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O BARCO INVISÍVEL
MISSÃO SOBREVIVER - Vol. IV

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
TUNGUSKA

CAPÍTULO XXXI
O JULGAMENTO

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO II
MORTOS REVIVIDOS

CAPÍTULO XXXII
O NOVO MUNDO

CAPÍTULO III
GINOIDE

CAPÍTULO XXXIII
PRESIDENTE GUERRILHEIRA

Nadando próximo ao fundo do mar no Oceano Atlântico, perto da Ilha de Fernando de Noronha, Sereia confirma a mortandade dos peixes que também aqui existe aos milhões. Antes um paraíso aquático, este é agora mais um local que se parece mais com um cemitério. Ante a triste realidade atual de meados do século XXI, a ginoide nada tranquila junto ao leito marinho aterrador do fundo do mar, mas que hoje se parece mais com o famoso minuto de silêncio em homenagem aos mortos.

Minuto este que poderá levar mais de um século até que tudo volte a alguma normalidade no futuro, caso resolvamos agora o problema. Com a contínua presença da humanidade destruindo tudo, é bem provável que daqui para frente não reste mais nada e, talvez, nem sequer a própria vida sobre a Terra! Sereia se encontra no fundo do mar, entre muito lixo de produtos industrializados humanos, alguns navios afundados e algo estranho em algum determinado local.

-
A mesma coisa de todos os nossos outros mergulhos, doutor! (comenta via rádio, Sereia, sem abrir a boca). O fundo do mar se transformou num imenso cemitério. Vejo muitas estrelas do mar e diversos pequenos seres marinhos se alimentando à vontade de toda esta matéria em decomposição! Quando este alimento se acabar, a estes animais restará apenas comerem uns aos outros! Mas no momento eles estão se proliferando aos milhares.

- Você tem razão, Sereia! (comenta o doutor Paulo, diretamente da superfície do mar em seu barco oceanográfico de pesquisas marinhas). Os resultados das amostras de sangue de diversos peixes mortos confirmam que eles estavam contaminados por produtos químicos. A poluição continua fazendo vítimas também por aqui nesta região!

Ao nadar mais um pouco cibernética vê um grande círculo de peixes caídos no fundo do mar, agonizando até a morte. Estranhamente eles se debatem, mas não deixam de manter a estranha formação arredondada no solo arenoso marinho.

-
Doutor! Está vendo isso? (indaga Sereia sem abrir a boca, apenas enviando o arquivo de áudio para o navio oceanográfico na superfície do mar).

- Sim...! Nunca vi nada parecido até hoje...! Por que será que estes peixes estão agindo desta forma?!?! (indaga o doutor Paulo).

-
Muito esquisito isso! Farei um raio-X de todo o solo no interior deste círculo.

Sereia nada lentamente para se aproximar mais do local e percebe uma alteração em um de seus sensores.

-
Doutor! Minha bússola interna ficou louca, assim que comecei a nadar sobre a região deste círculo! Existe aqui um fortíssimo e concentrado campo magnético neste local. Talvez seja por isso que estes peixes agonizantes estão criando este círculo. Vou fazer uma medição das linhas de campos magnéticos...! Confirmado, doutor, os peixes, antes de morrerem, estão se posicionando exatamente sobre o fluxo mais forte dos campos eletromagnéticos gerados. Agora farei o raio-X para descobrir o que há aqui enterrado.

- Faça isso, Sereia! Nem imaginamos por aqui o que possa ser isso! Vamos descobrir!

Ela nada mais para cima para poder alinhar seu corpo paralelamente com o fundo do mar e o centro do estranho círculo de peixes agonizantes. De seu tronco, próximo à garganta dela, uma pequena portinhola se abre e um tipo de foto é feita. No interior de seu supercomputador, uma imagem digital está sendo agora analisada, mostrando o que há sob a areia do fundo do mar.

-
Doutor! Não consigo entender muito bem o que esta imagem significa!? Parece ser um tipo de... veículo..., um satélite..., ou um... pequeno submarino...! Não ficou claro para mim!

A bordo do navio oceanográfico o doutor Paulo também recebe a mesma imagem feita por raio-X pela ginoide!

