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DA COLEÇÃO

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PREFÁCIO
CAPÍTULO I
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CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO II
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO III
CAPÍTULO XXVI
No penúltimo andar, de um dos prédios do bairro Século XXI, o grupo militar de elite discute as últimas informações recolhidas.

- Senhor, encontramos um vídeo num blog da internet, gravado por um celular, onde aparece o nosso suspeito em chamas! Ele foi atingido por um coquetel molotov de um arruaceiro! O suspeito caiu, conseguiu apagar o fogo, mas ficou inconsciente por alguns segundos (informa um membro da equipe ao seu líder).

- Descubra a origem e veracidade deste material. Quero que interroguem a pessoa que fez o vídeo. Cronometre o tempo que Ele ficou inconsciente. Se isso for verdade, acabamos de descobrir uma fraqueza desse indivíduo! (comenta o líder do grupo).

- Tem mais, senhor! O soldado Mário aparece tentando auxiliar o suspeito, mas desiste, para salvar uma garotinha presa em uma casa em chamas. Logo depois ele foi atacado, pelas costas, por um policial, e preso a seguir (argumenta o mesmo militar da equipe).

-
O quê? Deixou o suspeito fugir? Localize o distrito onde ele se encontra. Quero o soldado Mário aqui, o mais rápido possível! Ele deve ter informações importantes para nos dar (comenta irritado o líder).

Neste momento, entra na sala o sargento Pedro:

- Senhor, falei com o soldado João no hospital.

- E então, sargento? (pergunta irritado o líder).

- Senhor, ele confirmou as informações que já tínhamos, e mais: diz que o suspeito pode ser o próprio demônio, que surgiu para limpar o planeta! Ele lutou contra o encapuzado e perdeu feio!

- OK, Sargento! Já descobrimos uma fraqueza desse demônio! A ironia é que ele não suporta o fogo! Se essa informação se confirmar, vamos colocar um lança-chamas para cada equipe de campo. Quero capturá-lo, desta vez para um interrogatório muito quente.

Outro membro da equipe se aproxima do sargento e de seu líder com um papel nas mãos e interrompe a conversa:

- Senhor, localizamos o soldado Mário! Ele se encontra a 50 km daqui, num distrito policial de uma cidadezinha!

- Sargento, leve 3 homens, dois lança-chamas e as mais fortes correntes que tivermos! Liberte o soldado Mário, urgentemente! (comenta o líder com veemência).

- O senhor acha que encontraremos esse demônio no local?

- Não sei, sargento! Mas em todo o lugar onde o soldado Mário se encontra, aparece esse demônio! Esteja preparado! Pegue os nossos veículos aéreos e vá rápido para lá!

- Sim, senhor!

O sargento bate continência ao líder e vira-se, apontando com seu dedo indicador para cada um dos 3 soldados do local, enquanto anda em direção à porta de saída da sala. Eles entendem que o sinal significa: que foram "convidados" a participar da missão de resgate e captura.

Eles saem da sala e correm para o pátio, no andar de cima. Lá eles entram em 2 carros militares com seus lança-chamas em punho. Os carros abrem a porta no estilo gaivota e eles entram de costas para se sentar. Os bancos estão virados para a posição deles.

Depois que entram, os bancos giram novamente para a posição normal e a porta gaivota se fecha automaticamente. Os 2 carros saem rapidamente e entram na avenida próxima, a 100 metros de altura do solo.

No teto dos veículos, duas pequenas asas deslizam para as laterais do veículo. Agora eles se parecem com aviões. Repentinamente decolam e fazem uma longa curva à direita, sobre os prédios próximos ao redor.

A cinquenta quilômetros dali o soldado Mário conversa com o rapaz que chorava muito em sua cela, quando fora preso. Ele argumenta e gesticula baixinho com o rapaz, procurando animá-lo. A conversa é brutalmente interrompida com os sons de pancadas e gritos de dor, vindos da cela ao lado.

O barulho aumenta, pois estes sons se misturam com as reclamações dos outros presos contra a violência empregada. O soldado Mário se levanta, revoltado com a situação, e provoca o policial espancador:

-
Ei, valentão, por que você não vem me enfrentar? Tem medo de tomar uma surra, covarde?

Subitamente a surra para! Os outros presos se calam diante do ocorrido. Todos pressentem o desfecho trágico que irá ocorrer. Todos tinham certeza de que aquele soldado iria morrer em poucos minutos contra o forte e cruel policial, que se aproxima lentamente da cela do soldado.

Ele está tão revoltado, por ser chamado de covarde, que nem sequer fecha a cela onde estava surrando o outro preso solitário. Quando chega até a cela do soldado Mário, ele pergunta bem tranquilo:

-
Você me chamou de quê, soldadinho de uma figa?

