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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

Dentro da sede secreta da marinha em Brasília, o cibernético Sérgio está sendo consertado. O general Figueiredo foi visitá-lo e na entrada da sala de manutenção conversa com o responsável pela construção do cibernético:

- Bom dia, tenente!
- Bom dia, general!
- Como está o seu paciente cibernético?

O tenente faz uma careta, indicando que a coisa não está nada boa:

- Bem, general, o androide está inteiro, mas seu trabalho contínuo e agitado está criando superaquecimento de forma ininterrupta. Quando escolhemos energia nuclear para o funcionamento deste equipamento, pretendíamos torná-lo livre das necessidades energéticas por vinte anos. Isso foi excelente para trabalhos em regiões isoladas do planeta ou em missões onde ele deveria ficar muito tempo invisível e aguardando o momento certo de atacar. Mas como caçador, seu trabalho se tornou muito frenético. A somatória dos superaquecimentos que ele teve ultimamente derreteu parte do interior das paredes internas de isolamento do material radioativo! Isso enfraqueceu a proteção e num tiro de uma arma mais poderosa, o conteúdo poderá ser exposto, espalhando radiação e contaminando tudo ao seu redor.

- Entendo! Devemos tirá-lo de operação?
- Não, general! Mas precisaremos construir um novo corpo urgentemente. Ele precisará de ajuda para continuar trabalhando neste ritmo, senhor! Alguém com quem possa revezar o trabalho e dividir a ação excessiva. A energia nuclear está sendo danosa para as suas missões e pondo em risco a vida de inocentes. Talvez no futuro, dentro de uns dez ou quinze anos, seja possível utilizar superbaterias que durem muito tempo e tenham que ser trocadas com frequência mínima.

- Obrigado, tenente! Verei o que posso fazer a respeito. Vou conversar agora com Sérgio!
- Sim, senhor! Mas utilize o microfone de comunicação externa, general. Assim não necessitará entrar na sala de manutenção.
- Está bem, tenente! Obrigado!

O general se afasta dali e se dirige para o interior da sala de comunicação. Ali ele encontra outro militar, operador de áudio, que está de frente para uma parede de vidro. Do outro lado está o agente cibernético Sérgio, sentado em uma cadeira especial de manutenção. O androide vem sendo manipulado por todos os lados. Diversos profissionais militares especializados usam roupas especiais que cobrem todo o corpo para que nenhuma partícula de poeira, pelos ou cabelo entrem no interior dos sistemas internos do supercomputador. Os militares trocam placas externas, internas e alguns circuitos danificados. Sérgio fica praticamente imóvel para não atrapalhar o trabalho delicado de troca de componentes. Seu corpo está ligado a duas tubulações flexíveis nas costas, próximo à cabeça.

- Bom dia, general!
- Bom dia, sargento!
- Posso falar com o agente Sérgio?
- Claro, senhor! Sente-se aqui ao meu lado e fique à vontade!
- Olá, Sérgio!
- Olá, senhor! Como tem passado?
- Bem melhor do que você..., pelo que estou vendo! (declara o general).

Sérgio vira a cabeça para baixo e para os lados, observando seu estado geral naquele momento.

- Não deixe esta imagem enganá-lo, senhor! Eu estou ótimo e não fui seriamente afetado pela explosão do míssil! Este corpo foi bem projetado para sobreviver a uma guerra!

- Eu sei disso! Mesmo assim a impressão é muito ruim...! Mudando de assunto! O exército pediu acesso ao interrogatório do delegado preso...! Ele sabe mais do que deixa transparecer...! A polícia federal negou o acesso exclusivo aos militares, mas deixaram disponível a participação conjunta.

- O que descobriram, afinal?
- O presidente de um dos partidos políticos está envolvido diretamente em praticamente todos os atentados, contra você, a repórter, o presidente do Brasil e a família dele...!
- Temos que trazê-lo para uma instalação militar para um interrogatório mais eficiente! (declara Sérgio).

- Não poderemos! A imprensa está muito interessada neste caso! Qualquer transferência será acompanhada de perto pela população através da mídia. Corremos o risco de sermos expostos aos inimigos. Neste momento não temos nenhuma prova oficial contra ele. São apenas acusações... Está na hora de você continuar seu serviço. Terá que entrar na polícia federal e arrancar dele a informação de quem está por trás de tudo isso.

- Estarei pronto muito em breve, general!
- A polícia federal já o intimou a depor amanhã! Ele certamente negará tudo! Seu advogado lhe dirá que nada diga até um julgamento... se é que isto acontecerá algum dia...!