- Concordo, Sereia! Teremos que escavar o local para descobrir do que se trata este objeto (ordena o doutor Paulo).

O ginoide nada para baixo e se aproxima do solo marinho. Ela coloca a mão no local e esta penetra facilmente ali.

-
O fundo aqui é particulado. Será fácil chegar até o objeto, e sem muito esforço. O senhor pode me enviar uma mangueira de sucção para remoção do material? Assim será mais fácil cavar aqui sem deixar em suspensão na água todo este material!

O doutor Paulo olha de lado e balança a cabeça positivamente para seus assistentes, enquanto conversa com ela.

- Claro que sim! Muito bem! Boa ideia, Sereia! Vamos preparar o equipamento para você e o enviaremos em instantes até a posição onde se encontra. Aguarde!

-
Está bem, doutor!

No convés do navio oceanográfico de pesquisas marinhas a equipe aciona o guindaste ali disponível que ergue um pequeno submarino com pernas e nadadeiras. O grande braço metálico de transporte se rotaciona, posicionando suavemente dentro d'água o equipamento de sucção. A garra se abre liberando o minissubmarino na água. Ele é ativado e começa a mergulhar na direção de Sereia.

Uma longa mangueira está ali disponível, enrolada sobre o corpo principal do veículo náutico! Controlada por um programa de computador, o equipamento submarino mergulha em direção ao seu destino profundo. Sereia faz uma marcação de perímetro onde espera retirar toda a camada que atrapalha o acesso direto ao objeto que visualizou por imagem. Ela olha para cima, em meio à enorme escuridão que domina toda a região.

Usando seu sofisticado sistema de iluminação, que envolve um ponto de forte luz no centro de sua testa e no centro das palmas de suas quatro mãos, o ginoide percebe a aproximação do sugador que requisitara à superfície! Ele se aproxima e para bem no centro do estranho círculo de peixes moribundos. Sereia desenrola a mangueira, disponível na parte de cima, e a posiciona longe dali.

O pequeno submarino começa a sugar sozinho a areia do fundo, conforme as coordenadas que a androide feminina demarcou digitalmente. Rapidamente toda a camada superior vai sendo eliminada e jogada não muito longe dali. Sereia acompanha de perto os resultados da sucção e está pronta para ordenar que o equipamento pare de sugar se necessário. Após alguns minutos uma superfície metálica começa a ser exposta.

-
Está vendo isso, doutor?
- Sim, Sereia! O que é?
-
Ainda não é possível dizer!

A areia vai sendo retirada cada vez mais rapidamente do fundo, porque resta uma pequena camada dela sobre o dispositivo enterrado. A verdade vai se revelando lentamente!

- Isso é o que eu estou pensando que é? (indaga o doutor a bordo do navio).
-
É uma nave não-tripulada! E parece ser... alienígena?!?! (responde Sereia).
- Dá para trazê-la a bordo?
-
Acho que sim! Vou liberá-la destes sedimentos e iniciar os procedimentos para que possamos içá-la ao navio!
- Faça isso, Sereia! Acha que precisará de ajuda para trazê-la a bordo?
-
Não, doutor! Posso fazer isso eu mesma!
- Muito bem, então! Estamos aguardando!

Em poucos minutos todo o material particulado é retirado de cima da pequena nave alien. Ela tem uns 3 metros de comprimento, do tamanho da ginoide Sereia, que agora procura erguer o transporte extraterrestre para checar seu peso total.

-
Doutor! Ela é bem leve...! Não parece ter nenhum tipo de rachadura externa...! Talvez... tenha havido algum mal funcionamento e acabou caindo aqui no mar!

- Traga-a com cuidado, Sereia! Se ela ainda estiver intacta, precisaremos ter muita atenção nesta movimentação, para mantê-la desta forma! Não sabemos o que há no interior desta... nave! (declara o doutor Paulo). Mas antes dê uma boa avaliada se não há algum vazamento de radiação.

-
Sim, doutor Paulo! Já estou fazendo esta medição! (afirma Sereia).