-
Eu chamei você de covarde! Por quê? Vai virar macho agora comigo? Ou tem medo de me enfrentar mano a mano?

-
Eu não tenho medo de nada! Se o próprio demônio viesse aqui, eu daria uma surra nele também (fala prepotente o enorme policial).

- Pois é, seu "projeto de homem"... eu lutei contra Deus, recentemente, e fiquei vivo para lhe contar isso! Vai encarar? Ou será que você é covarde mesmo? (provoca o soldado, olhando bem dentro dos olhos do policial).

Ambos estão bem próximos da grade da cela. Provavelmente um sente o bafo do outro neste momento! O policial retira seu cassetete, abaixa-se, coloca-o no chão e fala:

-
Tá legal, soldadinho! Eu acabei de malhar meus músculos aqui ao lado. Agora vou alongá-los um pouquinho com você!

O policial se prepara para abrir a cela do soldado Mário, quando ouve um barulho forte, tipo porta arrancada, na entrada do distrito policial.

Os outros policiais estão gritando e atirando. O valentão abaixa-se novamente e pega o cassetete do chão, para retornar à entrada do distrito. Neste momento o soldado Mário estica seu braço para fora da cela e agarra o policial pelo colete, puxando-o com força contra a grade da cela.

-
Não foge não, seu covarde! Você vai aprender a apanhar hoje! (fala revoltado o soldado com o policial).

Os outros presos começam a gritar e bater com as mãos nas grades de suas celas, empolgados com a briga. O policial, imobilizado junto às grades, agarra o soldado pelo pescoço, para enforcá-lo! O militar usa sua outra mão e dá um soco no estômago do policial. O policial não sente quase nada. O soldado dá mais um soco no estômago de seu oponente e novamente ele nada demonstra.

- Deus também tentou me segurar pelo pescoço e se deu mal! (fala bravo o soldado).

Um clinche se instala, onde ambos estão medindo forças musculares e nada demais acontece neste momento. A cabeça do soldado fica cada vez mais vermelha de raiva pelo enforcamento, aplicado pelo policial. Mário dá mais um soco no estômago do forte homem, na tentativa de diminuir a pressão do enforcamento. O policial começa a rir suavemente, pois percebe que poderá vencer em breve a disputa.

De repente, os outros presos, que gritavam alucinados, param todos juntos. Um silêncio demoníaco se instala no local. O soldado e o policial, em pleno clinche, sentem um enorme frio na espinha! Ambos estão sentindo a presença de alguém ali, bem próximo deles. Viram juntos suas cabeças para o mesmo lado. O Pai de Jesus, apático, observava os dois brigando, quando o soldado o reconhece e faz um comentário irônico:

- Olá! Eu estava justamente falando do Senhor para este descrente!

Na tentativa de conseguir ajuda de Deus, o soldado Mário comenta já meio afônico:

- Ele (apontando com os olhos para o policial), falou mal do Senhor! Disse coisas horríveis! Disse que o Senhor não é páreo para ele numa luta!

O policial balança a cabeça negativamente às afirmativas do soldado, já com certo medo do estranho homem de olhos vermelhos, com a cabeça coberta e bem maior que ele. Deus, alheio aos comentários de ambos, levanta sua mão direita, jogando o policial contra a parede do fundo do corredor das celas, à cerca de 30 metros de distância. O policial cai desacordado.

- Obrigado, Senhor! Poderia nos auxiliar a sair daqui, por favor? (requisita o soldado ao ser de olhos vermelhos).

A seguir Deus usa suas duas mãos e entorta as barras de ferro, abrindo um enorme vão entre elas, para que Ele mesmo pudesse entrar. O Pai de Jesus caminha até o centro da cela em direção ao soldado Mário, que anda de costas na mesma velocidade da assustadora divindade.

Neste momento, aproveitando a distração geral, os outros presos da mesma cela, se esgueiram pelas laterais, até saírem correndo pela abertura feita entre as fortes barras de aço. O soldado Mário, achando que estava sozinho na cela com Deus, não tem dúvidas que ele era o escolhido e comenta alegremente:

- Eu sabia que o Senhor não me deixaria para trás! Vamos lá! Estou pronto para ir! Mário estica a mão direita ao divino, como se fosse apertar a mão Dele, protegendo seu pescoço com a outra mão.

Deus empurra o soldado para o lado, tirando-o de sua frente e olha diretamente para o único prisioneiro que não fugiu. Àquele cara enorme, que ocupava o banco sozinho, quando o soldado Mário exigiu que ele saísse do lugar. Lembra-se, leitor? O Pai de Jesus pega o enorme prisioneiro pelo pescoço e faz a sua pergunta:

- Diga-me, quem é você?


