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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

Os programas jornalísticos da TV estão divulgando continuamente os resultados do ataque a Olinda, em Pernambuco! Bárbara, a repórter, está neste momento com seu programa no ar:

- Dezenas de feridos e mortos estão entre as vítimas do estranho ataque ocorrido hoje cedo contra uma das praias de Olinda no bairro de Jardim Atlântico em Pernambuco! Nosso jornal tentou fazer contato com diversas autoridades, mas ninguém quis se pronunciar a respeito. Fontes não oficiais nos informaram que o Brasil está sofrendo o início de uma onda de ataques terroristas de origem desconhecida. O exército, a marinha e a aeronáutica estão de prontidão fiscalizando a enorme costa praiana brasileira. Os Estados Unidos ofereceram ajuda para procurar os terroristas através do uso de seus satélites militares que já foram deslocados para a nossa região. Os satélites militares brasileiros também estão em busca de potenciais alvos em alto mar. A marinha vem fazendo uma varredura minuciosa com seus submarinos, porta-aviões e fragatas de guerra. O presidente do Brasil não quis se pronunciar ainda sobre o assunto. Ele aguarda o acontecimento de novos fatos. O único que fez uma declaração oficial sobre o assunto foi o prefeito de Olinda: o senhor Diógenes Pietrógenes.

- O que aconteceu foi um absurdo...! Nosso país não está em guerra com nenhum outro..., não temos inimigos que pudessem nos atacar com esta magnitude... e não há por que terroristas retalharem contra cidades do nordeste...! Agora... quem poderia então estar por trás disso...? O governo brasileiro e os ministros militares sabem a resposta, mas não querem vir a público para falar...! O presidente do Brasil sabe o motivo disso...! Eu tenho certeza...! O que não pode... é deixar que algum maluco venha até a nossa costa... e nos ataque... por alguma falcatrua que este governo atual vem fazendo...!

- O que o senhor acha que está acontecendo, senhor Diógenes? (indaga o repórter). Tem alguma suspeita?

- Eu não sei...! Eu não sou irresponsável...! Não quero aqui afirmar algo que desconheço. Mas se nosso presidente... tem a coragem e a insensatez de colocar no poder um monte de robozinhos para fiscalizar correligionários e partidos aliados..., ele também deve ter a coragem e a insensatez... de provocar alguma grande potência a ponto deles atirarem contra nós...! Vão perguntar estas coisas ao presidente...! Nunca neste país... alguém teve a ousadia de nos atacar...! Sempre fomos elogiados no mundo pelo nosso respeito e diplomacia...! Agora taí...! Ele meteu os pés pelas mãos... e o povo é quem deve pagar por isso!

- Ninguém pode acusar ninguém sem provas! Isso é uma questão de lei e de bom senso! O senhor tem alguma prova do que está afirmando?

- Que provas mais você deseja ter, meu amigo? A política interna está se esfacelando...! Se ele fez isso contra seu próprio povo, o que acha que ele tenha sido capaz de fazer com a política externa...?

- Nunca um presidente da república teve tanta aceitação popular com este mesmo que o senhor acusa de incompetência! (declara o repórter). Esta sua retaliação tem a ver com as centenas de processos contra diversos membros de seu partido e também contra o senhor, que está sendo acusado de improbidade administrativa por um dos ACMPR?

- Não, senhor repórter...! Isso não é uma retaliação...! (declara o prefeito Diógenes). Tenho consciência de quem sou e do que faço...! A justiça irá avaliar as falsas acusações contra mim e provarei que tudo isso não passa de uma grande mentira...! Tudo o que está acontecendo e coisas ainda mais graves acontecerão num futuro não muito distante contra o povo deste país, é culpa deste governo populista que está aí... apenas tentando arrecadar a simpatia do povo, jogando aos leões aqueles que o apoiaram para chegar ao poder...! Escrevam o que estou lhes dizendo agora...! A situação neste país se tornará insustentável dentro de muito pouco tempo!

