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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

O navio de pesquisas oceanográficas brasileiro retorna para a região do mar onde encontraram um navio de guerra coreano naufragado. O ginoide Sereia está por ali nadando, circundando todo o local, em busca de ponto onde ela possa penetrar. Ela está com a iluminação de sua testa ligada, assim como os outros sistemas disponíveis, e de mesma intensidade, nas palmas das quatro mãos. O GPS não indica a presença da lula gigante lá dentro. Pronto! O ginoide vê um enorme buraco na lateral da embarcação e comenta com a equipe na superfície:

-
Encontrei...! Achei o ponto que provavelmente provocou o naufrágio da embarcação. Parece que foi um míssil de alto impacto...! A parede externa da embarcação simplesmente se estraçalhou! Estou entrando...!

Sereia nada lentamente para o interior do navio. Ela vira as palmas de suas quatro mãos para acompanharem o movimento da cabeça para onde quer que olhe! Ao nadar para o interior a ginoide descobre outro rasgo enorme do lado contrário da embarcação.

-
Confirmado que houve um alto impacto que atravessou de fora a fora todo o navio! Isso com certeza afundou este navio! Não há nenhum registro histórico de uma batalha contra um barco coreano em nossas águas! Este é um mistério que temos que descobrir!

-
Sereia! Há quinze anos atrás diversas cidades litorâneas brasileiras do nordeste foram atingidas por um bombardeio vindo do mar (comenta o doutor Paulo via rádio com o ginoide no fundo do mar). Mas ninguém nunca descobriu quem nos atacou! Talvez este navio seja a verdadeira origem! Mas ainda assim fica uma dúvida! Quem teria destruído esta embarcação? Não temos registro nem do ataque e nem do contra-ataque! A marinha e a aeronáutica percorreram toda esta região e nada apuraram sobre o fato. Talvez estejamos perto de descobrir alguma coisa!

Nadando no interior do navio, Sereia chega agora à cabine de comando e encontra diversos ossos humanos espalhados pelo chão, crânios e uma bandeira. Ela pesquisa os registros históricos, disponíveis em seu supercomputador interno e encontra a origem daquele símbolo:

-
Esta era a antiga bandeira da Coreia do Norte (informa o ginoide aos cientistas). Mas qual seria a ligação do Brasil com este país? Por qual motivo nos atacariam?
- Temos alguns mistérios aqui para desvendar! (declara o calvo cientista a bordo do navio).

Sereia nada ao redor da cadeira do comandante do navio e encontra sua caveira sentada ali usando ainda o antigo uniforme militar. Na superfície os cientistas olham impressionados para esta imagem:

-
Este morreu como um verdadeiro comandante de navio! Não abandonou a embarcação nem quando tudo estava perdido!

O robô em forma de sereia vasculha uma gaveta ao lado e encontra alguns documentos disponíveis. Ela folheia os frágeis papéis, parcialmente apagados pelo tempo, e lê rapidamente os textos em norte-coreano, graças ao seu tradutor universal
on board*. O ginoide abaixa as sobrancelhas enquanto se intera do passado revelado.

-
Este era um navio de guerra invisível para os olhos de quem estava do lado de fora da embarcação! Eles alegam aqui que podiam navegar entre dois navios inimigos e atirar nos dois ao mesmo tempo sem que eles soubessem quem os atingiu. Isso é possível, doutor Paulo? Ainda mais numa tecnologia de quinze anos atrás! (comenta e indaga o ser cibernético).

- Isso explica o porquê dos leds nas placas externas da embarcação! (declara o cientista Paulo). Eles estavam usando a tecnologia das TVs da época para gerar sobre a estrutura externa uma imagem de tudo o que estava ao redor do navio. Quem olhasse para eles veria apenas o que estava atrás, tornando-os virtualmente invisíveis! É genial!

-
Tem mais, doutor! (informa o ginoide). Este aqui era o diário do comandante. Nas últimas páginas ele alega que não pôde deter o barco inimigo invisível brasileiro no Rio Taedong, o principal da Coreia, e só lhe restou a vingança! Eles se tornaram piratas e saquearam diversas ilhas até chegar ao nosso litoral. Decidiram atacar cidades litorâneas brasileiras em represália à queda de seu governo...! Doutor...! Ao comparar este diário com a história conhecida não há nenhuma correlação de que o Brasil tenha ajuda do na queda do governo norte-coreano e muito menos algum tipo de referência quanto à existência de uma embarcação militar brasileira invisível!?!?