As imagens da vida do prisioneiro passam rapidamente pelos olhos do divino e mostram que ele sempre foi muito solidário com as outras pessoas. O soldado se irrita com a atitude e reclama:

-
É ele que o Senhor levará? Não é possível! Não pode ser verdade! O Senhor está me testando? Só pode ser um teste! Aonde quer que eu esteja, o Senhor aparece e leva outra pessoa! Só pode ser brincadeira!

Logo depois Deus desaparece do local junto com o prisioneiro agarrado pelo pescoço. Os prisioneiros das outras celas ficam todos impressionados com o desaparecimento de ambos. O soldado Mário, chateado por ter sido deixado para trás novamente, sai de sua cela, na direção da do lado, onde se encontrava a pessoa que estava apanhando diariamente do policial.

Ele vê um único corpo no chão nesta cela. Abre a porta e aproxima-se. Abaixa-se para ver melhor o prisioneiro imóvel. Ele se encontra todo ensanguentado, com vestígios de braço e perna quebrados, o rosto inchado, deformado por tantos socos e pontapés recebidos. O homem nem se mexia, pois tudo doía.

Revoltado com a cena, ele levanta-se dali, sai da cela do moribundo e olha para o final do longo corredor, onde o policial valentão está meio atordoado, tentando acordar do impacto sofrido. Ele anda muito bravo em direção ao policial, que ainda não percebe o que está acontecendo.

Novamente o soldado para, volta e olha para mais uma cela, por onde ele acabara de passar. Vê outro prisioneiro, na mesma condição do anterior. O rapaz estava todo arrebentado no chão. O soldado, ainda mais revoltado, continua andando na direção do policial, que agora abre um de seus olhos e vê o militar se aproximando.

O soldado cerra seus punhos com força e ódio e caminha mais determinado, com olhar fixo no policial, que se esforça para se levantar, mas não dá tempo. O soldado salta sobre ele dando vários pontapés fortes em diversas partes do corpo do policial, enquanto o ofende:

-
Covarde! Você não merece a farda que veste! É um doente! Gosta de bater? Vamos ver como fica na situação inversa.

Ele vê o cassetete do policial no chão, pega-o e levanta o braço para bater com muita força no desgraçado:

-
Seu filho da... (repentinamente para, e antes de bater, lembra-se do que Deus lhe dissera: "Muito em breve você matará alguém a sangue frio e irá gostar disso!").

A frase repete-se diversas vezes em sua mente e Mário dá um último pontapé no policial, dizendo:

-
Viva com a sua consciência pesada, idiota!

Ele se afasta lentamente pelo corredor afora, quando o policial se esforça para pegar com a mão direita uma arma, que ele guardara, escondida em seu coturno esquerdo.

De frente para o soldado Mário, aparece o sargento Pedro, que entra com seu fuzil, apontado para o rosto do soldado, que imediatamente se abaixa, levantando as mãos ligeiramente para cima:

-
Calma, sargento! Sou eu, o soldado Mário.

O sargento abaixa ligeiramente sua arma, acompanhando o rápido movimento de seu subordinado, mas em seguida ergue-a rapidamente e atira duas vezes certeiras contra o peito do policial, que já fazia mira nas costas do soldado. O policial deixa a arma cair no chão e morre logo a seguir. O sargento Pedro ainda pergunta ao Mário:

-
Onde está o demônio, soldado?

- O senhor acabou de acertar nele, senhor! (fala assustado o soldado Mário, apontando para o policial morto no chão, atrás dele).

-
Ele é o suspeito que estamos procurando, soldado?

- Não! Não, senhor! Ele é o demônio que comandava este inferno aqui! (comenta o soldado).

-
Estou falando do suspeito que procuramos, soldado! Onde ele está? (indaga nervoso o sargento).

- O senhor está falando de Deus? Há esta hora deve estar no paraíso, com o cara enorme que levou daqui! (comenta o soldado, apontando para a cela onde se encontrava).

-
Que brincadeira é esta, soldado? Tá ficando louco? (indaga gritando e ainda mais nervoso o sargento).

- Não, senhor! Vamos para a central, que no caminho eu conto tudo, senhor. Antes, por favor, envie alguns paramédicos para cá. Há dois prisioneiros muito feridos lá atrás (finaliza o soldado).

CAPÍTULO IV
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO V
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO XXXI
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO XXXIII
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XXXIV
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XXXV
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XXXVI
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XXXVII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XXXVIII
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XXXIX
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XL
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XLI
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XLII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XLIII
CAPÍTULO XLIV
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XLV
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