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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

O padre-pastor está em uma loja de artigos de segurança, falando de forma discreta com o dono do estabelecimento num canto do local.

- Você tem certeza de que estas coisas vão funcionar?
- Claro que sim! (responde o dono do local). Meus clientes nunca reclamaram! Vivem tranquilos em lindos locais, curtindo o dinheiro que ganharam por aqui! Se é que me entende?
- Sim! Eu entendo! Mas não tenho certeza de que isso funcionará! Se formos presos vou dedurar você! (declara em tom ameaçador, o padre-pastor Carlos).
- Fique tranquilo, meu amigo! Quando estiver tomando uma aguinha de coco em alguma praia paradisíaca, lembre-se de mim para resolver seus futuros problemas.
- Se escaparmos da Supercomunidade nunca mais nos veremos novamente.
- Então! Neste caso! Só me resta desejar boa sorte com a sua nova vida futura.

O padre-pastor Carlos fecha a embalagem do produto e sai da loja. O sujeito da loja fica olhando sério para aquele homem que saiu de sua loja. Neste mesmo momento um cerco policial foi feito ao aeroporto Santos Dumont na cidade do Rio de Janeiro! O advogado João Tadeu está chegando de viagem dos Estados Unidos. Sua visita foi em vão! Com a morte dos líderes responsáveis pelo Boxe Mortal, não é mais possível contatar alguém do ramo.

Alguns criminosos menores tentaram tocar o negócio localmente, mas o fantasma conseguiu assustar os clientes e com a destruição dos equipamentos de clonagem e a morte da equipe de médicos do submundo, não é mais possível agora se obter verba para se construir outro e contratar novos profissionais. Enfim o advogado brasileiro, João Tadeu, não conseguiu receber o dinheiro, que o grupo do Boxe devia ao seu escritório. No saguão do aeroporto o delegado cibernético e seus policiais aguardam a chegada do "ilustre" investigado, que surge caminhando pelo corredor enquanto é cercado por dois homens à paisana:

- Senhor João Tadeu?
- Sim! Quem são vocês?
- Somos da polícia! O delegado quer conversar com o senhor!
- Por quê? O que foi que eu fiz?

Neste momento se aproxima o delegado cibernético, com seus grandes glóbulos oculares multifacetados. Ele responde à pergunta do advogado:

- O senhor contratou o doutor... Francisco... e lhe ofereceu muito dinheiro para produzir quatro clones. Um de cada pastor da Igreja de Culto ao Fantasma.
- Esta informação está errada! Isso não procede, delegado! Não conheço este médico!
- É mesmo? Pesquisei seus clientes e encontrei entre eles os pastores da igreja de culto ao fantasma! O senhor negará isso também?
- Com que autoridade o senhor invade a privacidade de minha lista de clientes, delegado!

- Olha! Vamos pular toda esta ladainha, doutor! Eu já sei que está mentindo sobre não conhecer o médico. Já verifiquei os arquivos bancários e confirmei o depósito que o senhor fez na conta dele e, portanto, já confirmei sua ligação com o mandante de tal crime. Então... o senhor está preso! E como é advogado sabe o que lhe acontecerá daqui para frente, não é?

- Delegado! Eu posso explicar o que está acontecendo! Não sou culpado disso!

- Certo...! Então será mais um inocente que irá para a cadeia! Vamos lá, pessoal! Levem-no para o distrito! Ainda tenho algumas perguntas para fazer a esta nova "vítima" do sistema prisional!

Os dois policiais humanos pegam-no pelos braços, forçando-os para trás e neles colocam um par de algemas magnéticas. Depois um dos homens da lei insere na cabeça do prisioneiro uma tiara dupla que impede o uso, por parte do advogado, do telefone mental. A seguir o arrastam até o veículo oficial, estacionado lá fora.

- Delegado eu tenho direitos e o senhor não pode me prender sem uma prova ou confirmação de culpa, coisa que o senhor não tem!
- Nem vou falar sobre os seus direitos, doutor! Como advogado o senhor, mais do que ninguém, sabe que alguém em sua profissão não pode se envolver em crimes. Só por isso eu já poderia prendê-lo! Já vai longe a época em que advogados se escondiam por trás da lei e de seus cargos.

Do outro lado da cidade os quatro padres-pastores estão na igreja para iniciar o culto da noite. A paróquia está lotando! As pessoas estão lentamente voltando a frequentar o local. Os coroinhas estão organizando o palco para a preleção do dia. Numa sala, no interior da igreja, estão três dos religiosos conversando quando o quarto membro interrompe e comenta:

- Estou preocupado com a nossa situação, pessoal! O delegado está investigando o caso dos clones e o nosso advogado não entrou mais em contato conosco. Ele foi visitar a nossa chefia nos Estados Unidos, depois que eu recebi aquela ligação, dizendo que todos haviam morrido por conta de um fantasma! Juro que fiquei todo arrepiado quando soube disso!