- Sereia! Use o spray endurecedor nestes importantes documentos... (requisita o calvo cientista). Eles representam uma época recente da história humana que ninguém conhecia antes. Havia rumores vindos de diversos países que afirmavam terem sido atacados por uma embarcação invisível! Mas ninguém acreditou que isso fosse verdade!

-
Sim, doutor! Mas este diário faz uma referência direta à real existência de um barco invisível. A história conta que o litoral nordeste do Brasil sofreu diversos ataques militares há quinze anos e não se descobriu até hoje a causa disso!

Sereia abre um compartimento de sua barriga e retira dali um tubo spray. Olha para ele, iluminando-o com a luz disponível em sua testa, confirmando assim o nome do produto: "Plastipaper". Agora o ginoide aciona o spray contra a primeira folha do diário de bordo do comandante norte-coreano. Dentro d'água um jato suave, leitoso e concentrado sai do pequeno tubo direcionador da lata e atinge a primeira página, espalhando-se sobre ela e recobrindo-a completamente, frente e verso.

Este revolucionário produto transforma rapidamente o material em uma placa fina de plástico leitoso e flexível que lentamente vai ficando transparente, possibilitando que o tal diário possa ficar virtualmente conservado para sempre! O organismo cibernético repete o procedimento para cada página do pequeno livro. Duas de suas mãos executam o procedimento automaticamente, enquanto ela continua nadando e olhando ao redor do ambiente.

-
Doutor! Encontrei algo mais preocupante aqui! (comenta ela, demonstrando surpresa com o que vê).

No interior do navio de pesquisas científicas o doutor Paulo observa o monitor e também se preocupa.

- Este é um botão para disparo de um míssil nuclear...?!?! (comenta ele quando vê um botão vermelho com o símbolo de um míssil e outro de radiação). E está pronto para ser disparado?!?!

-
Tudo indica ser isso mesmo, doutor! (declara o ginoide).
- Meça o nível de radiação onde você se encontra, Sereia!

Ainda com duas mãos ocupadas, o ser cibernético usa uma das mãos livres, fecha a palma da mão como se estivesse pronta para um soco e da parte de cima de seu pulso ergue-se para fora um sensor longo que lembra uma caneta. Ela o aponta girando em todas as direções e lentamente por todo o ambiente. Internamente seu supercomputador aciona o programa de análise de radioatividade e um digital é projetado sobre as imagens do monitor de vídeos para que os cientistas na superfície do mar possam observar os resultados juntamente com ela. Os níveis de radiação não estão baixos!

- Existe uma forte radiação neste local! (declara o calvo cientista ao ver o resultado).

- Isso quer dizer que o míssil atômico está com vazamento nesta embarcação! (declara o doutor Paulo ao colega calvo). Sereia! Termine o processo de plastificação de todo este diário de bordo histórico e verifique se existe realmente uma ou mais bombas nucleares ainda a bordo!

-
Sim, doutor! Já estou quase acabando aqui! (informa ela).

Poucos minutos depois o ginoide guarda o spray e o diário de bordo, agora todo plastificado, no interior do compartimento de sua barriga. A seguir ela nada tranquilamente pelo interior da embarcação, usando sua longa cauda de peixe, até a sala de armas, na busca por vestígios de uma bomba nuclear ali disponível! No caminho estão diversos ossos dos militares a bordo, vítimas de um tempo antigo e da sempre presente ignorância e intolerância humanas! Sereia encontra uma porta fechada no interior do estreito corredor da antiga embarcação. Ela força, mas não muito, a trava de segurança. A porta não se abre. O obstáculo a impede de continuar.

-
Doutor! Preciso abrir esta porta se quisermos averiguar mais a fundo (declara ela olhando tudo ao redor com a sempre presente e forte iluminação vinda do centro de sua testa). O nível de radiação está mais alto aqui (comenta ela, apontando o pulso com o sensor que mede a radiação local).

- Não temos escolha, Sereia! (comenta o doutor Paulo). Apenas tome cuidado para que ao forçar a porta não cause um desmoronamento no local!
-
Sim, doutor! Já fiz uma rápida avaliação. Parece que as estruturas ao redor desta porta estão ainda firmes. Vou forçar agora a minha entrada.

Ela usa seus quatro braços agarrando a porta com dois deles e com os outros se apoia na estrutura de sustentação. Sua cauda de sereia bate vigorosamente enquanto ela força as travas de segurança! A embarcação começa a "gemer".

A velha e desgastada armação de aço vai se entortando ao redor da enorme porta de sustentação. A bordo o calvo cientista comenta o fato com os outros três colegas que acompanham a cena pelo monitor de vídeo:

- Se a minha esposa fosse forte assim eu já estaria entrevado numa cadeira de rodas...!