A ginoide consegue erguer do solo a pequena nave, usando seus quatro braços e, com o apoio de sua poderosa cauda de sereia, ela nada em direção à superfície. Seu pescoço se infla com ar, reduzindo o peso e facilitando ainda mais a operação de resgate. Ao lado dela o pequeno submarino sugador retorna também à superfície usando seus propulsores.

Ao chegar à superfície, Sereia, a nave alienígena e o minissubmarino flutuam à espera do resgate a ser executado pela equipe de cientistas a bordo do navio oceanográfico. O guindaste baixa seu gancho e a ginoide o agarra com uma das mãos, mantendo as outras três bem agarradas ao objeto extraterrestre. Em poucos minutos todos os equipamentos já estão sobre o convés sob muito interesse de toda a equipe.

- E agora? O que faremos com isso? (indaga um dos cientistas).
- Não podemos estudar esta nave!! Temos que avisar ao governo brasileiro sobre o que encontramos aqui! (declara Sereia, usando agora a boca para falar com os cientistas humanos).

- Concordo com ela, senhores! (declara o doutor Paulo). Isso aqui está fora de nossa jurisdição!
- Mas de onde é que isso veio, afinal? (indaga um dos cientistas).

- Seja de onde for... esta é a prova de que não estamos sós no universo e tampouco aqui no sistema solar. Tem mais alguém nos vigiando do espaço! (comenta Paulo).

- E há muito tempo! (afirma Sereia). A areia que estava depositada sobre esta nave não foi mexida por mais de dois mil anos!

- Bom! Antes de entregar este equipamento ao governo... eu posso ao menos dar uma boa olhada nele! (declara outro cientista). Ou vocês acham que o exército nos deixará visitar este... visitante... mais uma vez no futuro?

- Ele tem razão, doutor Paulo! (concorda mais um dos cientistas). Esta é nossa única chance de conhecer um pouco sobre estes alienígenas. Somos especialistas em biologia marinha. Deixe-nos aproveitar esta oportunidade única!

Paulo olha para o rosto de todos os seus colegas e toma uma decisão!

- É difícil dizer a um cientista para não pesquisar sobre algo, não é mesmo?

Todos sorriem para ele.

- Também estou tentado a isso...! Está bem, pessoal...! Vocês têm três horas antes de divulgarmos o que encontramos ao governo brasileiro.
- Oba! (grita um dos cientistas, feliz por ter a oportunidade de fazer algo tão interessante).

- Mas é o seguinte...: não abram em hipótese alguma esta... nave! Não sabemos o que há aí dentro! Podem utilizar todos os nossos recursos tecnológicos a bordo. Mas não danifiquem ou tentem abrir este equipamento. É melhor que o governo o faça dentro de um local totalmente fechado e seguro contra vírus e bactérias. As histórias biológicas neste planeta mostram que quando um animal ou planta invasora é colocado em um ambiente que não o de origem..., ele costuma transmitir doenças e destruir a cadeia alimentar do local, se tornando uma praga! Não sabemos que problemas este objeto poderá trazer a nós ou para a ecologia do mar.

- Doutor! Concordo com o que disse! (comenta Sereia). Mas acho difícil piorar a situação marinha! A cadeia alimentar já está quebrada e em todos os lugares em que mergulho e faço experimentos, peixes e moluscos estão morrendo aos milhões!

- Acha que esta nave pode ser parcialmente responsável por esta condição no mar? (indaga um dos cientistas).

- Todas as nossas avaliações demonstram que a poluição e a radiação, em alguns casos, foram os responsáveis pela morte dos animais marinhos (declara o doutor Paulo). Mas acredito que não seja esta nave a responsável pelos nossos problemas. Ao trabalho pessoal! Temos pouco tempo para saber mais sobre este visitante ao nosso planeta!

Em poucos minutos estão todos avaliando o equipamento alienígena com diversos instrumentos, testes de todo tipo e medições diversas! Em menos de uma hora os primeiros resultados estão sendo comentados entre os cientistas.

- Doutor Paulo! Notei que não há como abrir esta nave! (informa a ginoide Sereia). Parece que o material foi produzido numa peça única para proteger o que tem dentro!
- Mesmo que pudéssemos abri-la, não faríamos tal coisa neste navio! Seria muito arriscado.

