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O BARCO INVISÍVEL
GUERRA DE INVISIBILIDADE - Vol. III

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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
INIMIGO OCULTO

CAPÍTULO XXIV
A REPÓRTER É A NOTÍCIA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

CAPÍTULO II
POSSE CIBERNÉTICA PÚBLICA

CAPÍTULO XXV
BALAS POR ARMAS

CAPÍTULO III
REUNIÃO DE GUERRA

CAPÍTULO XXVI
FAMÍLIA EM PÂNICO

Palácio da Alvorada, Brasília. Residência oficial da presidência da república. A família do presidente, esposa e filho estão no local. No primeiro andar do prédio ficam as dependências privativas, como quartos, suítes, banheiros e salas. No térreo estão os salões usados para eventos e solenidades. No subsolo ficam a cozinha, almoxarifados e os dormitórios dos funcionários da casa. É muito cedo e estão todos dormindo neste momento. Parte da equipe de seguranças está lá fora e outra parte fica no térreo, garantindo a privacidade da família.

O presidente da república não está aqui ele passou o dia em São Paulo cumprindo agenda oficial. Esposa e filhos não foram porque estavam com uma pequena indisposição estomacal. Preferiram ambos ficar na residência oficial.

Uma estranha movimentação se inicia no interior da casa, no andar térreo! Os seguranças estão trancando todas as portas de acesso dos empregados do subterrâneo ao térreo. Lá fora, via rádio, um dos "homens de confiança" fala com seu líder pressionando o ponto em seu ouvido:

- Tudo tranquilo aqui fora! Nenhum sinal de nada anormal acontecendo...! Câmbio!

No andar superior a esposa do presidente Michele e seu filho, Tomás, dormem tranquilamente sem imaginarem que algo de estranho possa estar acontecendo neste momento. Um dos seguranças informa ao seu líder pressionando o ponto em seu ouvido:

- Tudo certo aqui no térreo também! Nada de anormal está acontecendo neste momento! Câmbio!

No mesmo andar o líder da segurança caminha até próximo do homem que acabara de falar ao rádio. Este espreme os olhos, estranhando a aproximação.

- Algum problema, senhor?
- Não! Ao contrário! Está tudo muito certo hoje! (declara o líder sorrindo ao colega).

O líder retira de seu bolso um silenciador e o rosqueia no cano de sua arma pessoal.

- O que está fazendo, senhor? Por que precisa disso?

O líder sorri e termina a operação respondendo ao funcionário:

- Para iniciar a operação que porá fim a um problema político. Eu a chamei de "O Retorno da Democracia".

O funcionário estranha o comentário e demonstra muita preocupação neste momento. Ele ameaça pegar sua arma, no interior do paletó, mas é alvejado duas vezes no pescoço pelo líder, que o agarra para que ele não faça muito barulho ao cair no chão. O homem armado abre o paletó do que acabara de morrer e desliga o rádio dele, falando a seguir no rádio:

- Iniciar a operação: "O Retorno da Democracia". Câmbio!

Um dos seguranças está no banheiro e ouve seu líder falar, mas o som "picotou" como se fosse uma ligação ruim vinda de um celular! Não entendera o que fora dito! Ele seca as mãos, porque estava lavando-as naquele momento, e a seguir pressiona o ponto em seu ouvido!

- Por favor, repita a informação, senhor...! Câmbio...! Alô...! Alguém na escuta...?

CAPÍTULO IV
PEDRO E O LOBO

CAPÍTULO XXVII
LAR DAS ONÇAS

CAPÍTULO V
FANTASMA URBANO

CAPÍTULO XXVIII
O INFERNO CONTRA-ATACA

CAPÍTULO VI
PIRATAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XXIX
ATAQUE AO LITORAL

