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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

Cinco dias depois eu, Fernando, e os dois cabos da marinha desembarcamos em Manaus para retornarmos às fronteiras do oeste brasileiro. Passei todos estes dias trabalhando no material da missão anterior dentro da base secreta de Brasília. Consegui montar o documentário e fazer todos os relatórios que estavam atrasados.

No porto secreto, próximo do aeroporto militar de Manaus, recebemos as últimas informações sobre o dia em que os novos minissubmarinos estarão disponíveis para uso. Os quatro soldados da marinha, especialistas em manutenção de nosso barco invisível, completaram o combustível de foguete e fizeram pequenas manutenções a bordo.

Partimos para a nova missão contra as guerrilhas colombianas. Parece que a situação no local se deteriorou ainda mais! Temos informações que não há um dia ou noite em que não se ouçam tiros por todos os lados. A região toda se transformou num campo de guerra onde batalhas infindáveis estão matando centenas de pessoas todos os dias.

O exército brasileiro entrou em alerta máximo nas fronteiras locais. Os povos da região estão rapidamente se afastando do lugar em busca de locais mais tranquilos e menos perigosos. Um êxodo colombiano está em marcha em direção a todas as fronteiras. Os países vizinhos estão reforçando as suas para não terem que receber milhares de pessoas novas nas cidades já deficientes e decadentes, o que tornaria a vida de todos um verdadeiro caos urbano!

A luta pelo poder de diversos grupos, sejam eles institucionalizados ou não, está levando a dor e o desespero a um grande número de populações da região amazônica. Talvez o ser humano não esteja pronto para ser responsável pelo comando de nações, de povos ou de instituições! É possível que a humanidade tenha sido criada para confraternizar e não para mandar. É bem provável que tenhamos que dividir o poder entre muitos para não sermos totalmente consumidos por ele.

A história mostra que reis, rainhas e ditadores, com raras exceções, não conseguiram levar coisas muito boas aos seus povos. E quando o fizeram foi porque a quantidade de pessoas sob este reinado era muito pequena ou estavam todos prestes a explodir numa guerra contra o poder inescrupuloso. E, nesse caso, talvez os supercomputadores e seus poderosos avatares sejam realmente a solução para o futuro!

De qualquer modo seremos mais um a entrar na briga pelo domínio da região. Estaremos lutando contra os guerrilheiros das FARC, AUC, ELN. Do outro lado estará o exército colombiano e o povo armado da Colômbia. Do nosso lado o exército brasileiro, fazendeiros e seus capangas, todos brasileiros e armados. E em meio a tudo isso os norte-americanos, engajados e determinados a combater com afinco o tráfico de drogas, que se disseminou por toda a região! São muitas balas voando para todos os lados! Se haverá no futuro um vitorioso?

Eu não sei!!!! Mas poderemos contar com precisão todos os que perderam, perdem e perderão com esta guerra insensata por um poder que nenhum deles tem, nem jamais terão, porque o verdadeiro poder de um povo está na capacidade de viver em paz e não em guerra!

O comandante Severo resolveu não navegar tranquilamente e incógnito pelo Rio Amazonas e Solimões. Recebemos a informação de que houve um novo ataque do outro lado do mundo! Agora foi contra a Ilha da Reunião, perto de Madagascar, no litoral sudeste da África. O general Figueiredo desconfia que este ataque foi de responsabilidade do barco invisível norte-coreano, porque os corpos de alguns piratas eram de coreanos e, além disso, só foi roubado da ilha um lote enorme de tambores de água potável, que é um recurso essencial para quem vive no mar em longas viagens e com uma grande quantidade de pessoas a bordo, no caso, militares.

Nossa inteligência acredita também que eles têm usado muita munição em todos estes ataques e, portanto, a próxima investida deverá ser em algum lugar na África onde o uso irrestrito de armas gera grandes conflitos intermináveis na região. Os norte-americanos têm uma frota inteira tomando conta daquela zona marinha e está se mobilizando para impedir um novo ataque do barco invisível inimigo. Mas é difícil combater o que não se vê! Por isso eles anunciaram um prêmio milionário para quem desse uma pista de onde se encontra o barco norte-coreano!

Estão usando a cobiça dos que vendem armas para capturarem eles mesmos os inimigos. A pergunta é: com que dinheiro os norte-coreanos pretendem comprar armamentos? Seriam eles tolos o bastante para lutarem contra os donos de tais arsenais para conseguir roubá-los? E se conseguirem as armas, usarão todas elas contra nós aqui no Brasil?

Parece que mesmo em meio ao século XXI muitos seres humanos só desejam lutar e matar! E o mais incrível é que estamos potencializando todos estes eventos onde quer que estejamos agindo com a nossa embarcação invisível brasileira. Estamos criando um ódio contra nós, maior do que os Estados Unidos conseguiram gerar contra eles mesmos em toda a história de vida daquele país que tanto cresceu!

