jones sai da casa dela e percebe que os soldados já estão recolhendo as cinzas dentro de contêineres especiais. Outro soldado aproxima-se dela e lhe entrega um conjunto de etiquetas em branco para serem coladas no saco plástico onde está a amostra da planta. A botânica o pega da mão dele e resolve ligar para outra colega botânica.

- Oi! Mirian! Sou eu Jones...! Tudo bem...? Na televisão...? Está me vendo agora...?

Jones olha ao redor e vê uma van branca próxima dali com o logotipo de uma emissora de TV local de Nova York. Então percebe que está em rede nacional neste momento! Ela continua andando em direção a um veículo militar estacionado ali próximo enquanto termina a conversa com a colega.

- Não posso lhe falar sobre o que estou fazendo neste momento! Não me deram permissão para isso! Mas eu preciso que você analise uma coisa para mim...! Sim também não posso falar qual é a origem! É uma nova espécie de planta...! Não sei de onde vem! Esse é o grande mistério...! Que bom! Então pedirei que o exército leve-o até você! Mas preciso te avisar de uma coisa! É extremamente importante que tome muito cuidado com este vegetal! Cinco pessoas já morreram por causa dele e outra pessoa está em estado gravíssimo...! Sim... não posso lhe dizer o que houve! Mas descubra tudo que puder sobre esta planta. Avalie tudo...! Tome muito cuidado, minha amiga! Preciso dos resultados o mais rápido possível! Boa sorte...! Obrigada! Para você também...!

Jones anota num papel o endereço para onde um soldado deverá levar tal material urgentemente. Ela aproxima-se novamente do chefe militar:

- Sargento! Quando encontrarem o tal alienígena novamente, não o enfrentem! As balas não o atingem! A violência só trará mais baixas ao seu pessoal! (comenta a botânica).
- Somos o exército, senhorita! Nossa função é proteger este país!

- Se o encontrarem novamente acione-me! Acompanhe-o a distância até eu chegar. Tentarei conversar com ele! Procurarei descobrir um modo de evitar um conflito maior!

Eles se despedem e a bela mulher loira entra no veículo militar que já estava com um soldado disponível somente para levá-la onde desejar!

- Para onde, senhorita?
- Vamos retornar para o local da quarentena, rápido!

Jones está preocupada com o estado de saúde do jovem negro que fora contaminado! Se o exército deseja destruir todos os contaminados, então a vida do rapaz está neste momento por um fio!

Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Capítulo XLIV
Capítulo XLV
Capítulo XLVI
Capítulo XLVII
Capítulo XLVIII
Capítulo XLIX
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