O BARCO INVISÍVEL - MISSÃO-FANTASMA - VOLUME I
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INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
A MISSÃO-FANTASMA

CAPÍTULO II
A BASE DE OPERAÇÕES

CAPÍTULO III
A VISÃO DO INVISÍVEL

CAPÍTULO IV
NAUFRÁGIO NOTURNO

CAPÍTULO V
O ATAQUE DOS FANTASMAS

CAPÍTULO VI
UMA AMEAÇA INVISÍVEL

Casa Branca - Google Earth
CAPÍTULO VI
UMA AMEAÇA INVISÍVEL


Nos Estados Unidos o embaixador do Brasil é chamado à Casa Branca. Ele aguarda numa sala de reuniões. A porta do local se abre e um representante do governo se apresenta:

- Olá embaixador! Bem-vindo à Casa Branca! Sou o secretário Jones. O presidente pediu para que eu o representasse nesta reunião com o senhor!
- Olá, secretário! É um prazer retornar a esta casa.
- O senhor já tinha vindo aqui antes?
- Sim! Algumas vezes, mas no governo anterior a este!
- Certo! Então já conhece o ambiente! Mas tenho certeza de que o assunto de que trataremos será novo para o senhor!
- Do que se trata, secretário?
- Precisamos de um favor do governo brasileiro!
- Oh! É um prazer poder ajudar o povo americano! Estamos sempre disponíveis para isso! Em que poderemos ser úteis desta vez?
- Precisamos que uma específica embarcação militar brasileira inicie uma operação secreta na Coreia do Norte!

O embaixador brasileiro abaixa as sobrancelhas, estranhando pedido tão sem sentido!

- Por que precisa de uma embarcação de meu país para isso?
- É que o Brasil é o único país do mundo a possuir um barco totalmente invisível! Sua tecnologia exclusiva garantirá o sucesso da missão na Coreia!
- Desculpe-me! Acho que eu não entendi muito bem o que o senhor está dizendo! Disse que o Brasil tem um barco Stealth!?!?! Vocês devem ter dúzias deles aqui neste país! Por que acredita que temos algo assim?
- Não é questão de acreditar! Nós sabemos que vocês têm um barco que fica totalmente invisível! E não estou falando de nossas embarcações Stealth! Estou falando em fazer uma embarcação inteira desaparecer diante dos olhos de qualquer um!
- Sinto muito, secretário. Sua informação não procede! Não existem barcos invisíveis! E tampouco o Brasil disporia de um! Isso é coisa de ficção!

O secretário americano sorri ironicamente ao embaixador. Vira-se de costas para ele. Abre a tela do lap top, que repousava tranquilamente ali ao lado. Digita alguma coisa, talvez uma senha de acesso, e gira a tela do computador na direção do embaixador brasileiro.

- Já esperávamos que o senhor reagisse desta forma, embaixador! Por isso eu trouxe um vídeo para lhe mostrar o que acaba de acontecer há poucos minutos em território brasileiro, mas bem próximo à fronteira com o Peru.

O vídeo começa a rodar mostrando uma imagem de satélite onde a silhueta do barco invisível brasileiro aparece liberando os soldados-aranhas. Ele mostra depois os tiros contra os traficantes, incluindo o de canhão que foi disparado na outra margem. A imagem mostra todos os corpos dos traficantes no solo da mata. Logo depois chega a polícia de fronteira à cena do crime. O vídeo apresenta o barco invisível deslocando-se para impedir o impacto da lancha da polícia contra a embarcação militar brasileira.

- Foi por acaso que encontramos sua embarcação militar invisível! (declara o secretário americano). Um de nossos homens estava próximo de um local onde acompanhávamos a passagem discreta de sua embarcação. Nosso satélite estava vendo nitidamente o barco militar brasileiro navegando suavemente por ali. Pedimos para que ele nos dissesse que tipo de nau era aquela, mas ele não o via! Passamos a acompanhar tal veículo naval e ninguém conseguia vê-lo fisicamente por onde passava.