CAPÍTULO VII
ENTRANHAS DO PODER

CAPÍTULO XXX
NOVOS POLÍTICOS

CAPÍTULO VIII
FRONTEIRAS DA GUERRA

CAPÍTULO XXXI
LEMBRANÇAS ANTIGAS

CAPÍTULO IX
BALAS ASSASSINAS

CAPÍTULO XXXII
O DONO DO INFERNO

CAPÍTULO X
FICHA LIMPA OU ROUPA SUJA

CAPÍTULO XXXIII
AGULHAS INVISÍVEIS

CAPÍTULO XI
PIRATAS EM REUNIÃO

CAPÍTULO XXXIV
VISITA INTERNACIONAL

CAPÍTULO XII
PRESSÃO POLÍTICA

CAPÍTULO XXXV
SOZINHO NA MULTIDÃO

CAPÍTULO XIII
GUERRA SEM-FIM

CAPÍTULO XXXVI
GUERRA DE INVISIBILIDADE

CAPÍTULO XIV
NAS PISTAS DE UM COMBATE

CAPÍTULO XXXVII
VERDADE DOS FATOS

CAPÍTULO XV
ENTREVISTA COM O DEMÔNIO

CAPÍTULO XXXVIII
PALAVRA DE PRESIDENTE

CAPÍTULO XVI
MOGADÍSCIO

CAPÍTULO XXXIX
O ENCONTRO COM O MAL

CAPÍTULO XVII
O AMANHÃ COMEÇA HOJE

CAPÍTULO XL
TIRO NO ESCURO

CAPÍTULO XVIII
MORTE NA ALDEIA

CAPÍTULO XLI
PARCERIA INUSITADA

CAPÍTULO XIX
FRONTEIRA DO PODER

CAPÍTULO XLII
ESPELHO QUEBRADO

CAPÍTULO XX
FALSO FANTASMA

CAPÍTULO XLIII
O NOVO CÂNCER

CAPÍTULO XXI
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO

CAPÍTULO XLIV
LEMBRANÇAS DO VIETNÃ

CAPÍTULO XXII
DOMÍNIO DO ÓBVIO

CAPÍTULO XLV
A VERDADEIRA DEMOCRACIA

CAPÍTULO XXIII
CORONEL SEM ESTRELA

PERSONAGENS
DESTE LIVRO

Ele percebe que seu rádio está em silêncio! Abre o paletó! Olha para baixo, na direção da lateral de seu corpo e no interior do paletó e observa a condição do equipamento preso à cinta!

- Droga! Não está funcionando de novo! Eu já pedi para trocarem esta porcaria de equipamento! Mas... nãããão...! Contenção de verbas...! Ordens do presidente...! Vou te contar... viu!!!! Como alguém pode fazer um trabalho de segurança decente sem um rádio funcional? (reclama repetidamente o forte segurança que se dirige para fora do banheiro).

Ao sair ele não vê ninguém por ali. Está no andar térreo e caminha calmamente para ver se encontra algum colega para ajudá-lo a entender o que está acontecendo!

- Que raio de operação é esta que eu nunca ouvi falar? (reclama ele novamente falando baixinho).

Do lado de fora do Palácio do Planalto, e também no andar térreo, diversos seguranças se movimentam em direção aos seus colegas.

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Acima a vista interna do interior do Palácio do Planalto, no 1º. andar.
Acima Palácio do Planalto visto de fora.
http://www.jm1.com.br/2011/04/barulho-de-manifestantes-faz-dilma-despachar-no-palacio-da-alvorada/
- Você entendeu o que o nosso líder quis dizer com isso???? Que operação é esta? (indaga um dos seguranças que vê o colega se aproximando dele).
- Você não foi informado? (indaga o que se aproxima).
- Não...! Você foi...?
- Claro que sim! (diz ele sorrindo quando saca sua arma, já com silenciador já instalado e atira duas vezes contra a cabeça do colega inocente que cai morto no gramado externo do local).

O sujeito olha ao redor para os dois lados para garantir que ninguém estivesse olhando para esta cena naquele momento. Ele ainda olha para cima, em direção ao primeiro andar do Palácio do Planalto para confirmar que nem a esposa e nem o filho do presidente estivessem observando sua ação.

No primeiro andar, no enorme hall, uma cortina se fecha rapidamente antes que o assassino olhasse naquela direção! Alguém que está lá em cima vira o assassinato a sangue frio de um dos seguranças pelo próprio colega. Quem seria esta pessoa? Seria a esposa ou o filho do presidente? Lá embaixo, no térreo, o líder agora olha em seu relógio de pulso e retira do bolso um equipamento pouco maior do que um celular e observa diversos pontos verdes e vermelhos na tela.

Rapidamente os pontos vermelhos vão desaparecendo, quase simultaneamente. Nenhum deles agora está visível na tela! O chefe da segurança sorri, porque acredita que a operação estava terminada e começa a subir a rampa em direção ao primeiro andar, onde Michele e Tomás dormem profundamente. Não muito longe dali o segurança que saíra do banheiro com seu rádio quebrado ainda caminha à procura de alguém. Mas está difícil encontrá-los por ali.