- Estas foram as declarações do Prefeito de Olinda, Diógenes Pietrógenes que vem sendo acusado de vários crimes, incluindo aquele que o nosso repórter frisou, o de improbidade administrativa (declara a repórter). Ele é um dos prefeitos que mais vêm atacando o presidente por ser veemente contra a presença dos ACMPRs no poder. E assim terminam as notícias das últimas horas. Voltaremos mais à noite no "Jornal do Horário Nobre". Até lá

De volta ao litoral do nordeste, aviões militares sobrevoam continuamente toda a região. Estão em busca de uma agulha invisível num palheiro oceânico! Trabalhando sempre em duplas ou trios, as fragatas militares brasileiras estão atrás do inimigo asiático. No interior do barco invisível brasileiro a equipe chega ao sul de Recife. Diversos navios de guerra brasileiros estão patrulhando toda aquela região. Durante a viagem o general Figueiredo informou que os novos torpedos estão disponíveis no sul de Recife num local conhecido como Ilha do Amor. Um avião militar desceu no aeroporto de Guararapes e um helicóptero militar levou o material até a península próxima ao Bairro Barra de Jangada conhecida como Ilha do Amor.

-
Senhores! Precisamos ter cuidado para não sermos confundidos como o inimigo (declara o comandante Severo). A maioria da frota militar nacional não sabe de nossa existência. Então temos que nos cuidar contra o fogo amigo.

-
Comandante! Eu acabo de receber a posição GPS exata do lugar onde receberemos os novos torpedos simuladores do som de nossos motores (declara a piloto e Major Margarida). É numa praia deserta.

- Muito bem, major! Vamos em silêncio e invisíveis até lá! (ordena o comandante).

A poucos quilômetros ao norte o navio invisível asiático chega a Recife para um novo e cruel ataque.

- Comandante! Os caças militares brasileiros parecem com um enxame de moscas (declara o imediato). Em poucas milhas náuticas já contamos mais de quinze deles sobrevoando o litoral!

- Não se preocupe, imediato! (acalma o comandante Bon-hwa). Só gastam combustível. Não podem nos ver! Não podem nos detectar! Não podem nos incomodar! E ainda temos muitos presentes para enviar ao povo brasileiro. O novo alvo já foi definido?

- Sim, senhor! (declara o responsável pela análise das imagens de satélite). Recife tem um grande complexo portuário e um ataque a ele destruiria uma parte importante da movimentação de cargas brasileiras. Boa parte da logística do país estaria comprometida.

- Muito bem! Vamos analisar qual seria o ponto mais sensível de todo este enorme complexo e vamos atacar tais pontos de forma sequencial. Vamos marcar cada ponto importante e atingi-los de uma só vez.

Mais ao sul, na Ilha do Amor, que não é uma ilha e sim uma península, nossa embarcação para perto das areias da praia semideserta. Sabino e Everardo já receberam via e-mail os códigos de controle dos novos projetos. Os cinco torpedos foram ativados e levados ao mar pela equipe que veio de helicóptero. Estão aguardando na praia a confirmação de que as novas armas estão sob controle do barco invisível brasileiro.

- Senhor! Consegui transferir os códigos para nosso supercomputador! (declara Sabino trabalhando no interior de sua sala de manutenção).

-
Eu confirmo que tenho o atual controle dos cinco torpedos simuladores de minhas hélices (informa a voz feminina da inteligência artificial do barco, que assume o controle dos torpedos que passam a nadar livremente pelo mar e estão agora ser alinhando ao lado de nossa embarcação).

-
Já estou enviando um comunicado de liberação da equipe em terra, senhor! (informa a piloto e major Margarida).

Na praia da Ilha do Amor os militares recebem o comunicado em seus equipamentos portáteis de mão e o líder local faz um gesto circular com uma das mãos ao piloto do helicóptero. Ele ordena assim que o veículo aéreo seja ligado porque todos irão partir. Enquanto isso a piloto Margarida fala ao seu comandante:

-
Para onde iremos agora, senhor? Norte ou sul?
- Vamos navegar de volta para o norte em direção a Olinda!
(ordena Severo). Viajamos em alta velocidade e é possível que tenhamos passado voando literalmente pelos nossos inimigos. Quero todos em alerta máximo para qualquer estranho sinal nas redondezas. Qualquer coisa diferente do silêncio absoluto em nossos radares e sensores teremos que investigar. Esta é uma guerra de invisibilidade e nada poderá ser deixado para trás! Nosso inimigo deve estar fazendo o mesmo neste momento.

- Tudo pronto? Todos os alvos identificados? (indaga o comandante Bon-hwa).
- Sim, senhor! Todos os cinco! (responde o oriental atirador).
- Piloto! Quando eu disser atirar, você espere meu comando e vamos partir acelerado, mais discretamente, para o sul!
- Sim, senhor! (responde o piloto).
-
Acionar a sequência de mísseis...! Fogo! (ordena sorrindo o comandante do navio invisível).

Os mísseis são lançados e o exército brasileiro posicionado em terra estava preparado para esta ocasião se acontecesse. O responsável pelo local, um capitão, percebe o ataque e aciona as defesas para combater o ataque.