- Espera que eu acredite nesta história, secretário? O que o senhor e o governo americano realmente desejam do povo brasileiro?

- Já lhe disse! Preciso de seu barco na região da Coreia do Norte! Somente algo invisível poderia penetrar no Rio Taedong, que corta o país inimigo e, sem ser detectado, chegar até a torre de transmissão que contém o dispositivo de acionamento dos mísseis nucleares. Depois disso feito, poderemos destruir as outras torres de transmissão de comunicação e impedir aquele maluco de usar suas quatro bombas nucleares. Queremos unir novamente as duas Coreias num só país sob a bandeira da do Sul. Mas sem um trabalho conjunto entre os Estados Unidos, a China, a Coreia do Sul, o Japão e o Brasil, poderíamos deflagrar uma guerra nuclear na Ásia com resultados inimagináveis para o futuro da humanidade.

- Eu não acredito que tenhamos um barco invisível no Brasil ou em qualquer outro país do mundo! Mas, na hipótese de isso ser verdade, qual será a contrapartida se nosso governo não aceitar esta missão que nos requisita? Sim... porque nosso presidente poderá não querer admitir a existência de tecnologia tão incrível!

- O senhor precisa entender que o ditador da Coreia do Norte está se equipando em seu país. Conseguimos reduzir o programa nuclear dele, mas Kim Jong-un ainda tem quatro bombas nucleares apontadas para o Japão, a China, a Coreia do Sul e a América do Norte. Temos contramísseis posicionados para evitar que os Estados Unidos, Japão e Seul na Coreia do Sul sejam atingidos, mas não poderemos fazer nada contra o outro voltado para Pequim na China. Por isso precisamos da ajuda deles e da de vocês para acabar com o governo de Kim Jong-un. De qualquer modo, explodir um míssil nuclear na atmosfera significa atingir muitos e muitos quilômetros ao redor da explosão. Nada sobreviverá onde quer que ele seja detonado. Já estamos nos mobilizando discretamente em toda a região para executar tal plano. Portanto, baseado na importância desta missão, não podemos aceitar que vocês digam não ao nosso pedido. Se isso acontecer teremos que divulgar ao mundo inteiro, apresentando em nosso site oficial, as coordenadas de onde se encontra, em tempo real, a sua embarcação invisível. Ela passará a ser inútil como armamento secreto. Todos os planos futuros de vocês irão naufragar... Desculpe-me pelo trocadilho!

- Muito bem, secretário! Então não será um favor, mas uma chantagem!
- Não veja a coisa desta forma, embaixador! Lembre-se de que a Coreia do Norte é uma ameaça global! Todos corremos perigo com um ditador louco sentado em cima de bombas nucleares.
- Vou falar com nosso presidente no Brasil. Tenho certeza de que ele não gostará de ouvir o que acaba de me dizer.
- Seu presidente é inteligente e político! Tenho certeza de que ele saberá olhar para este assunto com o devido carinho! A segurança mundial é mais importante do que matar alguns traficantes em sua fronteira.
- Tenho certeza de que se vocês não se intrometessem tanto nos governos internacionais, já teríamos a segurança mundial garantida!

- Infelizmente não podemos mudar o passado, embaixador. Temos apenas que aprender a conviver com o presente e ter sabedoria para gerenciar o futuro. Acredito que seu presidente tenha tal sabedoria! Estamos aguardando sua resposta. Não se demorem porque o tempo não para e enquanto seu barco invisível for uma tecnologia secreta, teremos uma chance única de acabar com mais esta ameaça nuclear e assim invadir o território norte-coreano, devolvendo-o à Coreia do Sul. Isso seria um grande avanço pela paz na região. Poderíamos até mesmo eliminar nossas bases militares americanas do extremo oriente depois disso!