- Nossos testes não descobriram nada, doutor! (informa um dos cientistas). Eu tentei raspar a superfície para tentar descobrir do que foi feito o material externo, mas nada consegui! Parece que estamos tentando riscar a superfície de um diamante com canudo de plástico fino e quebradiço!!

- Doutor! Estive aqui pensando! (declara Sereia). Não há nenhuma marca aparente de danos externos a este equipamento. Isso quer dizer que ele estragou de dentro para fora. Mas o que pode ter danificado este artefato...? O que uma pequena nave está fazendo aqui...? Ela não poderia ter atravessado o espaço para nos encontrar...!? Acredito que haja uma nave maior que a tenha trazido...! Mas isso também não faz sentido...! Onde estão os extraterrestres agora...? Por que não dominaram nosso planeta quando vieram...? O que queriam aqui, afinal...?

- São boas perguntas para as quais não tenho nenhuma resposta! (afirma o doutor Paulo).
- Vou contatar o androide de ciências da NASA, o Einstein! Talvez ele saiba de algo que não saibamos! (sugere Sereia).
- Faça isso, Sereia! Enquanto isso nós vamos continuar fazendo avaliações e testes.

O supercomputador da ginoide entra em contato direto com o outro da NASA e eles mantêm uma conversa silenciosa como fazem estes equipamentos quando estão em rede.

-
Einstein? É Sereia! Acabamos de encontrar uma pequena nave alienígena abandonada no fundo do mar perto de Fernando de Noronha, no Brasil. Ela estava ali por muito tempo.

-
É mesmo? Interessante!

-
Sim! O equipamento não demonstra ter nenhuma marca de tiro ou dano externo visível! Mesmo assim ela está desativada há centenas de anos! Estou entrando em contato com você para saber se na NASA sabem de alguma coisa a este respeito?

- Sobre esta nave que você encontrou, não sabemos de nada! Mas há pouco destruímos dois satélites aliens que nos observava. O primeiro deles espalhou um vírus por todos os computadores do mundo! Um terceiro, mais antigo, caiu em Tuguska no início do século XX! Nele também não havia marcas de danos externos! E não sabemos o que foi que o derrubou. Continuamos pesquisando!


-
Nossa! Então é por isso que a minha matriz de DNA de entrada de dados da internet foi infectada! (declara Sereia).

-
Estamos cientes deste problema global e já encontramos uma solução..., que é meio radical..., mas eliminará os vírus de todos os computadores do mundo! (afirma Einstein). Só não sei quanto tempo isso durará. De qualquer modo a velocidade de processamento das matrizes infectadas ficará reduzida e deficitária. Mas ao menos estaremos todos livres desta praga alienígena!

-
O que acha que pode ter derrubado o satélite de Tunguska e esta nave aqui...? Talvez algum tipo de radiação solar..., ou um problema alienígena interno...?
- Não sei, Sereia! Talvez o sistema operacional deles não seja muito bom! Talvez tenha sido baseado no antigo Windows do início do século!
- Você está brincando, né?
(indaga Sereia).

-
Claro que sim! Só sabemos que estes seres não querem falar com ninguém aqui na NASA, mas entraram em contato direto com a inteligência artificial a bordo do Barco Invisível brasileiro e através de nossos satélites de comunicação!

- É mesmo? E o que disseram a ele?
- Não sabemos ainda! Contatamos a presidente do Brasil que não quis falar sobre este assunto e que também nega qualquer tipo de acesso à embarcação militar deles
(afirma Einstein). O pessoal aqui desconfia que os brasileiros estejam mancomunados com os aliens, mas eu não acredito nisso!

-
Você tentou se comunicar diretamente com a inteligência artificial militar do barco invisível brasileiro?
- Não dá! As inteligências artificiais militares têm códigos diferentes dos supercomputadores da área de ciências e por isso não consigo acessá-los!
- Vou ver se consigo acionar alguns contatos que tenho na marinha brasileira! Afinal, foram eles que me produziram! E quando eu precisar de manutenção, serão eles que me consertarão!


-
Ok! Boa ideia, Sereia! Vamos manter contato e continuar trocando informações sobre este assunto! Estou com um pressentimento de que poderemos ser invadidos pelos aliens a qualquer momento! Precisaremos de todo tipo de informação disponível que possam nos ajudar na batalha que se aproxima!