- Depois que... ele... esteve em minha casa e me ameaçou..., as coisas começaram a degringolar...! (afirma o padre-pastor Carlos). Estou ficando com medo do futuro, irmãos! Acho que precisamos fugir o mais rapidamente possível daqui!

- Calma! Vou tentar ligar para o doutor João Tadeu, novamente! Da última vez deu ocupado! (declara o padre-pastor Oliveira).

Ele entra em contato com o advogado João Tadeu, mas a ligação não se completa mais uma vez.

- Tem alguma coisa errada! (declara o clérigo, desconfiado).
- O que está acontecendo, Oliveira? (indaga Carlos).
- Não consigo falar com o doutor João Tadeu! Entra uma gravação dizendo que o telefone se encontra desligado!?
- Sério? Isso não é nada bom! Você sabe que só há duas possibilidades de isso acontecer, não é?
- Não! Nunca aconteceu comigo tal coisa!
- Quando isso ocorre é porque o dono do telefone morreu ou foi preso pela polícia, que desativou o telefone da pessoa!
- Nossa!! Tem certeza disso? (indaga outro clérigo).
- Sim! Se ele está morto..., tudo bem para nós! Mas se ele foi preso... estamos ferrados! O delegado irá descobrir tudo sobre nós muito em breve.
- Calma, pessoal! Eu tenho a solução! (declara Carlos). Contatei um amigo que me enviou alguns dispositivos!

Ele vai até a gaveta de sua escrivaninha, abre a gaveta e retira dali quatro argolas com aproximadamente um palmo de diâmetro cada uma!

- O que é isso? (indaga um deles).
- Isso..., meus amigos..., é o nosso passaporte para fugirmos da área de atuação da supercomunidade.

Os outros três clérigos olham para ele sem entender para que aquilo serve! O dono das argolas abre uma delas, como se fosse uma pulseira e explica:

- Basta colocarmos isso em nosso pescoço e o sinal do chip que implantaram em nosso pescoço não será mais enviado para a polícia! Poderemos fugir e nunca mais nos encontrarão! Acho que é esse o momento para cair fora deste país e da Supercomunidade.

- E para onde iremos? Não há muitos locais para onde possamos fugir neste planeta!
- África...! Bem no meio do Saara...! Viveremos como Beduínos, andando a camelo e desfrutando das belezas do lugar!
- Está de brincadeira...?!?! Não há nada por lá...! A vida é muito dura e sem muitas expectativas...! Acho que prefiro ter a memória apagada e continuar vivendo por aqui mesmo!

- Está maluco, cara! Se tivermos que recomeçar a vida, que seja em outro lugar, onde ninguém nos conheça e possamos desfrutar de parte do dinheiro que ganhamos aqui! Uma vida nova será dura, difícil e estranha por não nos lembrarmos do que vivemos no passado. A única coisa que saberemos é que cometemos algum crime e estamos pagando por isso!

- Deve haver outro lugar para onde possamos ir e viver melhor!
- Primeiro vamos para o Paraguai! (continua explicando Carlos). Lá sempre foi terra de ninguém! De lá vamos para a Bolívia num carro roubado, porque as autoridades locais não ligam para a procedência dos veículos levados do Brasil! Então chegaremos ao Peru e pegaremos um avião diretamente para a África.

- Não sei não! (duvida um dos padres-pastores). Acho que estejamos cometendo um erro! E se ninguém nos denunciar? Nem sabemos se foi isso mesmo o que aconteceu! Nosso advogado pode ter sido morto num acidente de carro ou num assalto!

- Você não pode estar falando sério!? (debocha Oliveira). Há quanto tempo não se ouve falar de um acidente de carro na Supercomunidade? E quanto aos assaltos? As delegacias vivem vazias atualmente! Poucos cometem crimes hoje em dia! Parece que depois que pegaram os assassinos e ladrões e acabaram com a vida deles, os crimes pararam de se multiplicar! Os advogados vivem mais estudando, feito padres, do que realmente trabalhando no caso de alguém!