- Onde diabos todo mundo foi parar? (indaga o confuso rapaz que não está entendendo nada). Quem deixou a porta do armário aberta? Se nosso líder vir isso, vai sobrar uma "dura" para todos nós!

Ele entra por um corredor! Vê uma porta semiaberta ali e estranha o fato. Olha tudo ao redor e aproxima-se lentamente do local. O segurança coloca sua mão direita dentro do paletó na intenção de segurar a sua arma, sem retirá-la da cintura. Abre a porta com cuidado e vê diversos amigos seus! Estão todos amontoados ao chão! Todos mortos, uns sobre os outros. O sangue se espalhou por todo o local deixando o piso encharcado do tom vermelho típico! É uma visão terrível. Ele rapidamente saca a sua arma e volta-se para trás.

Não há ninguém ali por perto. O homem fecha suavemente a porta para que não faça barulho. Na mente deste profissional do perigo começam a pulular dezenas de informações ao mesmo tempo. Seus olhos se arregalam e a adrenalina sobe rápido invadindo todo o seu corpo que está agora pronto para o confronto. Ele está imaginando diversas possibilidades e se preparando para se defender:

"
Todos foram acertados na cabeça! Alguém aqui sabe que usamos colete à prova de balas! Estão usando silenciadores, senão todos teriam ouvido os tiros. É um grupo grande e treinado para matar! Estou em desvantagem e não sei onde estão meus outros colegas! Não posso usar o rádio e só tem telefone no andar de cima...! Droga! Vão sequestrar a família do presidente...! Preciso conseguir ajuda!"

Ele acelera o passo, mas anda com cuidado para não ser surpreendido pelos sequestradores! Chega até a escada de acesso ao primeiro andar e continua subindo lentamente.

Lá fora se reuniram na rampa de entrada, aqueles que compartilham do sequestro. Já lá em cima, no primeiro andar, os agentes que estavam no térreo subiram. Inesperadamente o rádio do segurança que se encontrava antes no banheiro, volta a funcionar. No bolso do líder um "bip" acontece. Todos os homens que estão com ele param de andar e olham diretamente para o chefe, que imediatamente põe a mão no interior do paletó para ver o que está acontecendo. Existe um ponto vermelho que vem subindo as escadas atrás deles.

- Sobrou um vivo...! (declara bravo, o chefe dos seguranças sequestradores, aos subordinados que estão ali com ele). Ele vem subindo as escadas atrás de nós! Vocês dois acabem rápido com este sujeito...! Bando de incompetentes!

No interior do quarto o jovem Tomás ouve o bip tocar. Ele tem um sono muito leve! O garoto de quinze anos se levanta, coçando os olhos e caminha de pijama até a porta de seu quarto para ir lá fora e ver o que está acontecendo. Quando ele a abre esta é estranhamente puxada de volta com extrema velocidade, fechando-se diante dele. O jovem abre os olhos assustado para o fato. Ele fica estático sem entender o que está acontecendo. Há algo invisível lá fora assumindo o controle.

Os agentes ouviram a pancada de uma porta e estão todos alertas com as armas em punho! Eles se dividem para encontrar a fonte do ruído! Na longa rampa o segurança, que não fora morto, caminha preocupado quando vê dois companheiros seus descendo acelerado.

- Façam silêncio! (diz o sujeito lá debaixo). Tem alguém estranho aqui dentro.
- Fique tranquilo, João! (diz um deles descendo com a arma nas mãos, mas sem apontá-la para ele). Não está acontecendo nada! Foi alarme falso!
- Então porque tem um armário lá embaixo com vários homens de nossa equipe mortos com tiros na cabeça? (indaga João com a arma também nas mãos).

Os dois que desciam aceleram o passo na direção de João enquanto se entreolham rapidamente. Eles agora estão sérios.

-
Parem vocês dois aí mesmo! (grita João apontando-lhes a arma).
- Calma aí, João...! (declara um dos dois quando ambos param de descer a rampa ao mesmo tempo e ainda com as armas nas mãos). Somos nós! Da mesma equipe, lembra-se?
-
O que está acontecendo aqui? Por que mataram nossos colegas? (grita João). Quem mais está envolvido nisso?
- Vai com calma, João! O que você viu no armário foi uma necessidade! Aqueles homens estavam planejando sequestrar a família presidencial! Tivemos que eliminá-los um a um na surdina. Do contrário corríamos o risco de ser também mortos.
- E por que vocês não me avisaram disso?
- Não tínhamos certeza de quem... e nem de quantos estavam envolvidos nisso! Achávamos que você também estivesse envolvido.
- Do que está falando? Sabem de minha honestidade. Já a demonstrei diversas vezes!
- Mesmo assim não queríamos nos arriscar!