-
Comandante! Estamos agora a quinhentos quilômetros da tríplice fronteira do Brasil, com a Colômbia e Venezuela (informa a piloto e major Margarida). Estamos entrando em meio à região do Brasil conhecida como Cabeça de Cachorro!

-
Muito bem pessoal! Bem-vindos todos ao inferno! (declara o comandante Severo). Piloto Margarida! Desacelere a embarcação! Vamos entrar no modo invisível e nos dirigir em direção a Onojo na Venezuela. Vamos trazer de volta a bordo o sargento Pedro!

-
Comandante! Temos um problema! (informa o soldado Ricardo).
-
O que foi, soldado? (indaga o comandante).
-
Estou visualizando um grupo armado numa lancha sendo perseguido por outro grupo também armado. Estão ambos trocando tiros e vêm em nossa direção!
-
Dá para saber a qual guerrilha cada grupo pertence? (indaga o comandante).
-
Não, senhor! Precisaremos chegar mais perto e usar as câmeras do barco em zoom para saber isso! Neste momento estamos numa curva do rio que nos impede de visualizar melhor os acontecimentos.
-
Muito bem, pessoal! Preparar para atacar ao meu comando, Tenente Júlio! (ordena o comandante Severo).
-
Sim, senhor! Estou pronto! (responde Júlio).

Lá fora a lancha atacada anda em ziguezague para não ser atingida. Os guerrilheiros da embarcação da frente atira sem parar contra seus perseguidores um pouco mais distantes dali no rio. O mesmo acontece com o grupo que vem atrás! As balas se perdem nas águas do rio. Agora um dos guerrilheiros da lancha perseguida é atingido e cai na água. O barco da frente acelera mais para fazer logo a próxima curva à frente e assim se ocultar da mira dos inimigos. A lancha de trás acaba também de perder um homem que cai no interior do próprio barco.

-
Estamos ficando sem munição, senhor! (grita um dos guerrilheiros da lancha perseguida).

-
Economize balas! Vamos nos livrar deles (declara o líder do grupo). Depois da próxima curva quero que dois de vocês pulem numa margem sem muita vegetação e assim que eles passarem por ali atirem na lateral da lancha para furá-la. Não se incomodem em matá-los! Temos que afundar a embarcação deles. Se eles retornarem para atacá-los, nós também retornaremos e assim eles estarão cercados por duas frentes de combate em meio ao fogo cruzado enquanto o barco deles vai afundando. Vamos acabar com eles! Entenderam?

-
Sim, senhor! (grita um dos homens que já está pronto para pular).

O barco faz a curva em alta velocidade erguendo uma onda. A embarcação aproxima-se da margem onde uma pequena clareira está disponível e dois homens saltam ali e rapidamente se escondem entre os arbustos. A lancha perseguida acelera novamente para se afastar o mais rapidamente possível em direção ao centro do rio.

Logo depois chega a lancha perseguidora e faz a curva em alta velocidade também. Eles se aproximam do local da armadilha e enquanto atiram contra os inimigos são também atingidos por uma saraivada de tiros vindos da margem. Mais dois guerrilheiros são atingidos dentro da segunda lancha. Um deles ainda vivo e deitado no convés, percebe que muita água está entrando dentro do barco e avisa aos companheiros.

-
Vamos afundar! Eles furaram o casco do nosso barco!
- Vamos voltar, pessoal!
(grita o líder da segunda lancha). Temos que encontrar um local para ancorarmos rapidamente antes de afundarmos!

O barco desacelera e faz uma curva longa em direção a outra margem do rio para ficarem longe das balas dos que estão na margem oposta. A primeira lancha percebe a manobra e também retorna para combatê-los, invertendo agora a perseguição!

-
Senhor! As duas lanchas estão bem a nossa frente! (declara o soldado João do barco invisível brasileiro). Parece que a perseguição está se invertendo. Aconteceu alguma coisa errada na embarcação que vinha atrás e decidiram retornar!

-
Muito bem, João! Quero que você utilize o programa de identificação facial para sabermos quem são cada uma das pessoas a bordo das duas lanchas (ordena o comandante). Não vamos atacar ninguém até termos certeza de que estamos combatendo um dos inimigos e não um grupo de boas pessoas perseguindo ou sendo perseguidos por guerrilheiros.

Entre as duas lanchas a briga se acirra. Os dois sujeitos na margem atiram sem parar contra a segunda lancha que está retornando no rio. Atrás a primeira lancha se aproxima também atirando. O motor da segunda lancha é atingido e eles param em meio ao fogo cruzado. A água continua entrando rapidamente dentro do convés e aos poucos a embarcação vai afundando. Agora as balas atingem um por um dos seus ocupantes que vão caindo na água ou dentro do barco, mortos ou gravemente feridos. A primeira lancha se aproxima e o inimigo não tem mais balas para lutar. De armas em punho e em pé na embarcação os ocupantes da primeira lancha se aproximam lentamente dos inimigos. O único homem que ainda está vivo da segunda lancha, o líder do grupo, joga sua arma nas águas do rio.