-
Por que acha que eles nos invadirão em breve? (indaga Sereia).
-
Acho que o programa de envio dos vírus deles, foi o primeiro ataque! Dentro de nossas matrizes de DNA conseguiram criar também um vírus real e letal para a saúde da raça humana. Ele está dentro de todos os computadores de DNA do planeta! Se o segundo ataque dos aliens for a destruição física de nossas matrizes... e com isso o material interno ficar exposto ao ar e aos seres humanos..., nossos criadores poderão se extinguir de uma vez neste planeta. Então o terceiro ataque poderá vir do espaço apenas para dominar tranquilamente este planeta, sem que nenhum ser alienígena tenha tido a necessidade de se arriscar pessoalmente aqui, simplesmente porque não haverá mais nenhuma resistência contra eles!

-
Precisamos descobrir o que destruiu o funcionamento desta nave e o satélite de Tunguska! Tem certeza de que não encontraram nenhuma pista sobre isso?

- Ainda não, mas nossos cientistas, depois de tanto tempo de pesquisa conseguiram entender como funciona a programação interna do satélite que destruímos. Talvez... em breve... tenhamos algumas respostas...!

- Se descobrirmos o que afeta estes equipamentos alienígenas, talvez possamos desenvolver uma arma letal contra eles!

- Concordo com você, Sereia! Estamos trabalhando arduamente por aqui! Veja o que descobre na marinha! E vamos trocando informações! Até breve!


-
Até breve, Einstein!

Sereia volta-se para o grupo de cientistas que estão maravilhados estudando a nave extraterrestre, quando um deles comenta todo alegre com a ginoide:

- Não vai acreditar no que acabamos de descobrir!!
- O que foi?
- Este equipamento é "alérgico" a ondas de altíssima frequência!!
- Como é que é?!?! (indaga, perplexa, Sereia).

- Sim! Eu emiti uma onda de alta frequência, especificamente microondas, que atravessou a nave. Foi quando a estrutura externa craquelou na região por onde a onda o atravessou! Aí saiu uma fumaça interna! Assim que desliguei o pulso, a superfície se fechou novamente. Olhamos a superfície externa com o microscópio eletrônico e descobrimos que esta... coisa... está viva!?

- Como assim:
viva, doutor?!?! (indaga Sereia).
- Nunca vimos nada parecido com isso! Este material é parte orgânico, parte mineral!?
- Isso é possível? (indaga Sereia).

- Olhe em seus arquivos sobre a origem do universo! Materiais orgânicos são formados a partir de materiais inorgânicos! É assim que a vida prolifera em planetas que disponibilizam uma condição mínima para que seres unicelulares se espalhem por todo o ambiente! Esta nave alienígena aqui não é uma máquina! Este é um tipo de... cadáver!

- Doutor...!! O senhor acaba de descobrir a maior fraqueza de nossos inimigos...!
- Quem disse que eles são nossos inimigos? (indaga Paulo). Podem ser apenas visitantes curiosos sobre nós!

- Não, doutor! Falei com Einstein na NASA e ele me garantiu que temos satélites alienígenas ao redor da Terra. Nosso pessoal já encontraram três deles. Todos destruídos! Um dos satélites criou um vírus digital que penetrou nas matrizes de DNA de todos os computadores do mundo! Estes vírus cibernéticos criaram outro real que pode eliminar a raça humana rapidamente se forem expostos ao ar.

- Mas que droga...! (declara um dos cientistas).
- Eles acreditam que podemos sofrer uma nova onda de ataque muito em breve! E esta pode ser fatal!
- O que faremos então?

- Preciso entrar em contato com a marinha brasileira! Os aliens acessaram os códigos militares do barco invisível e conversaram do espaço diretamente com a inteligência artificial que controla a embarcação. Acho que o pessoal da manutenção da marinha, que cuida do meu funcionamento, pode nos ajudar a encontrar o tal barco invisível e assim descobrirei o que está acontecendo. Já temos uma arma que pode destruir estes aliens meio máquinas, meio orgânicos! Com a informação que falta podemos traçar uma estratégia de defesa e ataque.