Inesperadamente um dos sequestradores vem lá de fora e entra pela porta principal falando aos colegas:

- Sobrou um rádio funcionando, quem deixou o idiota vivo...? (agora ele vê a cena de João na rampa apontando a arma para os dois colegas que estavam descendo).

O que acabara de entrar saca sua arma e atira contra João, que percebe o fato e rola de lado pela rampa para escapar do tiro. Ele atira para cima matando um dos dois que já queriam atirar nele. Começa um intenso tiroteio, onde João é o alvo dos outros dois que restaram: um mais abaixo e outro mais acima. No andar superior os seis sequestradores, incluindo o líder, estão entrando pela porta do hall principal que dá acesso ao ambiente do hall secundário para os quartos. Ao entrarem neste setor três dos seis homens são imediatamente alvejados com tiros! Sabe-se lá de onde vieram! O líder e os outros dois homens retornam correndo lá para fora!

- Quem diabos atirou em nós?
- Não sei, mas tive a nítida impressão de que não havia ninguém ali! Onde o tal sujeito está?
- Calem-se! É óbvio que o "cara" está ali escondido e já nos aguardava! Quem mais está vivo por aqui?

O filho do presidente tenta novamente abrir a porta! Agora de forma mais lenta. Ao abri-la ele consegue olhar pela pequena fresta e novamente aquela porta é puxada violentamente para se manter fechada. O impacto da porta fechando foi também ouvido pelos dois seguranças e o chefe deles acuados ali perto. No andar debaixo João está num enrosco! Abaixado no interior da rampa ele não tem para onde ir. A mureta baixa o protege do inimigo que está ali embaixo. A curva da rampa o protege contra o outro segurança que está na parte de cima. O problema é que os dois estão se aproximando lentamente dele. O debaixo aproxima-se abaixado para poder subir a rampa e pegar João totalmente desprevenido. O solitário defensor da família número um do país esta preocupado! Não tem para onde fugir! Terá que improvisar.

No andar de cima o chefe dos seguranças pede para que seu funcionário dê a volta pelo outro lado para cercarem o sujeito não visível que está lá dentro protegendo mãe e filho. Neste momento Michele abre a porta do quarto, porque também ouviu o barulho. Ela põe a cabeça para fora e inesperadamente alguma coisa invisível a empurra para trás, fazendo-a cair sentada no chão. Sua porta também é fechada com força. Ela grita desesperada, o que faz o filho do presidente sair correndo de seu quarto para atender a mãe:

-
Mãe! (grita ele correndo para a porta dela).

A entidade invisível no local nada faz sobre isso. O garoto abre a porta do quarto da mãe e a vê com uma vassoura nas mãos, pronta para acertar o primeiro que entrar ali. Ao ver o filho ela solta a vassoura e abre os braços para ele:

-
Tomás! (grita ela quase chorando). O que está acontecendo aqui?
- Não sei mamãe! Minha porta foi fechada sozinha duas vezes. Eu estava sonolento e não entendia o que estava acontecendo.

Ali ao lado o chefe da segurança retira do bolso do paletó um par de óculos de proteção. Coloca-o no rosto e aperta um botão na lateral da lente, que se escurece. Uma imagem, vinda diretamente de uma câmera instalada na parte debaixo do cano de sua arma, transmite a imagem aos óculos sem que ele precise fazer mira. O chefe estica o braço e gira a mão noventa graus, acompanhando a parede da esquina atrás da qual ele se esconde. Nada aparece na imagem. Está tudo tranquilo ali. De repente um tiro acerta a câmera da arma, derrubando-a de sua mão e ferindo-a ao mesmo tempo.

- Ai! (reclama ele recolhendo rapidamente a mão ferida e sangrenta). O desgraçado atira bem!

O líder usa a mão boa e aperta o ponto em seu ouvido.

- Preciso de mais reforços aqui no primeiro andar. Tem um atirador escondido e muito bom de tiro. Ele acertou um único tiro e arrancou a arma de minha mão...! Câmbio...!
-
Sinto muito, senhor...! Estamos com dificuldades para eliminar o último ponto vermelho... Ele não quer morrer! (declara o sujeito que atende o rádio).

- Atenção pessoal de externa! Venham para dentro! (ordena o chefe via rádio). Estamos com dois sobreviventes que estão nos atrapalhando finalizar a operação...! Um está no térreo e outro está entre nós e a família do presidente. Câmbio...!