-
Vocês não irão vencer esta guerra! (grita o líder vencido e ferido no braço).
-
Não deviam ter invadido nosso território! Sua organização jamais nos vencerá. Estamos em maior número, temos mais armas e sabemos combater vermes como você! (declara o líder da primeira lancha com o rifle apontado para o inimigo).
-
Vocês podem estar em maior número, mas o povo colombiano não suporta mais os maus tratos que lhes causam. Nossa organização irá destruí-los num dia não muito distante! (ameaça o homem da segunda lancha e com o braço ferido).
- Isso é o que veremos! (decreta o líder da primeira lancha que atira a queima-roupa).

Mas ele também não tem mais balas. O líder pega a arma de outro companheiro e tenta atirar também com ela. Idem! Sem balas. O homem que estava pronto para morrer começa a dar efusivas gargalhadas.

-
Do que está rindo, palhaço? (grita o líder da primeira lancha). Seu barco está afundando e morrerá muito em breve!

Sem opções o líder ferido devolve a ameaça já com a sua lancha quase cheia d´água e afundando:

-
Mas não serei morto por um idiota das FARC! Aha! Aha! Aha! (gargalha o homem prestes a afundar).
-
Senhor! Todos foram reconhecidos pelo programa como procurados pela polícia da Colômbia (comenta o soldado João ao comandante Severo).
-
Acabe com todos eles, tenente Júlio (decreta Severo ao seu oficial de armas).

Diversos projéteis são disparados do barco invisível brasileiro, que matam todos os que ainda estavam vivos em ambas as lanchas no meio do rio. Os tiros perfuram o casco da primeira lancha afundando-a também. Os dois guerrilheiros que estão na margem do rio e que antes atiravam contra a segunda lancha, tentam localizar a origem das balas que destruíram as duas lanchas e mataram todos os seus ocupantes. Eles nada veem dali e não têm a menor ideia de quem poderia ter feito isso!

-
Senhor! Nossos sensores indicam que existem mais dois homens armados na margem do rio (informa o soldado João, o voyer). Não consigo identificá-los. Estão escondidos sob a vegetação local.
-
Tudo bem, soldado! Deixe-os ir! (ordena o comandante). Soldado Carlos! Deixe nosso cartão de visitas para que eles saibam quem atacou aqueles homens no rio!
-
Sim, senhor! (responde Carlos, o cineasta, responsável pela produção das imagens na estrutura externa da embarcação invisível).

Nosso barco avança invisível e poderoso pelas águas do rio e a imagem de um fantasma flutuando no ar é gerada pelo lado de fora da lateral externa de nossa embarcação! Os dois homens se abaixam ainda mais no mato para não serem vistos. Mas agora eles têm certeza de que o fantasma está rondando por ali naquele rio. Depois que passamos e fomos embora os dois, ainda com muito medo, se arrastam para longe do rio com suas armas sem balas nas mãos, quando um deles é picado na perna por uma cobra venenosa!

-
Ahhh! Fui picado! Me ajude! (grita ele).
- Grite baixo! O fantasma poderá te ouvir e voltar aqui para nos matar! (fala o outro para ele).
-
Se você não me ajudar eu morrerei aqui! (grita novamente o vitimado pela picada da cobra).
- Pare de falar! Vamos fazer silêncio, por favor! (ordena o outro, apavorado com a possibilidade de ser morto pelo fantasma).

Um galho cai de uma árvore ali próxima e o sujeito, que não fora picado pela cobra, corre desesperado de medo dali.

-
Ei! Volta aqui! Não me deixe sozinho! Me ajude! (grita em vão aquele que fora picado).

Um galho agora se quebra e mais outro! O sujeito que achava que iria morrer envenenado agora desconfia que o fantasma irá matá-lo ainda mais rapidamente! Ele, já sentado no chão, vira-se para trás para ver quem está se aproximando! Uma enorme e faminta onça está ali, reivindicando de volta seu território, há muito tomado pelos homens das guerrilhas. Mas antes ela deseja se alimentar. O homem envenenado grita pela última vez em sua vida antes de morrer.

-
Ahhhhhhhhhhhhh!

Já longe seu companheiro de armas ouve o grito desesperado daquele homem agora morto! Ele também ouve o rosnado da onça e imagina mil coisas neste momento! O fantasma se transformou em onça e o matou? Seria a onça o verdadeiro fantasma da floresta? Ele não sabe o que pensar. Só deseja correr muito e para mais longe possível dali, porque é tudo o que lhe resta fazer neste momento.

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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