- Ele não precisará de julgamento! Já foi condenado por seus atos! Mas antes eu o farei dizer, por bem ou por mal, quem é o líder de tudo isso! Não acredito que seja ele. Existe alguém maior infiltrado no poder com um interesse especial para desestabilizar o atual governo e acabar com os ACMPRs.

- Eu concordo com você! Mas tome cuidado! Quanto mais perto chega ao topo da informação, mais perigosos e poderosos são os inimigos (informa o general).

O androide entende que o general fala de seu último embate contra um grupo muito bem armado de policiais e assassinos profissionais.

- O que aconteceu comigo, senhor, foi um fator inesperado! Aquela repórter estava em meu encalço! Ela achou que teria uma pista sobre mim e criou uma mentira para eu encontrá-la! Assassinos profissionais foram enviados por alguém para matar a mim e a ela. Eu a salvei e agora temos uma aliada na mídia que ajudará a espalhar o medo entre os corruptos.

- Mas esta sua estratégia quase o destruiu e ainda pôs em risco todo o projeto!
- Achei que valia o risco para salvar uma inocente, ganhar uma aliada e ainda eliminar diversos assassinos contratados, mostrando aos líderes que existe alguém maior e mais forte que os está eliminando um a um.

O general olha para ele, espreme os olhos e os lábios e indaga:

- Em quanto tempo estará apto para voltar ao serviço?
- Estou quase pronto, senhor! Dentro de uma hora a manutenção terminará. Mas estou com outro problema!
- O que aconteceu?

- O material nuclear em meu interior quase fundiu as paredes internas de meu corpo! Se acontecer novamente... receio que não poderei mais controlar uma potencial explosão ou a exposição de meu conteúdo radioativo! Precisarei em breve de uma manutenção mais profunda. Terão que trocar boa parte de meu corpo por um novo. Mas não hoje! Esta operação levará um longo tempo! Temos que terminar o serviço antes que os inimigos fujam ou se reestruturem.

- Eu concordo com você! (declara o general). Mas um dano maior ao seu corpo poderá expor muitas pessoas à radiação! Além disso, se for capturado pela polícia ou por algum grupo inimigo, eles poderão ligar os fatos e causar a prisão do presidente, da cúpula da marinha, do exército, da aeronáutica e ainda porão em risco a paz na América do Sul, se descobrirem nosso envolvimento nos recentes eventos da fronteira contra traficantes e guerrilheiros. Todo o projeto terá sido em vão!

- Não pretendo me expor o suficiente para que eles me encontrem novamente. A esta altura os líderes corruptos estão apavorados. Não conseguem me matar e devem estar achando que serão os próximos em minha lista de mortos!

- Tome muito cuidado, Sérgio! O perigo é grande para os inimigos, mas será muito pior para este país se todo o nosso plano for descoberto!
- Fique tranquilo, senhor! Os corruptos só verão um fantasma se aproximando antes de morrerem!

Ao dizer isso Sérgio, que já está com todo seu rosto refeito porque um técnico recolocou a parte do crânio que faltava, aciona a imagem da caveira com terríveis dentes e de aparência assustadora, transferida para os leds externos. O general olha para isso e faz uma careta, achando tal coisa repulsiva.

- Já vi esta imagem dezenas de vezes e ela ainda me incomoda terrivelmente! Imagino o que seus inimigos pensam quando se aproxima deles desta forma.
- Acredite, senhor! Se não morrerem do coração com esta imagem, morrerão pelas minhas mãos!
- Boa sorte, Sérgio! Avise-me assim que encontrar o maior dos culpados!
- Muito em breve, senhor! (declara Sérgio, enquanto mais uma parte de seu corpo é encaixada por um dos cientistas).

O general se vira de costas e vai embora. Uma hora depois o cibernético está pronto para o combate novamente. Ele sai do lugar já na forma do agente Sérgio, entra em seu carro e vai em direção à sede da polícia federal em Brasília. Em poucos minutos lá está ele estacionando na rua próxima ao endereço da nova casa do delegado de polícia.

O androide olha tudo ao redor e aguarda até que ninguém esteja olhando e sai do carro, ficando invisível logo depois. Sorrateiro o fantasma entra no local e aproxima-se de um terminal de computador. O dono da estação de trabalho não está ali! Sérgio olha ao redor e percebe que ninguém está ciente de sua presença. O cibernético aciona seu sistema
Bluetooth* interno e com isso extrai a informação de onde está preso o delegado de polícia responsável por diversos crimes recentemente.