-
Já estamos indo, senhor! Câmbio (responde o rádio).

No andar debaixo João toma uma atitude. Ele dá impulso e salta sobre a mureta da rampa. O segurança que estava no alto atira diversas vezes para acertá-lo, mas não consegue. O outro que vinha subindo é surpreendido, porque João despenca da rampa, exatamente atrás dele! João atira e mata o colega. Lá de cima o outro se apoia sobre a mureta na intenção de pegar o inimigo. João, esperto, atira antes fazendo-o cair lá de cima. Agora ele precisa salvar a família presidencial. Mas ele tem que correr porque um grupo de mais cinco seguranças armados invade o local. Sob fogo sequencial João corre abaixado, protegido pela mureta de concreto até o andar de cima, escapando assim dos inimigos. Lá em cima o chefe da segurança enrolou um lenço em sua mão e sacou uma segunda arma que carregava nas costas, presa ao cinto das calças! Ele usa a mão esquerda agora. Via rádio ele ouve sua equipe informando-lhe:

-
Senhor! O ponto vermelho que restava aqui no térreo era o João! Ele fugiu aí para cima! Estamos subindo!
- Entendido! (declara o chefe pressionando o ponto em seu ouvido).

O sujeito que estava com o líder deu uma longa volta para chegar pela entrada de trás. Ele aproxima-se lentamente e avisa o líder:

- Cheguei, senhor!
- Vamos entrar atirando juntos no hall quando eu contar três! (declara o líder). 1..., 2..., 3... Agora!

Os dois entram juntos correndo e atirando ao mesmo tempo contra... nada! Não há ninguém ali!?!? Inesperadamente os dois são alvejados simultaneamente. Ambos caem ao chão. O líder não morreu e está agonizando em dores! Algo invisível se aproxima dele e uma pata muito poderosa se posiciona sobre o braço que ainda não estava ferido.

-
Ai! (grita ele). O que está acontecendo aqui?

A imagem de um fantasma pulsa diante de seus olhos. O líder arregala os olhos e tem dificuldade em entender o que é aquilo.

-
Que diabos é isso? O que é você?

O fantasma agora fala com ele com a típica voz tenebrosa da "espécie robótica":

-
Quem te enviou aqui para sequestrar a família presidencial?
-
O quê? Quem quer saber?

O fantasma de seis patas pisa mais forte sobre o braço do chefe do bando. Sem poder movê-lo o homem grita e reclama girando de lado seu corpo. Com uma das mãos ele toca a enorme pata metálica invisível!

-
Ai! Que droga! Está me machucando! De que você é feito?
- Diga quem o enviou ou eu arrancarei o seu braço inteiro num único puxão!


Do outro lado da sala aparece agora João com a arma nas mãos apontando para o líder deitado no chão. Ele aproxima-se lentamente e ouve a conversa.

-
Foi o delegado de polícia de Brasília! Ele é quem deu as ordens! (grita o líder se contorcendo de dor).
-
O que pretendia com o sequestro desta família?
- Íamos ordenar ao presidente para retirar todos os ACMPRs do poder e exigir que ele renunciasse ou mataríamos a família dele!

- O que é que está falando, chefe? (indaga João apontando-lhe a arma enquanto se aproxima).
-
João! Atire nesta coisa! Ele irá te matar! Atire logo nele! (grita desesperado o chefe).
- Atirar em quê? Só se for em você, seu crápula! (declara João). O que está fazendo é traição ao nosso país! Como pôde fazer isso?

Neste momento chegam ao local os outros seguranças apontando as armas para João.

-
Largue esta arma, João! (diz um dos cinco seguranças. Estão todos armados).

João obedece jogando a arma no chão.

-
Matem esta coisa que está em cima de mim! Ele irá matar a todos nós! Rápido! (grita o líder).
- Está tudo sob controle agora, senhor! Pode se levantar?
-
Imbecil! Atire logo antes que ele mate todo mundo! (grita mais uma vez o líder olhando para cima).

Os seguranças, confusos, se entreolham preocupados e sem entender do que é que o chefe está falando. Neste momento o soldado-aranha invisível atira, eliminando de uma só vez os cinco seguranças que estavam ali, deixando apenas João vivo que se abaixa, cobrindo a cabeça com as mãos e olhando para trás. Nada há ali.

- Mas de onde vieram estas balas?
Quem está aí? (grita ele para o vazio).
-
O desgraçado ainda está em cima de meu braço! (reclama o chefe agarrando com a mão ferida a pata metálica do soldado-aranha).