- Você está parecendo um ginoide de batalha, Sereia!
- Todos teremos que nos adaptar se uma guerra acontecer! O tempo está correndo! Uma bomba pode estar prestes a explodir! Vou avisar ao Einstein sobre a fraqueza alien! Preciso que vocês criem um defeito em mim! Então pedirei aos militares para me levarem para ser consertada. Lá descobrirei o contato do barco invisível!

- Está falando sério? Não podemos fazer isso! Seria antiético! (comenta o doutor Paulo).
- Temos um bom motivo para isso: salvar a raça humana! (declara Sereia). Só não estraguem a matriz de DNA! Do contrário não haverá nem guerra para combater!
- Sereia! Isso é perigoso! (declara um dos cientistas). Somos cientistas e não um grupo de terroristas tentando roubar informações militares de nosso próprio país!
- Doutor! Se não fizermos alguma coisa agora, poderá ser tarde demais no futuro.

Os cientistas olham uns para os outros e começam a discutir o que fazer para danificar o corpo da ginoide. Enfim, chegam a uma conclusão:

- Tivemos uma ideia! Todos nós aqui concordamos com ela! (declara um dos cientistas para a preocupação de Sereia, que olha para todos eles estranhando suas intenções).

Em Brasília a presidente recebe uma ligação mental do general da marinha brasileira:

-
Senhora Presidente! Acabamos de confirmar a presença em águas brasileiras de uma pequena nave alienígena! Estou enviando nosso projeto submarino de guerra ao local.
- Eu não esperava receber tal ligação, general! Por favor, assim que for possível confirme que se trata mesmo de um equipamento alienígena.
- É o que pretendo fazer, senhora!
- General! Ocorreu-me algo agora! Somos uma espécie que vive na superfície deste planeta! Todo o universo pode ver cada um de nós aqui na Terra.
- Sim, senhora! É uma possibilidade! Mas o que quer dizer com isso?
- Estamos expostos e vulneráveis!
(declara preocupada a presidente).
-
Faremos o nosso melhor, senhora! Eles pagarão muito caro se tentarem nos atacar oficialmente.
- Estou aguardando seu retorno o mais rapidamente possível, general! Até breve!


De volta ao mar e pouco tempo depois, ao lado do navio oceanográfico, surge do fundo do mar um submarino brasileiro que também é porta-aviões! A superfície plana, da enorme embarcação militar que pode submergir, emerge na superfície da água, deslocando o líquido para os lados e balançando sutilmente o navio oceanográfico, ancorado ao lado. Uma enorme e longa plataforma de lançamento de aviões, helicópteros e barcos se destaca sobre o mar.

A equipe de doutores vêm até a lateral de seu navio para observar o mais novo acontecimento. É uma visão incrível! Um feito da engenharia que torna possível levar o perigo para perto dos inimigos de forma silenciosa e invisível, como o são todos os submarinos. Uma pequena parte do convés desliza lateralmente expondo outro veículo naval guardado ali dentro. A plataforma começa a subir, levando para fora um hovercraft de guerra que servirá de apoio para a transferência da nave alien que Sereia encontrou no fundo do mar.

O hovercraft infla sua bolsa e se eleva acima das águas do mar, acelerando em direção à embarcação de pesquisas. Dois pequenos aviões a jatos não-tripulados são lançados verticalmente do convés militar e em grande velocidade. Eles ganham rapidamente altitude e seu movimento vertical lentamente se transforma em horizontal, quando ambos começam a patrulhar toda a região num grande círculo no intuito de proteger a área de um eventual ataque inimigo!

Uma nova plataforma se abre no convés e um avião de maior porte é elevado também ao nível do convés principal. Nele um piloto humano está presente. Rapidamente este novo jato também é lançado para ajudar a proteger o local.

- Uau! (declara o doutor Paulo). Impressionante a capacidade das novas armas de guerra brasileiras!

Os colegas também estão maravilhados com a demonstração de força e versatilidade militar. O hovercraft se aproxima e um dos militares a bordo grita a ordem:

-
Enviem o objeto que encontraram para nós!
- Só um minuto, senhor!

