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PREFÁCIO
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CAPÍTULO II
Terra. 33 anos depois da data de nascimento de Cristo. Jesus carrega titubeante sua enorme cruz de madeira, tendo na cabeça uma coroa de espinhos e soldados romanos que o açoitavam durante todo o trajeto. Parte do povo local apoia a penitência do Senhor, aplaudindo a cada chicotada que levava. Parte da população chora e sente em si as dores de tamanha brutalidade da ignorância humana. Deus aguarda calmo e sereno a passagem de Seu Filho.

De vestes negras e coberto pelo capuz assustador Deus está ali, apático ao marcante evento humano. Jesus caminha com dificuldade, mas observa de longe a presença estranha daquela figura imóvel de preto e posicionada de lado. Jesus não pode ver o rosto sob o capuz. Os soldados empurram o Senhor para que continue a caminhada. Quando Ele cai é açoitado diversas vezes para que se levante.

O sangue escorre em abundância pelo seu rosto e corpo, mas Jesus resiste às dores e aproxima-se cada vez mais da figura de preto. Algumas mulheres locais gritam e choram a dor da pena imposta! Jesus sente as dores, mas está neste momento, muito curioso para saber quem é aquela figura que não compartilha nem da dor e nem da alegria de seu calvário. Cristo cai novamente ao chão. Levanta-se com dificuldades, observando fixamente o homem de preto, mas cai novamente, agora de joelhos! Sua Mãe aproxima-se para auxiliá-lo na caminhada. Jesus agradece o apoio:

- Obrigado Mãe! Conhece aquele homem? (apontando com o queixo para o estranho ser de preto).

Ela simplesmente ignora a questão e mantém-se focada em seu Filho, há poucos minutos da morte certa!

- Meu Filho! Até nos momentos finais de Sua vida, preocupa-se com os outros? Concentre-se em sobreviver! (Fala agora baixinho em seu ouvido). Daremos um jeito de te libertar da cruz antes que morras!

Os soldados afastam a Mãe de Jesus dali e continuam a açoitá-lo para que caminhe pela rua. Agora Jesus está a dois metros do homem que permanece como uma estátua coberta de negro: sem nenhum sentimento aparente! O Senhor cai novamente, agora aos pés de Seu Pai, que o auxilia a se levantar!

Uma nova chicotada é desferida, mas não atinge Cristo, porque Deus agarra a ponta do chicote e libera um raio leve através da ferramenta de tortura, fazendo com que o soldado caia ao chão na outra ponta. A plateia, que está contra a crucificação, ri e apupa o soldado caído! Jesus, com a cabeça baixa, olha de lado e vê a queda do soldado. Ergue a cabeça e agora pode ver o rosto escondido dentro do manto negro! Ele reconhece Seu Pai, no interior do capuz, estranha a cor branca dos olhos, mas faz um pedido:

- Por favor, Meu Pai! Perdoe-os! Eles não sabem o que estão fazendo!

Deus olha dentro dos olhos de Seu Filho... e por um minuto apenas... imaginou que Jesus falava do futuro que está para ser alterado! Ele libera-o, pois o momento chegara. Dois soldados agarram o Senhor pelos braços, enquanto outros dois carregam a cruz para fixá-la firmemente ao chão. Jesus vê ainda Seu Pai levantando a mão direita com a palma aberta e cheia de sangue, em um gesto peculiar de um Deus que irá lançar um raio em direção aos quatro soldados.

Cristo requisita, balançando negativamente a cabeça, para que Ele não os mate. Deus recua em sua atitude, e transforma o gesto num sutil sinal de adeus! O Pai de Jesus olha agora para as palmas de Suas próprias mãos, cobertas com o sangue do Filho! Sangue de tudo que fez em sua vida, desde os primórdios da humanidade.

Pela primeira vez Jesus conseguiu sensibilizar Seu Pai, mostrando, com o próprio sangue, que existem outros caminhos a trilhar na condução de todas as coisas do universo! Sempre existem outras opções!

Ao fundo, discreto e misturado ao público presente, o calvo representante do povo das pirâmides observa as ações de Deus coletando nas próprias mãos o sangue de Seu Filho. A população se coloca entre Deus e Jesus, gritando ou chorando a morte, que está próxima, do homem mais importante da história humana! Jesus é levantado e amarrado à cruz quando percebe que Seu Pai não está mais presente ao local. Ele ainda pensa em voz alta:

- Meu Pai está com os olhos brancos... e não vermelhos!?!?

O primeiro prego é fincado em sua mão esquerda sob os gritos de dor e aplausos de alegria de uma humanidade que tem muito ainda por evoluir! O calvo representante do povo das pirâmides fecha seus olhos em repúdio à cena tão grotesca e ante a tamanha ignorância de uma humanidade desumana!

CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO III
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO V
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XXX
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CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XXXII
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