João se aproxima lentamente com o braço esticado à frente movimentando-o da esquerda para a direita em busca de algo invisível. O fantasma pulsa rapidamente para ele. João afasta-se com um passo para trás e recolhendo bruscamente o braço:

- Mãe de Deus! Que diabos é isso? (diz João).
-
Vá ver como está a família! (ordena o fantasma da voz tenebrosa). Informe o presidente da tentativa de sequestro depois disso e não ligue em hipótese alguma para a polícia! O delegado é o responsável por isto!
- E para quem eu vou ligar então?
-
João! Faça o que eu disse!
- Que droga! Você também sabe meu nome?
-
Vá logo!

O fantasma desaparece de sua visão, mas continua ali sobre o braço o líder do bando. João aproxima-se da porta do quarto da esposa do presidente e bate à porta:

- Madame Michele...? Tomás...? Vocês estão bem...? Eu sou o segurança João! Eu eliminei o perigo! Os homens daqui estavam tentando sequestrá-los! Mas agora está tudo bem!

A porta se abre lentamente e Michele chorando fala ao segurança:

- Nós estávamos vendo tudo o que estava acontecendo... aqui neste corredor... pelo sistema de câmera de segurança...! Estávamos dentro do quarto do pânico...! Obrigada, João...! Obrigada...!

Ela e o filho abraçam o segurança que continua olhando em direção ao invisível fantasma ainda ali. Internamente o soldado-aranha liga para o general Figueiredo e para o presidente do Brasil para informar-lhes do acontecido. Sérgio também é informado sobre o ocorrido e todos agora sabem quem é o líder da tentativa de sequestro da família do presidente. O cerco está se fechando contra aqueles que querem manter a situação e seus cargos de poder! Mas os criminosos não podem escapar da justiça para sempre! Um dia "a casa cairá"! Em poucos minutos chega ao local um pelotão do exército que rapidamente cerca todo o local. Um helicóptero militar também se aproxima e do céu vasculha a região. Não muito longe dali diversos carros da polícia federal param diante da primeira delegacia principal de Brasília. Um grupo de cinco homens de colete saem dos veículos e se dirigem para o interior do distrito policial. Outros ficam do lado de fora, na rua. Já no interior o líder do grupo se apresenta ao chefe da polícia:

- Delegado Matias?
- Sim! Pois não?

O policial federal retira do bolso um documento impresso e assinado e o entrega ao delegado!

- O senhor está preso! (declara o federal).
- É mesmo? E qual a acusação? (indaga o delegado).
- Assassinato, formação de quadrilha, abuso de autoridade, traição ao país e outros crimes que juntos lhe darão o resto de sua vida na cadeia para se arrepender!
- Para me prender para o resto de minha vida é preciso ter provas incontestáveis! Isso aqui é apenas uma prisão temporária, tenente...!
- Eu sou o tenente Barbosa! Venha conosco, delegado!

O delegado, ainda sentado, abre a sua gaveta e imediatamente os cinco policiais federais sacam as suas armas. Cada um deles em direções diferentes, mirando nos policiais da delegacia que estão ao redor do acontecimento. O líder da polícia federal aponta a sua arma contra o delegado.

- Tenha muito cuidado com a sua próxima ação, delegado, ou acrescentaremos resistência à prisão a sua lista de crimes! (declara o federal).

O delegado sorri ironicamente e abre bem lentamente a gaveta rasa central de sua mesa. Ali está a sua arma, alguns papéis e uma carteira de documentos. Ele leva calmamente a sua mão até o interior da gaveta. Passa-a por cima do revólver e pega a carteira, sob o olhar vigilante do líder federal! O delegado fecha a gaveta mantendo a carteira na mão.

- Eu só queria pegar meus documentos (informa o delegado).
- A sua única identificação daqui para frente será um número enorme estampado numa roupa laranja de prisioneiro! (declara ofensivamente o policial federal).

O delegado se levanta de sua cadeira enquanto alguns de seus subordinados no local se afastam com as mãos ligeiramente para cima demonstrando que não querem resistir à ação da polícia federal e à prisão do delegado local.

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Imagem de Brasília com o Lago Paranoá e o Palácio da Alvorada ao centro,
detalhe da bota italiana brasileira no Lago Norte e a Granja do Torto na parte de cima da imagem.

Detalhe do Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da república do Brasil onde aconteceu o ataque à primeira dama e filho.