Sereia abaixa-se no convés de seu barco de pesquisas para pegar a pequena nave alienígena e depois pula na água agarrada a ele. Seu pescoço se infla, criando uma boia que a ajuda a flutuar. O hovercraft desliga o ar que ergue a embarcação e os militares ajudam Sereia a colocar a nave extraterrestre no convés do transporte náutico militar. A boia de seu pescoço é desinflada e a ginoide mergulha novamente desaparecendo dali. Os militares estão impressionados com a nave alien! O militar responsável grita nova ordem aos cientistas:

-
Vocês nunca viram este objeto antes! Não comentem com ninguém sobre isso!
- Sinto muito, senhor!
(grita de volta o doutor Paulo). Já fizemos nossas avaliações sobre ele, informamos às outras agências científicas e colocamos tudo na internet para conhecimento público do assunto!
-
Não deviam ter feito isso! É um assunto sigiloso! (grita o militar de volta).
-
Não é mais! (responde Paulo lá de cima do convés do navio oceanográfico).

O hovercraft é ligado novamente e eles partem de volta, em direção ao porta-aviões. Sobre o poderoso navio-submarino-porta-aviões Sereia já se encontra de pé no gigantesco convés, e caminha em direção a outros militares a bordo, que também estão por ali.

- Olá, ginoide Sereia! Estou aqui para levá-la até o nosso técnico no andar inferior para a manutenção.
- Ok! Obrigada!

Enquanto ambos se dirigem para o subsolo por outra tampa de acesso, o hovercraft se posiciona sobre a sua plataforma para retornar para o interior do navio de guerra. Lá embaixo um senhor de roupas brancas, que é um uniforme da marinha especialmente produzido para o pessoal de manutenção, se aproxima:

- Olá, Sereia! O que aconteceu com você?
- Olá, doutor. O led de minha testa queimou. Isso está atrapalhando a visualização em grandes profundidades.
- Humm! Estranho! Recebeu algum impacto na cabeça?
- Não!
- Teve alguma sobrecarga ou curto-circuito por conta de penetração de água?
- Não que eu saiba, doutor! (declara ela parada em pé, enquanto o especialista se aproxima e o piso sob seus pés começa a se elevar para deixá-lo de frente para a cabeça dela).

O senhor da manutenção utiliza as duas mãos e segura o enorme rosto da ginoide, movendo sua cabeça de um lado para outro para observar mais de perto o local procurando determinar algo estranho ali.

- Não estou encontrando visualmente nenhum problema de origem externa. Vou retirar a proteção plástica para avaliar o que de fato aconteceu. Você rodou o programa de avaliação de problemas internos?

- Sim. A informação é que a lâmpada queimou!
- Você pode liberar a tampa de proteção externa?
- Claro, doutor! (responde ela piscando os olhos e logo a seguir a pressurização da tampa é cancelada, deixando-a disponível para ser aberta manualmente).

O técnico em manutenção abre a proteção de plástico translúcido e toca na lâmpada LED, que volta a funcionar imediatamente.

- Pronto! Estava apenas solta! Parece que alguém a soltou propositalmente!

A ginoide eleva os olhos para olhar de frente para ele e responde:

- Eu sabia que não poderia enganá-lo por muito tempo!
- Por que fez isso?
- Preciso de sua ajuda para contatar a inteligência artificial do barco militar invisível brasileiro.

- Simulou um problema interno só para me ver e fazer este pedido? Por que não simulou um problema de manutenção maior e durante o nosso bate-papo você sutilmente faria tal pergunta?

- O pessoal de pesquisa de meu barco queria rasgar minha roupa externa, para eu ficar nua, mas achei melhor não estragar nada, afinal não há a necessidade de danificar um produto tão caro como eu!
- Rsrsrs! Então eles queriam lhe ver nua...? Eu caprichei em seu visual feminino, não foi mesmo...?
- Homens são homens, afinal...! (comenta a ginoide).

- Sim! Mas por que deseja ter uma informação de acesso à inteligência artificial de um barco militar? Ele está prestes a ser desmontado para sempre! O julgamento condenou o fim das missões invisíveis!