O cientista Paulo olha para ele e ironicamente faz uma sugestão:

- Experimente tratá-la com mais carinho e quem sabe assim ela usaria a força para te ajudar a vencer na vida!

O calvo cientista sorri para ele, interpretando aquilo como uma piada! Lá embaixo, a seis mil metros de profundidade Sereia liberou as duas pernas, antes perfeitamente encaixadas na superfície inferior da cauda de peixe, para ajudar a abrir a porta. Os pés femininos se apoiam no convés do navio e pelo lado de fora da embarcação naufragada é possível perceber que toda ela balançou ligeiramente quando a robusta porta cedeu e finalmente se abriu.

-
Acho que terei um problema adicional daqui a pouco!
- O que foi agora, Sereia?
-
Estou detectando o retorno da lula gigante! Ela vem rapidamente em minha direção!
- Talvez o animal tenha notado que a toca aonde ele vem se escondendo já não está mais vazia neste momento! (comenta o doutor Paulo).

O ginoide penetra na nova sala e vê diversos mísseis ainda no local. Ela mede a radiação que aumenta cada vez mais. O ambiente não está mais seguro!

-
Aqui dentro a lula gigante não virá atrás de mim. Ela não conseguirá passar por esta porta! (comenta o ginoide, enquanto nada tranquilamente pela sala de armas).

Lá dentro ela encontra a "mãe" de todo o arsenal norte-coreano! Um míssil enorme! Na lateral ainda é possível visualizar o símbolo da radiação. Sem dúvidas esta é a arma nuclear que eles tanto se preocuparam. Sereia nada ao redor dela analisando toda a estrutura externa em busca de fissuras ou algo que possa representar um perigo iminente. A luz de sua testa acompanha o movimento de sua cabeça iluminando sempre para onde este ser cibernético olha!

-
Doutor! Encontrei! Este artefato nuclear tem algumas rachaduras em sua superfície externa. Devemos avisar a marinha brasileira para retirá-la daqui e desativá-la antes que contamine toda a região! Porém a presença desta lula gigante poderá ser um problema. Ela é muito forte e pode atrapalhar a operação de resgate deste dispositivo nuclear. Além do mais, para retirar a bomba daqui os marinheiros terão que fazer um novo furo na lateral deste casco!

- Isto já não é problema nosso, Sereia! Já sabemos tudo o que precisamos saber. Você já pegou o documento histórico, que deverá valer uma fortuna e com certeza abalará a comunidade internacional ao saberem que existiu um navio invisível norte-coreano que lutou contra outro brasileiro! A nossa marinha terá muito que explicar a toda a sociedade!

Neste momento a lula gigante penetra no interior do navio naufragado até onde Sereia se encontra. Como o enorme animal não consegue passar pela porta ele usa um de seus compridos tentáculos com poderosas ventosas na intenção de agarrar o ginoide. Sereia se esquiva batendo forte sua cauda para um lado e para o outro. Quando ela tem a oportunidade, agarra com força o longo tentáculo do animal, usando os quatro braços. Do dedo mindinho de duas de suas mãos o ser cibernético força uma descarga elétrica que assusta o pobre ser gelatinoso, o que o faz se afastar dali e sair rapidamente do interior do navio naufragado, desaparecendo nas profundezas escuras do fundo do mar!

- Esta foi por pouco, Sereia! (declara Paulo).
-
Doutor! Os grandes animais têm uma reação óbvia contra seres menores. Eles se acham superiores porque não veem o adversário como um perigo ou ameaça potencial! Este é o maior erro! Num ataque frontal eles acreditam que irão sobrepujar o "frágil" inimigo. É quando podem perder uma luta ou até a vida.

- Tem razão, Sereia! Esta reação também acontece entre humanos que se acham mais poderosos e mais inteligentes do que seus oponentes, teoricamente mais fracos, mas depois o jogo pode virar e até mesmo uma guerra poderá ser perdida. Muito bem! Bom trabalho mais uma vez! Volte para a superfície! Estou vendo aqui que o nível de suas baterias está perigosamente baixo! Esta descarga elétrica a fez gastar grande parte de sua carga!

-
Sim, doutor! Tem razão! Estou entrando agora na reserva energética! Vou retornar imediatamente! (finaliza Sereia insuflando ar no dispositivo de seu pescoço que a puxa com força para cima).
CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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*On board significa aqui que existe um programa tradutor instalado e disponível na memória de seu supercomputador.
Acima está o símbolo de radiação encontrado no painel de controle do navio norte-coreano naufragado.
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