-
Acionar os antimísseis agora! (grita ele).

Os computadores militares assumem o controle da direção dos disparos e uma chuva de armas e contra-armas se arremessam aos céus. Os aviões de combate da aeronáutica brasileira são enviados de volta ao local do confronto para eliminar o inimigo invisível. Três dos cinco mísseis inimigos são destruídos em pleno ar, mas dois escapam e estão prestes a acertar o alvo. O navio de guerra norte-coreano começa a se afastar dali e parte em direção ao sul. Um de seus mísseis atinge o prédio da administração do porto. Ele explode boa parte da estrutura matando diversos profissionais que trabalhavam ali. Alguns deles se atiram ao mar na esperança de se salvarem.

O segundo míssil atinge o terminal de cargas que se encontra lotado neste momento. Diversos contêineres se esfacelam expondo a carga em seu interior arremessando-a bem longe. Os caças supermodernos da aeronáutica brasileira despejam dezenas de bombas no mar sobre a região mais provável de onde vieram os mísseis. Eles desconfiam de submarinos inimigos. As bombas explodem lançando água para todos os lados, mas ninguém vê nenhum destroço de embarcação inimiga por ali. Porém o navio invisível norte-coreano fica todo respingado de água salgada. Quem o olhar de perto verá que existe algo ali.

No interior do barco norte-coreano o comandante Bon-hwa está sorrindo. Seu navio chacoalha para todos os lados pela grande proximidade das explosões próximas dali, mas não acontece nenhuma avaria. Os aviões retornam e agora despejam uma nova saraivada de tiros que passam perto. Porém, uma das balas acerta a lateral da embarcação inimiga. A princípio nada de mais acontece, mas a bala penetrou e pode causar algum tipo de dano no futuro próximo!

- Ninguém consegue nos acertar! (declara o comandante que sorri e logo depois dá gargalhadas). Este navio foi uma das poucas coisas certas que nosso ditador ordenou fabricar!

O imediato olha preocupado para ele. A reação deste homem não parece ser a de alguém que está em sã consciência! O barco brasileiro dirige-se lentamente na direção norte onde o ataque acaba de acontecer. No mar, bem à frente e margeando a costa brasileira, os cinco torpedos navegam paralelamente um ao outro. Entre os cinco torpedos existe uma fina corda da cor do mar para ajudar a capturar o inimigo num abraço mortal que o explodirá. No ar alguns insetos artificiais invisíveis voam em diversas direções na esperança de detectar, usando um laser, alguma superfície invisível por ali.

Eu, Fernando, estou apreensivo! Vivemos um momento altamente perigoso de nossa missão, mas ao mesmo tempo extremamente tranquilo, já que tudo está acontecendo, mas nada perto de nós! Nosso barco invisível navega em direção ao norte, quando acabamos de receber novas notícias:

-
Senhores! O porto de Recife acaba de ser atacado! (declara o comandante Severo à tripulação). Nosso exército conseguiu evitar o pior, destruindo três dos cinco mísseis enviados pelo inimigo. A aeronáutica bombardeou e atirou pesadamente contra as regiões marinhas mais prováveis de onde tenham vindo os disparos. Nenhum destroço apareceu no mar ou nos radares. Eles não o pegaram! Agora é a nossa vez! Temos que interceptá-lo!

- Comandante! Desculpe-me! Mas se o inimigo quiser podemos nunca encontrá-los! Basta eles navegarem bem distante da costa (declaro eu, Fernando).

-
É verdade, Fernando! (concorda Severo). Temos muitas tecnologias envolvidas em toda esta operação. Em algum momento eles cometerão um erro e aí os pegaremos. Mas... você disse... longe da costa...?!?! Talvez esteja certo mesmo!

- Estou? (indago eu, espantado com isso).
-
Sim! (concorda o comandante). Vou ligar para o pessoal do exército para saber a que distância da costa eles bombardearam? Boa ideia, Fernando!
-
Você está sempre nos surpreendendo, não é mesmo Fernando? (indaga a voz feminina da inteligência artificial).
- Não é a minha intenção! Mas obrigado pelo... elogio...! (digo eu).

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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Acima vemos, em vermelho, a posição do barco invisível asiático em Recife e mais abaixo o barco invisível brasileiro em verde recebendo a carga no litoral leste e tranquilo da Ilha do Amor.
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Imagem de satélite mostra o local onde o navio invisível norte-coreano atacou o porto da cidade de Recife. Logo depois eles partiram para o sul.