- Doutor! Falei com o cibernético Einstein da NASA e ele me disse que os aliens conversaram via satélite com o barco invisível brasileiro! Meu pessoal de pesquisas científicas descobriu uma forma de destruir ou neutralizar a parede externa da nave alien que encontramos no fundo do mar. Preciso das informações que o barco brasileiro teve acesso para completar um cenário de defesa nacional no caso de um potencial ataque alien.

- A sua programação está entrando no modo militar!
- O quê? Eu tenho uma programação militar?

- Eu produzi todos os cibernéticos nacionais com uma programação especial para uma situação de emergência contra um eventual ataque inimigo, aumentando assim o nível de defesa de nosso país, no caso de uma condição crítica. Isso foi uma exigência da própria marinha.

- Entendo!
- Vou lhe repassar o código de acesso ao barco invisível. Depois informe à marinha sobre as suas descobertas.
- Obrigada, doutor, farei isso assim que identificar todas as informações que descobrir!

CAPÍTULO IV
CULTO AO FANTASMA

CAPÍTULO XXXIV
VASO ENTUPIDO

CAPÍTULO V
FIM DAS MISSÕES

CAPÍTULO XXXV
REDE CRIMINOSA

CAPÍTULO VI
MUNDO COMPUTADORIZADO

CAPÍTULO XXXVI
ENCONTRADO

CAPÍTULO VII
VISITANTES

CAPÍTULO XXXVII
DOENTE RECUPERADO

CAPÍTULO VIII
ASSASSINATO DE CLONES

CAPÍTULO XXXVIII
A SENTENÇA

CAPÍTULO IX
FANTASMAS DO PASSADO

CAPÍTULO XXXIX
O FIM DA INTERNET 4

CAPÍTULO X
UMA PRECE AO FANTASMA

CAPÍTULO XL
NAVE ALIEN

CAPÍTULO XI
A PRISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO XLI
O VIGÁRIO VIGARISTA

CAPÍTULO XII
DE VOLTA À COREIA

CAPÍTULO XLII
HERÓI DESAPARECIDO

CAPÍTULO XIII
HACKERTS

CAPÍTULO XLIII
A FUGA DOS INOCENTES

CAPÍTULO XIV
FANTASMA AMERICANO

CAPÍTULO XLIV
NAVE-PLANETA ALIEN

CAPÍTULO XV
ESTRANHOS RESULTADOS

CAPÍTULO XLV
SÓ MAIS UM ANO

CAPÍTULO XVI
A MENTE DOS FIÉIS

CAPÍTULO XLVI
SEGUNDA CHANCE

CAPÍTULO XVII
UM BARCO NO SECO

CAPÍTULO XLVII
ESTADO DE GUERRA

CAPÍTULO XVIII
FAMÍLIA EM CRISE

CAPÍTULO XLVIII
O COMBATE SE APROXIMA

CAPÍTULO XIX
INTERNET 4

CAPÍTULO XLIX
FRIO NA ESPINHA

CAPÍTULO XX
DAVI E GOLIAS

CAPÍTULO L
MAUS PRESSÁGIOS

CAPÍTULO XXI
TUBARÃO BRANCO

CAPÍTULO LI
SEM CONTROLE

CAPÍTULO XXII
O GOLPE DO CLONE

CAPÍTULO LII
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO XXIII
REVELAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO LIII
SACRIFÍCIOS

CAPÍTULO XXIV
O FANTASMA COREANO

CAPÍTULO LIV
TSUNAMI

CAPÍTULO LV
NOVAS REGRAS

CAPÍTULO XXV
VÍRUS MORTAL

CAPÍTULO LVI
SIMBIOSE

CAPÍTULO XXVI
A ÚLTIMA LUTA

CAPÍTULO LVII
SUPERVULCÃO

CAPÍTULO XXVII
YELLOWSTONE

CAPÍTULO LVIII
DEGENERAÇÃO CELULAR

CAPÍTULO XXVIII
CIBER-PERÍCIA CRIMINAL

CAPÍTULO LIX
CONTAGEM REGRESSIVA

CAPÍTULO XXIX
EM BUSCA DE PEDRO

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

CAPÍTULO XXX
AUTOPROTEÇÃO

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