- Trarei respostas em breve, secretário! Mas quero lembrar-lhe uma última coisa. Se tivermos mesmo tal embarcação invisível e estivermos atacando traficantes... talvez isso seja o início de algo muito maior! Quem sabe até, ao final de nossa missão, os americanos possam também deixar a América do Sul e talvez assim, gastando menos, consigam equilibrar melhor sua balança comercial. Quem sabe até mesmo deixem de nos espionar ou dar calote financeiro em seus parceiros estratégicos no futuro. Tenho certeza de que seu presidente terá a sabedoria necessária para perceber que estamos ajudando também na paz mundial! Até breve, secretário Jones!

O embaixador aperta a mão de seu colega americano, vira-se de costas e caminha para sair da sala, quando se lembra de algo e retorna.

- Senhor secretário! O senhor poderia me enviar este vídeo por e-mail? Acredito que esta... “prova circunstancial”... de que temos uma embarcação invisível possa ser útil para convencer nosso governo a colaborar com mais esta empreitada americana.

- Acho que não será necessário, porque não estamos blefando e tenho certeza de que seu presidente saberá disso!

- Sim! É o que me parece também..., mas mesmo assim tal... “prova”... poderá confirmar que vocês falam realmente sério e será mais rápido para que todos se convençam de suas intenções! Concorda?

O secretário pensa um pouco a respeito e informa:

- Vou falar com a nossa inteligência para ver se eles me autorizam o envio de tal material.

- Seria de grande valia, senhor...! Então..., vou esperar sua resposta antes de falar com meu governo!

Agora o embaixador brasileiro entrega ao companheiro americano um cartão de visitas e sai da sala sob os olhares frios do secretário americano. De volta à embaixada nosso representante brasileiro nos Estados Unidos faz uma ligação ao presidente do Brasil.

- Senhor presidente! Temos um problema!
- O que foi, embaixador? (questiona o presidente do Brasil por telefone).
- Os americanos alegam que o Brasil tem uma embarcação invisível! Isso é verdade, senhor?
- Se tivermos tal coisa deve ser secreta e jamais poderíamos falar sobre isso ao telefone. Concorda?
- Os americanos querem que usemos tal barco invisível..., se ele existir..., numa missão para derrubar o ditador da Coreia do Norte. Os Estados Unidos têm um satélite militar espião que consegue monitorar a posição exata de nossa embarcação..., supostamente invisível. Ameaçaram disponibilizar no site da Casa Branca e em tempo real a posição desta... nossa tecnologia... para que todos saibam onde ela está. Se este barco existisse, presidente, ele não seria mais invisível para ninguém!

O presidente brasileiro demora alguns segundos sem nada responder e depois comenta:

- Embaixador! Vou consultar o ministério da marinha para saber se isso realmente existe! Assim que eu tomar conhecimento de tudo, retorno a ligação a você com a resposta oficial do Brasil aos americanos. Aguarde.
- Senhor! Eu pedi aos americanos que nos enviassem o vídeo como “prova” de que conseguem monitorar tal embarcação. O secretário americano está um pouco relutante em fazer isso. Eu disse que somente ligaria para o senhor depois que eles resolvessem nos enviar tal vídeo. Assim ganhei mais um tempinho para que o senhor pudesse decidir o que fazer.

- Muito bem, embaixador! Isso foi ótimo! Se eles lhe enviarem tal vídeo, por favor, repasse-o para mim imediatamente.
- Claro, senhor presidente! Farei isso, sim!
- Fico aguardando, embaixador. Até logo.
- Até breve, senhor!

CAPÍTULO VII
A ÉTICA ASSASSINA

CAPÍTULO VIII
MOTIM

CAPÍTULO IX
NA LINHA DE FRENTE

CAPÍTULO X
A INVASÃO DO PERU

PERSONAGENS DESTE LIVRO/
CONCEITO DE INVISIBILIDADE

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