- Vocês que sabem! Eu vou embora daqui! (declara Carlos).
- Se fizer isso incriminará todos nós! (alerta Oliveira).
- Então venham comigo...! Vamos embora daqui!
- Justo agora que nossos chefes morreram e poderíamos ficar com todo o dinheiro da igreja...! Que droga! (relembra o quarto clérigo).
- A vida não é justa, irmão! (comenta o terceiro religioso).
- Pare de me chamar de irmão! Nenhum de nós é realmente religioso! E agora que temos que fugir... podemos também parar de fingir!
- Muito bem, então! Vamos colocar logo estes colares e cair fora daqui o mais rápido possível (ordena Carlos).

Os quatro abrem os anéis e os colocam ao redor do pescoço. Um olha para outro quando um deles comenta:

- Você está ridículo com isso!
- Não se preocupe! Você também está!
- Vamos embora daqui, pessoal! (ordena Oliveira).

Os quatro se juntam e saem pela porta dos fundos da igreja. Lá na frente, o coroinha, já impaciente com a demora dos padres-pastores, vai até a sala onde eles normalmente ficam, mas não vê ninguém ali! Ele estranha o fato e começa a procurar por todos os lados sem obter sucesso!

Lá fora, na saída dos fundos, os quatro clérigos colocam os malotes de dinheiro no porta-malas do veículo e o adentram para partirem dali. Enquanto estão se ajeitando para fugir, Carlos, sentado no banco traseiro, observa que um digital se acende na argola do colega que está no banco da frente. Estranhando o fato ele espreme seus olhos e se aproxima mais para entender o que está acontecendo.

- Que diabos é isso? (indaga ele vendo o timer da argola em contagem regressiva: 3..., 2..., 1..., 0...).

Tudo se apaga e Carlos estranha o fato aguardando em silêncio o resultado final daquilo. Uma mensagem agora surge ali:

-
"Obrigado por se declarar culpado!"

Sem entender o motivo daquilo, ele tenta desesperadamente abrir a tal argola de seu próprio pescoço, gritando para os comparsas de religião:

-
É uma armadilha! Retirem logo esta argola! Rápido! Rápido!

Todos tentam abrir suas argolas para retirá-las do pescoço, mas isso não acontece! Nenhum deles tem sucesso nesta empreitada. O dispositivo está travado! De repente os quatro começam a gritar de dor. Eles levam ambas as mãos à nuca na tentativa de reduzir o que sentem neste momento, mas o problema só aumenta, levando-os ao desmaio.

Ficou claro que as tais argolas foram vendidas a eles por alguém da polícia disfarçado de bandido! O dispositivo em forma de anel em seus pescoços geraram toda a dor aguda que os fez desmaiar. O coroinha aparece na porta dos fundos e vê os quatro padres-pastores desacordados nos assentos do carro. O jovem se aproxima preocupado e não entende o que está acontecendo. Desesperado ele liga para a emergência!

Em poucos minutos os paramédicos chegam ao local, forçam as portas do veículo para poderem entrar, o que conseguem, depois de alguns minutos. Os médicos checam os sinais vitais dos quatro ocupantes. Parece que está tudo bem. Porém continuam desacordados. Os homens do resgate percebem as coleiras ao redor do pescoço deles e não entendem para que serve aquilo. Poucos minutos depois, chega a polícia e seu sempre destemido, o delegado de olhos multifacetados e de expressão fechada!

- E o ciclo se fecha! (declara o tal delegado cibernético, olhando para os quatro religiosos desacordados e ainda dentro do carro). O golpe do clone falso está encerrado! Os últimos orquestradores do caso serão agora presos.
Policiais! Levem-nos para a cadeia! Vamos apagar as mentes destes delinquentes, pessoal.

Sem os donos do negócio, mortos nos Estados Unidos e sem os principais padres-pastores responsáveis pelo negócio, o delegado ordena o fechamento dos estabelecimentos nacionais e este é o fim da igreja de culto ao falso fantasma. Em poucos dias a igreja que cultua o fantasma perde rapidamente todos os seus seguidores, porque ficou comprovado que o fantasma era um projeto militar da marinha brasileira, e agora não há mais por que alguém acreditar que tudo isso poderia ser espiritual.

Por outro lado, a insistência de centenas de pessoas em continuar acreditando que nem tudo seria uma farsa no caso do fantasma, leva-nos a pensar um pouco mais no significado da religião! Ter fé é algo que transcende o bom senso e vai além dos atravessadores e detentores da palavra divina entre os humanos! E isso trás para a religião os espertalhões que sabem que podem roubar à vontade seus fiéis, que no final serão perdoados pelos crentes na veracidade de histórias tão sem-sentido. A própria Bíblia alertara para todos terem cuidado com os falsos profetas! Mas aparentemente o livro sagrado se esqueceu de mostrar como fazer isso!

CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
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CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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