Ainda invisivelmente discreto Sérgio caminha pelos corredores de acesso até a cela do criminoso do momento. Lá ele o vê sozinho, isolado, com aparência nada feliz e sentado no longo banco de madeira ali no canto. O androide olha para os dois lados do corredor prisional e agarra as duas barras de aço à sua frente. Elas começam a ser entortadas abrindo um espaço cada vez maior entre as duas. Um som suave de metal "lutando" contra as mãos de Sérgio para manter a sua estabilidade reta anterior, se propaga pelo corredor sem que ninguém desconfie do que está acontecendo ali realmente. O aprisionado delegado vê aquilo, ainda sentado, e não entende como isso pode ser possível.

- O que está acontecendo aqui, afinal! (indaga ele falando baixinho).

O delegado levanta-se de seu canto e aproxima-se lentamente das barras de aço para tentar entender o motivo disso. Inesperadamente, para ele ao menos, algo o segura pela garganta erguendo-o do chão. Agora o prisioneiro não pode mais gritar e nem fugir dali. Uma voz poderosa lhe fala baixinho ao ouvido.

-
Diga-me quem é o responsável por esta gangue de malfeitores que você comanda!

- Que... diabos... é isso? (indaga o delegado, falando baixinho e agarrado com as duas mãos sobre a mão do androide ainda invisível que o ergue em pleno ar com muita facilidade).

A imagem típica do fantasma é agora projetada nos leds externos do corpo de Sérgio. A cabeça de caveira assustadora, usando um belíssimo paletó escuro, apavora o delegado que nada diz. O homem apenas arregala os olhos, enquanto seu corpo gela de medo.

-
Se não me disser o que quero saber... morrerá agora.
- Você... é o fantasma... de quem todos... falam!!!!
-
Quem é o líder dessa organização? Vou contar até três! Se não me disser eu o matarei esmagando seu pescoço. Um...
- Espere... Por favor...! Eu não posso falar...! Solte-me...!
-
Dois...!
- Está bem... Está bem... Ponha-me no chão e eu conto tudo...!
-
Três...! (declara o fantasma quando começa a apertar mais forte o pescoço do delegado preso).
- É o vice-presidente...!

Sérgio reduz a pressão contra o pescoço do delegado porque estranha o comentário.

-
Vice-presidente de quê?
- ...do Brasil...! (declara o delegado para espanto do androide). Agora me largue... Estou sufocando...!

O androide sabe agora a verdade! Mas será mesmo? Entretanto ao pensar melhor no caso ele entende que com a queda do presidente da república o vice assumiria e com isso tudo voltaria à condição que estava antes da vinda dos ACMPRs. Era preciso ter certeza de que este delegado dissera a verdade. Sérgio olhara em seus olhos durante o interrogatório e percebera o medo da morte. Ele não notou nenhuma mentira sendo dita.

Tudo indica que o vice-presidente deste país é mesmo o chefe da maior parte desta enorme rede de bandidos que comandam a política num poder paralelo e corrupto! Sérgio, através de seu supercomputador interno, envia uma mensagem SMS ao presidente da república. Não há mais tempo de ir até o presidente e informar-lhe pessoalmente do perigo que está correndo! Uma visita internacional de autoridades já começou. A presença pública do líder deste país pode ser o momento propício para um assassino tentar matá-lo.

O cibernético tem que correr novamente pela cidade. Ele espreme o pescoço do delegado matando-o em pleno ar. Posiciona-o novamente sentado em seu banco de madeira. Volta a ficar invisível e sai de dentro da cela. O androide força novamente as barras de aço para retornarem à sua posição normalmente paralelas. Poucos minutos depois um guarda faz a sua ronda e vê o delegado sentado meio mole e aparentemente dormindo.

- Delegado! Precisa de alguma coisa...? Delegado...? O senhor está bem...?
Delegado...? (grita o policial percebendo que algo está errado).

Ele aciona seu rádio e chama reforços:

- Atenção! O delegado da cela trinta e quatro não está acordando! Estou entrando para verificar o que está havendo!

O policial abre a cela com um molho de chaves e se aproxima lentamente empurrando o delegado, que cai no chão! O homem da lei checa os sinais vitais do prisioneiro e não percebe nada. Ele morrera de forma estranha! O militar nota que o pescoço dele está vermelho com marcas de dedos.

- Envie um médico legista...! O delegado está morto...! Parece que foi enforcado pelas mãos de alguém...! Mas isso é impossível...! Ele estava sozinho na cela e não há sinais de arrombamento...!

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

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