CAPÍTULO XXXIV
No relógio da nave o contador informa: 1 dia para o impacto dos meteoros contra a Terra. O comandante, completamente atualizado de toda a situação do grupo, requisita à equipe um esforço adicional:
- Muito bem, senhores! A situação não é confortável, mas está sob controle neste momento. Desviamos a maioria dos meteoros médios de suas rotas. Destruímos todos os meteoros gigantescos ocos e quase todos os pequenos. Graças ao exército de trajes robóticos; aos valentes militares que deram suas vidas para que pudéssemos todos sobreviver; ao soldado Jorge e aos cientistas que nos auxiliaram no caminho correto. Quero agradecer ao nosso subcomandante, que no momento correto assumiu a situação com coragem e determinação, e trouxe a equipe unida e trabalhando firme até o dia de hoje. Não posso esquecer-me de elogiar, com as maiores honras, os valentes militares que trabalharam no fronte, sem descanso, lutando bravamente contra pedras envenenadas com vírus, contra a areia que se acumulava nos trajes e contra o mortal gás hidrogênio, escondido como minas terrestres no interior dos meteoros. Amanhã termina a nossa missão! O inimigo está quase vencido! Mas quase, não é suficiente! Se um único meteoro atingir o planeta, teremos perdido a batalha! Portanto, senhores! Este é o nosso dia D. Ou vencemos hoje, ou perderemos amanhã. Conto com vocês, para comemorarmos o resultado positivo, tomando uma cerveja no nosso bar predileto, lá na Terra!
Todos gritam, felizes com a última parte, sugerida por seu líder. O subcomandante, discretamente e, ao pé do ouvido de seu comandante, faz um pedido:
- Com licença, senhor! Posso utilizar a sua sala, para uma conversa reservada com o doutor?
- Claro! (afirma o comandante, ainda feliz com seu pronunciamento ao pessoal das três naves). Algum problema de saúde? (agora já mais sério e preocupado com o seu subordinado direto).
- Não, não, senhor! É apenas informação de rotina, sobre o estado geral de saúde da tripulação! Eu não gostaria de falar sobre este assunto, no canal de acesso comunitário da nave!
- Entendo! (concorda pensativo o comandante). Talvez eu devesse participar desta reunião com você, e me inteirar desse assunto também!
- Não..., não..., comandante! (discorda o subcomandante, meio titubeante e desconcertado com a proposta do chefe). Acredito que, depois de suas palavras de ânimo à tripulação, não seria bom eles perceberem que seu comandante está conversando com o subcomandante a portas fechadas! Isto geraria uma desconfiança no que foi dito! Poderiam achar que sabemos de algo que eles não deveriam saber! Concorda?
- É... pode ser... pode ser... (concorda o comandante, muito desconfiado da atitude suspeita de seu comandado, enquanto gira sua cadeira na direção do painel frontal da nave).
- Com sua licença, senhor! (requisita o subcomandante enquanto sai do local).
O comandante concorda com a cabeça, mas decide questioná-lo mais uma vez. Ele gira sua cadeira de volta e percebe o subcomandante caminhando acelerado para a sala:
- Está acontecendo alguma coisa que eu não deveria saber?
O subcomandante para sua caminhada, preocupado com a pergunta de seu chefe e vira-se para ele, demonstrando preocupação!
- Digo... (complementa a informação, o comandante), além do extraterrestre Jorge, uma tripulação fantasma com trajes espaciais, meteoros que não deveriam existir e vírus azulados, que nos transformam em outra coisa?
- Bem, senhor! (responde o subcomandante com um leve sorriso irônico no rosto). Se existir mais alguma coisa, além disso tudo,... pode mandar me prender!
- E por que eu faria isso? (questiona ainda mais desconfiado o comandante).
- Enquanto o senhor esteve fora, eu era o responsável por tudo aqui! E neste caso provavelmente sou o culpado, por não ter percebido alguma coisa mais, além do já citado!
- Então estamos combinados! (concorda o comandante). Se existir mais alguma coisa estranha por aqui, eu mandarei prendê-lo, quando chegarmos à Terra! (sorrindo ironicamente de volta para seu subordinado). A propósito, atualize-me com as informações do doutor. OK?
- Sim, senhor! (concorda, agora muito inseguro, o subcomandante, enquanto entra na sala reservada).
O comandante continua olhando para seu subordinado direto, muito desconfiado! O doutor está sentado à mesa, na sala reservada da enfermaria. Ele está relaxado e pensativo, diante da amostra do vírus espacial capturado, aquela gosma azul, acondicionada num pequeno e fino tubo de vidro, hermeticamente fechado. O oficial médico está imaginando o que fará com ele, no futuro. Neste momento o subcomandante requisita uma conversa, num canal reservado de vídeo comunicação. Um suave sinal sonoro toca, como um telefone, e o médico clica num botão da mesa, atendendo a ligação reservada.
- Olá, doutor! O senhor vem estudando o novo vírus?
- Não, senhor! (responde o doutor). O local é muito apertado, movimentado e limitado tecnologicamente. Será preciso um laboratório mais bem aparelhado e reservado, para poder avaliar, com cuidado, este perigoso material. Qualquer descuido seria um desastre! E se o comandante soubesse... teríamos que entregar o material para a NASA e depois seríamos presos ao chegar lá.
- Entendo! (concorda o subcomandante). E como o senhor pretende sair da NASA com este material, depois de retornarmos para a Terra?
- Usarei a minha valise particular! (responde confiante o doutor). Ninguém costuma olhar o interior dela, quando retorno das missões espaciais!
- Certo! (concorda preocupado o subcomandante). Mas, tome cuidado, doutor! A nossa fortuna está em suas mãos!
O médico levanta as sobrancelhas, demonstrando preocupação! O soldado Jorge, via vídeo conferência, fala com o comandante da missão:
- Senhor! Detectei uma presença diferente no planeta Terra! Como se fosse por telepatia!
- Como assim, soldado Jorge? (questiona o comandante). O que você detectou?
- Não sei bem, senhor! Pareceu-me serem pessoas alteradas geneticamente, como eu! Não tenho muita certeza disto! Talvez amanhã, quando chegarmos mais perto da Terra, eu possa confirmar a informação!
- Vou me comunicar com o planeta, para saber se algum outro meteoro entrou na atmosfera do planeta, recentemente! (comenta o comandante).
- Não, senhor! Não é o caso! Acredito que são seres, que estão vivendo há muito mais tempo nesta condição! Talvez, dezenas e dezenas de anos!
- Estranho! (fazendo careta o comandante). Não há nenhum relato deste tipo recentemente!
- Também não estou entendendo, senhor!
O cientista Smith interrompe a conversa, para informar ao comandante uma nova situação preocupante.
- Senhor! A NASA nos informou que novos meteoros se aproximam a grande velocidade, pelo lado oposto do Planeta Terra! E querem saber se podemos combatê-los também!
- Como se já não tivéssemos sobrecarregados por aqui! (reclama nervoso o comandante).
CAPÍTULO XXXIV
Não farás ferimentos
na própria carne.